
Bolsonaro questiona julgamento em turma do STF: ‘Será isento?’

O Senado Federal deve analisar a partir deste ano a reforma do Código Civil brasileiro. Entre outros temas, o projeto atualiza a legislação para permitir o divórcio unilateral, ou seja, apresentado por apenas uma das pessoas da relação. A proposta possibilita que a solicitação seja feita por uma das partes diretamente no cartório e sem a necessidade de ação judicial.
O pedido poderá ser feito em caso de divórcio e de dissolução da união estável. Pelo texto, a solicitação deverá ser assinada pelo interessado e pelo advogado ou defensor público.
Para a advogada e vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família, Maria Berenice Dias, as mudanças sugeridas no projeto vão trazer agilidade para os processos de divórcio.
“Já que [o divórcio] é um direito que outro não pode se opor, por que precisa ser feito perante a Justiça? Por que não pode ser feito, por exemplo, perante o tabelionato? […] O Poder Judiciário está encharcado de tantos processos. Há também uma preocupação de desjudicializar esses procedimentos em que não tem o que contestar”, afirmou a advogada.
No caso do divórcio, atualmente, são permitidos três modelos: o judicial litigioso, quando não há acordo sobre a dissolução da união; o judicial consensual; e o extrajudicial, em casos de consenso e que não há necessidade de ação judicial.
Pelo projeto da reforma do Código Civil, o pedido unilateral deverá ser apresentado no mesmo Cartório do Registro Civil em que foi registrado o casamento ou união estável. A partir da solicitação, a outra parte deverá ser notificada de forma pessoal ou por edital.
Se a outra parte não for localizada “após exauridas as buscas de endereço nas bases de dados disponibilizadas ao sistema judiciário”, a notificação será feita via edital. Essa notificação poderá ser dispensada caso o cônjuge este tenha “manifestado ciência por qualquer meio”.
Apenas após essa notificação, o cartório, em cinco dias, iniciará o processo de registro do divórcio ou da dissolução da união estável. “Nesse primeiro momento, achando o outro ou a outra dá para se decretar o divórcio extrajudicialmente”, explica Maria Berenice Dias.
A advogada integrou a comissão de juristas que analisou a proposta. Segundo ela, o projeto permitirá que o decreto de divórcio não dependa da Justiça, mas, em processos que envolvam a guarda de filhos e partilha de bens, as determinações ainda precisam ser feitas por via judicial.
“Essas questões dos alimentos, da partilha, isso continua sendo na Justiça. Só o decreto do divórcio que há a possibilidade de ser feito perante o tabelionato”, disse.
Torcedores picharam, na noite dessa quinta-feira (17), a entrada principal da Maravilha do Contorno, Centro de Treinamento do Botafogo-PB. Nas mensagens, palavras de ordem e xingamentos aos dirigentes do clube em relação aos anúncios para partida contra o Flamengo, pela terceira fase da Copa do Brasil.
O grupo critica o valor dos ingressos anunciado pelo Belo e a divisão do estádio Almeidão para recepção do time do Rio de Janeiro, no qual ficou decidido que ocuparia 40% das arquibancadas.
Nesta quinta-feira, foi iniciada a venda dos ingressos, mas o valor deles causou revolta entre os botafoguenses nas redes sociais. O preço varia entre R$300 e R$ 400. Para os visitantes, chega a R$ 500.
Valor dos ingressos:
Arquibancada Oeste (Sombra) – R$ 300,00
Arquibancada Leste (Sol / Setor Visitante) – R$ 400,00
Visitante (Geral) – R$ 400,00
Cadeiras Numeradas – R$ 500,00
Logo depois do início da comercialização, o Procon de João Pessoa notificou a SAF do Botafogo-PB para explicar o motivo do aumento no valor dos ingressos para o confronto.
Entenda a polêmica da divisão do estádio
A definição da divisão de espaços entre as torcidas de Botafogo-PB e Flamengo para o duelo pela terceira fase da Copa do Brasil gerou polêmica entre os torcedores paraibanos. Em reunião realizada na última quarta-feira (16), na sede do Belo SAF, ficou acertado que 60% do Estádio Almeidão será destinado à torcida do Botafogo-PB, enquanto 40% ficará com os torcedores do Flamengo, que ocuparão o setor sol leste.
