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Quem são os favoritos para suceder o Papa Francisco? Conheça os cardeais mais cotados

Foto: Thomas Coex/AFP

Com a morte do Papa Francisco, a Igreja Católica agora se vê diante do processo de escolha de seu novo líder, num ritual conhecido como conclave. O Colégio Cardinalício, composto por cardeais de todo o mundo, é o responsável por eleger esse sucessor, que assumirá o papel de orientar a Igreja em uma época de grandes desafios globais.

Saiba quem são os possíveis sucessores de Francisco, segundo especialistas em Vaticano:

Cardeal Pietro Parolin – Itália

Cardeal Pietro Parolin — Foto: Claude Truong-Ngoc / Wikimedia Commons
Cardeal Pietro Parolin — Foto: Claude Truong-Ngoc / Wikimedia Commons

Pietro Parolin, nascido em 1955 em Schiavon, Itália, é o atual secretário de Estado do Vaticano, ocupando o segundo posto mais importante na hierarquia da Santa Sé desde 2013. Foi o primeiro cardeal nomeado pelo Papa Francisco, em 2013. Diplomata experiente, Parolin ingressou no serviço diplomático da Santa Sé em 1986, aos 31 anos, e serviu em países como Nigéria, Venezuela e México, além de atuar em negociações sensíveis envolvendo China, Vietnã e Oriente Médio.

Ordenado sacerdote em 1980, Parolin é formado em Direito Canônico na Pontifícia Universidade Gregoriana e é reconhecido como um articulador discreto e eficaz, qualidades que o tornaram uma figura influente no Vaticano. Parolin fala italiano nativo, inglês, francês e espanhol.

Parolin se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em abril de 2024, durante sua visita ao Brasil.

Cardeal Matteo Zuppi – Itália

Cardeal Matteo Zuppi — Foto: Francesco Pierantoni / Wikimedia Commons
Cardeal Matteo Zuppi — Foto: Francesco Pierantoni / Wikimedia Commons

Matteo Maria Zuppi, nascido em 1955 em Roma, é arcebispo de Bolonha desde 2015 e também foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco em 2019. Conhecido por sua postura progressista e sua proximidade com o Pontífice, Zuppi é presidente da Conferência Episcopal Italiana e membro da Comunidade de Sant’Egidio, um movimento católico dedicado à paz e ao diálogo inter-religioso. Também é o enviado especial do Papa para o conflito na Ucrânia, tendo visitado Kiev, Moscou, Washington e Pequim nessa função.

O cardeal é reconhecido por seu foco em questões sociais, como a inclusão dos marginalizados e o cuidado com os pobres. Defensor de uma Igreja acolhedora e ativa, ele também está à frente de esforços de reconciliação, como o diálogo com a comunidade LGBTQIA+.

Cardeal Pierbattista Pizzaballa – Itália

Cardeal Pierbattista Pizzaballa — Foto: Giovanni Zennaro / Wikimedia Commons
Cardeal Pierbattista Pizzaballa — Foto: Giovanni Zennaro / Wikimedia Commons

Nascido em 1965, em Cologno al Serio, Itália, Pizzaballa é o Patriarca Latino de Jerusalém e foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco em 2023. Como líder da Igreja Católica no Oriente Médio, o italiano é frequentemente elogiado pelo trabalho em prol do diálogo inter-religioso entre cristãos, judeus e muçulmanos. Embora mantenha laços estreitos com líderes judeus, também tem sido um defensor vocal dos palestinos durante o conflito em Gaza, tendo visitado o enclave no final do ano passado.

Franciscano por formação, ele tem ampla experiência pastoral e administrativa, tendo servido como Custódio da Terra Santa entre 2004 e 2016.

Cardeal Jean-Marc Aveline – França

Cardeal Jean-Marc Aveline — Foto: Claude Truong-Ngoc / Wikimedia Commons
Cardeal Jean-Marc Aveline — Foto: Claude Truong-Ngoc / Wikimedia Commons

Nascido em 1958, em Sidi Bel Abbès, na Argélia, Aveline é o arcebispo de Marselha, França, e citado por alguns especialistas (sobretudo franceses) como o “favorito” de Francisco a sucedê-lo, sendo considerado o mais “bergogliano” dos bispos do país. Foi nomeado pelo Pontífice em 2022, e é conhecido por sua dedicação dedica a questões de imigração e diálogo inter-religioso.

Cardeal Péter Erdo – Hungria

O cardeal húngaro Peter Erdo — Foto: Reprodução
O cardeal húngaro Peter Erdo — Foto: Reprodução

Conhecido por sua postura conservadora e formação acadêmica sólida, o cardeal húngaro Peter Erdo, 72 anos, arcebispo de Esztergom-Budapeste, foi durante muito tempo o cardeal mais jovem da Europa. Recebeu o título de cardeal em 2003, pouco depois de completar 50 anos, e, desde 2006, preside a Conferência Episcopal Europeia.

É muito ativo na chamada nova evangelização, que luta contra a secularização em defesa do diálogo interreligioso. Dada a localização na Hungria, onde o Oriente se encontra com o Ocidente, não é surpresa que Erdo seja o líder das relações católicas com as igrejas ortodoxas — ele também mantém contato com líderes da comunidade judaica.

