Brasil

Arrecadação de sindicatos despenca quase 100% em 5 anos; Veja valores por ano

Centrais sindicais em protesto no gramado da Esplanada dos MinistériosA contribuição sindical às entidades patronais e laborais (trabalhadores) despencou 98% nos últimos 5 anos, segundo dados oficiais do Ministério do Trabalho e Emprego. Em 2017, quando entrou em vigor a reforma trabalhista, os sindicatos, as confederações, as federações e as centrais sindicais arrecadaram R$ 3,045 bilhões. O valor caiu para R$ 58,1 milhões em 2022.

A reforma trabalhista estabeleceu o fim da obrigatoriedade do imposto sindical, que era pago pelos trabalhadores e empregadores para financiar as atividades sindicais. Na prática, as entidades deixaram de arrecadar, por ano, quase R$ 3 bilhões.

Os sindicatos eram os que mais recebiam recursos em 2017. Arrecadaram R$ 2,04 bilhões no ano. A receita com a contribuição caiu para R$ 40,30 milhões em 2022.

Ao considerar só os sindicatos laborais, voltado aos trabalhadores, as agremiações receberam R$ 1,47 bilhão em 2017. O valor recuou para R$ 12,50 milhões em 2022.

Poder360

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Brasil

MPF pede que Câmara vete projeto que proíbe casamento homoafetivo

Entenda Os Desafios Do Casal Homoafetivo | TelavitaFoto: Markus Spiske/Pexels

O Ministério Público Federal pediu a rejeição e o arquivamento do projeto de lei que pretende acabar com o casamento homoafetivo. Em nota divulgada neste sábado (23), a Procuradoria classificou como “inconstitucional e retrocesso” a iniciativa que está em trâmite na Câmara dos Deputados.

A proposta estabelece que nenhuma relação entre casais homossexuais pode equiparar-se ao casamento ou à entidade familiar. Caso venha a ser transformada em lei, ela não teria o poder de anular casamentos anteriores.

Para a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, órgão do MPF, a proposta “afronta princípios internacionais e representa retrocesso” sobre os direitos das pessoas LGBT.

“O que o referido projeto propugna é impedir que casais de fato não o possam ser de direito. É hierarquizar seres humanos com base em sua orientação sexual. Negar a união civil homoafetiva é gritar que os casais homossexuais teriam menos direitos do que os heterossexuais. Ora, não é esse o espírito da Constituição Federal de 1988”, diz trecho da nota.

O PL 580/2007, originalmente apresentado pelo ex-deputado Clodovil Hernandes, pretendia alterar o Código Civil para reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo gênero. À época, não havia nenhuma garantia que reconhecesse a união entre pessoas LGBT.

O Antagonista

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Brasil

Serasa tem maior volume de negociações de dívidas da história

Tenho dívidas de mais de R$ 6 mil e meu salário é de R$ 1,4 mil. Qual a  melhor saída? - Época Negócios | Seu Planejamento FinanceiroFoto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Os meses de julho e agosto de 2023 registraram o maior número de negociações de dívidas na história dos canais oficiais da Serasa. No período, 4,5 milhões de consumidores realizaram cerca de 6 milhões operações. Os descontos totais contabilizam R$ 21,3 bilhões. Os dados foram enviados pela Serasa com exclusividade ao Poder360.

Para fins de comparação, em julho e agosto do ano passado, 3,4 milhões de brasileiros realizaram 5,2 milhões acordos de dívidas. Os descontos contabilizaram à época R$ 10,3 bilhões, cerca de metade do valor de 2023.

“A pauta do endividamento e da educação financeira nunca foi tão debatida no Brasil como agora”, comenta Patrícia Camillo, especialista em Finanças da Serasa. “Quanto mais visibilidade ao tema, mais responsabilidade financeira ele gera”, afirma.

Segundo a Serasa, como reflexo dessa discussão pública e aberta, as empresas credoras “entenderam o momento do consumidor brasileiro e proporcionaram ainda mais descontos”.

O período recorde de operações coincide com a vigência do Desenrola. A nova fase do programa do governo federal para renegociação de dívidas começa na segunda-feira (25.set.2023).

Poder360

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Brasil

Projeto no Senado pode aumentar conta de luz no Norte e no Nordeste

Foto: Getty Images

Um projeto em análise no Senado pode aumentar a conta de luz de moradores das regiões Norte e Nordeste do país. A proposta muda a forma de cálculo da tarifa de transmissão de energia, impondo aos consumidores das 2 regiões, sobretudo os residenciais, um prejuízo de R$ 800 milhões ao ano. O cálculo é da Frente Nacional dos Consumidores de Energia.

