Política

União Brasil vai abrir processo para expulsar Chiquinho Brazão

Brasília- DF 24-03-2024. Chiquinho  Brazão deputado Federal. Foto Câmara dos Deputados.

O presidente do partido União Basil, Antonio de Rueda, pedirá à Comissão Executiva Nacional da legenda abertura de processo disciplinar contra o deputado federal Chiquinho Brazão. O parlamentar, eleito pelo estado do Rio de Janeiro, foi preso na manhã deste domingo (24) acusado de ser um dos mandantes dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, em 2018.

“Embora filiado ao União Brasil, o deputado federal Chiquinho Brazão já não mantinha relacionamento com o partido e havia pedido ao Tribunal Superior Eleitoral autorização para se desfiliar. O União Brasil reunirá a sua Comissão Executiva Nacional na próxima terça-feira, dia 26 de março. O estatuto do Partido prevê a aplicação da sanção de expulsão com cancelamento de filiação partidária de forma cautelar em casos de gravidade e urgência”, diz a nota enviada à imprensa pela assessoria do partido.

De acordo com fontes ligadas à investigação, foram presos Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio. Chiquinho estava no segundo mandato consecutivo de deputado federal.

A prisão dos suspeitos ocorre menos de uma semana depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) homologar o acordo de delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, executor dos assassinatos. Por envolver político com foro privilegiado, como é o caso do deputado federal Chiquinho Brazão, o caso passou a ser conduzido na Corte pelo ministro Alexandre de Moraes.

Domingos Brazão disse, em entrevista ao UOL em janeiro deste ano, que não conhecia e não lembrava da vereadora Marielle Franco.

Já Chiquinho Brazão divulgou nota no dia 20 de março, depois que a acusação de ser o mandante vazou na imprensa, afirmando estar “surpreendido pelas especulações” e que o convívio com Marielle sempre foi “amistoso e cordial”.

A reportagem tenta contato com as defesas dos acusados presos para atualizar as posições de cada um.

Agência Brasil

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Futebol

COPA DO NORDESTE: Botafogo-PB encara Itabaiana sonhando com o G-4

O Botafogo-PB encara o Itabaiana-SE, neste domingo (24), às 16h, no Barretão, na cidade de Lagarto, interior de Sergipe.

Vindo de um empate de 0 a 0 com o Treze, o Botafogo-PB não tem outra alternativa a não ser buscar a vitória para continuar com chances claras de classificação. O Belo ocupa o sexto lugar na classificação geral do Nordestão, no Grupo A, com nove pontos, duas vitórias, três empates e uma derrota e um saldo de um gol.

A meta de um dos representantes da Paraíba é chegar aos 12 pontos e continuar se credenciando à condição de lutar por uma das vagas na próxima fase do torneio.

Arena Correio

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Polícia

Quem são os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil acusados de mandar matar Marielle

Os irmãos Domingos Inácio Brazão e João Francisco Inácio Brazão foram presos neste domingo (24), apontados como mandantes do assassinato de Marielle Franco.

Eles são políticos com longa trajetória no estado. Historicamente, a família Brazão tem o reduto eleitoral e político em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, região dominada por grupos paramilitares.

Também foi preso Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil fluminense.

Domingos

Domingos Brazão é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), o que lhe dá direito a foro especial, e teve a prisão preventiva expedida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele sempre negou o envolvimento com o crime.

Antes de ser eleito a um cargo público, Brazão trabalhou na Câmara dos Vereadores do Rio como assessor parlamentar na década de 1990.

Domingos foi eleito a um cargo público pela primeira vez no ano de 1996. À época, ele conseguiu uma cadeira na Câmara de Vereadores do Rio. Dois anos depois, foi eleito como deputado estadual e por 5 mandatos consecutivos, entre 1999 e 2015, ficou na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Em 2015, ele foi indicado e eleito por ampla maioria (61 dos 66 votos) na Alerj para uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e por conta disso se desfiliou do MDB.