Cardeal José Tolentino de Mendonça – Portugal

Cardeal José Tolentino de Mendonça — Foto: Wikimedia Commons
Cardeal José Tolentino de Mendonça — Foto: Wikimedia Commons

José Tolentino de Mendonça, nascido em 1965 na Ilha da Madeira, Portugal, é cardeal e atual prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, cargo que ocupa desde 2022. Poeta, teólogo e intelectual renomado, ele também foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco, em 2019. É da ala “progressista” da Igreja, com grande afinidade com o Pontífice.

Antes de assumir seu papel no Vaticano, Tolentino foi arquivista e bibliotecário da Santa Sé, além de reitor da Pontifícia Universidade Católica Portuguesa. Ele fala português e italiano fluentemente e inglês razoável, além das línguas clássicas hebraico e grego antigos.

Cardeal Mario Grech – Malta

Cardeal Mario Grech — Foto: Diocese de Gozo / Wikimedia Commons
Cardeal Mario Grech — Foto: Diocese de Gozo / Wikimedia Commons

Nascido em 1957 em Rabat, Malta, Grech é o atual secretário-geral do Sínodo dos Bispos, cargo que ocupa desde 2020. Ordenado sacerdote em 1984 e nomeado bispo de Gozo em 2005, também por Francisco, Grech é conhecido por sua abordagem pastoral e pelo foco em questões relacionadas ao diálogo inter-religioso e justiça social.

Com uma formação teológica sólida, tendo um doutorado em direito canônico pela Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino, Grech tem sido uma figura importante no desenvolvimento do Sínodo, órgão consultivo do Papa para discutir questões cruciais para a Igreja.

Cardeal Luis Antonio Tagle – Filipinas

Cardeal Luis Tagle — Foto: Perrant / Wikimedia Commons
Cardeal Luis Tagle — Foto: Perrant / Wikimedia Commons

Luis Antonio Tagle, nascido em 1957 em Manila, nas Filipinas, é o atual cardeal-arcebispo de Manila. Foi nomeado cardeal pelo Papa Bento XVI em 2012. Tagle é conhecido por seu compromisso com a justiça social, o combate à pobreza e a defesa dos direitos humanos, além de ser defensor do diálogo inter-religioso.

O cardeal de 67 anos foi presidente da Caritas Internacional, organização humanitária da Igreja, e tem se destacado por sua habilidade em articular questões teológicas e sociais de forma acessível. O filipino é frequentemente apontado como um dos principais possíveis sucessores de Francisco, tendo sido um de seus “favoritos”, apesar de não ter sido nomeado pelo Pontífice.

Cardeal Robert Francis Prevost – EUA

Dom Robert Prevost — Foto: Reprodução
Dom Robert Prevost — Foto: Reprodução

O cardeal Robert Francis Prevost nasceu em Chicago, nos Estados Unidos, em 1955, e é bispo emérito de Chiclayo, no Peru. Em 2023, foi nomeado prefeito do Dicastério para os Bispos, substituindo o cardeal Marc Ouellet. Sua função principal é auxiliar nas nomeações e transferências de bispos. Naquele mesmo ano, foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco. É frei, religioso da Ordem de Santo Agostinho.

Cardeal Wilton Gregory – EUA

Cardeal Wilton Daniel Gregory — Foto: Romanuspontifex / Wikimedia Commons
Cardeal Wilton Daniel Gregory — Foto: Romanuspontifex / Wikimedia Commons

Wilton Gregory, nascido em 1947 em Chicago, Estados Unidos, é o atual arcebispo de Washington D.C.. Em 2020, ele se tornou o primeiro cardeal afro-americano da Igreja, tendo sido nomeado por Francisco.

Gregory é conhecido por seu compromisso com questões de justiça social, igualdade racial e por seus esforços para combater o abuso sexual clerical. O cardeal ainda tem defendido fortemente ações contra as mudanças climáticas.

Cardeal Blase Cupich – EUA

Cardeal Blase Cupich — Foto: Wikimedia Commons
Cardeal Blase Cupich — Foto: Wikimedia Commons

Blase Cupich, nascido em 1949 em Omaha, Estados Unidos, é o arcebispo de Chicago desde 2014 e cardeal desde 2016, também nomeado pelo Papa Francisco. Conhecido por sua abordagem pastoral inclusiva e seu foco em questões sociais, Cupich é visto como um líder progressista e um defensor de uma Igreja mais acolhedora e voltada para as necessidades dos marginalizados.

Cardeal Fridolin Ambongo Besungu – República Democrática do Congo

Cardeal Fridolin Ambongo Besungu — Foto: François-Régis Salefran / Wikimedia Commons
Cardeal Fridolin Ambongo Besungu — Foto: François-Régis Salefran / Wikimedia Commons

Fridolin Ambongo Besungu, nascido em 24 de janeiro de 1960 em Boto, República Democrática do Congo, é arcebispo de Kinshasa desde 2018. Em 2019, o Papa Francisco o elevou ao cardinalato.

Além de suas responsabilidades arquidiocesanas, o cardeal tem se destacado como defensor da paz e da justiça social na RDC.

