O uso de cartões de pagamento no Nordeste atingiu a marca de R$ 385,2 bilhões, em 2022, com um crescimento de 26,2%, em comparação com o ano anterior. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), a região foi a que mais cresceu, no país, e ocupa a terceira posição em números reais de valores movimentados.
No Brasil, as transações com cartões somaram R$ 3,31 trilhões, com alta de 24,6% sobre 2021. Para o presidente do Conselho Regional de Economia na Paraíba (Corecon-PB), Celso Mangueira, a utilização dos meios de pagamento – crédito, débito e pré-pago – exige planejamento, considerando que as dívidas de cartões são o principal segmento no que se refere à inadimplência.
Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta índice de
29% entre as famílias brasileiras, no que se refere ao atraso de pagamento em mais de 90 dias. “O cartão de crédito não é vilão. Desde que bem utilizado, ajuda o consumidor a obter os bens de que necessita. Contudo, é preciso saber que vai poder honrar o pagamento dessa dívida e ter cuidado com o excesso de uso para despesas rotineiras. Se não há o dinheiro para pagar todas as compras, o consumidor vai estar criando um problema, já que os juros anuais superam a taxa de 400% ao ano”, aponta o economista.
Crédito lidera
Entre os meios de pagamento com cartão, o de crédito lidera em valores transacionados, no país, com R$ 2,1 trilhões, em 2022, e crescimento de 29,4%, sobre 2021. Já os cartões de débito somaram R$ 992,4 bilhões, com alta de 7,4%. O uso de cartão pré -pago alcançou o montante de R$ 227,6 bilhões, o que corresponde a um acréscimo de 94,4% sobre o ano anterior.
A Abecs aponta que os brasileiros realizam, em média, 107 milhões de pagamentos com cartões por dia. No total do ano passado, o uso dos cartões chegou ao patamar de 39,3 bilhões de transações. Quanto ao valor do tíquete médio por operação, o do cartão de crédito é o maior, com R$ 114,8.
A Abecs registrou 18,2 bilhões de operações, com aumento de 24,2% sobre 2021. No cartão de débito, o valor do tíquete médio foi de R$ 64,4. O segmento somou 15,4 bilhões de operações, com crescimento de 13,1%. Já o valor médio de cada operação com cartão pré-pago foi de R$ 40,2. Foram realizadas 5,6 bilhões de operações, em 2022, com alta de 104,1%.
Celso Mangueira destaca que o aumento do uso dos cartões, sobretudo o de crédito, pode ser por falta de renda suficiente para cobrir os gastos mensais fixos, a exemplo de compra de supermercados. Ele
alerta que o cartão de crédito também possibilita a compra por impulso.
“O consumidor vê uma oferta e compra, achando que está tendo vantagem, mas a fatura do cartão já conta com outros parcelamentos prévios. É preciso lembrar que, quando menor a renda, maior a necessidade de aumentá-la, fazendo com que cresça o uso do cartão”, explica o presidente do Corecon-PB.
Blog do BG PB com União
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