Naquele ano, a escolha chegou a ser questionada por ele não ter apresentado as certidões cíveis, criminais e eleitorais.

À época, Brazão era réu em um processo de abuso de poder econômico e compra de votos através de centros sociais da sua família na Zona Oeste do Rio. Além disso, Brazão se livrou de uma queixa-crime feita pela então deputada estadual Cidinha Campos ao Tribunal de Justiça do Rio em um processo de 2014 que ambos trocaram insultos e palavrões no plenário da Alerj.

Durante seu mandado na Alerj, Brazão chegou a ser afastado por causa de denúncias de compra de votos, mas foi reconduzido ao cargo após uma liminar favorável do então ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Entre os principais redutos eleitorais de Brazão estava Rio das Pedras, o berço da milícia carioca. A sua influência na região fez com que ele fosse citado no relatório final da CPI das Milícias, em 2008. O ex-deputado negou ter envolvimento com grupos paramilitares e os crimes investigados.

Domingos Brazão também foi acusado e depois absolvido de um assassinato, que ele mesmo já admitiu ter cometido. Ele falou sobre isso em plenário da Alerj, em meio a uma briga com a então deputada estadual Cidinha Campos, que o acusava de ter feito ameaças.

“Matei, sim, uma pessoa. Mas isso tem mais de 30 anos, quando eu tinha 22 anos”, disse na ocasião. “Foi um marginal que tinha ido à minha casa, no dia do meu aniversário. A Justiça me deu razão.”

Em 2017, Brazão foi preso temporariamente com outros quatro conselheiros do TCE na Operação Quinto do Ouro, um desdobramento da Lava Jato no Rio. Ele responde até hoje pela suspeita de integrar um suposto esquema criminoso composto por membros do Tribunal de Contas para receber propina em cima dos contratos do estado.

Sua prisão o levou ao afastamento do cargo. Ele só voltou a ser conselheiro em maio do ano passado, após uma decisão favorável da Justiça do Rio.

Mesmo com retorno de Brazão ao TCE, o STF manteve a ação penal que investiga o suposto esquema de propina.

O nome de Brazão foi citado no processo desde o primeiro ano das investigações, em 2018.

O primeiro depoimento do conselheiro no caso foi em 18 de junho. Ele foi intimado a depor à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que investigava o caso na época. Ele já era suspeito de tentar atrapalhar o inquérito através de uma testemunha falsa.

No depoimento, Brazão disse que teve conhecimento de quem era Marielle em dois momentos: “por ter sido a quinta vereadora mais votada e após sua morte”, salientou aos investigadores.

Em 2019, ele foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) por obstrução de justiça no caso.

Nesse mesmo relatório da PGR — baseado em um inquérito assinado pelo delegado Leandro Almada da Costa, hoje superintendente da PF do Rio —, Brazão é apontado como suspeito de ser o autor intelectual do crime. Essa acusação se baseou em conversas interceptadas dos suspeitos envolvidos no caso da falsa testemunha.

O relatório diz que Brazão é “efetivamente, por outros dados e informações que dispomos, o principal suspeito de ser o autor intelectual dos crimes contra Marielle e Anderson, o que deve ser objeto de criteriosa investigação por quem de direito”.

A PGR, porém, não pediu o indiciamento do conselheiro, já que não investigava diretamente o caso. O que fazia na época, na verdade, era o que foi chamado de “investigação da investigação”, isto é, revisava o processo judicial que era tocado pela Polícia Civil para avaliar se havia ocorrido algum desvio.

A denúncia, porém, não avançou no inquérito da Delegacia de Homicídios.

Já a suspeita de atrapalhar as investigações foi apresentada ao STJ em 2019, mas foi rejeitada. A justificativa apresentada pelo relator do caso, Raul Araújo, não entrava no mérito da acusação, mas alegava que o caso deveria tramitar na Justiça comum do Rio, pois Brazão estava afastado do TCE e não tinha mais o foro especial.