Cardeal Leonardo Ulrich Steiner – Brasil

Cardeal Leonardo Steiner — Foto: Jorge William/Agência O Globo
Cardeal Leonardo Steiner — Foto: Jorge William/Agência O Globo

Anunciado pelo Papa como cardeal da Igreja Católica em maio de 2022, Steiner tornou-se o primeiro cardeal da Amazônia brasileira. Nascido em Forquilhinha (SC), ele fez sua profissão religiosa na Ordem dos Frades Menores em 1976, ainda aos 25 anos, e foi ordenado sacerdote dois anos depois. Nomeado bispo em 2005 pelo Papa João Paulo II (1920-2005), ele tomou posse como arcebispo de Manaus em janeiro de 2020, após assumir o cargo ocupado por Dom Sergio Castriani desde 2012.

Bacharel em Filosofia e Pedagogia pela Faculdade Salesiana de Lorena, o cardeal também obteve a licenciatura e o doutorado em Filosofia na Pontifícia Universidade Antonianum de Roma. Ainda em 2020, ele disse ter considerado sua nomeação para cardeal como “uma expressão de carinho, acolhida, proximidade e cuidado do Papa Francisco para com toda a Amazônia”. Ele também declarou que a colaboração que pode oferecer ao Pontífice é fazer com que a Amazônia seja lembrada.

Cardeal Sérgio da Rocha – Brasil

Cardeal Sergio da Rocha — Foto: Reprodução
Cardeal Sergio da Rocha — Foto: Reprodução

Nascido em Dobrada, no interior de São Paulo, o cardeal é mestre em Teologia Moral pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, também em São Paulo, e doutor pela Academia Alfonsiana da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma. Ele foi professor de Teologia Moral na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1989-2001) e colaborou, em Porto Velho (RO), no Projeto Missionário Sul I / Norte I e na Escola de Teologia Pastoral de São Luiz de Montes Belos.

Antes de assumir a arquidiocese de Salvador, Rocha foi arcebispo em Teresina e em Brasília. Em 2021, Dom Sergio da Rocha foi nomeado membro da Congregação para os Bispos pelo Papa Francisco. A Congregação para os Bispos é um dos principais organismos da Cúria Romana, que cuida da criação das dioceses, da nomeação de bispos, das visitas “ad Limina” e dos encontros de bispos novos. Em 2023, foi nomeado como integrante do Conselho de Cardeais.

O Globo

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Dom Delson lamenta morte do Papa Francisco: “Estava ao lado dos que precisam”

O arcebispo Metropolitano da Paraíba, Dom Frei Manoel Delson Pedreira da Cruz, lamentou a morte do Papa Francisco, ocorrida na manhã desta segunda-feira (21), aos 88 anos. Dom Delson destacou o legado de humildade, serviço e evangelização deixado pelo pontífice argentino, e convocou os fiéis para uma missa em homenagem ao Santo Padre, que será realizada hoje, às 19h, na Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves, no Centro de João Pessoa.

“Agora é o momento de rezar a Deus e agradecer ao dom do Papa Francisco e nos preparar para os próximos tempos com a escolha do próximo papa. É rezar para que tenhamos um papa com esse espírito do Papa Francisco. Nos últimos dias estava de cadeira de rodas, Francisco não tinha outras pretensões a não ser servir, amar e estar ao lado dos que precisam. Ele fez tudo isso num espírito de evangelização pela Igreja”, afirmou Dom Delson.

Nomeado pelo próprio Papa Francisco em 8 de março de 2017, Dom Delson frisou a importância do momento de oração e unidade para toda a Igreja, enquanto o Vaticano se prepara para o conclave que elegerá o novo sucessor de Pedro.

A missa desta noite será aberta ao público e deverá reunir fiéis, clero e autoridades religiosas em um ato de gratidão e memória pelo pontificado de Francisco, o primeiro papa latino-americano e o primeiro jesuíta a assumir a liderança da Igreja Católica.

MaisPB

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Quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco

Foto: Andrew Medichini/AP

A morte do papa Francisco coloca a Igreja Católica em um período conhecido como “Sé vacante”. Durante esta fase, o Vaticano dá início aos preparativos para o funeral do pontífice e para a escolha de um novo líder.

Francisco tinha 88 anos e ficou 12 anos à frente da Igreja Católica.

Com a morte do papa, agora a Igreja passa a ter uma espécie de governo temporário. Parte dos religiosos que compõem a cúpula do governo do Vaticano perde suas as funções, e decisões urgentes ficam a cargo de um Colégio dos Cardeais.

Durante a Sé vacante, que é o período em que os católicos ficam sem um papa, o camerlengo conduz os trabalhos da Igreja e prepara a transição de governo. Ele também ajuda a organizar o Conclave, que elegerá um novo líder. Atualmente, o cargo é ocupado pelo cardeal irlandês Kevin Joseph Farrell.

Antes disso, no entanto, a Igreja seguirá uma série de ritos, com destaque para as cerimônias fúnebres de Francisco.

1. Como é feito o funeral?

Após a morte do papa, o funeral é feito seguindo a “Ordem das Exéquias do Sumo Pontífice”, que é um livro litúrgico que determina como serão as cerimônias fúnebres do pontífice. As normas foram aprovadas por Francisco em abril de 2024 e publicadas em novembro do mesmo ano.

