Paraíba

TSE conclui julgamento que cassa mandato de Márcio Roberto

Por unanimidade, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu cassar o mandato do deputado estadual eleito Márcio Roberto (Republicanos). O julgamento ocorreu neste sábado (17/12) de modo online.

Sete ministros votaram pela cassação do ex-prefeito de São Bento, que teve sua candidatura indeferida pelo Ministério Público Eleitoral por desaprovação de contas no Tribunal de Contas da União.

Os votos foram do ministro-presidente Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, ministro-relator Benedito Gonçalves, Raul Araújo, Carlos Horbach e Sergio Silveira Banhos.

Com a cassação de Márcio Roberto, Bosco Carneiro, o 1º suplente do Republicanos, deve assumir a vaga.

Com informações de Maurílio Júnior

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Brasil

Indefinições políticas entre aliados de Lula põe em risco trabalho da equipe de transição

O tamanho da frente política formada para eleger Luiz Inácio Lula da Silva virou um desafio para a definição de ministérios e se transformou em incerteza sobre o aproveitamento das sugestões feitas pelo gabinete de transição. O balanço do trabalho engloba propostas que não necessariamente refletem a posição do ministro a ser escolhido para cada área e nem mesmo do futuro presidente.

Durante 30 dias, mais de 900 colaboradores prepararam um diagnóstico das políticas de governo e das primeiras medidas a serem tomadas assim que Lula tomar posse, em 1.º de janeiro de 2023. Cada um dos 32 grupos temáticos encaminhou um relatório ao coordenador técnico da transição, Aloizio Mercadante, que assumirá o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Haverá agora uma síntese das informações, com cerca de 80 páginas, com divulgação prevista para quinta-feira.

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin afirma que ‘essa foi a transição mais participativa de todos os governos’.
O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin afirma que ‘essa foi a transição mais participativa de todos os governos’. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Além de sugestões de políticas e medidas imediatas, como atos a revogar, emergências orçamentárias, apontamentos de riscos e indícios de irregularidades, os relatórios dos grupos de trabalho contêm propostas de organograma para cada ministério.

Na terça-feira, quando deu por encerrado o trabalho da transição, em cerimônia no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Lula só havia anunciado cinco ministros de uma equipe que terá 37 pastas (só duas a menos que o recorde do governo Dilma Rouseff). De lá para cá, nomes passaram a ser confirmados, como o de Margareth Menezes na Cultura, embora sem anúncio oficial.

“Os grupos fizeram um trabalho bom, mas algumas propostas têm de ser adequadas à estrutura e aos cargos disponíveis”, disse ontem a deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT e coordenadora de articulação política da transição.
Pressão

Até hoje estão pendentes definições cruciais, como quem comandará o Ministério do Desenvolvimento Social. Cotada, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) é pressionada pelo PT a abrir mão da demanda, mas indica que prefere ficar fora do governo a aceitar outra pasta.

Na transição, Simone atuou no grupo de Desenvolvimento Social. Oito coordenadores assinaram o relatório – além da senadora, a ex-ministra Tereza Campello é cotada para assumir novamente o ministério a ser recriado – e 51 colaboradores. O texto tem 96 páginas que contemplam o diagnóstico dos cadastros e programas sociais, o organograma proposto, ações que devem ser tomadas no curto prazo e seis pedidos de revogação imediata de atos do governo Jair Bolsonaro, com o objetivo de reestruturar o pagamento de benefícios, como o novo Bolsa Família.

O governo eleito nomeou 22 colaboradores com remuneração, dos 50 cargos autorizados, e se vangloria por ter sido econômico e contar com maioria de voluntários. O maior salário, de R$ 17,3 mil, foi destinado ao futuro vice-presidente Geraldo Alckmin, coordenador-geral do gabinete de transição.

“Essa foi a transição mais participativa de todos os governos. Foram perto de mil colaboradores, mas, se contar (videoconferência por) Zoom, participação à distância, técnicos, foram mais de 5 mil pessoas do Brasil inteiro que deram sua contribuição voluntária, com despesa até de viagem, locomoção”, disse Alckmin. Em 2018, a equipe de Bolsonaro contou com 233 participantes, dos quais 43 remunerados.