A decisão foi tomada pelo CEO da SAF do Belo, Alexandre Gallo, em conjunto com representantes da segurança pública da Paraíba, incluindo o Comandante-Geral da Polícia Militar, coronel Sérgio Fonseca, o comandante metropolitano, coronel Eduardo Temóteo, e o diretor de Gestão de Pessoas, coronel Souza Neto.
A medida, no entanto, não agradou a torcida do Belo, que reagiu com críticas nas redes sociais do clube. Muitos consideraram excessivo o espaço cedido aos visitantes.
“Era melhor vender o mando de campo, visitante é 10%”, comentou uma torcedora. Outro torcedor disse: “Se fosse pra fazer uma palhaçada dessa, era melhor ter vendido o mando de campo.”
MaisPB
A Paraíba registrou o percentual 46,6% na variação anual de abertura de pequenos negócios, sendo o quarto estado entre todas as unidades da federação com melhor desempenho no território nacional, segundo dados do Sebrae. O levantamento tem como referência o primeiro trimestre de 2025, comparado ao mesmo período do ano anterior. À frente do estado paraibano com maior número estão: Ceará (56,8%), Piauí (55,3%) e Amazonas (51,3%).
O dado positivo observado na Paraíba é também superior à média do Brasil, que ficou em 33,4% na variação comparada entre os dois períodos entre 2024 e 2025. Considerando a abertura acumulada de pequenos negócios neste trimestre, o levantamento aponta que o estado paraibano apresentou o saldo de 19.169 registros.
Entre os estados do Nordeste, esse foi o quarto melhor resultado, ficando atrás apenas de estados como Bahia (63.173), Ceará (42.441) e Pernambuco (40.566). Completam a relação da estatística: Maranhão (17.715), Rio Grande do Norte (15.260), Alagoas (12.685), Piauí (11.581) e Sergipe (9.437).
De acordo com a gerente da Unidade de Gestão Estratégica e Monitoramento do Sebrae/PB, Ivani Costa, os números revelados pelo levantamento traduzem a existência de um cenário positivo no ambiente de negócios, o que colabora para o fortalecimento das atividades econômicas. “Isso mostra que o ambiente empreendedor paraibano está aquecido e favorável, refletindo políticas de incentivo e confiança dos empreendedores locais. Os dados reforçam a força da Paraíba no cenário nacional e regional da economia empreendedora”, avalia.
No contexto nacional, São Paulo (28,6%), Minas Gerais (10,9%) e Rio de Janeiro (7,8%) lideram a abertura de pequenos negócios até março de 2025, concentrando a maior participação entre os estados. Os setores de serviço (63,7%) e comércio (20,8%) são os que concentraram maior abertura de pequenos negócios no mês de março em todo o país. Em seguida aparecem indústria de transformação (7,6%), construção (7%), agropecuária (0,8%), SIUP (0,1%) e atividade extrativa mineral (0,03%).
Ainda de acordo com o levantamento, o número de abertura com o registro de MEI no Brasil teve crescimento de 35% até o mês de março deste ano, em comparação com o mesmo período de 2024, enquanto as MPE apresentaram crescimento de 28%.
O primeiro jogo entre Botafogo-PB e Flamengo pelas oitavas-de-final da Copa do Brasil será disputado no dia 1º de maio, às 20h, no Almeidão, em João Pessoa. De acordo com a CBF, o duelo da volta está marcado para o dia 21 de maio, às 19h, no Maracanã, no Rio de Janeiro.
A equipe que avançar às oitavas de final garantirá uma premiação de R$ 3.638.250, conforme previsto nas cotas da competição para a temporada 2025.
Único representante da Paraíba ainda vivo na Copa do Brasil, o Botafogo-PB chega a essa fase após eliminar a Portuguesa e o Concórdia.
Nesta etapa do torneio, os confrontos são em ida e volta e, em caso de empate no placar agregado, a vaga será decidida nos pênaltis.
Blog do BG PB
Os valores dos ingressos para o aguardado confronto entre Botafogo-PB e Flamengo, válido pela terceira fase da Copa do Brasil, foram definidos. A partida será realizada no Almeidão, em João Pessoa, ainda sem data oficializada pela CBF.