O primeiro rito é a confirmação da morte, realizada pelo camerlengo — o cardeal responsável por administrar a Igreja durante o período de Sé Vacante. Ele chamará o papa pelo nome três vezes. Se não houver resposta, o óbito será oficialmente declarado.

Antigamente, esse rito era feito com o uso de um martelo de prata, com o qual o camerlengo batia suavemente na testa do pontífice. A prática, porém, caiu em desuso.

Depois da confirmação do óbito, o camerlengo retira o “Anel do Pescador” da mão do papa, que é destruído com um martelo. O procedimento simboliza o fim do papado. O quarto do papa também é fechado e selado.

O corpo do pontífice é colocado em um caixão de madeira e levado para a Basílica de São Pedro, onde será velado. Antes, havia uma passagem pelo Palácio Apostólico, mas essa etapa foi eliminada pelas novas regras.

Na Basílica, o corpo do papa será exposto diretamente no caixão, e não mais de um alto esquife — que é uma espécie de estrado elevado.

Francisco também determinou que o próprio caixão fosse mais simples. Antigamente, o papa era colocado em três caixões, feitos de cipreste, chumbo e carvalho. Agora, a urna terá apenas uma estrutura de madeira revestida por zinco.

Pelas regras da Igreja, o enterro do papa deve ocorrer entre quatro e seis dias após a morte. Ao contrário de outros pontífices, Francisco pediu para ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, em vez da Basílica de São Pedro.

Missas serão celebradas por nove dias consecutivos, seguindo a tradição dos “novendiales”, que é um período de luto e oração pela alma do papa.

2. Quando começa a escolha para o novo papa?

A escolha do novo líder da Igreja Católica começa entre 15 e 20 dias após a morte do papa. Durante esse período, o Vaticano convoca o chamado Colégio dos Cardeais, com religiosos do mundo inteiro. Atualmente, 252 cardeais integram esse grupo, incluindo oito brasileiros.

E, desse grupo, 138 cardeais com menos de 80 anos estão aptos a participar da eleição do novo papa, sendo sete brasileiros.

Antes do início da votação para eleger um novo papa, chamada de Conclave, o Colégio dos Cardeais participa de reuniões chamadas “Congregações Gerais”. Nesses encontros, os religiosos votam para decidir questões governamentais da Igreja.

As congregações ocorrem diariamente e começam antes mesmo do fim dos “novendiales”, período de nove dias de missas em memória do papa falecido.

Uma das primeiras decisões tomadas nesses encontros é o estabelecimento do dia, da hora e do modo como o corpo do papa será levado para a Basílica de São Pedro para ser exposto aos fiéis.

Os cardeais também organizam os detalhes do Conclave e auxiliam na preparação dos ambientes de votação e dos aposentos para acomodar os religiosos, além de definir a data para o início da eleição.

3. Quem governa a Igreja neste período?

Após a morte do papa, o governo fica confiado ao camerlengo, que é responsável pela administração dos bens e do Tesouro do Vaticano. Atualmente, o cargo é ocupado pelo cardeal irlandês Kevin Joseph Farrell.

Entre as funções do camerlengo está a organização da transição durante a Sé Vacante, o período em que a Igreja Católica fica sem um pontífice. Ele também é responsável por atestar a morte do papa e assumirá temporariamente o Palácio Apostólico, residência oficial do papa.

Enquanto o camerlengo mantém a autoridade administrativa, cabe ao Colégio dos Cardeais discutir assuntos comuns ou inadiáveis da Igreja.

O Colégio dos Cardeais fica impedido de fazer mudanças profundas na estrutura da Igreja Católica, como a alteração ou correção de leis determinadas pelos papas.

Além disso, quando o papa morre, quase todos os religiosos que ocupam cargos na cúpula do Vaticano deixam suas funções, como o Cardeal Secretário de Estado e os responsáveis pelos departamentos do governo, chamados de Dicastérios da Cúria Romana.

4. Como funciona o Conclave?

A palavra “conclave” vem do latim cum clavis e significa “fechado à chave”. É por meio dele que a Igreja Católica elege o novo papa.

Durante os dias de eleição, cardeais do mundo todo ficam fechados dentro do Vaticano, em uma área conhecida como “zona de Conclave”. Eles também fazem um juramento de segredo absoluto sobre o processo.

Atualmente, 138 cardeais com menos de 80 anos estão aptos a participar da eleição, sendo sete brasileiros. Veja a seguir:

  • Sérgio da Rocha, Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador, 65 anos.
  • Jaime Spengler, presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, 64 anos.
  • Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, 75 anos.
  • Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos.
  • Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, 57 anos.
  • João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília, 77 anos.
  • Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, 74 anos.

Todos os cardeais que participam da eleição ficam impedidos de utilizar qualquer meio de comunicação com o exterior. Ou seja, eles não podem usar telefones, ler jornais ou conversar com pessoas de fora do Vaticano. Essas medidas foram adotadas para evitar que a votação seja influenciada.

As votações acontecem dentro da famosa Capela Sistina. Para ser eleito, um cardeal precisa receber dois terços dos votos que — são secretos e queimados após a contagem.

