Judiciário

Juízes ganham R$ 12 mil por mês extras com novo penduricalho que transforma folga em dinheiro

Foto: Dida Sampaio/Dida Sampaio/Estadão

O rol de penduricalhos do Poder Judiciário ficou ainda maior em outubro do ano passado, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) autorizou a conversão dos dias de folga da chamada licença-compensatória em dinheiro depositado na conta dos magistrados. Entre julho de 2023 e outubro deste ano, 35 tribunais criaram rubricas que turbinaram os contracheques de 8.736 mil juízes, desembargadores e ministros com ganhos extras, em média, de R$ 12,4 mil por mês. Essa conta gerou um custo de R$ 819 milhões ao erário nesses 16 meses.

Os dados estão reunidos em um novo relatório da Transparência Brasil realizado a partir do DadosJusBrasil, projeto da organização não governamental que agrega, sistematiza e disponibiliza R$ 144 bilhões em contracheques do Judiciário e Ministério Público. O levantamento mostra, por exemplo, que 4,2 mil magistrados já acumularam mais de R$ 100 mil recebidos de licença-compensatória no período analisado. Procurado, o CNJ disse que “apenas reconheceu o que a Constituição Federal já prevê”. “Os direitos e deveres validamente atribuídos aos membros da magistratura ou do Ministério Público aplicam-se aos integrantes de ambas as carreiras, no que couber”, acrescenta nota do Conselho.

Ao converter os ganhos dos juízes em custo aos cofres do Poder Judiciário é possível auferir que no âmbito federal, onde o benefício foi criado pela via administrativa, foram pagos R$ 415 milhões desde julho de 2023 por 25 órgão. Na Justiça estadual, dez tribunais já gastaram R$ 404 milhões no mesmo período. Os pagamentos foram viabilizados por leis aprovadas pelas Assembleias Legislativas dos Estados ou por atos administrativos internos.

Entre janeiro e outubro deste ano, 870 magistrados ganharam acima de R$ 100 mil. Contabilizando todo o período, ao menos 4,2 mil magistrados já receberam mais de R$ 100 mil com a licença-compensatória. O recordista é um desembargador de Pernambuco, que teve um adicional de no seu contracheque R$ 313,2 mil entre julho de 2023 e outubro de 2024.

Histórico do penduricalho

A licença-compensatória é fruto de um outro penduricalho, a “gratificação por exercício cumulativo”. Esse benefício prevê o pagamento adicional de um terço do salário para os magistrados que acumulem funções de colegas por mais de 30 dias. Foram aprovadas quatros leis para disciplinar o pagamento desses valores pelo Judiciário e Ministério Público da União e, em todos os casos, foi estabelecido que a gratificação “terá natureza remuneratória”, ou seja estará sujeita ao teto do funcionalismo público, atualmente de R$ 44 mil.

Porém, em janeiro de 2023, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) editou uma resolução que converteu as legislações relativas ao exercício cumulativo em licença-compensatória, que garante o direito de um dia folga para cada três trabalhados. O mesmo texto previa a possibilidade de conversão do descanso em pagamento. “O membro é indenizado por não usufruir a folga, portanto o valor recebido assume natureza indenizatória, não sujeito ao teto constitucional”, explicou a Transparência Brasil no relatório.

Em outubro de 2023, o CNJ editou uma resolução estabelecendo que os “direitos e deveres validamente atribuídos aos membros da Magistratura ou do Ministério Público aplicam-se aos integrantes de ambas as carreiras, no que couber”. Em outras palavras, a medida autorizou os órgãos do Poder Judiciário a replicarem o entendimento do Ministério Público sobre a licença compensatória.

Levantamento realizado pela Transparência Brasil identificou que, ainda em 2023, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Conselho da Justiça Federal (CJF), o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), o Superior Tribunal Militar (STM e o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios9 (TJDFT) editaram resoluções nos moldes autorizados pelo CNJ, o que permitiu transformar a gratificação por exercício cumulativo em licença-compensatória e, consequentemente, a sua conversão em dinheiro. O mesmo também foi replicado nos Tribunais de Justiça dos Estados.

