Brasil

Taxação de Trump leva Bolsa brasileira à pior semana desde dezembro de 2022

Foto: Reprodução/Pixabay

Depois de atingir duas vezes o maior nível da história no começo do mês, a B3, Bolsa de Valores de São Paulo, teve entre 7 e 11 de julho a pior semana desde dezembro de 2022, acumulando queda de 3,61%. O dólar subiu 2,29% no mesmo intervalo.

O mercado financeiro local reagiu com pessimismo à tarifa de 50% anunciada pelo presidente americano, Donald Trump, para todos os produtos brasileiros vendidos aos EUA. No cenário microeconômico, o medo é dos prejuízos para as empresas, em especial as listadas em Bolsa; no macro, é da desaceleração da economia causada pela redução das exportações, com fechamento de postos de trabalho.

O Ibovespa abriu a semana em queda após Trump ameaçar retaliar os países alinhados ao Brics (grupo formado por 11 nações, incluindo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O principal índice acionário brasileiro caiu 1,26% na segunda-feira (7). Enquanto, em sua reunião de cúpula no Rio de Janeiro, no final de semana, o Brics se manifestou a favor da reforma de instituições multilaterais e contra guerras comerciais, o presidente americano prometeu aumentar tarifas dos países que apoiarem o grupo.

Na quarta — feriado em São Paulo —, Trump cumpriu o que havia dito. O presidente americano enviou uma carta ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, avisando que passaria a cobrar 50% de tarifas sobre produtos do país a partir de 1º agosto. A justificativa foi o tratamento dado pelo Judiciário do Brasil ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — réu em processo no qual é acusado de liderar uma suposta tentativa de golpe de Estado — e às empresas de tecnologia americanas. Assim, o Ibovespa teve a terceira queda seguida, de 1,31%.

Nesta sexta-feira (11), o Ibovespa sofreu a quinta queda consecutiva. O índice acionário fechou o dia aos 136.170 pontos, com baixa de 0,41%. Com a entrada de estrangeiros no mercado brasilero em busca de ganhos rápidos, o Ibovespa chegou a bater o recorde de 141 mil pontos na semana semana passada. Mas qualquer sinal de instabilidade, como uma crise política ou externa, faz esses investidores realizarem lucros, ou seja, vender ações para garantir o lucro obtido.

“O problema veio, e logo os papéis começaram a ‘realizar’. Principalmente ativos com maior risco: varejo, varejo de alimentos, linha branca, papéis mais especulativos, papéis que precisam de estímulos da China. Todos esses papéis acabaram devolvendo, aproveitando as grandes altas [das últimas semanas]. Cenário perfeito para o investidor realizar, papéis em alta lucro no bolso, crise lá fora. O recuo no Ibovespa é mais fácil de explicar do que o tamanho da alta em que estava o principal índice da Bolsa brasileira”, diz Felipe Sant’Anna, especialista em investimento do grupo Axia Investing.

O dólar comercial terminou o dia, com leve alta de 0,1%, vendido a R$ 5,548. Com a valorização registrada entre 7 e 11 de julho, a moeda americana interrompeu uma sequência de cinco semanas consecutivas de baixa ante o real.

UOL

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Mundo

Rússia lança mais de 600 drones e mísseis contra a Ucrânia, diz Zelensky

Foto: Reuters

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informou que a Rússia lançou 597 drones e 26 mísseis em um ataque noturno ao país neste sábado (12).

Em postagem no Telegram, Zelensky detalhou o ataque e informou o impressionante número de 597 drones e 26 mísseis na ofensiva. Ao menos 20 pessoas ficaram feridas.

Unidades de defesa aérea ucranianas abateram 25 mísseis e 319 drones Shahed e bloquearam outros 258 drones com guerra eletrônica, informou a força aérea.

“O ritmo dos ataques aéreos da Rússia exige decisões rápidas e pode ser contido agora por sanções”, disse Zelensky fazendo um novo apelo por sanções severas à Rússia e mais defesa aérea para a Ucrânia.

