A justiça rejeitou o pedido de prisão preventiva solicitado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) contra o proprietário do abrigo Cuidart, Rodrigo de Araújo Pontes, onde, segundo a promotora de Justiça da Capital, Dinalba Araruna Gonçalves, idosos eram mantidos em situação precária. A decisão aconteceu nessa segunda-feira (23).
O magistrado, porém, decidiu receber a denúncia oferecida pelo MP e tornou Rodrigo réu no processo. Ele agora terá dez dias para apresentar defesa junto à justiça. “Apesar da gravidade da imputação, os fatos imputados ocorreram entre fevereiro e 04 de abril de 2021 e, dada a interdição do estabelecimento CUIDART pela Vigilância Sanitária, não há em princípio, neste momento, risco do cometimento de novos delitos da mesma natureza pelo denunciado. A conclusão é que, em face da ausência de dado concreto e atual que indique o periculum libertatis, não há como decretar a medida constritiva extrema pleiteada na denúncia, em face da inexistência de contemporaneidade”, disse Antônio Maroja.
Entenda o caso
Conforme a denúncia, no último dia 4 de abril, a Vigilância Sanitária e a Secretaria de Saúde de João Pessoa verificaram que a instituição de longa permanência Cuidart funcionava sem licença sanitária e sem alvará de funcionamento. Durante a inspeção realizada foram contabilizados 39 pacientes idosos, entre homens e mulheres, em situação de negligência e vulnerabilidade, alguns dos quais se apresentavam em avançado estado de desnutrição, desidratação e infecções recorrentes.
Além disso, as equipes também verificaram irregularidades na documentação dos idosos, pois alguns não tinham prontuários, nem outro documento que pudesse identificá-los. Ficou constatado ainda que as medicações de uso controlado eram ministradas sem receituário próprio, a exemplo de morfina.
Comente aqui