O clube alvinegro definiu preços diferenciados para os setores do estádio. Os ingressos variam de R$ 150 (meia-entrada na Arquibancada Sol) a R$ 500 (inteira nas Cadeiras). Em relação às partidas anteriores no Almeidão, os valores sofreram um reajuste significativo. As vendas para o público geral começam na próxima segunda-feira (21).
Confira os valores anunciados:
Arquibancada Sombra: R$ 300 (inteira) e R$ 150 (meia-entrada)
Cadeiras: R$ 500 (inteira) e R$ 250 (meia-entrada)
Arquibancada Sol (torcida do Flamengo): R$ 400 (inteira) e R$ 200 (meia-entrada)
BG com Arena Correio
O ex-presidente apresentou melhora nos exames laboratoriais, mas segue sem previsão de alta. Segundo o boletim, Bolsonaro “mantém boa evolução clínica, sem dor e sem outras intercorrências”. As informações são do boletim médico desta quinta-feira, 17.
Ele também continua passando por sessões de fisioterapia motora e respiratória. A equipe médica que o acompanha também manteve a recomendação de que ele não receba visitas.
“Minha evolução clínica tem sido positiva: não sinto maiores dores e, até o momento, não houve novas intercorrências. Os exames laboratoriais também indicam melhora, o que me traz mais alento e esperança a cada dia. Pois com a evolução pós cirurgia a, cada dia passado com evolução esperada, maiores são as chances de menores complicações”, publicou o ex-presidente.
Bolsonaro passou por uma cirurgia de 12 horas no último domingo, 13, e deve permanecer em recuperação na unidade de saúde, O procedimento foi feito após o ex-presidente sentir dores abdominais na sexta-feira, 11, quando passou mal durante um evento político no interior do Rio Grande do Norte.
Terra
Foto: Petrobras/Divulgação/Arquivo
A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (17) que vai reduzir o preço do óleo diesel vendido às distribuidoras em R$ 0,12 por litro a partir desta sexta-feira (18).
De acordo com a estatal, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será de R$ 2,95 por litro.
A Petrobras calcula que haverá uma redução de R$ 0,10 na bomba. Isso porque o diesel fóssil vendido pela estatal às distribuidoras é misturado ao biodiesel, na proporção de 86% fóssil e 14% biocombustível.
A nova redução anunciada nesta quinta-feira (17) deve reverter o aumento de R$ 0,22 implementado em janeiro.
As quedas no preço do petróleo no mercado internacional têm levado às reduções no preço do diesel no Brasil.
A disputa comercial desencadeada pelas tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está levando à redução nas estimativas de demanda global por petróleo e à queda no preço do barril.
g1
Crédito extraordinário é um crédito adicional que serve para atender a despesas “imprevisíveis e urgentes”, segundo o Senado Federal | Foto: Wilton Junior / Estadão
O governo federal assinou uma medida provisória que abre crédito extraordinário de R$ 27,4 milhões em favor do Supremo Tribunal Federal (STF). A publicação no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 17, afirma que o recurso é destinado a cobrir despesas relacionadas à “apreciação e julgamento de causas” na Corte.
O documento é assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB).
Crédito extraordinário é um crédito adicional que serve para atender a despesas “imprevisíveis e urgentes”. Esse tipo de crédito deve ser aberto por meio de medida provisória, pelo Poder Executivo.
O montante de R$ 27,4 milhões foi aprovado pela Corte em dezembro, e agora liberado pelo governo. A decisão do STF foi tomada em julgamento virtual, após ataque a bomba na sede do Tribunal em novembro.
O dinheiro será usado, entre outros itens, para solução antidrone, câmeras termais, aparelhos de raio-x, detectores de metais e rádio comunicadores. O valor também será usado para compra de coldres e porta carregadores, munições de treino, pinos hidráulicos, espectômetro de massa, além de novas guaritas e licença de software de segurança.
Estadão Conteúdo
Foto: Divulgação
O Supremo Tribunal Federal (STF) deve exercer “moderação” se não quiser virar alvo de uma crise de confiança dos brasileiros, diz artigo publicado nesta quarta-feira (16) pela revista inglesa The Economist.
Para “restaurar sua imagem de imparcialidade”, a corte deveria realizar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de liderar uma suposta trama golpista, no plenário.