“Esta guerra só pode ser interrompida pela força. Esperamos não apenas sinais de nossos parceiros, mas ações que salvem vidas”, completou.

O ataque é o mais recente de uma série de ataques aéreos massivos nas últimas semanas. A Rússia intensificou significativamente suas ofensivas com drones e mísseis contra a Ucrânia desde junho.

CNN

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Educação

VEXAME: Paraíba não aparece na lista das escolas com melhores notas do Enem 2024

Caderno do Enem. Ele está aberto. O dedo de uma pessoa aponta para uma das questões

O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira) divulgou as escolas que atingiram as maiores notas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2024. A lista é dominada pela cidade de Fortaleza. A capital cearense tem quatro das cinco maiores médias do país e mais outros quatro colégios no ranking.

Já a Paraíba ficou de fora desse grupo seleto de instituições, que incluem escolas públicas e particulares, indicando que precisa melhorar os investimentos e melhorias na educação.

Os dados foram divulgados na última segunda-feira pelo Ministério da Educação (MEC) e foram organizados por O GLOBO. A informação consta nos microdados do Enem. Das 50 da lista, 47 são privadas e três são públicas, todas da rede federal com seleção de alunos.

Algumas das escolas mais bem posicionadas no ranking usam a estratégia de separar alunos em diferentes unidades, como o Objetivo — com diversas sedes em São Paulo — e o Farias Brito, de Fortaleza, justamente o primeiro colocado.

Na lista, há cinco escolas do Rio e cinco de Teresina (PI). Já São Paulo tem quatro representantes, e Belo Horizonte, quatro. O ranking ainda apresenta representantes de cidades pequenas como Valinhos (SP), Santa Maria (RS) e Viçosa (MG).

Veja abaixo a lista completa das escolas com as maiores notas do Enem 2024:

  1. Colégio de Aplicação Farias Brito – Fortaleza (CE)
  2. Colégio Christus – Pré-Universitário – Fortaleza (CE)
  3. Colégio Classe A – Campo Grande (MS)
  4. Colégio Ari de Sá Cavalcante – Unidade: Major Facundo – Fortaleza (CE)
  5. Colégio Farias Brito – Pré-Universitário – Fortaleza (CE)
  6. Colégio Alfa CEM Bilíngue – Unidade: Barra da Tijuca – Rio de Janeiro (RJ)
  7. Coleguium Ouro Preto Integral – Belo Horizonte (MG)
  8. Colégio Ari de Sá – Unidade: Mário Mamede – Fortaleza (CE)
  9. Instituto Educacional São José – Teresina (PI)
  10. Colégio Santo Antônio – Belo Horizonte (MG)
  11. Colégio Equipe – Belém (PA)
  12. Colégio Objetivo Integrado – São Paulo (SP)
  13. Colégio Ciências Aplicadas – Natal (RN)
  14. Colégio Etapa – Unidade: Vila Mariana – São Paulo (SP)
  15. Colégio Fibonacci – Ipatinga (MG)
  16. Instituto Dom Barreto – Teresina (PI)
  17. Colégio Master – Fortaleza (CE)
  18. Colégio Bernoulli – Belo Horizonte (MG)
  19. Colégio Ipiranga – Petrópolis (RJ)
  20. Colégio e Curso Pensi – Unidade: Icaraí – Niterói (RJ)
  21. Colégio Objetivo Integrado – Mogi das Cruzes (SP)
  22. Colégio e Curso Pensi – Unidade: Maracanã – Rio de Janeiro (RJ)
  23. Colégio Pódion – Brasília (DF)
  24. Colégio Pro Campus – Teresina (PI)
  25. Colégio de São Bento – Rio de Janeiro (RJ)
  26. Colégio Unigran – Unidade II – Dourados (MS)
  27. Sistema Elite de Ensino – Unidade: Madureira – Rio de Janeiro (RJ)
  28. Escola Madre Maria Villac – Teresina (PI)
  29. Colégio Bernoulli – Salvador (BA)
  30. Colégio de Aplicação da UFV – Viçosa (MG)
  31. Colégio Politécnico da UFSM – Santa Maria (RS) – Público
  32. Colégio Cognitivo – Recife (PE)
  33. Colégio Antares – Fortaleza (CE)
  34. Colégio Olimpo – Brasília (DF)
  35. Colégio Bionatus – Unidade: Vila Santerio – Campo Grande (MS)
  36. Colégio Santa Marcelina – Belo Horizonte (MG)
  37. Colégio Vértice – Unidade II – São Paulo (SP)
  38. Colégio Cognitivo – Recife (PE)
  39. Colégio Etapa – Valinhos (SP)
  40. Colégio Alfa CEM Bilíngue – Rio de Janeiro (RJ)
  41. Colégio Poliedro – Unidade: Centro – Campinas (SP)
  42. Colégio WR – Goiânia (GO)
  43. Colégio Lerote – Teresina (PI)
  44. Colégio Ari de Sá – Unidade: Aldeota – Fortaleza (CE)
  45. Colégio Regina Coeli – Veranópolis (RS)
  46. Colégio Lumière – Dourados (MS)
  47. Colégio Naval – Angra dos Reis (RJ)
  48. Colégio João Paulo I – Unidade: Sul – Porto Alegre (RS)
  49. Colégio Apogeu – Juiz de Fora (MG)
  50. Colégio Vital Brazil – São Paulo (SP)