No ano passado, o Tribunal de Justiça do Rio também rejeitou a denúncia, acolhendo um pedido do Ministério Público do Estado. Na época, a promotoria considerou que o conselheiro não atuou para atrapalhar as investigações.

Chiquinho

O deputado federal João Francisco Inácio Brazão (União Brasil), o Chiquinho Brazão, de 62 anos, é o irmão do meio de outros dois políticos no RJ: o deputado estadual Manoel Inácio Brazão, mais conhecido como Pedro Brazão, e Domingos Brazão.

Empresário de postos de gasolina, Chiquinho Brazão foi vereador na Câmara Municipal do RJ pelo MDB por 12 anos, inclusive durante os 2 primeiros anos de mandato de Marielle, entre 2016 e março de 2018, quando foi assassinada.

Em 2018, Chiquinho foi eleito para a Câmara dos Deputados pelo Avante e, em 2022, foi reeleito desta vez pelo União Brasil. Naquele ano, ele teve 25.817 votos.

Em outubro de 2023, o político se afastou da Câmara dos Deputados e assumiu o comando da Secretaria Municipal de Ação Comunitária, no governo de Eduardo Paes (PSD). A indicação foi feita pelo Republicanos, partido do ex-prefeito Marcelo Crivella.

Em fevereiro deste ano, ele foi exonerado do cargo pelo prefeito. À época, segundo a prefeitura, a exoneração ocorreu a pedido do próprio Chiquinho.

Ao contrário do irmão, Chiquinho nunca havia sido citado no caso Marielle e, quando perguntado, alega que teve um bom convívio e relação com Marielle Franco nos 2 anos que dividiram o plenário da Câmara do Rio.

Em maio do ano passado, Chiquinho recebeu dos deputados Pedro Brazão, seu irmão, e de Marcelo Ferreira Ribeiro, conhecido como Marcelo Dino, a maior honraria da Alerj, a medalha Tiradentes.

Rivaldo

O delegado Rivaldo Barbosa foi empossado chefe da Polícia Civil do RJ em 13 de março de 2018, um dia antes do atentado.

Graduado em direito, Rivaldo era coordenador da Divisão de Homicídios e foi convidado para o posto pelo então interventor federal general Walter Braga Netto.

Durante seu discurso, Rivaldo enfatizou a necessidade de combater a corrupção. “Combater a corrupção é uma das minhas prioridades. Por isso, precisamos investir e fortalecer a inteligência para atuar em lavagem de dinheiro.”

O novo chefe de polícia também pediu a união de todas as instituições “sem protagonismo”. E disse: “A intervenção tem conduzido suas definições com respeito às instituições. Somos todos homens da lei e dela jamais devemos nos afastar”, afirmou o delegado.

“Nós temos um foco. Qual é o foco? Restabelecer e trazer a tranquilidade à sociedade carioca e faremos isso com empenho de todo nosso trabalho”, disse Rivaldo logo após ser anunciado como novo chefe de Polícia.

g1

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STF

Gilmar Mendes defende urgência em retirar a Polícia Militar da política

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Foto: Reprodução/CNN Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes defendeu urgência na retirada dos militares da política, sobretudo à Polícia Militar estadual.

“Não envolve só os militares federais, mas sobretudo as PMs estaduais”, disse Gilmar ao CNN Entrevistas. “O sujeito não pode simplesmente, sendo coronel, comandante, disputar uma eleição e depois voltar para as atividades. Já tem algumas propostas nesse sentido, mas isso é urgente”.

O ministro se refere à uma proposta de emenda à Constituição (PEC), patrocinada pelo ministério da Defesa, que prevê que militares que se candidatarem tem que ir para a reserva.

O texto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, mas depois empacou no plenário. A PEC, no entanto, impõe à vedação apenas para as Forças Armadas e não inclui as PMs estaduais tamanha a polêmica.