Ao todo, até quatro votações podem ser realizadas diariamente, sendo duas pela manhã e duas à tarde. Se, depois do terceiro dia de conclave, a Igreja continuar sem papa, uma pausa de 24 horas é feita para orações. Outra pausa pode ser convocada após mais sete votações sem um eleito.

Caso haja 34 votações sem consenso, os dois mais votados da última rodada disputarão uma espécie de “segundo turno”. Ainda assim, será necessário atingir dois terços dos votos para que um deles seja eleito.

Quando um cardeal é eleito, a Igreja questiona se ele aceita o cargo de papa. Se ele concordar, o religioso também precisa escolher um nome. Em seguida, ele é levado para um ambiente conhecido como “Sala das Lágrimas”, onde veste as vestes papais.

Por fim, o novo papa é anunciado à multidão que aguarda na Praça de São Pedro. O pontífice é apresentado diretamente da sacada da Basílica, onde é proclamada a famosa frase “Habemus Papam” (“Temos um Papa”).

5. Quais os significados das fumaças?

Uma maneira tradicional de anunciar a escolha de um novo papa é por meio da fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina. Se for branca, significa que a Igreja tem um novo pontífice. Por outro lado, se for escura, uma nova votação será realizada.

A fumaça é resultado da queima dos votos dos cardeais reunidos no Conclave. Para garantir a cor correta, substâncias químicas são adicionadas à combustão.

Em 2013, o Vaticano esclareceu que a fumaça escura era produzida por uma mistura de clorato de potássio, antraceno e enxofre, enquanto a branca é resultado da queima de clorato de potássio, lactose e colofônio.

A chaminé responsável pela liberação da fumaça funciona por meio de um sistema eletrônico, e os compostos químicos ficam armazenados em cartuchos específicos.

Além da fumaça branca, a eleição do novo papa é confirmada pelo toque dos sinos da Basílica de São Pedro.

G1

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Francisco foi o primeiro papa latino-americano; relembre sua história

Foto: REUTERS/Ciro De Luca

Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires no dia 17 de dezembro de 1936, em uma família de origem italiana. Era o mais velho de cinco filhos e foi criado no bairro portenho de Flores.

Até se tornar pontífice, ele percorreu um longo caminho na Igreja Católica, foi arcebispo na capital argentina e marcou a história do país.

Como seus avôs sempre conversavam no idioma nativo, ele afirma que o piemontês, dialeto italiano, foi sua língua materna. Esse era apenas um dos seus vínculos com a Europa: as notícias da Segunda Guerra Mundial no rádio e a reação dos pais ao escutarem sobre as atrocidades de Adolf Hitler o marcaram quando pequeno.

Mas a infância de Bergoglio, no bairro portenho de Flores, foi profundamente argentina. Todos os domingos, ele ia com toda a família assistir aos jogos do San Lorenzo de Almagro, clube no qual o pai jogava basquete e do qual ele se tornou torcedor apaixonado.

O clube foi fundado por Lorenzo Massa, um padre. Ele também frequentava a missa com a avó Rosa na Basílica de San José de Flores e estudou em algumas escolas católicas. No internato salesiano, aos 12 anos, sentiu pela primeira vez a vocação sacerdotal.

Na autobiografia “Vida – Minha História Através da História”, lançada em abril de 2024, Francisco conta que chegou a conversar com um padre do internato sobre isso e fez algumas perguntas, mas que o desejo permaneceu adormecido, até se manifestar definitivamente nos anos 1950.

Ele conta, inclusive, que chegou a ter uma namorada. Bergoglio a descreve como “uma menina muito doce, que trabalhava no mundo do cinema e que depois casou-se e teve filhos”.

Depois dela, já no seminário, ele teve “uma pequena paixão”. “É normal, ou não seríamos seres humanos”, explicou no livro, relatando que a conheceu no casamento de um tio e ficou encantado.

“Ela virou minha cabeça com sua beleza e inteligência. Por uma semana, fiquei com sua imagem na mente, e foi difícil conseguir rezar! Depois, felizmente, passou e me dediquei de corpo e alma à minha vocação”, relata, qualificando o episódio como uma “provação”.

Na adolescência, Bergoglio se formou em técnico em química pela Escola Técnica Industrial e chegou a fazer estágio em um laboratório de análises químicas.

Mas em 21 de setembro de 1953, quando estava a caminho de um encontro com amigos para um piquenique, sentiu necessidade de entrar na Basílica de Flores, que costumava frequentar.

Durante a confissão, ele conta que “algo estranho aconteceu”, mudando sua vida para sempre: “Eu estava maravilhado por ter encontrado Deus subitamente. Ele estava lá me esperando, antecipou-se a mim”, descreveu em sua autobiografia.

“Mais do que um piquenique com os amigos! Eu estava vivendo o momento mais bonito da minha vida, estava me entregando totalmente nas mãos de Deus!”, detalhou no livro.

Francisco não falou com ninguém da família do chamado ao sacerdócio até pegar seu diploma. Também não contou para os amigos, com os que jogava bilhar, falava de política e dançava tango. Mas em 1955, quando já tinha que escolher faculdade, decidiu conversar com o pai.