O caso está sendo julgado atualmente pela Primeira Turma, composta por cinco ministros: Cristiano Zanin (presidente), Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Flávio Dino e Cármen Lúcia.
“Dos cinco, um é ex-advogado pessoal de Lula [Zanin] e outro é seu ex-ministro da Justiça [Dino]. O julgamento, portanto, corre o risco de reforçar a percepção de que o tribunal é guiado tanto pela política quanto pela lei.”
Com fortes críticas ao ministro Alexandre de Moraes, que está exercendo “poderes surpreendentemente amplos, que têm como alvo predominantemente atores de direita”, a revista afirma que “juízes individuais devem evitar emitir decisões monocráticas, especialmente em questões políticas sensíveis”.
No artigo da The Economist, a revista semanal lembra que a democracia brasileira foi alvo de “um duro golpe” nos últimos 20 anos e “grande parte da culpa recai sobre seus políticos corruptos”.
“Todos os presidentes desde 2003 foram acusados de violar a lei”, diz o artigo, mencionando o impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, motivado, segundo a revista, “por fraudar as contas públicas”. Na mesma esteira, o texto afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já foi preso por corrupção (os processos foram posteriormente anulados), e que Bolsonaro em breve será julgado por envolvimento em uma suposta trama golpista que o manteria no poder.
“Mas a democracia brasileira tem outro problema: juízes com poder excessivo. E nenhuma figura personifica isso melhor do que Alexandre de Moraes, que ocupa o cargo no Supremo Tribunal Federal. Seu histórico mostra que o Poder Judiciário precisa ser reduzido.”
Estão no centro dessa discussão sobre o poder do ministro as recentes decisões proferidas por Moraes em relação à plataforma X, de Elon Musk.
No ano passado, Moraes determinou o bloqueio do acesso à plataforma no Brasil, decisão que durou mais de um mês, além do congelamento das contas bancárias da Starlink, empresa de internet via satélite de Musk.
O ministro também determinou a remoção de centenas de contas pró-Bolsonaro da plataforma, em decisões monocráticas, ou seja, que não tiveram a participação dos demais ministros da corte.
“O sr. Moraes responde às críticas com autoridade. Pressionado no ano passado sobre se o tribunal deveria adotar um código de ética, como a Suprema Corte dos Estados Unidos fez em 2023, o sr. Moraes afirmou que ‘não há a menor necessidade.’”
A revista então defende que, após a conclusão do julgamento de Bolsonaro, o Congresso retome “a tarefa de policiar a liberdade de expressão online do sr. Moraes”.
Na terça-feira, o ministro, em outra decisão monocrática, suspendeu o processo de extradição de um cidadão búlgaro que teria cometido crimes na Espanha em 2022.
Em sua decisão, Moraes diz que a Espanha descumpriu o “requisito de reciprocidade” no tratado de extradição que mantém com o Brasil ao negar a extradição do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio.
Moraes também pediu explicações ao embaixador da Espanha no Brasil e converteu a prisão preventiva de Vasilev em prisão domiciliar no Brasil, com uso de tornozeleira eletrônica.
A revista atribui os poderes e prestígio conquistados pelo Supremo à perda de legitimidade do Executivo e aos “impasses e escândalos” nos quais o Congresso “se viu atolado”.
O “comportamento perigoso e antidemocrático de Bolsonaro, tanto no cargo quanto após sua destituição pelos eleitores, deu ao tribunal mais justificativa para usar sua influência em defesa do Estado de Direito”. No texto, é mencionado que o ex-presidente é acusado de ter planejado a morte de Moraes, Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) antes de assumirem o cargo.
“Essas são acusações graves, e o tribunal deve ponderar as evidências e condenar, se for o caso. O problema é que há crescentes questionamentos sobre o próprio comportamento do tribunal, a qualidade da justiça que ele oferece e a adequação de suas punições.”
A favor da corte também está, segundo a revista, o julgamento do mensalão, em 2012, quando o tribunal se tornou “mais disposto a fazer valer seus poderes”.
Ficou conhecido como mensalão o esquema de corrupção envolvendo o pagamento de propina dos primeiros governos Lula a parlamentares de diversos partidos em troca da aprovação dos projetos do governo. Seu julgamento, realizado pelo plenário do Supremo, isto é, pelos 11 ministros, foi televisionado, colocando a corte sob os holofotes.