O PDL (Projeto de Decreto Legislativo) 365 de 2022 susta regras sobre transmissão estabelecidas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) em 2022. O texto relatado pelo senador Otto Alencar (PSD-BA) já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e foi incluído na pauta da Comissão de Infraestrutura do Senado que deve discutir o tema na próxima terça-feira (26).

O projeto contesta o chamado fator locacional da transmissão –que é o transporte da energia produzida para os locais de consumo.

A metodologia foi criada pela agência em 2022 e vem permitindo uma queda nas contas de luz de moradores do Norte e do Nordeste.

O formato privilegia empreendimentos de geração próximos das regiões de consumo, criando mais encargos para quem onera mais o sistema de transmissão. Ou seja, aumentaram os custos para os empreendimentos exportadores de energia para outras regiões, principalmente no Nordeste, onde há expansão da produção eólica e solar fotovoltaica.

Para o consumidor, porém, o modelo é mais vantajoso. Resumidamente: quem usa mais a rede de transmissão, paga mais. Se há usinas hidrelétricas, térmicas, eólicas ou solares próximas desse cliente, ele pagará menos de tarifa de transmissão.

Luiz Eduardo Barata, presidente da Frente dos Consumidores e ex-diretor geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), explicou que a agência implementou um cronograma para fazer a mudança. Inicialmente, o fator locacional corresponde a 5% da tarifa de transmissão, mas esse percentual crescerá nos próximos anos.

“Isso foi sendo implementado pela Aneel nos últimos 5 anos, sendo feitas umas série de audiências públicas para aumentar o fator locacional. Essa reforma só será concluída em 2027. Originalmente, esse componente  fazia parte de 5% da tarifa de transmissão e vai pra 25% em 2027. O PDL quer manter na faixa de 5%”, explicou.

Segundo a Frente, a tarifa média da transmissão dos consumidores do Ceará, por exemplo, caiu 6,3% no 1º ano de vigência da resolução, que beneficia 16 Estados. Dados da Aneel estimam que, desde julho de 2023, os consumidores do Norte e do Nordeste passaram a pagar 4,8% e 5,5% respectivamente a menos na tarifa de transmissão.

“Por meio de decreto, o Congresso Nacional pensa em mudar a regulação do setor elétrico e passar por cima da agência reguladora para barrar uma medida que beneficia principalmente os consumidores residenciais das regiões Norte e Nordeste. Querem aumentar ainda mais a conta de luz. Confiamos que o projeto não será aprovado na Comissão de Infraestrutura, onde a maioria dos integrantes foi eleita justamente pelos cidadãos do Norte e do Nordeste”, afirmou Barata.

Apesar do lobby dos geradores de energia, Barata afirma que o modelo vigente não vai desestimular as fontes renováveis no Nordeste, mas o grande impacto será a insegurança jurídica, com aumento da incerteza em relação ao modelo.

Poder 360

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Brasil

Primavera começa neste sábado com calor e será marcada por temperaturas acima da média em quase todo o Brasil

A previsão aponta para novos recordes de temperatura (Foto: Reprodução)

 

A primavera começa na madrugada deste sábado (23), às 3h50 no horário de Brasília, e deve seguir a tendência de muito calor das últimas semanas. A previsão aponta para novos recordes de temperatura neste primeiro fim de semana da nova estação.

Os próximos meses devem ser marcados por termômetros acima da média e chuvas no Sul.

Onda de calor: Em meio à bolha de calor que atinge parte do Brasil, ao menos três capitais brasileiras (Campo Grande, Boa Vista e Goiânia) bateram nesta semana seus recordes de calor para o ano de 2023 e outras oito também devem superar suas marcas em breve.

Alerta de perigo: Onze estados, além do Distrito Federal, estão sob alerta vermelho de grande perigo até terça-feira (26) para o calor extremo. São eles: Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins.

“É na primavera que temos as maiores temperaturas máximas. Geralmente, o recorde de calor do ano acontece na primavera. Se no finalzinho do inverno já estamos com esses recordes, na primavera devemos ter mais recordes de temperatura máxima do ano ou até mesmo um recorde mais histórico”, Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo.