BG com O Globo

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Brasil

Congresso brasileiro gasta mais que o dos EUA e está entre os mais caros do mundo

Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

Com um orçamento este ano no patamar de R$ 15 bilhões, o Congresso Nacional está entre os mais caros do mundo. Levando em consideração o Produto Interno Bruto (PIB), a proporção da alocação de recursos é maior que em outras nações continentais ou perfil demográfico similar, como Índia, EUA e México. Com o fortalecimento do Legislativo, os brasileiros também superam as democracias europeias. Em relação aos americanos, por exemplo, o custo é seis vezes maior.

Somados, Câmara e Senado no Brasil têm custo anual de 0,12% do PIB do país, de acordo com levantamento do GLOBO a partir de dados oficiais. Já os Estados Unidos gastam 0,02% do PIB com suas duas casas legislativas, um sexto da proporção do Brasil. Neste ano fiscal (setembro de 2024 a agosto de 2025), Senado e Câmara dos Representantes americanos têm orçamento combinado de US$ 6,7 bilhões.

Foto: O Globo

A comparação com os EUA é pertinente, segundo especialistas, pelo fato de o país também ter dimensões continentais, adotar o sistema federalista (embora os estados tenham mais autonomia do que no Brasil) e ter duas casas no Parlamento.

Gastos inflados

Duas características que inflam o gasto com o Legislativo no Brasil são o grande número de partidos e o tamanho da equipe de assessores que cada parlamentar pode ter à sua disposição, afirma o economista e cientista de dados Thomas Conti, professor do IDP.

“Com mais de 20 partidos políticos, a formação de coalizações majoritárias fica muito mais difícil de se negociar do que em países onde o número de partidos é menor. Como a negociação é difícil, alocar mais verbas para o Legislativo é um jeito indireto de facilitar a negociação, usando verbas como troca por apoio. Quanto aos assessores, no Brasil um deputado pode contratar até 25 assessores. Na Alemanha, o máximo é sete”, diz Conti.

O México, que é a segunda maior democracia na América Latina (tanto em PIB quanto em população), também gasta proporcionalmente menos do que o Brasil com seu Congresso: 0,05% do PIB do país, menos da metade da despesa brasileira. Os mexicanos têm uma Câmara e um Senado e adotam o sistema federativo.