Para sair do papel, todo esse trabalho depende agora da vontade política de Lula e da definição de ministros. Muitas vezes, porém, a adoção das medidas esbarra na base política a ser montada pelo futuro governo no Congresso. Como revelou o Estadão, parlamentares da oposição prometem reagir à tentativa de “revogaço” em áreas como desarmamento.
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Peneira

Mercadante disse ter recebido 23 páginas com sugestões de atos que devem ser revogados. Todas precisam passar, ainda, pelo crivo do futuro governo. “Estão revogando tudo, mas estamos passando por uma peneira, cada medida e suas implicações. Os ministros vão avaliar com o presidente o que precisará ser revogado”, afirmou ele.

Nos últimos dias, o gabinete se dividiu entre tornar público ou não o que foi produzido desde novembro. A coordenação chegou a dizer que os relatórios parciais seriam reservados, mas o cenário mudou. Por orientação jurídica, os integrantes da equipe foram obrigados a assinar um termo de confidencialidade sobre as informações a que tiveram acesso.

A medida foi considerada exagerada por Lula, que não viu no material dados sensíveis ou sigilosos. Apoiado pela futura primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, o presidente eleito disse que era preciso divulgar a situação de “descalabro” encontrada para não ser cobrado por falhas da gestão Bolsonaro.

No CCBB, os grupos de trabalho e a coordenação ocuparam salas nos dois primeiros andares. Três auditórios também foram usados para exposições à imprensa. No corredor principal do prédio, espaços com portas coloridas serviam para abrigar os integrantes do gabinete. Em uma delas consta até hoje a inscrição “Equipe Stuckert”. Fotógrafo de Lula há 20 anos, Ricardo Stuckert é um dos mais próximos colaboradores do petista.

A ala presidencial, usada por Lula e Alckmin, fica no fim do corredor. Ali, as portas são protegidas por dois policiais federais e se abrem automaticamente com acionamento digital.

Estadão

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Brasil

Governo Lula terá 37 ministérios, diz Rui Costa

Vista da Esplanada dos Ministérios, em Brasília

O futuro ministro da Casa Civil, o petista e atual governador da Bahia Rui Costa, afirmou neste sábado (17) que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva terá 37 ministérios. Atualmente, após enxugamento de pastas feito no início da gestão de Jair Bolsonaro, e recriação de parte delas depois, são 23 ministérios ativos.

De acordo com Costa, a orientação é ampliar os ministérios sem criar cargos novos. “Um pedido do presidente [Lula] foi não haver ampliação de cargos, ou seja, o custo e o volume de gastos se manter independente da quantidade de ministérios”, disse.

“Como vamos transformar 23 em 37? Estamos usando a criatividade e inovando. As áreas meio serão unificadas, áreas comuns para vários ministérios. Hoje o Ministério da Economia desmembra em Industria e Planejamento, mas a área meio será a mesma. Racionaliza o gasto, com mesma equipe cuidando da área meio”, explicou.

Entre as áreas mencionadas por Costa, que devem voltar a ter ministro próprio, estão Esportes, Portos, Transportes, Pesca e Cidades, além do retorno da trinca Fazenda, Planejamento e Indústria, atualmente concentrada sob o Ministério da Economia. Povos Originários é outro tema que deverá também ganhar nova pasta, “como Lula se comprometeu”, disse.

“Essa é uma questão emblemática. O Brasil se desgastou muito com essa questão simbólica dos indígenas, e estão buscando fazer essa reparação e buscando reparar a imagem internacional”, acrescentou.

A lista completa de ministérios, afirmou Costa, deve ser divulgada nos próximos dias.

O governador baiano também comentou que a equipe de Lula irá visitar a Granja do Torto, onde o ex-presidente pretende voltar a morar, nos próximos dias, para avaliar as condições e viabilizar a mudança.

“Deve precisar de reparos que são habituais durante qualquer mudança, então estão fazendo uma avaliação”, disse.

CNN

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Brasil

TSE forma maioria para cassar mandato do deputado estadual eleito Márcio Roberto

TSE: Relator rejeita registro de Márcio Roberto, mas julgamento é suspenso  – Parlamento PB

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fez maioria pela cassação do mandato do deputado estadual eleito Márcio Roberto (Republicanos).

Quatro ministros já votaram pela cassação do ex-prefeito de São Bento, que teve sua candidatura indeferida pelo Ministério Público Eleitoral por desaprovação de contas pelo Tribunal de Contas da União.