As capitais mais quentes nesse início de primavera devem ser Cuiabá, com temperaturas que podem chegar até 42ºC; Rio de Janeiro, com máxima de até 41ºC; e Palmas, com previsão de bater até 40ºC.

Segundo a Climatempo:

  • Os termômetros podem variar entre 40ºC e 44ºC em áreas do Centro-Oeste, especialmente de Mato Grosso, que dever ser o estado mais quente do país.
  • As temperaturas podem ficar entre 38ºC e 41ºC no norte do Paraná, oeste e norte de São Paulo e Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, interior do Maranhão e do Piauí, áreas do oeste da Bahia, sul e leste do Pará, parte de Rondônia e do Amazonas.
  • Sudeste, Centro-Oeste, interior do Nordeste, Tocantins e Paraná terão sol forte e baixa umidade do ar.
  • Previsão de pancadas de chuvas ao longo de todo o litoral da Zona da Mata e do Agreste do Nordeste, e na região norte, menos Tocantins.
  • Chuva forte no Rio Grande do Sul. Há previsão de chuva para a serra, litoral e o Vale do Itajaí, em Santa Catarina

G1

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Brasil

MACONHA: 72% dos brasileiros são contrários à legalização geral; uso medicinal conta com 76% de apoio, diz pesquisa Datafolha

Foto: @crystalweed/Unsplash

Quase três quartos (72%) dos brasileiros se dizem contrários à legalização da maconha para uso geral, incluído o recreativo. Parece haver aí uma mudança significativa em relação a outra pesquisa Datafolha, de 2018, quando 66% declararam que fumar maconha deveria continuar proibido.

O instituto entrevistou desta vez 2.016 maiores de 16 anos, nos dias 12 e 13 de setembro, em 139 municípios de todo o Brasil. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

As formulações das perguntas são diferentes, o que dificulta comparação direta para concluir, com segurança, que aumentou a parcela da população contrária à legalização. “Fumar”, afinal, poderia ser interpretado como descriminalização só do porte e não da venda da cânabis.

A legalização do emprego da maconha como remédio, de resto, conta com amplo apoio dos entrevistados: 76% são a favor, e 22% contra. Há 1% de indiferentes e 2% sem opinião (a soma de percentuais ultrapassa cem, em certos casos, por força de arredondamentos).

Uso medicinal

Mero 1% da população amostrada pelo Datafolha afirma estar usando no momento algum medicamento à base de cânabis, e 2% já o fizeram. Ou seja, 97% nunca recorreram a preparados com canabidiol (CBD), tetra-hidrocanabinol (THC) e outros componentes da planta psicoativa, que vêm sendo receitados para condições como certos tipos de epilepsia.

Apesar disso, é alto o grau de informação relatado a respeito da maconha medicinal. Um total de 85% declarou ter certo conhecimento sobre o assunto, com 32% dizendo estar bem informados, 42% mais ou menos e 11% mal informados. Outros 13% afirmaram desconhecer o tema completamente, e 2% preferiram não opinar.

Em coerência com o elevado apoio à maconha medicinal, 2 de 3 brasileiros (67%) defendem autorizar o plantio de cânabis para produzir remédios no Brasil. Embora esses medicamentos já estejam à venda por aqui, depois de licenciados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a partir de 2015, o cultivo para obter matéria-prima de uso farmacológico segue proibido por lei.

Existem apenas decisões judiciais, algumas delas do Superior Tribunal de Justiça (STJ), autorizando o plantio. As contempladas são em geral associações de pacientes e familiares, que ganham processos movidos com base no direito constitucional à saúde.

Uso recreativo

O Datafolha perguntou, em relação mais direta com o uso recreativo, se os entrevistados eram a favor ou contra descriminalizar o porte de pequenas quantidades de maconha. Ou seja, deixar de tratar como delitos e de aplicar penas a quem é flagrado com volumes para consumo pessoal.

Hoje a lei não fixa critério quantitativo para isso, e, como resultado, magistrados terminam condenando vários usuários à prisão como traficantes. De 2005 a 2022, aumentou de 14% para 30% a proporção de encarcerados por tráfico.

Informados de que o Supremo Tribunal Federal (STF) está julgando um caso que pode descriminalizar a posse de pequenas quantidades de maconha, 61% disseram ao Datafolha ser contrários a deixar de considerar o porte como crime. Só 36% apoiam a proposta, que contava cinco votos favoráveis de ministros quando o julgamento foi paralisado há um mês.

