O principal compromisso do presidente será a participação na Conferência do Clima das Nações Unidas (ONU), a COP 28, nos Emirados Árabes. Lula também terá encontros com governantes e empresários nas quatro paradas da viagem:
- Riade, Arábia Saudita;
- Doha, Catar;
- Dubai, Emirados Árabes;
- Berlim, Alemanha.
Lula foi submetido a duas cirurgias, uma nas pálpebras e outra no quadril, no dia 29 de setembro, em Brasília. O procedimento no quadril colocou uma prótese no encaixe com o fêmur direito para tratar uma artrose.
O presidente, que teve uma agenda intensa de viagens internacionais nos nove primeiros meses de terceiro mandato, programou a cirurgia no quadril para estar recuperado a tempo de participar da COP 28, em Dubai.
Arábia Saudita e Catar
Lula tem previsão de sair de Brasília na segunda-feira (27) com destino a Riade, na Arábia Saudita, seguindo na sequência para Doha, no Catar. O presidente terá agendas com as realezas locais e empresários.
Lula tem interesse em investimentos de fundos dos países do Golfo Pérsico, grandes produtores de petróleo, em obras de infraestrutura do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O pacote de projetos é a principal aposta do governo para gerar empregos e impulsionar a economia.
Lula desembarca na terça-feira (28) em Riade para uma audiência com o príncipe herdeiro do reino saudita, Mohammed bin Salman (MBS).
Em junho, durante viagem a Paris, o petista cancelou um jantar que teria com o príncipe, que é um dos governantes do reino e tem histórico de críticas de países ocidentais. Em 2021, um relatório da inteligência dos Estados Unidos atribuiu ao príncipe a responsabilidade pela morte do jornalista Jamal Khashoggi, em 2018.
Ainda em Riade, Lula terá eventos empresariais na quarta-feira (29), um da Embraer e outro da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), antes de seguir para Doha.
Na quinta (30), o presidente deve ir a um fórum com empresários e planeja se encontrar com o emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, autoridade máxima do país.
Segundo o embaixador Carlos Sérgio Sobral Duarte, secretário de África e de Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, é “natural” que a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas seja tratada entre Lula e o emir.
O Catar ajudou a intermediar a trégua no conflito e mantém interlocução com o Hamas. O Brasil repatriou recentemente um grupo de pessoas da Faixa de Gaza e deseja trazer de volta uma nova leva de brasileiros.
“É natural que numa visita deste nível também se inclua uma conversa entre os presidentes sobre a situação no Oriente Médio, sobre a crise e sobre as perspectivas que podem se ver. Para o Brasil, é muito útil ter como interlocutor um país que também dialoga com todas as partes e é um país da região”, disse Duarte a jornalistas.
COP 28 em Dubai
Em Dubai, nos Emirados Árabes, Lula participa a partir de sexta-feira (1º) da 28ª edição da Conferência do Clima, a COP. A agenda de preservação ambiental e transição energética é uma das preocupações do presidente, que deseja atrair investimentos. O Brasil, inclusive, receberá em Belém (PA) a COP 30, em 2025.
“Essa transição energética se apresenta para o Brasil como a oportunidade que nós não tivemos no século 20, de termos no século 21 a possibilidade de mostrarmos ao mundo que, para quem quiser utilizar a energia verde para produzir aquilo que é necessário a humanidade, o Brasil é o porto seguro”, disse Lula na última quinta-feira (23).
Lula esteve na COP 27, no Egito no ano passado, antes de tomar posse como presidente e criou a expectativa de guinada na política ambiental. Na gestão de Jair Bolsonaro (PL), entre 2019 e 2022, o desmatamento na Amazônia disparou e ambientalistas criticaram o desmonte no sistema de combate a crimes ambientais.
Lula chegará a Dubai com dados positivos na Amazônia. Conforme dados, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a área desmatada na Amazônia foi de 9.001 km² entre agosto de 2022 e julho de 2023 — queda de 22,3% na comparação com o período entre agosto de 2021 e julho de 2022.
Segundo o Itamaraty, o governo brasileiro trabalha para apresentar na COP 28 um novo mecanismo de captação de recursos a fim de financiar a preservação em países com florestas. O Brasil também deve apresentar uma meta mais ambiciosa de redução da emissão de efeitos estufas.
A nova meta deve passar a ser de redução de 53% das emissões até 2030 em relação às emissões de 2005, quando foi firmado o Acordo de Paris.
A meta anterior se comprometia com corte de 50% das emissões até 2030. A meta para 2025 também será alterada: de 37% para 48%.
Lula participará da COP 28 com o Brasil à frente do G20, bloco que reúne representantes de 19 países, da União Europeia e da União Africana. O Brasil comandará o grupo até novembro de 2024 e criará uma força-tarefa para alinhar ações de combate às mudanças climáticas.
Para receber essa e outras notícias acesse o grupo do BG PB no Whatsapp
G1
Comente aqui