Votaram pela cassação os ministros Benedito Gonçalves (relator)Carlos Horbach, Sergio Silveira Banhos e a ministra Cármen Lúcia.

Com a cassação de Márcio Roberto, Bosco Carneiro, o 1º suplente do Republicanos, pode assumir a vaga.

Com informações de Maurílio Junior

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Brasil

Sérgio Moro e Deltan Dallagnol repudiam soltura de Cabral: “A Lava Jato não morreu”

Veja as possíveis consequências do vazamento de mensagens entre Moro e  Deltan - 11/06/2019 - Política - Fotografia - Folha de S.Paulo

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou, nesta sexta-feira, 16, pela revogação do último mandado de prisão do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. O magistrado desempatou o julgamento que ocorria no plenário virtual da Segunda Turma da Corte e se juntou aos ministros André Mendonça e Ricardo Lewandowski.

“Os fatos imputados ao acusado não são novos, nem mesmo contemporâneos , sendo insuficientes para justificar a segregação cautelar”, escreveu o magistrado. “Ao que tudo indica, a manutenção da segregação cautelar do acusado tem servido como antecipação de pena, o que contraria frontalmente a orientação jurisprudencial sedimentada nesta Corte”, justificou o decano do STF.

Nas redes sociais, o senador eleito Sérgio Moro (União Brasil) e o deputado federal eleito Deltan Dallagnol (Podemos), expoentes da Operação Lava Jato, repudiaram a soltura do ex-governador. Em seu Twitter, Deltan escreveu: “Aconteceu. É o fim. O último preso da Lava Jato, e um dos que mais representou a absoluta falência moral e a decadência da corrupção no Brasil, foi solto pelo STF, com voto decisivo de Gilmar Mendes”.

Jovem Pan

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Política

”Não há nada definido”, diz Presidente do PSB, na Paraíba, sobre indicações do partido, no Governo Lula III

Alckmin anuncia Gervásio na equipe de transição do Governo Lula
O deputado estadual reeleito e presidente do PSB na Paraíba, Gervásio Maia, comentou durante entrevista a um programa de rádio em João Pessoa, na noite desta sexta-feira (16), sobre possíveis indicações do partido socialista em âmbito nacional e estadual no novo governo Lula (PT).

Segundo Maia, ainda não há definições e neste momento as discussões em Brasília giram em torno dos cargos de primeiro escalão, a exemplo de ministros que vão ocupar espaços na Esplanada. Segundo ele, não há indicativos de paraibanos para estes espaços.

O deputado fez ressalva, porém, para os cargos de segundo e terceiro escalão. “É bem possível que tenhamos algum nome do PSB paraibano ocupando espaços lá por Brasília, mas não existe nada definido, até porque ainda estamos definindo primeiro escalação e nesse não há definição de nomes da Paraíba”, disse.

”O presidente Lula deve reunir os presidentes de partidos aliados para definir isso, mas é um tema que ainda não chegou o momento”, concluiu Gervásio Maia.

Paraíba

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Política

Congresso aprova alterações no orçamento secreto para impedir derrota no STF

PEC da Transição" trava no Congresso e risco é de desidratar proposta -  Folha PE
O Congresso aprovou nesta sexta-feira, 16, projeto de resolução que altera o funcionamento do orçamento secreto, esquema de compra de apoio político revelado pelo Estadão. Na Câmara, a proposta recebeu 328 votos a favor e 66 contra. No Senado, o placar ficou em 44 a 20.

O texto define que a distribuição das indicações irá acontecer proporcionalmente de acordo com o tamanho das bancadas dos partidos. Além disso, metade das verbas deverão ser usadas para saúde, educação e assistência social e os nomes dos parlamentares que indicarem as emendas precisam ser tornados públicos.

No entanto, ainda há margem para o uso do orçamento federal como moeda de troca política. O texto não estabelece, por exemplo, regras claras sobre como os recursos serão divididos entre os parlamentares – caberá ao líder de cada legenda fazer a divisão.

Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ainda terão, cada um, controle de 7,5% dos recursos, o que representa R$ 1,45 bilhões para cada um de acordo com os valores que serão praticados no ano que vem. O Orçamento da União tem R$ 19,4 bilhões para as emendas de relator em 2023.

