Polêmica

ÁUDIO: Ex-assessor diz que teve relacionamento amoroso com Jair Renan

Após prestar depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), na tarde desta quinta-feira (14/9), o antigo assessor de Jair Renan Bolsonaro, Diego Pupe, disse que manteve um relacionamento “amoroso e romântico” com o filho “04” do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Eu tive um relacionamento com o Renan, do qual não falei para ninguém ainda. Eu estava esperando todo esse ‘auê’ da polícia, mas logo logo eu vou falar sobre isso, tá bom? Eu tinha um relacionamento íntimo com ele, romântico”, disse Pupe ao Metrópoles, logo após depor no âmbito da Operação Nexum.

No fim do mês passado, Jair Renan foi alvo de busca e apreensão pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Dot/Decor), unidade da PCDF. A Operação Nexum cumpriu outros quatro mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva por crimes contra a fé pública e associação criminosa, além de prejuízo do erário do Distrito Federal.

Pupe afirmou aos policiais civis ter ouvido de Maciel Carvalho, empresário de Jair Renan, a ordem para transferir a empresa RB Eventos a outra pessoa. Naquela época, o filho do então presidente era investigado pela Polícia Federal pelos supostos crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro envolvendo a firma. Antes da mudança de dono, a RB funcionou no mesmo endereço da 357 Cursos, empresa de aulas de tiro que era comandada por Maciel, segundo o depoimento.

A RB Eventos foi transferida neste ano por Jair Renan para Marcos Aurélio Rodrigues, parceiro comercial de Maciel e dono da 357. A Polícia Civil suspeita que Rodrigues seja um laranja em um esquema ilegal. O negócio chamou a atenção dos investigadores porque não houve qualquer pagamento pela movimentação, além de a firma ter faturado R$ 4 milhões em um ano.

o ex-assessor afirma que Renan tinha conhecimento do que ocorria dentro da empresa e das ações feitas por Maciel. Sobre o mesmo assunto, Pupe continua: “Eles são bem íntimos, né? Na imprensa mesmo, eles, enfim, me alfinetaram bastante; dá para ver o quanto eles estavam íntimos. Então, o Renan tem, sim, conhecimento do que o Maciel fazia”.

Fraudes e “laranjas”

A investigação apontou a existência de uma associação criminosa cuja estratégia de obter indevida vantagem econômica passa pela inserção de um terceiro “testa de ferro” ou “laranja” para se ocultar o verdadeiro proprietário das empresas de fachada ou empresas “fantasmas”, utilizadas pelo alvo principal e seus comparsas.

De acordo com os elementos de prova, o principal investigado e um de seus comparsas fizeram nascer a falsa pessoa de Antônio Amâncio Alves Mandarrari, cuja identidade foi usada para abertura de conta bancária e para figurar como proprietário de pessoas jurídicas na condição de “laranja”.

Os policiais civis ainda descobriram que os investigados forjam relações de faturamento e outros documentos das empresas investigadas, utilizando-se para isso de dados de contadores sem o consentimento destes, inserindo declarações falsas com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, bem como mantêm movimentações financeiras suspeitas entre si, inclusive com o possível envio de valores para o exterior.

Com Metrópoles

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Brasil

Mauro Cid diz à PF que entregou dinheiro das joias a Bolsonaro ‘em mãos’

 

Foto: Cristiano Mariz/Ag. O Globo

Em depoimentos, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro na Presidência confirmou que organizou a venda de dois relógios do acervo público nos EUA e repassou o valor ao ex-presidente.

O coronel estava preso preventivamente havia quatro meses. Dias antes de ser solto, ele prestou depoimentos à Polícia Federal e confessou sua participação em dois casos investigados pelo Supremo Tribunal Federal — a falsificação de cartões de vacinação e a tentativa de vender joias, relógios, canetas e outros presentes recebidos por Bolsonaro durante o governo.