Segundo Francisco, ele ficou contente. O temor era contar para a mãe. “Sabia que ela não aceitaria minha escolha, e por isso, inventei que estudaria Medicina”, explicou. Mas um dia, limpando a casa, ela viu seus livros de teologia, e não aceitou bem a revelação.

Apesar do pedido materno para que ele fizesse uma faculdade e depois decidisse, Bergoglio entrou no seminário arquidiocesano aos 19 anos.

Papel na ditadura

Uma das grandes polêmicas que o envolvem se refere justamente ao seu papel na ajuda a perseguidos políticos da ditadura. Ele chegou a ser acusado, na Argentina, de omissão e até colaboração na prisão dos padres jesuítas Orlando Yorio e Francisco Jalic, em 1976.

Em sua autobiografia, o papa diz que a acusação é caluniosa e conta que falou com o ditador Jorge Rafael Videla e Emilio Massera, outro líder da junta militar que governava o país, para interceder pelos jesuítas. Eles acabaram soltos após cinco meses de prisão e torturas.

Ele também relata ter feito contatos para a libertação de outro catequista, e que chegou a ajudar um perseguido parecido com ele a se disfarçar de padre e fugir da Argentina com sua carteira de identidade.

“Arrisquei muito daquela vez porque, se o tivessem descoberto, sem dúvida o teriam assassinado e vindo atrás de mim”, contou.

Ascensão na Igreja

Em 20 de maio de 1992, o papa João Paulo II o nomeou bispo auxiliar de Buenos Aires. Nesse período, intensificou o trabalho pastoral dedicado aos mais pobres.

Foi nomeado cardeal por João Paulo II, em 2001. Ao receber a notícia, convenceu centenas de argentinos a não viajarem para Roma. Em vez de ir ao Vaticano celebrar a nomeação, pediu que dessem o dinheiro da viagem aos pobres.

Também presidente da Conferência Episcopal Argentina entre 2005 e 2011, ele liderou a Igreja Católica do país e virou o principal rosto da oposição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Bergoglio discursou em manifestações contra o projeto de lei que autorizava o matrimônio igualitário e chegou a enviar uma carta a freiras carmelitas afirmando que a oposição à iniciativa era uma “guerra de Deus”.

Foi escolhido papa em 2013, depois da renúncia do papa emérito Bento XVI, que deixou as funções devido à idade avançada. Sua eleição como líder da Igreja Católica ocorreu em 13 de março de 2013, no segundo dia do conclave.

Naquela votação, quando seu nome atingiu dois terços das preferências e ele foi aplaudido, o cardeal brasileiro Dom Cláudio Hummes, Arcebispo Emérito de São Paulo, se aproximou, deu-lhe um beijo e disse: “Nunca se esqueça dos pobres”.

“Foi ali que escolhi o nome que teria como papa: Francisco”, contou ele em seu livro. A decisão, tomada após as palavras do brasileiro, foi uma homenagem a São Francisco de Assis, conhecido por ter exercido sua vida religiosa na simplicidade e se dedicando aos pobres.

Além de ser escolhido como o primeiro papa sul-americano, Francisco foi o primeiro pontífice não europeu em mais de 1.200 anos, desde o sírio papa Gregório III, que liderou a Igreja Católica entre 731-741.

Hábitos discretos e posicionamentos fortes

O papa Francisco sempre evitava aparições na mídia, utilizava o transporte público e não frequentava restaurantes. Porém, tinha opiniões e algumas atitudes consideradas “extravagantes” para a Igreja Católica.

Como em 2015, quando junto com o grupo de rock progressivo Le Orme, lançou um disco chamado “Wake Up!”.

Em 2019, durante uma visita aos Emirados Árabes Unidos, o papa se encontrou com Ahmed Al-Tayeb, Grande Imã de Al-Azhar, em Abu Dhabi. Eles assinaram o Documento sobre a Fraternidade Humana.

Francisco convidou os seus clérigos e os leigos para que se opusessem ao aborto e à eutanásia.

Trabalhou para restaurar a credibilidade do Vaticano, abalada por escândalos financeiros e denúncias de abusos sexuais.

Em abril de 2014, pediu perdão pelos casos de pedofilia cometidos por sacerdotes da Igreja Católica.

Foi forçado a reduzir o ritmo das viagens internacionais por causa de fortes dores no joelho direito. Para se poupar, passou a cumprir muitos dos compromissos em uma cadeira de rodas.

Papa diplomata

Francisco também tinha um lado diplomata, e usou a influência do Vaticano para tentar ajudar na solução de conflitos.

Mediou, por exemplo, conversas pela reaproximação entre Estados Unidos e Cuba. Também fez dezenas de apelos pelos direitos dos refugiados e criticou os países que fecharam as portas para os imigrantes.

Sempre foi um duro crítico da guerra da Ucrânia e chorou em público ao lembrar dos ucranianos que sofriam com a invasão da Rússia.

E continuou, apesar do agravamento dos problemas de saúde, manifestando preocupação com o bombardeio de civis em Gaza. Mesmo hospitalizado, o Papa continuou fazendo ligações diárias para uma paróquia na região, para acompanhar a situação.

Com o jeito informal nas palavras e nos gestos, cativou milhões de fiéis.

CNN

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Papa Francisco morre aos 88 anos

O Papa Francisco morreu, nesta segunda-feira (21), aos 88 anos em Roma. O anúncio foi feito pelo Vaticano, nas redes sociais.