De acordo com o relatório ao qual o Estadão teve acesso, a licença-compensatória começou a ser paga amplamente a partir de julho de 2023. Dos R$ 819 milhões já pagos pelos tribunais até o momento, R$ 691,6 milhões foram liberados nos dez primeiros meses de 2024. A Transparência Brasil estima que, a seguir esse ritmo, o valor geral gasto com o pagamento do benefício ultrapassará R$ 1 bilhão em janeiro de 2025.

A Corte brasileira com a maior somatória de pagamentos é o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), que só começou a pagar o benefício em setembro de 2023, mas, segundo o levantamento, já desembolsou R$ 157 milhões. O penduricalho custou em média R$ 11,6 milhões por mês ao TJ-PR neste ano.

Como revelou o Estadão, o presidente do TJ-PR, Luiz Keppen, autorizou o pagamento de milhões de reais em penduricalhos ao longo deste ano e aprofundou os pagamentos na esteira das eleições da Corte, em novembro passado. Somente em outubro deste ano, o chefe do Poder Judiciário do Paraná autorizou o pagamento de R$ 27,4 milhões aos juízes e desembargadores a título de Gratificação por Acúmulo de Função (GAF) e Adicional por Tempo de Serviço (ATS), benefícios estes que são regulamentados por atos do próprio TJPR.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), maior do País, tem uma rubrica específica para licença-compensatória que soma R$ 97 milhões. Segundo o TJ paulista, o pagamento está respaldado por decisões do Supremo Tribunal Federal e do CNJ. O TJ-SP explica ainda que tem atuado para não ter pagamentos em atraso por recomendação também no CNJ. “É preciso observar que existe expressa recomendação do Conselho Nacional de Justiça para que o Tribunal reduza o seu passivo, a fim de que o orçamento não seja onerado por serviço de dívida (correção monetária e juros), redução essa que só pode ocorrer se o Tribunal, na medida da sua capacidade, conseguir liquidar o principal mais rapidamente”, diz nota do TJ-SP.

Lei dos Supersalários regulamenta o penduricalho, diz estudo

O relatório da Transparência Brasil ainda faz um alerta para o conteúdo do projeto de lei (PL) dos Supersalários, que tramita no Senado após aprovação pela Câmara. De acordo com os autores do estudo, o texto “legalizará o aumento de até um terço nos contracheques dos membros do sistema de Justiça” em vez de solucionar o problema.

“Trata-se de mais um retrocesso na alocação dos recursos públicos, em novo episódio do modus operandi de subversão dos propósitos dos benefícios que a elite da Justiça brasileira recebe. Reforça, ainda, o caráter meramente decorativo do teto constitucional para os membros do Judiciário e do Ministério Público”, avaliou a organização.

Ainda de acordo com a ONG de transparência, “a continuidade do seu pagamento (licença-compensatória) agravará o estrangulamento orçamentário do sistema de Justiça, concentrando ainda mais recursos para interesses particulares em detrimento do interesse público”.

O fim dos supersalários foi aprovado pela Câmara e está no Senado desde 2021. O projeto limita o pagamento de benefícios fora do teto, os chamados “penduricalhos”. De acordo com a proposta, vantagens acima desse valor só poderão ser pagas em situações excepcionais, como auxílio-moradia para quem atua fora da comarca de origem e pagamento de férias não gozadas limitado a 30 dias e apenas se o magistrado comprovadamente não puder sair de férias.

Estadão

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TCE

Ex-prefeita de Bayeux Luciene Gomes deve devolver mais de R$ 5,3 milhões por contrato irregular

A 1ª Câmara do Tribunal de Contas da Paraíba, reunida na manhã desta quinta-feira (10), sob a presidência do conselheiro Antonio Gomes Vieira Filho, decidiu pela irregularidade do Contrato Administrativo nº 00152/2022 firmado pela ex-prefeita de Bayeux Luciene Andrade Gomes Martinho, a quem impôs o débito de R$ 5.360.928,07.