A confissão do coronel embute revelações que comprometem e certamente vão agravar a situação jurídica de Jair Bolsonaro. Cid admitiu ter participado da venda de dois relógios de luxo recebidos pelo mandatário — um Patek Philippe e um Rolex. E, no ponto mais sensível do depoimento, confirmou ter repassado o dinheiro obtido no negócio ao ex-presidente. Foi a Polícia Federal quem descobriu a transação, realizada na surdina nos Estados Unidos, para onde Bolsonaro viajou no fim do ano passado acompanhado do ajudante de ordens e levando na bagagem dois kits de joias. Ao ser confrontado com a informação, o ex-presidente disse que desconhecia o negócio e não havia recebido nenhum dinheiro proveniente de venda dos presentes. O depoimento de Cid desmonta essa versão. “O presidente estava preocupado com a vida financeira. Ele já havia sido condenado a pagar várias multas”, contou. A ideia de vender as peças, portanto, surgiu de uma necessidade de levantar recursos para bancar suas despesas.

Para os investigadores, Bolsonaro criou uma estrutura para desviar bens públicos de alto valor para fins de enriquecimento ilícito. Faltava, porém, uma informação fundamental para fechar a investigação: a prova de que o ex-presidente recebeu o dinheiro proveniente do negócio. Cid elucidou o caso. Segundo ele, o dinheiro da venda dos relógios foi depositado na conta do pai dele, o general Mauro Lourena Cid, sacado em espécie e repassado em mãos a Bolsonaro — “Em mãos. Para ele”. A entrega dos valores— 68 000 dólares, segundo os federais — se deu de maneira parcelada, parte do pagamento ainda em solo americano.

Reportagem completa na Revista Veja

 

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Brasil

(VÍDEO) Lula reconhece o que Bolsonaro fez pelas prefeituras e diz que vai no mínimo, igualar o FPM de 2022

 

A queda na arrecadação federal em 2023 e a consequente redução nos repasses de recursos a estados e municípios levaram prefeitos e governadores a pressionarem o governo federal por compensações. Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta quinta-feira (14/9), que pedirá ao Congresso a aprovação de um piso nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios, prevendo que nenhuma prefeitura receba menos do que recebeu em 2022, ainda que haja queda na arrecadação.

A pauta interessa a todos os partidos que governam cidades e estados e não deve ter dificuldade de ser aprovada em urgência no Congresso ainda nesta semana.

Lula anunciou ainda um repasse extra de R$ 1,6 bilhão aos governos estaduais, também como forma de compensar perdas em repasses.

O governo federal já havia anunciado a antecipação de R$ 10 bilhões aos estados, acelerando para 2023 o cronograma de repasses de 2024.

Metrópoles

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Brasil

TCU marca julgamento que pode barrar salário de Bolsonaro pago pelo PL

Foto: Palácio do Planalto/Flickr

O Tribunal de Contas da União marcou para a próxima quarta-feira (2) o julgamento que pode determinar ao PL a suspensão do salário de Jair Bolsonaro, declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral.

A área técnica do TCU recomendou o arquivamento desse processo. A solicitação para apurar supostas irregularidades na remuneração concedida pelo partido foi feita pelo subprocurador-geral do MP junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado.

O subprocurador  afirma que o pagamento do salário de R$ 41 mil pelo partido a Bolsonaro, após a condenação pelo TSE, viola o “princípio da moralidade administrativa”.

O Antagonista

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Brasil

Bolsonaro diz que Lula desconhece democracia ao falar em “derrotar o bolsonarismo”

Foto: TON MOLINA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

O presidente Jair Bolsonaro (PL) rebateu, em conversa com a CNN nesta segunda-feira (24), a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PL) sobre o bolsonarismo, em evento no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC no domingo (23).

“Não persegui ninguém enquanto presidente. Para quem diz se orgulhar do comunismo, jamais saberá o que é a democracia. Infelizmente, a democracia que ele [Lula] conhece é a de Fidel Castro, de Nicolás Maduro, de Daniel Ortega“, disse à CNN Jair Bolsonaro.

Durante discurso em evento em São Paulo no último final de semana, Lula se referiu ao ex-presidente e aos apoiadores de Jair Bolsonaro.

“Nós derrotamos o Bolsonaro, mas não derrotamos os bolsonaristas ainda. Os malucos estão na rua, ofendendo pessoas, xingando pessoas e nós vamos dizer para eles que nós queremos fazer com que esse país volte a ser civilizado”, afirmou Lula na ocasião.