Já a Índia está entre os países que menos gasta proporcionalmente em seu Parlamento. A previsão de gastos para o ano fiscal iniciado em setembro de 2025 equivale a 0,004% do PIB indiano.

Historicamente, o país paga salários baixos a seus parlamentares. Ao GLOBO, um consultor político ligado ao Bharatiya Janata, partido que atualmente governa a Índia, atribui a baixa alocação de orçamento no país à defasagem salarial de parlamentares.

Embora viva um regime considerado por cientistas políticos como cada vez mais autoritário, as eleições do país asiático são as maiores do mundo em número de participantes: 642 milhões de indianos votaram na última eleição nacional realizada no país, em 2024.

Em Portugal, o Legislativo é representado por uma única casa, a Assembleia da República, cujo orçamento para 2025 é de 192 milhões de euros, o equivalente a 0,08% do PIB estimado para o país neste ano. Na Espanha, por sua vez, as duas casas legislativas (Congreso de Diputados e o Senado) têm somadas um orçamento equivalente a 0,01% do PIB espanhol.

“Gastar muito ou pouco com o Legislativo depende daquilo que se entrega ao cidadão e com as características do país. O Brasil é um país continental, com deficiências de infraestrutura e grande população. Ainda assim, os gastos com os parlamentares brasileiros são maiores que o de outras democracias grandes, como Estados Unidos”, afirma Gustavo Macedo, professor de ciência política do Insper.

Dados de 2023 do último levantamento da União Interparlamentar, que reúne informações de 181 parlamentos ao redor do mundo, reforçam que o Brasil gasta muito com seu Congresso.

O Brasil era há dois anos o segundo entre 77 países em despesas com o Legislativo: US$ 5,3 bilhões ajustados pela paridade do poder de compra, perdendo apenas para os Estados Unidos (US$ 5,9 bilhões) e muito à frente do terceiro colocado, a Turquia (US$ 1,95 bilhão).

Completam a lista dos dez países com maior orçamento para o Congresso naquele ano Alemanha, México, França, Indonésia, Japão, Quênia e Coreia do Sul. A União Interparlamentar não tem dados mais recentes de nenhum desses países.

Brasil e Estados Unidos, aliás se revezam no topo da lista da União Parlamentar há anos. De 2015 a 2019, o Congresso brasileiro foi o mais caro do ranking, enquanto os americanos ficaram em segundo lugar.

O Globo

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Mundo

Líder da direita na Espanha diz que Moraes é “carrasco da democracia”

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Integrante do partido de direita Vox, o eurodeputado espanhol Hermann Tertsch criticou o ministro Alexandre de Moraes. Em texto escrito em espanhol no X [antigo Twitter], Tertsch afirmou que Moraes é “o carrasco da democracia no Brasil” e “operador da ditadura”.

Na postagem, Tertsch afirmou que o magistrado “sacou Lula da prisão, onde estava justamente por [ser] ladrão e corrupto” e “encheu as prisões brasileiras de presos políticos”.

A publicação fez referência a decisões do STF que anularam condenações de Lula no âmbito da Lava Jato, permitindo a candidatura em 2022.

Líder da direita na Espanha, Hermann Tertsch é jornalista e político, atualmente eurodeputado pelo Vox, legenda conhecida por seu discurso nacionalista e alinhamento com líderes de direita em outros países.

Apoio a Bolsonaro

Tertsch já manifestou apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro e costuma criticar decisões do STF relacionadas aos atos do 8 de Janeiro.

Em abril do ano passado, Tertsch convidou Eduardo Bolsonaro para discursar no Parlamento Europeu, em Bruxelas, na Bélgica, para falar sobre o tema “ataques à liberdade de expressão e a tirania do governo Lula”.

Metrópoles – Paulo Cappelli

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Brasil

Bolsa Família pagou R$ 1,5 bi a estrangeiros em 2024

Foto: Reuters/Manon Cruz

O governo federal pagou R$ 1,5 bilhão do Bolsa Família em 2024 a pessoas nascidas fora do Brasil, segundo dados obtidos pelo Poder360 por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação).