A Operação Lava Jato, que veio logo em seguida ao mensalão, durando uma década de investigações e prisões de suspeitos de corrupção envolvendo a Petrobras e os governos petistas, também é mencionada no texto, como mais um caso de contradição da corte.
“O tribunal manteve as penas de prisão para dezenas de políticos e empresários considerados culpados de corrupção, mas depois mudou de ideia e anulou as condenações de Lula em 2021 por questões processuais. Em 2023, o presidente do tribunal se gabou de ter ‘derrotado Bolsonaro’”.
O episódio mencionado pela revista envolve o ministro Luís Roberto Barroso. Antes de assumir a presidência do STF, em 2023, Barroso fez um discurso no congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Brasília. Na sua fala, o ministro afirmou que havia lutado “contra a ditadura e contra o bolsonarismo”.
“Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, afirmou o ministro.
Na esteira das críticas aos ministros do Supremo, a revista The Economist lembrou que “um único juiz, José Antonio Dias Toffoli, anulou quase todas as provas descobertas durante a Lava Jato e abriu uma investigação duvidosa sobre a Transparência Internacional, um grupo anticorrupção sediado em Berlim”.
E mencionou também o ministro Gilmar Mendes, que “organiza uma reunião chamativa com a presença do tipo de pessoas influentes que costumam ter negócios em pauta”.
A reunião mencionada é o Fórum Jurídico que acontece em Lisboa anualmente, organizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), de propriedade de Gilmar Mendes.
O evento privado faz até a corte mudar a agenda de julgamentos, recebe convidados da alta esfera política-empresarial e é pouco transparente em relação aos seus custos. Foi na edição do ano passado, inclusive, que Moraes afirmou que não havia necessidade da criação de um código de ética para o Supremo.
A revista pondera, no entanto, que o STF está agindo na legalidade.
“Seus poderes advêm da Constituição brasileira, uma das mais longas do mundo, e permite que partidos políticos, sindicatos e muitas outras organizações apresentem casos diretamente ao Supremo Tribunal Federal, em vez de deixá-los passar por tribunais inferiores.”
Na prática, isso significa, segundo a revista, que o Supremo “cria leis sobre questões que seriam decididas por autoridades eleitas em muitos outros países. Um único juiz pode proferir decisões unilateralmente com graves repercussões, conhecidas como “decisões monocráticas”.
O poder da corte suprema brasileira vem de intervenções que ocorrem, por sua vez, “porque as outras instituições brasileiras fazem seu trabalho mal. O Congresso há muito tempo aguarda um projeto de lei que estabeleceria regras claras para a liberdade de expressão online. Em vez disso, surrealmente, está gastando seu tempo ponderando uma legislação que perdoaria aqueles que atacaram prédios do governo após a derrota eleitoral de Bolsonaro”.
Conhecido como “PL das Fake News”, o projeto de lei que visa regular as plataformas digitais no Brasil tramita na Câmara dos Deputados desde 2020 e nunca foi à votação no plenário.
Já a lei da anistia, projeto que pode conferir liberdade aos envolvidos na suposta trama golpista, incluindo Bolsonaro, teve seu pedido de urgência protocolado nesta semana.
Se aprovado, o requerimento de urgência deverá acelerar a tramitação do projeto, fazendo com que ele seja posto em votação sem ter que passar por todas as comissões normalmente previstas.
Por fim, a revista adverte que há uma “ameaça tripla”.
“Um perigo é que a qualidade da tomada de decisões no Supremo Tribunal Federal se deteriore à medida que sua competência se expande implacavelmente. Em segundo lugar, quanto mais o STF busca administrar a política, mais perde apoio público: apenas 12% das pessoas dizem que ele está fazendo um trabalho “bom” ou “ótimo”, em comparação com 31% em 2022. Em terceiro lugar, esse poder irrestrito aumenta a ameaça de o STF se tornar um instrumento de impulsos iliberais que infringem a liberdade, em vez de apoiá-la.”
A pesquisa mencionada pela The Economist foi realizada pelo PoderData em dezembro do ano passado.
“Os brasileiros perderam a fé em dois dos seus três Poderes. É essencial evitar uma crise de confiança generalizada no terceiro”, conclui a revista inglesa.
Folha de S. Paulo
Comente aqui