Relator da Inspeção Especial de Acompanhamento (Processo nº 08930/2023), julgado na ocasião, o conselheiro Nominando Diniz apontou o superfaturamento das despesas e determinou que a atual administração de Bayeux suspenda os pagamentos derivados desse contrato firmado pela ex-gestora para elaboração e execução de projeto básico destinado à melhoria do sistema de iluminação pública e eficiência energética do município.

Em seu voto, acompanhado por unanimidade, ele também decidiu pelo encaminhamento dessa decisão ao Ministério Público Comum “para as providências cabíveis”. Cabe recurso.

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Polêmica

Prefeitura mantém mais de 20 cachorros em condições precárias na Paraíba

Uma fiscalização liderada pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB) encontrou cachorros mantidos em condições precárias no canil municipal de Água Branca, no Sertão do Estado. A inspeção aconteceu após solicitação do Ministério Público da Paraíba (MPPB).

Durante a vistoria, os fiscais da autarquia federal identificaram diversas irregularidades, incluindo a ausência de um médico-veterinário devidamente registrado como responsável técnico pela unidade.

No local, foram encontrados 27 cães em condições precárias, muitos deles doentes e em estado de caquexia (extrema magreza). O canil não possui energia elétrica nem água encanada. A água disponível para os animais estava contaminada, e o ambiente apresentava grande acúmulo de fezes, caracterizando um cenário insalubre.

A ação resultou na emissão de um auto de infração e na elaboração de um relatório técnico que será encaminhado ao órgão ministerial.

O chefe do setor de Fiscalização do CRMV-PB, o médico-veterinário José Augusto, lamentou a situação. “Constatamos um cenário que não proporcionava bem-estar aos animais recolhidos. Os cães estão soltos em um pátio, sem acompanhamento adequado, mesmo havendo baias que poderiam ser utilizadas”, relatou.

José Augusto ressaltou ainda a importância da presença de um responsável técnico. “Estruturas como canis municipais precisam, obrigatoriamente, de um médico-veterinário registrado no CRMV-PB. Esse profissional é quem garante o funcionamento adequado da unidade e assegura que os animais recebam os cuidados necessários, dentro dos princípios do bem-estar animal”, afirmou.

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Brasil

34% dos brasileiros entre 18 e 35 anos que pretendiam fazer uma graduação em 2025 adiaram plano devido a gastos com bets e jogo do tigrinho, mostra pesquisa

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Potenciais estudantes estão deixando de cursar o ensino superior por comprometerem sua renda com apostas on-line. De acordo com levantamento feito pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), 34% dos jovens brasileiros entre 18 e 35 anos que começariam uma graduação em 2025 precisaram adiar os planos por gastarem seu dinheiro com bets e plataformas de cassino virtual, como o jogo do tigrinho. A pesquisa estima que isso significa cerca de 986 mil pessoas.

“O estudo mostra que as apostas on-line se tornaram um obstáculo adicional para o acesso à educação superior no Brasil. Precisamos olhar com seriedade para esse cenário”, destaca o diretor geral da Abmes, Paulo Chanan.

Nas famílias das classes D e E, com renda média de R$ 1 mil por pessoa, o impacto é ainda maior. Neste grupo, o número de jovens que adiaram os planos por conta de apostas vai para 41%. O indicador também ficou acima da média entre os jovens do Sudeste e do Nordeste. Na primeira região, 41% dos entrevistados entre 18 e 35 anos deixaram de iniciar a faculdade neste ano por causa das apostas; no Nordeste, o índice sobe para 44%.

A pesquisa também investigou os efeitos das apostas e dos cassinos on-line sobre estudantes que já estão matriculados no ensino superior. Nesse recorte, 14% dos entrevistados afirmaram ter atrasado o pagamento da mensalidade ou até trancado a matrícula em razão das dívidas com jogos.