Em 2025, o programa faz pagamentos a 188 mil pessoas que não nasceram no Brasil, mas vivem no país. Esses benefícios atingem 404.519 pessoas –número equivalente a 40% dos cerca de 1 milhão de estrangeiros vivendo no Brasil. O volume de estrangeiros do Censo foi divulgado em junho pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Refere-se à população brasileira em 2022. Não há dados mais recentes.

Estrangeiros podem receber o benefício desde que estejam regularizadas. Imigrantes ilegais não têm acesso. Em 2024, foram gastos R$ 168 bilhões no programa.

Foto: Poder 360

O número de pessoas nascidas fora do Brasil atendidas cresceu 627% em 10 anos. Eram 59.980 beneficiados ante 404.519 em 2024. No mesmo período, o valor médio repassado subiu 1.103%, já descontada a inflação. Parte desse salto se deve à ampliação do programa durante a pandemia e à reformulação promovida no novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Desde que o petista voltou ao Palácio do Planalto, em 2023, o gasto com Bolsa Família a nascidos em outros países aumentou 159%. Eram R$ 590 milhões, ajustados pela inflação. Em 2024 foram R$ 1,5 bilhão.

O IBGE divulgou que, pela 1ª vez desde 1960, o Brasil teve alta no número de estrangeiros vivendo no país. Eram 600 mil em 2010. Passaram para 1 milhão em 2022 –último ano em que a contagem foi feita. São sobretudo venezuelanos. A diferença entre os números é próxima ao total de estrangeiros que recebem o benefício.

Dados opacos

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, responsável pelo pagamento do programa, informou que o sistema do CadÚnico, necessário para acesso ao benefício, não registra a nacionalidade dos beneficiários –apenas se a pessoa é ou não nascida no Brasil. Tampouco diferencia o pequeno grupo de filhos de brasileiros nascidos no exterior que voltaram ao Brasil em condição de pobreza extrema de estrangeiros.

Por isso, o governo não sabe quantas pessoas de cada nacionalidade recebem o auxílio.

A legislação brasileira permite que estrangeiros com residência regular recebam o Bolsa Família sem exigência de tempo mínimo de permanência no país. Isso contrasta com países ricos, como a Suíça, que impõem carência de até 10 anos para o acesso de estrangeiros regulamentados a benefícios sociais.

A economista Carla Beni, da FGV, diz que o repasse a estrangeiros é uma forma de conter crises sociais em cidades fronteiriças, especialmente no Norte. Segundo o Censo, os venezuelanos representam cerca de 20% dos estrangeiros no país. E muitos deles entram por via terrestre.

“Quando uma população imigrante e empobrecida recebe esse benefício, há menos incentivo para migrar para a criminalidade”, afirmou Beni ao Poder360.

Já Roberto Giannetti, economista e ex-secretário-executivo da Camex (Câmara de Comércio Exterior), entende que o impacto fiscal não pode ser ignorado neste momento. “Nada está dissociado do principal debate do país, que é o fiscal”, disse.

Segundo o economista Pedro Nery, professor do IDP (Instituto de Direito Público) o tema tende a ter mais impacto político do que econômico, como ocorre em democracias ocidentais que lidam com imigração. “O cidadão estrangeiro no Brasil tem direito [ao benefício], e o brasileiro no exterior, não”, disse.

Ele aponta uma possível zona cinzenta jurídica. Na pandemia, o benefício foi constitucionalizado. E na Constituição, o texto diz que “todo brasileiro em situação de vulnerabilidade” tem direito ao benefício.

“Não acho que isso torne ilegal o recebimento por estrangeiros, mas alguém pode argumentar que há prioridade para brasileiros –já que o termo usado não é ‘indivíduo’ ou ‘cidadão’”, disse.