Só os brasileiros mais ricos, com renda superior a dez salários mínimos, apoiam majoritariamente (55%) a descriminalização da posse. Outro contingente que chega perto disso são os jovens de 16 a 24 anos, com 50%.

Entre os que têm renda menor que dois salários mínimos, menos de um terço (32%) se declara a favor da descriminalização. Entre evangélicos, a parcela é menor ainda: 27%.

A fronteira divisória, aí, é claramente moral, ou ideológica. Dos entrevistados que declararam voto no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 45% se disseram a favor de descriminalizar pequenas quantidades, contra 23% entre os que votaram em Jair Bolsonaro (PL); os contrários a isso são, respectivamente, 52% e 75% —maioria contra a descriminalização, nos dois casos.

Folhapress

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Brasil

CGU aponta risco de sobrepreço em licitação de R$ 328 milhões do Ministério da Justiça

Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A Controladoria Geral da União (CGU) apontou o risco de sobrepreço em uma licitação de R$ 328 milhões aberta pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A licitação prevê a compra de coletes balísticos, escudos, capacetes e colares infláveis para órgãos ligados à pasta comandada por Flávio Dino.

Os equipamentos deverão atender à demanda da Força Nacional de Segurança Pública, da Diretoria de Operações e Inteligência (DIOPI) e da Diretoria de Gestão do Fundo Nacional de Segurança Pública (DGFNSP), entre outros.

De acordo com a CGU, foram identificadas “discrepânias significativas” nos valores referentes aos colares infláveis para os coletes balísticos. Enquanto o preço unitário apresentado por algumas empresas variava entre R$ 18 mil e R$ 20 mil, uma delas estabelecia o valor de R$ 4,4 mil para cada colar.

É essencial que a unidade responsável realize uma pesquisa de preços abrangente e criteriosa, com o objetivo de levantar os valores praticados pelos potenciais fornecedores. Além disso, é fundamental garantir que medidas adicionais tenham sido adotadas pela área responsável para assegurar que a solução escolhida seja a mais vantajosa para a administração”, aponta a fiscalização.

Nesse sentido, é importante que a pesquisa de preços não se limite apenas a obter informações sobre os valores praticados no mercado, mas também que sejam considerados critérios de avaliação que garantam a relação custo-benefício mais favorável. Isso implica em analisar outros fatores além do preço, como qualidade, prazos de entrega, garantias, suporte pós-venda, entre outros, de modo a selecionar a opção que apresente a melhor relação entre custo e benefício para a administração pública”, alertou a CGU.

Paulo Cappelli – Metrópoles

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Brasil

Governo reduz previsão de rombo nas contas em 2023, mas bloqueio sobe a R$ 3,8 bilhões

A prioridade número um de Haddad e Tebet | VEJAFoto: Adriano Machado/Reuters

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reduziu a projeção de rombo fiscal em 2023, mas ainda assim precisou travar R$ 600 milhões adicionais nos gastos, o que eleva o bloqueio no Orçamento a R$ 3,8 bilhões.

O déficit deve ficar em R$ 141,4 bilhões neste ano, o equivalente a 1,3% do PIB (Produto Interno Bruto). O valor é menor que o resultado negativo de R$ 145,4 bilhões indicado em julho, mas ainda fora da meta traçada pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) de um déficit de até 1% do PIB em 2023.

Se de um lado a melhora nas estimativas de arrecadação para o ano contribuem para minimizar o rombo nas contas, de outro o aumento nas despesas obrigatórias gera pressão, obrigando a equipe econômica a segurar gastos discricionários —o que inclui custeio e investimentos.

Folha de S. Paulo

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Brasil

VÍDEO: “O meu partido tem uma forte relação com o Partido Comunista Chinês”, destaca Lula ao receber Li Xi

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, nesta sexta-feira (22/9), o líder de uma comitiva do Partido Comunista da China, que está em visita oficial ao Brasil. Durante a conversa com o representante chinês, no Palácio do Planalto, o petista defendeu que o partido dele “tem uma forte relação com o Partido Comunista Chinês”.

“É sempre uma alegria poder receber um país irmão. Um país com quem mantemos uma relação extraordinária, não apenas do ponto de vista comercial, mas do ponto de vista político”, destacou Lula.

Em reunião com Li Xi, membro do Comitê Permanente do Politburo e Secretário da Comissão Central de Inspeção Disciplinar do Comitê do Partido Comunista da China, Lula reforçou convite para que o presidente da China, Xi Jinping, visite o Brasil em 2024.