CNN Brasil

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Brasil

Cresce o número de brasileiros contra a descriminalização da maconha

Plantação de maconha cannabis - MetrópolesFoto: Reprodução

Em setembro do ano passado, 61% dos brasileiros afirmaram que eram contra a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal. Agora, esse número passou para 67%. O aumento foi constatado por pesquisa realizada pelo Datafolha, divulgada neste sábado (23/3).

No levantamento atual, 31% dos entrevistados apoiaram a descriminalização. Em setembro do ano passado, esse índice era de 36%. Na enquete mais recente, 2% não souberam ou preferiram não responder à questão – na anterior, foram 3%.

A pesquisa foi feita com 2.002 pessoas maiores de 16 anos, entre os dias 19 e 20 de março, em 147 municípios de todo o Brasil. A margem de erro para o total da amostra é de dois pontos percentuais, para cima ou para baixo.

Aos entrevistados, foi feita a seguinte pergunta: “O Supremo Tribunal Federal (STF) está julgando um caso que pode descriminalizar, ou seja, deixar de tratar como crime, a posse de pequenas quantidades de maconha. Na sua opinião, portar uma pequena quantidade de maconha deveria deixar de ser crime ou não?

Jovens contra

De acordo com o levantamento, a oposição à descriminalização cresceu de forma expressiva entre jovens de 16 a 24 anos desde setembro. Nesse caso, o grupo contrário à medida passou de 46% para 55%. Ou seja, agora, engloba a maioria.

Na faixa etária seguinte, de 25 a 34 anos, o índice subiu de 56% para 65%. Considerada a idade, o segmento mais conservador tem 60 anos ou mais. Nesse caso, 72% não aceitam que a posse da maconha, embora de pequenas quantidades, deixe de ser crime.

Pardos mais liberais

Em relação à cor, as pessoas que se definem como pardas são as mais liberais. Mesmo assim, 64% delas dizem ser contra a descriminalização. A maior oposição à mudança da lei, contudo, ocorre entre os pretos, com 72% contrários à liberação.

Entre as pessoas mais escolarizadas, 68% afirmaram que são contra deixar de tratar a posse de pequenas quantidades de maconha como crime. Na pesquisa anterior, eram 53%. A parcela com renda familiar mensal entre 2 e 5 salários mínimos passou a registrar uma oposição de 71%, ante 59% na sondagem de setembro.

Bolsonaristas e petistas

Do total de entrevistados que se identificaram como bolsonaristas, 76% afirmaram ser contra a descriminalização e 22% favoráveis – 1% não soube responder. Entre os petistas, 59% refutaram a medida e 39% a aprovaram. Dos que se consideram neutros em relação aos dois grupos políticos, 69% são contra e 29% a favor.

O julgamento da questão no STF ocorre desde 2015. O placar está em 5 votos a favor e 3 contrários à descriminalização. A discussão foi suspensa no início de março com um pedido de vista do processo do ministro Dias Toffoli. Além dele, Luiz Fux e Cármen Lúcia ainda não votaram sobre o tema.

Metrópoles

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Política

Governo Lula vê ato da esquerda ‘sem sentido’ e busca escapar do esvaziamento

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Foto: Mariana Brasil/Folhapress

O governo Lula (PT) busca se descolar e não arcar com o ônus para a sua imagem dos atos contra Jair Bolsonaro (PL) organizados por partidos de esquerda neste sábado (23) e que foram esvaziados em praticamente todas as cidades em que ocorreram.

A avaliação interna é de que o PT e demais partidos erraram ao levar adiante as manifestações que não tinham uma “pauta mobilizadora”, como definiu um integrante do governo, e que além disso aconteceram de maneira desarticulada.

Por outro lado, ministros também defendem que se trata de um “evento do PT” e que por isso o esvaziamento não serve como um termômetro da força do governo.