Como consequência, abre-se um flanco jurídico: um brasileiro pode alegar ilegalidade se tiver o benefício negado enquanto um estrangeiro é contemplado.

Poder 360

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Política

Governo Lula desiste de disputar vaga em comissão da OEA em meio a embate com Trump

Foto: EFE/Andre Borges

O governo Lula (PT) abriu mão de disputar uma vaga para a Comissão Internacional de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA), em meio ao embate com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A decisão levou a vitória do representante do México, José Luis Caballero Ochoa, na eleição realizada nesta sexta-feira (11).

O órgão analisa denúncias de violações de direitos humanos, incluindo o caso envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF). Candidato brasileiro, o professor e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Fábio de Sá e Silva, recebeu apenas 3 votos dos países membros, enquanto Ochoa teve 23. Cinco países votaram em branco.

O recuou teria sido articulado pelo Itamaraty para viabilizar um consenso a favor do mexicano, mas os motivos não foram divulgados oficialmente, segundo apuração da revista Veja. Uma das hipóteses para o movimento do Brasil seria a possibilidade criar uma espécie de resistência aos Estados Unidos dentro do colegiado.

No entanto, o presidente dos Estados Unidos impôs uma taxa de 50% sobre os produtos brasileiros na quarta-feira (9), aprofundando a crise diplomática entre os dois países. O Congresso Nacional pressionou para tentar reverter o acordo do Itamaraty com o México, mas sem sucesso.

No final de junho, a ativista cubano-americana Rosa María Payá, apoiada pelo governo dos EUA e por aliados de Trump, foi eleita para a CIDH. Crítica de ditaduras de esquerda como Cuba e defensora enfática da liberdade de expressão, Payá deve pressionar por uma atuação mais firme da comissão nesses temas.

Em março, Sá e Silva chegou a ser recebido pelo presidente Lula (PT) e sua candidatura teve o apoio do advogado-geral da União, Jorge Messias, e do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A CIDH é formada por sete comissários eletivos, três deles serão substituídos neste ano. Os novos mandatos serão de 2026 a 2029.

Em entrevista ao portalg1, o candidato brasileiro disse ter sido informado da decisão nesta quinta-feira (10). “Eu recebi a informação hoje [quinta] à tarde, por volta de 17h, aqui em Washington [onde fica a sede da OEA], enquanto fazia campanha e buscava votos. Um representante do Itamaraty em Brasília me ligou afirmando que o Brasil iria pedir o encaminhamento dos votos para o candidato mexicano”, afirmou Sá e Silva ao g1.

Sá e Silva é professor na Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, e tem passagens pelo Ministério da Justiça e por organismos internacionais como PNUD e Unesco. Ele colaborou com a CIDH como consultor no relatório sobre o Brasil de 2019. Nos últimos anos, tem defendido publicamente a atuação do STF.

Em audiência no Congresso dos EUA em 2024, afirmou que a Corte agiu dentro da legalidade ao instaurar inquéritos sobre desinformação e suspender perfis nas redes sociais. “Se há uma crise no Estado de Direito no Brasil, não é por causa dos juízes, mas por causa de turbas que se recusam a seguir as regras do jogo”, declarou.

Gazeta do Povo

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Política

PF aponta ‘pedágio’ de 12% para repasse de emendas e pede investigação contra líder do governo Lula na Câmara

Foto: Breno Carvalho

A investigação da Polícia Federal que mira o envolvimento do deputado Júnior Mano (PSB-CE) em um suposto esquema de desvios de emendas aponta que o grupo criminoso exigia uma taxa de retorno de até 12% para que prefeituras recebessem os recursos. Além de valores destinados pelo deputado do PSB, a apuração cita cobranças referentes a emendas enviadas pelo atual líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Ele nega envolvimento no caso e não foi alvo da operação deflagrada nesta terça-feira.

Também são mencionadas emendas indicadas pelos deputados Eunício Oliveira (MDB-CE) e Yuri do Paredão (MDB-CE), que também não foram alvo da operação.