O projeto foi articulado por Lira e Pacheco para impedir que o Supremo Tribunal Federal (STF) declarasse inconstitucional a prática do orçamento secreto. Como revelou o Estadão em uma série de reportagens, o orçamento secreto virou moeda de troca para o presidente Jair Bolsonaro conseguir maioria no Congresso.

O esquema do orçamento secreto de distribuição de verbas sem transparência para garantir apoio político ao governo de Jair Bolsonaro (PL) e garantir a eleição de Lira e Pacheco para os comandos da Casas Legislativas foram revelado em maio pelo Estadão.

A prática se tornou possível após a criação das emendas secretas pelo Congresso Nacional, no final de 2019. No papel, o controle das indicações das emendas ficam sob o controle do relator do orçamento, cargo que é exercido em um sistema de revezamento entre deputados e senadores e é trocado todo ano. Na prática, porém, a indicações feitas pelo relator são administradas pela cúpula do Congresso, ou seja, Lira, Pacheco e seus aliados mais próximos.

Ainda conforme a resolução aprovada, as indicações devem ser “oriundas exclusivamente de indicações cadastradas por parlamentares” e podem ser “fundamentadas em demandas apresentadas por agentes públicos ou por representantes da sociedade civil”.

Pela forma como é hoje, o orçamento secreto permite que as emendas sejam atribuídas a “usuários externos” – prefeituras, governos estaduais, igrejas e instituições privadas, por exemplo. Nestes casos, o cidadão continua sem saber qual parlamentar “patrocinou” o pedido de recursos, ou seja, levou a demanda a ser acatada pelo relator.

Estadão

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Brasil

‘Vampiro cuidando do banco de sangue’, diz Bibo Nunes sobre Mercadante no BNDES

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas), afirmou que vai votar a ‘PEC fura-teto’ na próxima terça-feira. O texto segue emperrado na casa por dificuldades na negociação entre a equipe de transição e integrantes do chamado Centrão. Já no Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) adiou a votação da mudança da Lei das Estatais após a repercussão negativa da indicação de Aloizio Mercadante ao BNDES. Para comentar a semana agitada do Congresso Nacional, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o deputado federal Bibo Nunes (PL), que criticou a flexibilização da quarentena, de 36 meses para 30 dias, para que políticos possam assumir cargos em estatais.

“O governo novo já chega só com absurdos, estourando teto e fazendo com que se constate que esse governo quer dar cabides de emprego. O empreguismo desenfreado vai voltar, para quê isto? Para beneficiar Mercadante sendo presidente do BNDES. O BNDES foi um caos no governo de esquerda. Colocar Mercadante como presidente do BNDES é como colocar o vampiro cuidando do banco de sangue. Não tem fundamento. E outra, três anos [de quarentena] é o correto (…) Temos que colocar nas estatais e ministérios, como colocou o governo Bolsonaro, pessoas técnicas com capacidade. E não dar cargos para seus apaniguados”, defendeu.

A respeito da PEC da Transição, que pretende furar o teto de gastos em R$ 145 bilhões por dois anos para cumprir as promessas de campanha de Lula (PT), o parlamentar deu detalhes sobre as articulações na Câmara para barrar a proposta ou modificar o texto: “Nós do PL, principalmente no mérito, votaremos não com certeza. Depois, nós temos um destaque supressivo. Onde fala em R$ 145 bilhões nós queremos suprimir, ficando em R$ 45 bilhões. No meu caso, eu voto contra os R$ 45 bilhões também. Porque eu não quero que passe um centavo do teto de gastos. Um governo que já chega querendo gastar e querendo colocar aí 13 ministérios a mais e um salário mínimo além do previsto”.

“Acho muito difícil que eles consigam os 308 votos. Se não fosse o fato de permitir a votação à distância, com certeza absoluta não seria aprovada essa PEC, para o bem do Brasil. Começar o governo com irresponsabilidade fiscal não dá. O que dizem os esquerdistas: ‘Mas, o Bolsonaro prometeu os R$ 600’. Sim, prometeu. Mas Bolsonaro iria enxugar e economizar. Paulo Guedes tinha a solução para pagar os R$ 600 sem furar o teto. Precisamos de responsabilidade fiscal, de minha parte não voto a favor de um centavo a mais sequer”, argumentou.