Afirmam ainda que a pauta dos atos —em defesa da democracia, para lembrar os 60 anos do regime militar e contra a anistia para quem buscou uma ruptura institucional—, embora importantes, não estão no topo da lista de prioridades que o governo vem defendendo publicamente.

Com informações de Folha de S. Paulo

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Brasil

PF prende suspeitos de ordenar assassinato de Marielle Franco

ImagemFoto: Renan Olaz/Câmara Municipal do Rio de Janeiro/AFP/Arquivo

Uma operação conjunta da Procuradoria Geral da República, do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Polícia Federal prendeu neste domingo (24) três suspeitos de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, em março de 2018.

Foram presos Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio.

Também foram expedidos mandados de busca e apreensão na sede da Polícia Civil do Rio e no Tribunal de Contas do Estado.

Os investigadores ainda trabalham para definir a motivação do crime. Do que já se sabe, o motivo tem a ver com expansão territorial de milícia no Rio.

Ao aceitar o acordo de colaboração com a PF, Lessa apontou quem eram os mandantes e também indicou a motivação do crime.

g1

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STF

Veja a íntegra do depoimento de Mauro Cid ao STF sobre ataques à PF e Moraes

Foto: Andre Borges/EFE

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, confirmou nessa sexta-feira (22) que quer manter a delação premiada e disse que não foi coagido pela Polícia Federal para depor. Ele prestou depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal) sobre um áudio no qual fez ataques à PF e ao ministro Alexandre de Moraes. Ao fim da audiência, Cid foi preso preventivamente por descumprir medidas cautelares e obstrução à Justiça.

Na gravação, Cid afirma que a PF o pressionou a relatar fatos que não aconteceram e a detalhar eventos sobre os quais não tinha conhecimento. Ele também critica a atuação de Moraes, dizendo que o ministro faz o que bem entender.

Veja a íntegra do depoimento de Mauro Cid ao STF:

O senhor participou de audiência nesta Corte, no dia 06/09/23, sob a condução do então juiz Auxiliar Marco Vargas. O senhor se recorda da audiência?

Sim, se recorda da audiência e das circunstâncias onde ela foi realizada e dos participantes.

O senhor foi acompanhado por seus defensores na audiência realizada m 06/09/23, aqui no STF?

Sim, estava acompanhado do Dr. Cezar e da Dra. Vania.

O senhor esteve sempre acompanhado por seus defensores nas oitivas realizadas pela autoridade policial?

Sempre esteve acompanhado por advogados, na maioria das vezes com mais de um advogado.

O senhor reafirma a voluntariedade da manifestação de vontade exteriorizada na audiência realizada no dia 06/09?

Sim, confirma e reafirma. A vontade continua sendo a mesma. De forma espontânea e voluntária. Ciente de que seria feita a colaboração. Afirma não ter havido pressão do judiciário ou da polícia. Conversou previamente com os advogados sobre a colaboração.

O senhor foi coagido em algum momento, por qualquer pessoa ou instituição, a firmar o acordo de colaboração?

A decisão foi própria, de livre e espontânea vontade.

O senhor tem ciência dos termos da colaboração, inclusive das cláusulas relacionadas às suas obrigações?

Sim, tenho ciência dos termos e concordei com todas elas.

O senhor tem ciência dos áudios divulgados na data de ontem, 21/03/2024?

Teve ciência através da revista. A conversa era privada, informal, privada, particular, sem intuito de ser exposta em revista de grande circulação.

O senhor reconhece os áudios divulgados? O senhor proferiu as mensagens?

Resp: que ouviu todos os áudios. Reconhece as falas, foram proferidas por mim, em conversa privada.

Quem é o interlocutor das mensagens divulgadas na reportagem?