A PF ainda afirma que, em razão da menção aos deputados Eunício, José Guimarães e Yuri do Paredão, é preciso fazer “diligências investigativas específicas, a fim de esclarecer o conteúdo, a veracidade e a finalidade dessas indicações”.

Em nota, José Guimarães afirmou não ter enviado emendas para os municípios que são mencionados como alvo dos desvios. “Reafirmo o fato de que não destinei emendas parlamentares à localidade de Choró (CE). Inclusive, nas eleições municipais mais recentes, disputamos contra o atual prefeito, tendo nosso candidato do PT sido derrotado nas urnas”, disse. Em relação a Canindé (CE), o deputado afirmou que “uma simples consulta ao Siafi comprova que não destinei nenhuma emenda parlamentar nos anos de 2024 e 2025”.

A assessoria de Eunício, por sua vez, afirmou que o parlamentar “destina emendas para obras em dezenas de municípios cearenses, de forma transparente e de acordo com a legislação”, e informou que a emenda para Canindé só foi indicada em maio. Segundo a assessoria, o deputado já pediu a ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a suspensão da transferência.

Também procurado, Yuri do Paredão disse, via assessoria, que “o fato de todos os recursos estarem disponíveis no Portal da Transferência da Câmara dos Deputados demonstra a seriedade e a responsabilidade com que o deputado Yury conduz suas ações”.

A investigação da PF apura se emendas indicadas a cidades cearenses abasteceram licitações fraudulentas. A apuração aponta que a verba recebida por empresários, por sua vez, teria sido destinada a campanhas eleitorais de aliados de Júnior Mano que concorreram a prefeituras do interior do Ceará em 2024.

Autorizada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, a PF cumpriu nesta terça-feira mandados de busca e apreensão no gabinete de Júnior Mano na Câmara, no imóvel funcional usado pelo parlamentar, em Brasília, e na sua residência, em Fortaleza.

Segundo a PF, o deputado “exercia papel central na manipulação dos pleitos eleitorais, tanto por meio da compra de votos, quanto pelo direcionamento de recursos públicos desviados de empresas controladas pelo grupo criminoso”.

Em nota, o parlamentar negou qualquer irregularidade e afirmou que no fim da investigação a “sua correção de conduta” será “reconhecida”. O comunicado ainda diz que o parlamentar não tem qualquer ingerência em atos administrativos relacionados a prefeituras do Ceará.

Segundo a PF, o esquema era operado por Carlos Alberto Queiroz, conhecido como Bebeto, que foi eleito prefeito de Choró no ano passado, mas não tomou posse por decisão da Justiça Eleitoral. Em mensagens obtidas pelos investigadores, Bebeto e interlocutores ligados a Júnior Mano tratam da destinação de emendas a prefeituras previamente selecionadas, mediante pagamento de propina. O percentual era tratado nos diálogos como “pedágio” ou “imposto”, numa prática descrita pela PF como “institucionalizada de corrupção”.

Além da cobrança, os investigadores apuram a atuação do grupo para favorecer empresas ligadas aos operadores políticos por meio das chamadas transferências voluntárias. Nesse contexto, aparecem trocas de mensagens em que Bebeto menciona José Guimarães e Eunício Oliveira como parlamentares que teriam destinado recursos para municípios cearenses.

Em um dos diálogos, Bebeto faz referência a uma emenda atribuída a Guimarães que seria aplicada em áreas como saúde e pavimentação. Em outra conversa, ele relata ter sido informado — por áudios que diz serem de Eunício — de que Guimarães teria liberado R$ 2 milhões para o município de Choró, enquanto Eunício teria indicado R$ 1 milhão para Canindé.

A PF ainda cita o depoimento de uma ex-prefeita de Canindé que disse ter se recusado a devolver o equivalente a 10% do valor de duas emendas que teriam sido enviadas por Guimarães. A recusa, segundo ela, motivou o seu rompimento com o grupo político de Júnior Mano.