“O meu partido tem uma forte relação com o Partido Comunista Chinês. Eu próprio já fui à China como dirigente partidário antes de ser presidente da República”, completou o presidente brasileiro.

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Brasil

Negros são 66% dos réus em processos da Lei de Drogas na Justiça Estadual, diz pesquisa

Um estudo lançado nesta sexta-feira (22) aponta que 66% dos réus em processos relacionados à Lei de Drogas na Justiça Estadual são negros.

O levantamento foi feito pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O estudo analisou mais de 5 mil processos dos tribunais de Justiça estaduais, e 253 da Justiça Federal, todos sentenciados no primeiro semestre de 2019.

Segundo o Ipea, no caso da Justiça Federal, todos os processos ligados à Lei de Drogas foram analisados. Já na Justiça Estadual, foi realizada a chamada pesquisa por amostragem, com análise de mais de 5 mil processos, em um universo de mais de 40 mil réus.

A pesquisa pretende fazer um diagnóstico sobre a aplicação da legislação contra o tráfico de drogas no país e, segundo a secretária Nacional Políticas sobre Drogas, Marta Machado, permitiu vislumbrar um perfil comum dos réus.

“Os casos de tráfico de drogas focam em pequenos traficantes ou pessoas que até mesmo são usuárias. O perfil do processado é de baixa escolaridade, pequena quantidade de droga apreendida, sem porte de arma, a maioria não branco, e mostra esse padrão de atuação do sistema de justiça criminal, especialmente o sistema de Justiça Estadual, em que 84% dos casos não são fruto de investigação”, afirmou Marta.

Dados

A pesquisa apontou que a maioria dos réus é composta por:

Na Justiça Estadual

  • Homens (86%);
  • Negro (66%);
  • 18 a 30 anos (71%);
  • Não chegou ao ensino médio (68%).

Na Justiça Federal

  • Homens (79%);
  • Negro (67%);
  • 22 a 40 anos (65%);
  • Com ensino superior (57%).

De acordo com a pesquisadora do Ipea Milena Soares, os dados apresentados são percentuais ajustados. O levantamento desconsiderou casos em que houve lacuna de informação.

Segundo o Ipea, em 30% dos processos estaduais, não foi possível obter dados sobre cor ou raça. Na Justiça Federal, esse dado foi de 71%.

Em relação aos crimes previstos na Lei de Drogas pelos quais os réus foram condenados, tanto na Justiça Estadual quanto na Federal, a pesquisa aponta a predominância dos delitos de tráfico de drogas e associação para o tráfico, sendo:

Justiça Estadual

  • Tráfico de drogas (90%);
  • Associação criminosa (36%);

Justiça Federal

  • Tráfico de drogas (83%);
  • Associação Criminosa (50%).

No que se refere à espera pela sentença, a pesquisa constatou que, em média, os réus aguardaram 327 dias na Justiça Estadual e 752 dias na Justiça Federal.

A pesquisa também levantou dados sobre a fase policial dos processos e diagnosticou que, no caso da Justiça Estadual, 87% dos inquéritos foram abertos por flagrante, e 16% decorrentes de investigações anteriores.

Já na Justiça Federal, 53% dos inquéritos foram abertos motivados pelo flagrante, e 44% decorrentes de investigação anterior.

Outro dado levantado pela pesquisa é relacionado à violação de domicílios. Na Justiça Estadual, em 49% das abordagens, houve entrada em domicílio do réu. Destes, em 15% dos casos havia mandado judicial.

Na Justiça Federal, o percentual foi de 20% de entrada no domicílio, sendo que em 64% dos casos havia mandado judicial.

A secretária nacional de Política sobre Drogas, Marta Machado, apontou que um dos principais desafios é qualificar o trabalho policial, e afirmou que a pesquisa mostra que o sistema judiciário está “enxugando gelo”.

“Acho que o nosso maior desafio é a qualificação do trabalho policial, é a qualificação da aplicação da Lei de Drogas para que ela seja mais eficiente. Basicamente, a pesquisa mostra que estamos enxugando gelo, estamos apreendendo pessoas que ou são usuários e estão classificados erroneamente como traficantes, ou são pequenos usuários que são rapidamente substituídos”, disse.

“Então, os nossos recursos estão sendo mal investidos e não é à toa que a população carcerária brasileira cresceu muito, ao mesmo tempo em que as organizações criminosas se fortaleceram”, finalizou.

Blog do BG PB

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