A presença de pombos é uma cena comum em vários pontos da cidade e um dos locais onde eles são vistos com maior frequência é o Ponto de Cem Réis, no Centro. A ave parece inofensiva, mas é capaz de transmitir doenças ao ser humano, assim como caramujos e roedores que são encontrados na orla, em terrenos baldios, tubulações de esgotos e até mesmo no quintal de casas.
Considerados pragas urbanas, eles transmitem doenças que podem matar. Nos últimos dez anos (2013/2022), 20 pessoas morreram na Paraíba vítimas da leptospirose, transmitida pelo rato, de acordo com Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), da Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB).
A Vigilância Ambiental de João Pessoa alerta que esses animais procuram sempre alimento, abrigo, água e acesso ao abrigo. Os pombos, por exemplo, gostam de locais onde podem ter abrigo e formar ninhos, como caixas de ar-condicionados e prédios abandonados. Além disso, eles preferem as áreas urbanas porque encontram alimento, principalmente no lixo. O Ponto de Cem Réis é um espaço movimentado e as pessoas costumam oferecer alimento para eles.
O técnico de Vigilância em Saúde de João Pessoa, Fabrício de Souza Silva, explica que várias informações já foram divulgadas alertando para não alimentar os pombos. Segundo ele, a dificuldade no Ponto de Cem Réis é que há prédios abandonados e toda condição para que formem ninhos. “A Vigilância Ambiental realizou ações junto com a Emlur e outras secretarias. A orientação que foi repassada à população é sempre de não alimentar e tentar tirar o mais rápido possível comidas do chão e restos de lixo”.
Ele ressalta que é preciso evitar a formação de ninhos e retirá-los se estiverem apenas com ovos. Se houver filhotes, é preciso esperar que se desenvolvam e saiam. Nesse processo é recomendado utilizar máscara porque as fezes do pombo podem causar danos à saúde. Por fim, fazer a limpeza com hipoclorito. Ao inalar as fezes, o ser humano pode desenvolver infecção por fungos. “Existem duas doenças transmitidas pelo pombo, a histoplasmose e a criptococose”. Elas têm tratamento e cura.
Roedores
Na orla, principalmente durante à noite, é possível se deparar com ratazanas próximo à vegetação e aos
bancos da calçadinha. Além de assustar algumas pessoas, o rato, que é outra praga urbana, pode transmitir a leptospirose. Eles existem em grande número nas áreas urbanas.
Um esconderijo para eles é na vegetação da praia, que é área de proteção permanente, e não pode ser retirada. Os ratos, conforme Fabrício de Souza Silva, também utilizam os canais pluviais. Além disso, toda a calçadinha da praia tem espaços que servem de abrigo.
O Centro de Controle de Zoonoses realiza, de duas a três vezes por ano, um trabalho intensivo na orla justamente por causa da circulação de pessoas. O técnico lembra que qualquer local que ofereça água,
abrigo, alimentos e acesso ao abrigo dá condições para a presença de roedores.
Mercados públicos e feiras livres são ambientes favoráveis. Terrenos baldios, com mato, podem ser um local propício ao surgimento de ratos. Por isso, a recomendação é que os proprietários mantenham esses espaços limpos e que a população evite jogar lixo. “A população tem que entender que os problemas que enfrentamos com todas as pragas urbanas, mas principalmente com os roedores, é a presença do lixo. Por isso, é preciso manter o ambiente limpo e organizado”, ensina.
Ele explica que, se houver a presença de roedores, é possível fazer o controle por meio de produtos químicos aprovados pela Vigilância Sanitária. Chumbinho não é indicado. Ao comprar o produto, a orientação é ler a maneira como deve ser usado. O técnico acrescenta que o uso de produtos químicos deve ser regular.
Blog do BG PB com União
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