Está recluso, praticamente em casa, não tem vida social e não trabalha. Não lembra para quem falou essas frases de desabafo, num momento ruim. Não conseguiu ainda identificar quem foi essa pessoa. Não acredita que alguém do núcleo próximo tenha contato com a imprensa. Possivelmente a conversa teria ocorrido por telefone. Provavelmente celular. O círculo próximo é composto por amigos, amigos militares, amigos da equitação. Não tem ideia de quando aconteceu. Está sofrendo exposição midiática muito grande que prejudica as relações. Está com problemas financeiros e familiares. Está prestes a ser promovido. Esse mês de março, por causa da promoção, está mais sensível. Tudo que falou foi um desabafo. Não sabe se os áudios estão em ordem correta. Que perdeu tudo que tinha. Foi apenas um desabafo. Uma forma de expressar.

Poderia nominar as pessoas com as quais tem conversado regularmente?

Meu irmão Daniel Cid, meu cunhado, minha prima, meu amigo Rafael Maciel, os coronéis Sobral, Lessa que são mais próximos, eram da minha turma, e o sargento Tiago. Não tenho contato com nenhum político, ninguém de núcleo/esfera política.

Quem são os “policiais” que queriam que o senhor falasse coisas que não sabia ou teriam acontecido? 

Ninguém o teria forçado. Eles têm a tese investigativa e ele tem a versão dela. Muitas vezes as versões eram contrárias. Nunca houve induzimento às respostas. Nenhum membro da polícia federal o coagiu a falar algo que não teria acontecido.

Qual a suposta versão “verdadeira” e de qual fato o senhor se refere, quando afirma no áudio ter contado aos policiais e eles não teriam acreditado?

Eles tinham outra linha investigativa e a versão dos fatos era outra. Ele explicava como tinha ocorrido. Os policiais traziam os fatos na forma que estavam investigando.

O que o senhor quis dizer com “narrativa pronta”? Quem tinha essa narrativa pronta? Sobre qual fato?

Já tinham uma linha de investigação. O delegado disse que ouviu por último para fechar o quebra-cabeça. Entrou para corroborar. Refere-se ao depoimento do dia 11/3. Todos foram presos, ouvidos e por último ele foi ouvido. Ele foi fechar os buracos naquela investigação.

Qual a “sentença pronta” que o senhor afirma que o ministro relator possui? Quem é “todo mundo”? Denúncia e prende todo mundo quem?

É um desabafo, quer chutar a porta e acaba falando besteira. Genérico, todo mundo, acaba dizendo coisas que não eram para serem ditas. Em razão da situação que está vivendo, foi um desabafo.

O senhor afirma que todos se deram bem, ficaram milionários. Quem são essas pessoas?

Estava falando do presidente Bolsonaro que ganhou Pix, aos generais que estão envolvidos na investigação e estão na reserva. E no caso próprio perdeu tudo. A carreira está desabando. Os amigos o tratam como um leproso, com medo de se prejudicar. Não é político, não é militar, quer ter a vida de volta. Está enclausurado. A imprensa sempre fica indo atrás. Está agoniado. Engordou mais de 10 quilos. O áudio é um desabafo. Acredita que as pessoas deviam o estar apoiando e dando sustentação.

A “cama está toda armada”… Os “bagrinhos” estão pegando 17 anos… Os mais altos vão pegar quanto? quem são esses mais altos? A quem o senhor se referia?

Reclamação genérica do que está acontecendo. Se assusta com as penas. Imagina qual a pena que os mais altos vão pegar. É um desabafo e preocupação com o futuro. Foi o único que teve a família exposta pela imprensa. Toda a família está sofrendo.

O senhor confirma integralmente o último depoimento que foi prestado à autoridade policial em 11/03/2024? O senhor estava acompanhado por seus defensores?

Confirma integralmente, não foi pressionado e respondeu a todas as perguntas. Estava acompanhado do Dr. Cezar e da Dra. Vania.

O senhor está mantendo contato, por qualquer meio, com outros investigados ou interlocutores  esses investigados?

Não tem mantido nenhum contato com os investigados ou interlocutores.

O senhor deseja manter o acordo de colaboração ou pretende rompê-lo?