O líder da Igreja Católica chegou a ficar internado por diversos dias recentemente para tratar de doenças respiratórias.

Ontem, domingo de Páscoa, Francisco fez sua última aparição pública.

Veja o comunicado divulgado pelo Vaticano: 

Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja.

Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados.

Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino.”

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Ucrânia propõe à Rússia cessar-fogo parcial de 30 dias para alvos civis

Foto: Mert Gokhankoc / Getty Images

A Ucrânia propôs que a Rússia suspenda os ataques com drones e mísseis à infraestrutura civil por pelo menos 30 dias.

A oferta foi anunciada pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, neste domingo (20), pelas redes sociais.

“Se a Rússia não concordar com esta medida, será uma prova de que pretende continuar fazendo apenas coisas que destroem vidas humanas e prolongam a guerra”, disse Zelensky no X.

Rússia e Ucrânia se culparam mutuamente, neste domingo, por violarem o cessar-fogo de um dia na Páscoa declarado pelo presidente Vladimir Putin.

Putin, que enviou milhares de tropas russas para a Ucrânia em fevereiro de 2022, ordenou que suas forças interrompessem toda atividade militar ao longo da linha de frente na guerra de três anos até meia-noite de domingo, horário de Moscou (18h, horário de Brasília).

A agência de notícias russa TASS citou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmando que não havia nenhuma ordem de Putin para estender o cessar-fogo. “Não houve outras ordens”, disse Peskov, citado pela agência, quando questionado se o cessar-fogo poderia ser prolongado.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, disse que as ações de Moscou nos próximos dias “revelarão a verdadeira atitude da Rússia em relação aos esforços de paz dos EUA” e ao cessar-fogo proposto de 30 dias.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy disse que a Rússia estava fingindo cumprir o cessar-fogo de Páscoa, mas realizou centenas de ataques de artilharia na noite de sábado, e mais no domingo.

A Rússia lançou 67 ataques da meia-noite até as 20h, horário local (14h, horário de Brasília), escreveu Zelensky no X.

“Ou Putin não tem controle total sobre seu Exército, ou a situação prova que a Rússia não tem intenção alguma de fazer um movimento genuíno para acabar com a guerra e está interessada apenas em cobertura de relações públicas favorável”, postou Zelensky.

“No entanto, não houve alertas de ataque aéreo hoje. Portanto, este é um formato de cessar-fogo que foi alcançado e que é o mais fácil de estender”, disse ele, propondo que a Rússia abandone os ataques com drones e mísseis contra alvos civis por pelo menos 30 dias.

Se a Rússia não concordar, será uma prova de que pretende continuar fazendo apenas coisas que destroem vidas humanas e prolongam a guerra, acrescentou.

O Ministério da Defesa da Rússia disse que a Ucrânia quebrou o cessar-fogo mais de 1.000 vezes, danificando a infraestrutura e causando mortes de civis.

O Ministério disse que as forças ucranianas atiraram em posições russas 444 vezes e contabilizou mais de 900 ataques de drones ucranianos, incluindo na Crimeia e nas áreas de fronteira russas das regiões de Bryansk, Kursk e Belgorod.

“Como resultado, há mortes e ferimentos entre a população civil, bem como danos a instalações civis”, disse o ministério.

Os militares ucranianos afirmaram anteriormente que a atividade na linha de frente havia diminuído. Alguns blogueiros militares russos também disseram que a atividade na linha de frente havia diminuído substancialmente.

A Reuters não conseguiu verificar imediatamente os relatos do campo de batalha.

CNN Brasil

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Mundo

Ucrânia diz que Rússia continua ataques mesmo após cessar-fogo temporário

Fotos: Kremlin via AP; Getty Images

Uma autoridade ucraniana afirmou neste sábado (19) que as forças russas continuaram a abrir fogo contra posições ucranianas, apesar da proclamação de um cessar-fogo temporário de Páscoa pelo presidente russo, Vladimir Putin.

“Os russos estão tentando se passar por ‘pacificadores’, mas já recusaram um cessar-fogo incondicional em 11 de março e agora estão conduzindo uma operação de informação, falando em ‘trégua’, mas continuando a atirar sem parar”, escreveu Andriy Kovalenko, chefe do Centro de Combate à Desinformação, no Telegram.

“Tudo isso com o objetivo de culpar a Ucrânia”, escreveu Kovalenko, cujo centro é um órgão do Conselho de Segurança e Defesa Nacional.

O presidente russo declarou um cessar-fogo unilateral de Páscoa na guerra contra a Ucrânia, ordenando que suas forças suspendessem as hostilidades às 18h no horário de Moscou, neste sábado (19), até o final do domingo (20).

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que as unidades de defesa aérea ucranianas estavam repelindo um ataque de drones russos neste sábado e afirmou que isso mostra a verdadeira atitude de Moscou em relação à Páscoa e à vida das pessoas.

“Com base em considerações humanitárias (…) o lado russo anuncia uma trégua de Páscoa. Eu ordeno a interrupção de todas as atividades militares nesse período”, disse Putin ao seu chefe militar, Valery Gerasimov, em reunião no Kremlin.