Bibo Nunes também ressaltou que as justificativas que o governo de Jair Bolsonaro (PL) teve para furar o teto de gastos durante o mandato já não existem mais no contexto atual: “É muito simples explicar por que foi furado o teto. Estávamos vivendo uma brutal pandemia mundial e uma guerra, afetando toda a economia. Pessoas desempregadas e empresas quebrando e fechando. Vivíamos uma pandemia, hoje não tem mais pandemia. O que querem é simplesmente aumentar o número de ministérios e continuar com os R$ 600 mais R$ 150 para crianças até 6 anos com um dinheiro que não pode ser colocado à disposição”. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.

Jovem Pan

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Brasil

‘Apoiei Lula, mas agora estou com medo’, diz Armínio Fraga


Foto: SÉRGIO CASTRO/ESTADÃO CONTEÚDO

O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga disse nesta quinta-feira (15) que está com medo do futuro governo do presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O economista declarou que não se arrepende de ter votado no petista no segundo turno das eleições deste ano, mas comentou que políticos que vão compor a gestão dele a partir de 2023 têm dado sinalizações de irresponsabilidade fiscal.

“Eu apoiei a candidatura do presidente [eleito] Lula. Foi um apoio, no meu caso, sem qualquer condicionalidade. Eu votei e não me arrependo, mas agora estou com medo. Vários sinais já foram dados. Não dá para dizer que seja uma conclusão definitiva do que vem por aí, mas os sinais incluem vários comentários negativos sobre responsabilidade fiscal, que apontam para políticas de um estilo mais intervencionista. O todo é bem preocupante”, disse Fraga em entrevista ao Brazil Journal.

Ele criticou a PEC (proposta de emenda à Constituição) do estouro, em análise no Congresso Nacional, que expande o teto de gastos em quase R$ 200 bilhões para que o futuro governo de Lula banque o Auxílio Brasil a R$ 600 e pague um acréscimo de R$ 150 por criança de até 6 anos às famílias beneficiárias. Segundo o ex-presidente do Banco Central, o Brasil está implantando um “megaproblema” do ponto de vista macroeconômico.

“Estamos seguindo um caminho macroeconômico extremamente perigoso. Essa PEC desse tamanho, do ponto de vista macroeconômico, é um absurdo. Entendo as demandas, são todas legítimas. Mas isso precisa ser resolvido de uma maneira tal que a economia se sinta em paz para investir no futuro, para crescer. Se não tiver isso, não vai dar certo”, afirmou.

R7

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Brasil

Futuro chanceler do governo Lula defendeu embaixador acusado de assédio

Anunciado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como futuro chanceler, Mauro Vieira fez uma defesa enfática do embaixador aposentado João Carlos de Souza-Gomes no depoimento prestado em 2018 no processo que levou ao afastamento e suspensão do diplomata por assédio sexual e moral.

A relação de proximidade entre Vieira e Souza-Gomes tem sido relembrada em tom crítico por diplomatas desde que o presidente eleito anunciou sua escolha para comandar o Itamaraty a partir de 2023.

Vieira lamentou à época o vazamento das informações à imprensa por prejudicarem o colega, um diplomata que, na avaliação do futuro chanceler, “sempre teve uma conduta profissional impecável em relação aos colegas”.

Além da defesa de Souza-Gomes, o futuro ministro das Relações Exteriores condenou o envio de queixas contra chefes de postos diplomáticos direto ao Itamaraty, em Brasília, sem antes uma tentativa de conciliação entre subordinados e superiores.

“O depoente [Vieira] crê que o adequado em uma relação de trabalho sempre é discutir quaisquer desavença e problemas existentes entre subordinados e superiores antes de encaminhar a questão a outras instâncias”, disse, respondendo a questionamento do acusado e seu advogado.

Vieira, por meio de sua assessoria, disse ao Painel que se referia apenas a discordâncias e que defende, sim, a denúncia de casos de assédio. Declarou ainda que o tema será prioridade em sua futura gestão.