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Polêmica

Deputados preparam projeto que prevê anistia a Bolsonaro em caso de inelegibilidade

Foto: Alexandre Cassiano/Agência O Globo

Com o objetivo de poupar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) da inelegibilidade, bolsonaristas preparam um projeto de lei para anistiar todos os políticos que cometeram crimes eleitorais em 2022.  A proposta foi apresentada deputado Sanderson (PL-RS), da base bolsonarista do Congresso, e só excluiria da anistia aqueles que, eventualmente, cometeram crimes hediondos ou terrorismo, tortura e racismo.

Segundo o autor, a matéria será protocolada se o TSE impedir o ex-presidente de disputar novas eleições.

Para este projeto ser aprovado, além da maioria nos plenários da Câmara e do Senado, seria necessária a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou da derrubada do veto.

Para o deputado, pelo fato de Bolsonaro ser réu na esfera eleitoral, ele poderia ser automaticamente anistiado, caso o projeto passe. O colegiado do TSE analisa uma ação movida pelo PDT por questionamentos feitos pelo ex-mandatário ao processo eleitoral, sem apresentar provas, em uma reunião com embaixadores realizada em julho de 2022.

Benedito julgou procedente o pedido para condenar Bolsonaro, pela prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação e pediu a sua inelegibilidade por 8 anos seguintes ao pleito de 2022.

O Globo

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Polêmica

Às vésperas de julgamento no TSE, Bolsonaro diz que não é ‘justo’ ter direitos políticos cassados

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta segunda-feira (26), que “não é justo” afirmar que ele “atacou a democracia” ao reunir embaixadores em Brasília para deslegitimar o processo eleitoral brasileiro. O comentário foi feito na véspera da retomada do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), marcado para esta terça-feira (27), que pode tornar o ex-presidente inelegível por causa do episódio.

“Sabemos o que está acontecendo. É justo cassar os direitos políticos de alguém que se reuniu com embaixadores? Não é justo falar ‘atacou a democracia’”, afirmou o ex-presidente após reunião com parlamentares e lideranças do PL na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).

A ação no TSE avalia o suposto desvio de finalidade da reunião que Bolsonaro teve com embaixadores de países estrangeiros, no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. No encontro, ele teria atacado a integridade do processo eleitoral, especialmente disseminando “desordem informacional” relativa ao sistema eletrônico de votação.

O Ministério Público Eleitoral (MPE) já defendeu a inelegibilidade de Bolsonaro pela conduta dele no encontro com os diplomatas. Segundo o órgão, o discurso de desconfiança sobre as eleições feito pelo ex-presidente foi capaz de afetar a convicção de parte da população brasileira a respeito da legitimidade dos resultados das urnas.

O ex-presidente também disse que não se considera “insubstituível”, mas afirmou que ainda é o nome com mais apelo popular na legenda. “Tem gente aqui que é mais competente do que eu, mas não tem quem tenha mais conhecimento nacional do que eu. Graças a Deus, tenho o carinho de boa parte da população”, completou Bolsonaro.

A reunião na Alesp faz parte da estratégia do PL de atrair filiados para o partido, mirando as eleições municipais de 2024. Participaram da conversa 19 deputados estaduais e 17 deputados federais, além do presidente do partido, Valdemar da Costa Neto.

R7

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Brasil

(VÍDEO) Bolsonaro adianta que Queiroga terá ‘missão difícil’ como candidato em João Pessoa

O ex-presidente Jair Bolsonaro, presidente de honra do PL, esteve presente ao ato de filiação do ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga ao partido na sede da legenda em Brasília hoje de manhã. Ele se apresenta como pré-candidato a prefeito de João Pessoa e vai ter uma missão difícil: apaziguar lá o pessoal. Eu sempre tenho falado com as pessoas que mais importante do que João Pessoa ou a Paraíba está o Brasil. Sabemos que se uma outra política prosseguir, teremos dias tenebrosos para todos nós até pela reunião que está prevista para os próximos dias com pessoas como Miguel Díaz-Canel, Ortega e Maduro”, disse o ex-presidente a respeito do 26º encontro do Foro de São Paulo que será realizado neste ano em Brasília, de 29 de junho a 2 de julho.