Já em relação a Yuri do Paredão, a PF cita ter encontrado registros de conversas do deputado com Bebeto, incluindo um diálogo no qual o parlamentar questiona sobre aumento do limite de investimentos na área da saúde em “alguma cidade sua”. Para os investigadores, o uso da expressão sugere que o congressista conhecia a atuação do grupo.

José Guimarães indicou R$ 188 milhões em emendas desde 2015, de acordo com dados do Portal da Transparência. Desse total, duas foram para Canindé, em 2019 e 2021, com repasses de R$ 200 mil e R$ 149 mil, respectivamente.

As duas emendas foram endereçadas para o campus do Instituto Federal do Ceará (IFCE) que fica na cidade. A primeira emenda teve como objetivo pagar equipamentos para a instituição, enquanto a segunda financiou bolsas de pesquisa.

O Globo

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Sem categoria

Roberto Carlos é a principal atração da Festa das Neves em João Pessoa; veja atrações

 

A Prefeitura de João Pessoa divulgou a programação oficial da Festa das Neves 2025, em comemoração ao aniversário de 440 anos da cidade.

O evento, que acontece de 27 de julho a 5 de agosto, no Parque Solon de Lucena e na Praia de Tambaú, envolve missa, shows, apresentações de cultura popular, desfile de carros antigos, literatura de cordel e exposições, além do show do cantor Roberto Carlos, no Busto de Tamandaré, no dia 05 de agosto, dia do aniversário da Capital.

A festa começa no dia 27 de julho, no palco montado no Parque da Lagoa. Às 17h haverá a missa de abertura, seguida por show da Banda Colo de Deus, a partir das 19h. Na segunda-feira (28), às 19h, se apresentam o Padre Márcio, o cantor Elson Júnior e o Padre Puan.

Na terça-feira (29), o público poderá conferir shows da cantora Polyana Resende e o Axé do Yuri, a partir das 20h. Para a quarta-feira (30), também às 20h, estão programados shows da Banda Tentáculos e do cantor Chico Forrozado.

A programação segue na quinta-feira (31), com apresentações do grupo Psyckhé e da Banda Brega é Você, a partir das 20h. Já na sexta-feira (1º de agosto), no mesmo horário, tem shows do grupo Os Neiffs e do cantor Gera Almeida.

O Padre Nilson Nunes fará show no sábado (2), a partir das 19h. No domingo (3), tem shows da Banda Caronas do Opala e da dupla Matheus Gael e Maria Ercília, a partir das 20h. O grupo Forró Saudade e o cantor Zé Orlando se apresentam na segunda-feira (4), a partir das 20h.

Blog do BG PB

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Brasil

Governo se reúne com Petrobras para avaliar impactos da tarifa de 50%


Foto: Reprodução

O Ministério de Minas e Energia (MME) promoveu na última quinta-feira (10) uma reunião com entidades e empresas dos setores de petróleo, gás natural e biocombustíveis para discutir os possíveis impactos da tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros.

O encontro teve como objetivo avaliar efeitos, a partir da análise dos setores sobre os possíveis reflexos das medidas econômicas na cadeia produtiva brasileira.

A ideia é que o Brasil esteja preparado para responder, de forma técnica e coordenada, a possíveis alterações no comércio internacional com impacto em cadeias estratégicas como petróleo, gás e biocombustíveis

A nova alíquota sobre os produtos brasileiros entra em vigor a partir do dia 1º de agosto.

Em carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente norte-americano Donald Trump alega que a relação comercial entre as partes é “muito injusta”, marcada por desequilíbrios gerados por “políticas tarifárias e não-tarifárias e pelas barreiras comerciais do Brasil”.

Segundo Trump, a alíquota de 50% “é muito menor do que o necessário para termos condições de concorrência equitativas que devemos ter com o seu país”.

CNN

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