O processo disciplinar contra Souza-Gomes foi aberto para apurar denúncias de agressão, assédio sexual e moral, racismo e homofobia supostamente cometidos quando o diplomata chefiava a delegação do Brasil junto à FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), em Roma.
Painel

Funcionárias da delegação relataram comentários de cunho sexual e situações constrangedoras criadas pelo diplomata durante a convivência em Roma. Uma delas afirmou que era obrigada a ajudá-lo a colocar suas camisas, inclusive inserindo ela dentro das calças do embaixador.

Colega de Souza-Gomes da turma de 1974 do Instituto Rio Branco, Vieira foi o primeiro de uma lista de 23 testemunhas arroladas pela defesa do diplomata.

Ele foi ouvido no processo apesar de não ter estado em Roma em nenhuma data em que Souza-Gomes chefiava a delegação do Brasil na FAO. O depoimento foi uma concessão da comissão que conduziu o processo, que havia estabelecido como critério apenas colher depoimentos de testemunhas que tivessem passado pelo posto no período.

“Quanto ao histórico de vida do acusado, a comissão recorda que já examinou seu maço pessoal que é o arquivo por excelência do histórico do funcionário. […] Nestas condições, a comissão considera o suficiente para dispensar quaisquer outros depoimentos que não tenham relação com os fatos acontecidos em Roma”, escreveu a comissão, ao aprovar a oitiva de Vieira.

Na quarta-feira (14), o futuro ministro havia afirmado à Folha que, em seu depoimento, “falou que não tinha conhecimento dos fatos que geraram a acusação, inclusive por residir em cidade diferente da do referido embaixador”.

Contudo, a transcrição do depoimento de Vieira tem seis páginas de elogios ao colega de turma, descrevendo episódios e relatos positivos que ouviu sobre ele durante sua carreira.

Entre as missões de Souza-Gomes elogiadas por Vieira está a do Uruguai, posto em que foi alvo em 2011 de inspeção do então corregedor Gélson Fonseca por denúncias de assédio. O futuro ministro disse que o diplomata promoveu na Embaixada de Montevidéu “clima positivo de convívio e deixou boas lembranças nos servidores e nos contratados locais”.

Vieira também foi questionado pela defesa do diplomata sobre como avaliava o comportamento de servidores que gravam despachos e telefonemas com seus chefes. A pergunta não faz referência, mas parte das provas do caso é composta por gravações feitas por funcionários de Roma.

“[Vieira] Julga tal fato grave e o considera como sendo um desrespeito e uma insubordinação funcional. Segundo a testemunha, atitude dessa natureza só pode ter sido motivada por um conluio ou por uma vingança”, diz a transcrição do depoimento.

Ao final do depoimento, o futuro ministro também afirma, sem ser perguntado, que Souza-Gomes tinha como “inimigo notório” o diplomata Antônio Ricarte, representante-adjunto do posto chefiado pelo investigado.

Ricarte foi quem recebeu as primeiras denúncias de funcionários da delegação sobre o que ocorria. Um dos objetivos da defesa ao longo do processo era desqualificar as informações do diplomata.

A comissão concluiu que Souza-Gomes praticou assédio moral, mas afirmou que o caso de agressão não ficou comprovado. Ele foi suspenso por 85 dias e foi alvo de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal, ainda não julgada. O diplomata se aposentou no ano seguinte.

Procurado diversas vezes ao longo dos anos para reportagens de diferentes veículos de imprensa, Souza-Gomes preferiu não se manifestar.

Vieira nomeou o colega de turma como assessor especial de Assuntos Parlamentares em 2015, quando assumiu o Ministério das Relações Exteriores na gestão Dilma Rousseff (PT), mesmo depois dos relatos de assédio no Uruguai. O futuro chanceler disse que não tinha conhecimento dos fatos à época da escolha.

A lembrança recente dos casos tem um componente adicional: uma das vítimas de comentários racistas de Souza-Gomes, de acordo com depoimento do processo, foi a embaixadora Maria Laura da Rocha, escolhida agora por Vieira como secretária-geral do Itamaraty, primeira mulher a ocupar o cargo.

A embaixadora antecedeu Souza-Gomes na delegação brasileira junto à FAO. De acordo com depoimento do processo, o embaixador “fez um comentário sobre a pele escura da embaixadora Maria Laura da Rocha”.

Havia expectativa entre diplomatas de que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva escolhesse uma mulher para chefiar o Itamaraty. Rocha era um dos nomes cotados.

Folha de S. Paulo

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