Quando Bolsonaro citou que Queiroga terá dificuldades em pacificar as lideranças do PL em João Pessoa ele se referiu ao radialista Nilvan Ferreira e aos deputados Cabo Gilberto (federal) e Wallber Virgolino (estadual) todos descontentes com a escolha do cardiologista para a disputa da Prefeitura de João Pessoa.

Ao discursar, o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, lembrou também o trabalho que Queiroga fez à frente do Ministério da Saúde durante o governo de Jair Bolsonaro. “Queiroga já mostrou, e eu quero dizer que ele foi um grande trabalho do nosso pessoal da Paraíba, idealizar você como candidato com o apoio do nosso presidente Jair Bolsonaro, você é muito bem-vindo e terá todo o apoio do nosso partido”, frisou.

Blog do BG PB com ParlamentoPB

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Judiciário

Ministro do TSE libera ação que pode tornar Bolsonaro inelegível por oito anos

Ministro Benedito Gonçalves, do STJ, é diagnosticado com Covid-19

Nesta quinta-feira (1), o ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), liberou para julgamento a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) que poderá deixar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível por oito anos. A ação em questão refere-se aos ataques proferidos por Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro durante uma reunião com embaixadores em julho de 2022.

O Ministério Público Eleitoral (MPE) já havia se manifestado a favor de que o ex-presidente seja impedido de concorrer nas eleições de 2026 e 2030, argumentando que houve abuso de poder político por parte dele.

Com a disponibilidade do voto do ministro Benedito, agora cabe a Alexandre de Moraes, presidente da Corte eleitoral, pautar o tema e definir quando o julgamento ocorrerá.

Bolsonaro será julgado por suposto crime eleitoral, abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação, por um plenário diferente do que iniciou o ano de 2023.

A ação que está prestes a ser julgada foi movida pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), que alega que Bolsonaro, durante a reunião com diplomatas, fez declarações sustentando a ocorrência de fraudes no sistema de votação digital utilizado no Brasil desde 1996. Essas declarações foram amplamente divulgadas na internet e transmitidas pela TV Brasil.

Além disso, o processo também inclui investigações sobre o vazamento de dados sigilosos do ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a descoberta de uma “minuta do golpe” na casa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres. A Corte está investigando se há relação entre esses eventos com o intuito de desmerecer o sistema eleitoral.

Metrópoles

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Brasil

Bolsonaro diz que não teme ser preso e defende Mauro Cid: ‘Querem me carimbar como ex-presidiário’

Bolsonaro prestará depoimento à PF na terça: saiba o que dirá | Metrópoles

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou não haver motivos para ir para a cadeia, mas disse, sem apresentar provas, que pessoas “importantes” já discutiam prendê-lo antes do fim do governo, numa espécie de “prisão light”, segundo ele, “apenas para carimbá-lo com a pecha de ex-presidiário”. As declarações foram dadas em entrevista à revista Veja, publicada nesta sexta-feira, que também contou com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Bolsonaro é alvo de ao menos 24 ações e inquéritos — entre eles, investigações sobre supostos incitadores e autores intelectuais dos atos golpistas do dia 8 de janeiro; sobre as joias sauditas trazidas pela comitiva presidencial da Arábia Saudita; e sobre a atuação de um grupo que teria inserido dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.

À Veja, Bolsonaro citou o caso ex-presidente boliviana Jeanine Áñez, presa e condenada sob acusação de atos antidemocráticos, mas negou temer que o mesmo ocorra com ele, no Brasil.

— Para ter algum motivo que justificasse isso, eu precisaria ter feito pelo menos 10% do que ele fez. E eu fiz 0%. Algumas pessoas importantes, não vou dizer os nomes, já diziam antes de acabar o governo que querem me prender. Uma prisão light, apenas para me carimbar com a pecha de ex-presidiário — afirmou Bolsonaro.

O ex-presidente afirmou que esperava ser perseguido após deixar a Presidência, mas não “dessa forma”.

— O pessoal está vindo para cima de mim com lupa. Eu esperava perseguição, mas não dessa maneira. Na terça-feira, nem tinha deixado o prédio da PF ainda e a cópia do meu depoimento já estava na televisão. É um esculacho. Todo o meu entorno é monitorado desde 2021. Quebraram os sigilos do coronel Cid para quê? Para chegar a mim — disse.