Deseja manter o acordo de colaboração premiada. Deseja manter nos exatos termos que foi celebrado.

R7

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Educação

9,3 milhões de pessoas com 15 anos ou mais não sabem ler e escrever, aponta IBGE

ImagemFoto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Ao todo, 9,3 milhões de pessoas com 15 anos ou mais são analfabetas no Brasil — o que representa taxa de analfabetismo de 5,4% —, de acordo com dados presentes na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) Educação divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (22/3).

Em comparação com 2022, o índice do ano passado sofreu redução de cerca de 232 mil analfabetos na população brasileira.

Mais da metade (54,7%) das pessoas que não sabem ler e escrever mora no Nordeste, totalizando 5,1 milhões. Em seguida, aparece o Sudeste, que abriga 2,1 milhões (22,8%) dos analfabetos do país.

A Pnad Contínua Educação retrata o panorama educacional da população do Brasil, com os seguintes indicadores: analfabetismo, nível de instrução e número médio de anos de estudo, taxa de escolarização, abandono escolar de pessoas de 14 a 29 anos, entre outras abordagens.

Analfabetismo nas regiões do Brasil

O Nordeste e o Norte apresentaram as taxas de analfabetismo mais elevadas — 11,2% e 6,4%, respectivamente —, entre pessoas com 15 anos ou mais. Enquanto esses dados eram significativamente menores no Centro-Sul do Brasil.

Apesar da queda considerável de 0,5 ponto percentual, entre 2022 e 2023 (passando de 11,7% para 11,2%), o Nordeste é a única região que ainda não conseguiu cumprir a Meta 9, presente no Plano Nacional de Educação (PNE) — que prevê a redução da taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais para 6,5%.

O Brasil atingiu essa meta intermediária em 2017, enquanto Sul, Sudeste e Centro-Oeste alcançaram esse feito desde 2016. O Norte só cumpriu a meta 9 do PNE em 2022.

Metrópoles

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Política

Justiça barra homenagem para Michelle Bolsonaro no Theatro Municipal de São Paulo

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro será homenageada com o título de cidadã honorária de São PauloFoto: Divulgação

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou nesta sexta-feira (22) que a cerimônia de entrega de cidadania honorária da capital paulistana à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não poderá ser feita no Theatro Municipal, conforme havia sido sido solicitado pelos vereadores e aprovado pela Prefeitura no último dia 13. Segundo a decisão judicial, o uso do espaço para homenagear Michelle acarretaria em um “grave risco de desvio de finalidade do bem público”.

No último dia 13, a Prefeitura aprovou o agendamento do Theatro Municipal para a cerimônia. “Não há excepcionalidade nesse caso, uma vez que é normal a cessão de espaço para eventos de órgãos públicos”, disse em nota a Secretaria Municipal de Cultura, na ocasião.

Foi essa autorização do Executivo municipal que o juiz Marco Antônio Martin Vargas, do TJ-SP, suspendeu nesta sexta-feira. O magistrado também estipulou uma multa de R$ 50 mil caso a decisão seja descumprida.

De acordo com Vargas, as justificativas utilizadas pela Prefeitura para a mudança de local do evento tiveram uma “falta de motivação, acrescida da falta de publicização e transparência”. O magistrado também pontuou que a cerimônia para Michelle no Theatro indica “a presença de grave risco de desvio de finalidade do bem público, do dever de impessoalidade e da promoção pessoal de autoridade”.

Rinaldi argumentou que o Palácio Anchieta, sede do Legislativo paulistano, não teria espaço físico suficiente para comportar o público que estará presente na solenidade. O juiz pontuou, porém, que o vereador noticiou nas redes sociais que o evento contará uma distribuição limitada de ingressos e a transmissão ao vivo pelo canal da Câmara de São Paulo.

“Se extrai, por ora, a conclusão de que a cerimônia de essência representativa cidadã tenha ganhado uma conotação particular”, concluiu o magistrado do TJ-SP.

Estadão

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