CNN Brasil

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VÍDEO: Papa Francisco participa de celebração do Domingo de Ramos na Praça de São Pedro e deseja uma boa Semana Santa aos fiéis

O papa Francisco fez uma aparição surpresa neste domingo (13), durante as celebrações do Domingo de Ramos na Praça de São Pedro.

O pontífice, que deixou o hospital há três semanas, estava em uma cadeira de rodas e sem respiradores nasais de oxigênio. Francisco passou pelos fiéis reunidos e desejou um bom Domingo de Ramos e uma boa Semana Santa.

A Igreja Católica não havia confirmado a presença do papa nas comemorações. Médicos recomendaram repouso de dois meses para Francisco para permitir que seu corpo se recuperasse totalmente depois de passar mais de um mês internado com uma infecção respiratória.

A Semana Santa, a mais movimentada do ano para a Igreja Católica, marca o momento em que cristãos lembram o sofrimento, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.

No sábado (12), o pontífice foi à Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, para prestar homenagem a Nossa Senhora antes das celebrações.

O pontífice também se reuniu como rei Charles III e a rainha Camilla, do Reino Unido, na quarta-feira (9). O Palácio de Buckingham disse que Charles e Camilla “estavam encantados que o papa estivesse bem o suficiente para recebê-los”.

 

CNN Brasil

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Mundo

China reage e anuncia novas tarifas sobre produtos dos EUA de 125%

Foto: Reuters

A China aumentou as tarifas retaliatórias sobre as importações dos EUA de 84% para 125%, informou a Comissão Tarifária do Conselho de Estado em um comunicado nesta sexta-feira (11).

Pequim pareceu indicar que não aumentaria suas tarifas sobre produtos americanos além de 125%, de acordo com um comunicado de um porta-voz do Ministério do Comércio.

“A imposição sucessiva de tarifas excessivamente altas à China pelos EUA tornou-se nada mais do que um jogo de números, sem real significado econômico. Isso apenas expõe ainda mais a prática americana de usar tarifas como arma para intimidação e coerção, transformando-se em uma piada”, disse o porta-voz.

“Se os EUA insistirem em continuar esse jogo de números com tarifas, a China não se envolverá. No entanto, se os EUA persistirem em prejudicar substancialmente os interesses da China, a China tomará contramedidas e lutará até o fim”, declara o Ministério do Comércio Chinês.

Resposta de Xi Jinping

O presidente da China, Xi Jinping, afirmou nesta sexta-feira (11) que seu país “não tem medo”, em seu primeiro comentário público sobre a guerra comercial com os Estados Unidos.

“Não há vencedores em uma guerra comercial, e ir contra o mundo só levará ao autoisolamento”, disse Xi ao primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez, em Pequim, segundo a emissora estatal CCTV.

“Por mais de 70 anos, o desenvolvimento da China se baseou em autossuficiência e trabalho árduo — nunca em esmolas de terceiros, e ela não teme nenhuma repressão injusta”, afirmou o líder chinês.

“Independentemente de como o ambiente externo mude, a China permanecerá confiante, focada e se concentrará em administrar bem seus próprios assuntos”, acrescentou.

CNN

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Mundo

Dólar sobe e bate R$ 6 em meio a guerra de tarifas e turbulência entre EUA e China

 

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Terra

Foto: Reuters

O dólar era negociada a R$ 6 por volta das 14h10 desta terça-feira, 8, logo após os Estados Unidos confirmarem a cobrança de uma tarifa adicional de 50% sobre todas as importações chinesas. A medida entra em vigor nesta quarta-feira, 9, após o país asiático não desistir da retaliação aos Estados Unidos dentro do prazo estabelecido pelo presidente Donald Trump, que era até as 13h desta terça-feira, 8.

A China anunciou na segunda-feira, 7, que não iria ‘ceder à chantagem’ de Trump sobre a imposição de tarifas adicionais. “As ameaças dos EUA para escalar tarifas contra a China são um erro atrás do outro, mais uma vez expondo a natureza chantageadora da América”, declarou o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, que complementou: “Se os EUA insistirem em fazer as coisas à sua maneira, a China vai lutar até o fim”.

Mais cedo, antes da Casa Branca confirmar a tarifa extra, Trump disse que estava esperando uma ligação da China para fazer um acordo que evite a guerra de tarifas entre os países. Em uma sinalização de afrouxamento de discurso e busca por entendimento entre as nações, o presidente disse que “vai acontecer”, se referindo ao acordo. “A China também quer fazer um acordo, muito, mas eles não sabem como começar. Estamos esperando a ligação deles. Vai acontecer!”, escreveu Trump em sua página na plataforma Truth Social.

Guerra comercial

A política comercial dos EUA segue no foco dos mercados desde que Trump anunciou na semana passada a imposição de tarifa mínima de 10% sobre todas as importações ao país, que entrou em vigor no sábado, e taxas “recíprocas” mais altas para alguns parceiros, que serão implementadas na quarta.

Por três sessões consecutivas, os investidores demonstraram enorme aversão ao risco, em meio ao temor de que as medidas comerciais possam desencadear uma guerra comercial ampla, o que poderia provocar a aceleração da inflação global e uma recessão econômica em diversos países.

Terra

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