Durante a entrevista, o ex-presidente afirmou acreditar que “alguém fez besteira” no caso da emissão de certificados falsos de vacinação. No entanto, ele defendeu o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que foi preso este mês por suspeita de participar do esquema.

– Quem indicou o Cid foi o comando do Exército da época, mas ele me serviu muito bem. Nunca tive nenhum motivo para desconfiar dele, e não quero acusá-lo de nada. Eu tenho um carinho muito especial por ele. É filho de um general da minha turma, considero um filho — afirmou.

Em outro trecho da entrevista, Bolsonaro afirmou não temer que investigadores encontrem “algo comprometedor” nas conversas do ex-ajudante de ordens com ele após a conclusão da perícia em celulares apreendidos.

— Quando se fala em comprometedor, as pessoas pensam logo em dinheiro, em alguma coisa ilícita. Zero, zero. Isso não vai ter. Agora, tem troca de “zaps”, em linguagem de “zap”, tem palavrão. Há certamente conversas que envolvem segredos de estado. Vazar isso, como tem sido feito, é muito grave — afirmou Bolsonaro.

Certificados falsos de vacinação

Durante a entrevista, Bolsonaro voltou a dizer que não agiu para fraudar a certificação de vacinação antes de viajar aos Estados Unidos.

— Ao que tudo indica, alguém fez besteira. Não estou batendo o martelo. Da minha parte não tem problema nenhum. Eu não precisava de vacina para entrar nos EUA. A minha filha também não precisava de nada. Estão investigando essas fraudes de 2022, tudo bem. Mas ninguém está investigando aquela outra que aconteceu em 2021. Alguém entrou no sistema usando o endereço “lula@gmail” para falsificar meu cartão de vacina. O cara pode ser ligado ao PT. Por que não estão investigando? São parciais, na verdade — disse.

Atribuições de Mauro Cid no governo

Bolsonaro também respondeu quais as funções do ex-coronel Mauro Cid como ex-ajudantes de ordens da Presidência.

— Ele atendia o telefone, às vezes um parlamentar, organizava algumas missões que eu dava. Também ficava com ele o meu cartão do Banco do Brasil. Ele movimentava minhas contas, pagava as contas da Michelle, mas não participava das decisões do governo, não interferia, não era, como alguns acham, um conselheiro. Agora, com todo o respeito, quebrar o sigilo de mensagens de um ajudante de ordens do presidente da República é… Vai se ter acesso a 90% da rotina do presidente e também de alguns ministros — afirmou ele.

8 de janeiro

Em abril, Bolsonaro prestou depoimento à PF no inquérito do STF que investiga supostos incitadores e autores intelectuais dos atos golpistas do dia 8 de janeiro. O ex-presidente foi incluído no inquérito após ter compartilhado, dois dias depois dos atos, um vídeo com acusações sem provas ao STF e ao TSE. No depoimento, Bolsonaro afirmou que a publicação foi feita por engano.

Na entrevista à Veja, Bolsonaro disse que “manifestação sempre é uma coisa justa, legal, se for sem violência” e afirmou que os atos golpistas com depredação das sedes de poder, em 8 de janeiro, em Brasília, foram “uma coisa infeliz que aconteceu”.

— Só prejudicou a direita, a mim e deu um fôlego à esquerda. Muitos inocentes presos, lamentavelmente. Nada justifica entrar e quebrar patrimônio. Marginais fizeram aquilo. Usaram da boa-fé do nosso pessoal, que nunca virou uma lata de lixo, quebrou uma vidraça ou ateou fogo em nada — afirmou Bolsonaro.

Ex-major Ailton Barros e atos golpistas

Em depoimento à Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou esta semana que “mantinha” contato com o major reformado Ailton Barros, que é investigado por discutir com outros militares a articulação de um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele foi chamado de ‘segundo irmão’ por Bolsonaro e acompanhou ex-presidente em votação, no ano passado. À Veja, Bolsonaro minimizou a relação com o militar.

