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Metade das capitais de Estado brasileiras está abaixo da média nacional (40%) de acesso à creche. Uma delas é João Pessoa, onde só 23% do público consegue acesso aos locais.
A maior parte (16 de 26) fica abaixo da média brasileira em outro indicador: acesso à pré-escola para crianças de 4 a 5 anos. No Brasil como um todo, 94% têm acesso ao ensino nessa idade. A capital paraibana se aproxima dessa mésia: 92%.
As informações estão na plataforma Educação Já, da ONG Todos pela Educação, que reúne dezenas de indicadores de todos os municípios brasileiros para qualificar o debate durante as eleições.
Cidades grandes têm dificuldade com creches
A creche é a etapa mais cara da educação básica. Enquanto uma classe com 30 alunos do ensino fundamental requer 1 professor, são necessários mais profissionais para cuidar adequadamente de 30 bebês de 0 a 3 anos.
A melhora no acesso a essa estrutura tem sido um grande desafio no Brasil e deve ser um dos temas das eleições municipais deste ano.
O fato de metade das capitais estaduais não conseguir atingir a média brasileira de 40% de acesso à creche para crianças de até 3 anos está relacionado, em parte, ao tamanho da cidade.
“Cidades grandes, mais espalhadas, têm mais pais que precisam viajar muito ao trabalho e necessitam de creche. Também têm mais dificuldade em acompanhar uma ocupação por vezes rápida da periferia para oferecer o serviço“, diz Ivan Gontijo, gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação.
Pré-escola
Os indicadores de acesso à pré-escola são mais altos que os de acesso à creche, em parte, por causa da emenda constitucional 59 de 2009, que tornou a educação básica obrigatória a partir dos 4 anos.
O acesso a essa etapa do ensino tem aumentado e atingiu 100% do público em Florianópolis e Vitória. A maioria das capitais brasileiras, no entanto, apresenta desempenho inferior à média nacional. Contribuem para isso dificuldades semelhantes às da expansão do acesso a creches.
As capitais com o pior acesso à pré-escola estão concentradas nas regiões Norte e Nordeste. Porto Alegre, com 79% de acesso à pré-escola, é uma exceção.
Poder360
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