— Essa questão do ex-major Ailton é ridícula. Por que a amizade com o Ailton? Porque é paraquedista. Duas vezes por ano tinha encontro de paraquedistas e ele estava lá. Se você conversar com ele, em trinta segundos já não quer mais conversa. Ele mandou um áudio para alguém dizendo que mobilizaria 1 500 homens para um golpe, coisa assim. O Ailton não mobiliza meia dúzia de jogadores de dominó. Se conversar com ele, vai ver isso. É um coitado. Ele queria que eu gravasse um vídeo para ele na campanha do ano passado. Respondi: “Ailton, você é meu irmão, você é meu 02, porque o 01 é o Hélio Negão”. Aí levaram para o lado de que ele é o meu 01 no Rio de Janeiro — destacou.

Barros está preso preventivamente no âmbito da Operação Venire, que investiga um esquema de fraudes no cartão de vacinação do ex-presidente, de sua filha e de assessores e seus familiares.

Joias sauditas

No início de abril, Bolsonaro também prestou depoimento à PF no inquérito sobre as joias sauditas, presente do governo da Arábia Saudita avaliado em R$ 16,5 milhões. A PF apura se Bolsonaro atuou para ficar com os itens. No depoimento, Bolsonaro disse que mandou Mauro Cid verificar o que poderia ser feito com as joias para evitar um vexame diplomático de o presente dado por outra nação ser levado a leilão.

Na entrevista à Veja, Bolsonaro disse que “não houve nada na moita” para liberar as joias, retidas pela Polícia Federal.

— Só fiquei sabendo disso no final de novembro, começo de dezembro. Quando soube, paguei missão, deve ter sido para o Cid: “Vê se pode recuperar”. Depois vimos que tinha um ofício do MME buscando recuperar na Receita, então não foi nada no grito. Tem ofício, e-mail, tudo. Entrou também o meu chefe da Receita, eu conversei com ele perguntando se era possível recuperar. Daí tentaram — talvez tenha havido excesso de iniciativa — resolver o negócio lá. Aí deu a confusão. Não teve nada na moita — afirmou Bolsonaro à revista.

Relação com STF

Na entrevista à Veja, Bolsonaro afirmou que declarações e mensagens de teor golpistas de pessoas próximas a ele eram “desabafos”, mas negou que houvesse alguém, no entorno da Presidência, que articulasse uma ação efetiva de golpe de Estado.

— Ninguém defendia [medida mais dura], era desabafo de alguns, fora do gabinete. Eles estavam revoltados com essa situação de interferências no Executivo. Eu recebia em média uma ação por semana do Supremo Tribunal Federal. Mas isso foi antes das eleições — disse.

Bolsonaro disse que ouviu de pessoas próximas “mais nervosas”, por exemplo, que deveria “peitar” a decisão do Supremo Tribunal Federal que vetou a posse de Alexandre Ramagem na direção da Polícia Federal. Mas não respondeu diretamente se considera ser perseguido por ministros do STF.

— Não quero polemizar nessa área. Está acontecendo uma conscientização no Brasil e não é só em relação ao meu caso. Eu não quero botar lenha na fogueira. Tem gente de várias formações criticando o que está acontecendo. Não precisa ser muito inteligente para saber de onde vem o problema — disse.

Fraude nas urnas

Bolsonaro disse à Veja que a alegação de fraude nas urnas na disputa à Presidência com Lula “é página virada”.

Ele responde a uma ação de investigação judicial eleitoral (Aije) no TSE que apura uma reunião, em julho do ano passado, em que fez ataques às urnas eletrônicas durante uma reunião com representantes estrangeiros no Palácio da Alvorada. O Ministério Público Eleitoral (MPE) já se manifestou a favor do pedido de inelegibilidade do ex-chefe do Executivo. A alegação é que teria havido abuso de poder político na reunião de Bolsonaro com embaixadores.

À Veja, Bolsonaro disse não temer ficar inelegível.

— Qual o argumento para isso? O encontro que tive com embaixadores. Essa é uma política privativa do presidente. Eu abri para a imprensa esse encontro, não tem nada de mais. Discutimos o sistema eleitoral brasileiro, buscando transparência, nada além disso — destacou Bolsonaro.

O Globo

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