A maioria dos apostadores, segundo a pesquisa, é composta por homens de 26 a 35 anos, que trabalham e têm filhos. Os dados revelam que cerca de 986 mil brasileiros correm o risco de não efetivar a matrícula por estarem comprometidos financeiramente com apostas on-line.

A coleta de dados foi realizada entre os dias 20 e 24 de março de 2025, com base em entrevistas com 2.317 jovens de 18 a 35 anos, de todas as regiões e classes sociais do Brasil, interessados em cursar o ensino superior privado.

O Globo

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Polícia

PF mira grupo que lavava dinheiro do contrabando de cigarros com imóveis de luxo na PB

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (10), a segunda fase da Operação Dirty Property, com foco em desarticular um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao contrabando de cigarros. A ação ocorreu no município de Cajazeiras, Sertão da Paraíba.

Segundo as investigações, o grupo criminoso operava um sofisticado sistema para ocultar a verdadeira propriedade de dezenas de imóveis urbanos e rurais no município, adquiridos com dinheiro proveniente do contrabando. A organização criminosa utilizava empresas de fachada e testas de ferro para registrar os bens de forma dissimulada.

Nesta nova etapa da operação, seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Cajazeiras, todos expedidos pela 8ª Vara Federal de Sousa. Além das buscas, a Justiça Federal determinou o bloqueio de 20 imóveis, a apreensão de veículos, o sequestro de valores em contas bancárias dos investigados e a suspensão das atividades econômicas de três empresas suspeitas de operar na lavagem do dinheiro ilegal.

As empresas afetadas seriam utilizadas para “esquentar” os recursos oriundos da venda clandestina de cigarros, criando uma aparência de legalidade aos valores movimentados.

A operação é mais um desdobramento de ações anteriores que já identificaram o forte envolvimento de grupos criminosos paraibanos com o contrabando internacional de cigarros, um crime que, além de sonegar milhões dos cofres públicos, também serve de fonte de financiamento para outras atividades ilícitas.

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TCE

PENTE-FINO: TCE vai fazer auditoria em emendas parlamentares da Paraíba

Concurso para o Tribunal de Contas da Paraíba reserva vagas para Auditor de Contas Públicas e Agente de Documentação. — Foto: Kleide Teixeira/Jornal da Paraíba

O Tribunal de Contas (TCE) da Paraíba aprovou ontem o planejamento e execução de uma Auditoria Coordenada para verificar a aplicação, por entes públicos sob sua jurisdição, dos recursos oriundos de Emendas parlamentares. A proposta foi feita pelo conselheiro Fernando Catão e acolhida pelos demais membros do TCE.

Em todo o país a PF e a CGU investigam fraudes e desvios cometidos a partir da destinação de Emendas de deputados e senadores.

Na Paraíba, embora não tenhamos nenhuma apuração dessa natureza (por enquanto), algumas situações ligam o sinal de alerta.

Casos como os de Pararí e Monte Horebe, cidades pequenas que receberam mais de R$ 10 milhões em Emendas – cada uma – nos últimos anos. Ou o direcionamento de recursos para instituições filantrópicas e associações que, aparentemente, não possuem grande relevância social, em detrimento de instituições que trabalham há décadas no combate ao câncer.

No Estado, mês passado, foram liberados mais de R$ 168 milhões em Emendas dos deputados estaduais. Cidades como João Pessoa e Patos também possuem o formato e podem ter as Emendas de vereadores incluídas nesse pente-fino do TCE.

JornalPB

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Brasil

(VÍDEO) ANÁLISE: Lula entrou em briga com Trump sem armas e sem forças para vencer

O Brasil entrou em uma briga sem armas o suficiente para brigar, escudos suficientes para proteger a economia e sem condições o suficiente para vencer.

O que Donald Trump fez com o Brasil foi uma agressão política. E o fez por razões, sobretudo, ideológicas, achando que assim protege Jair Bolsonaro (PL). A escolha pela tarifa de 50% contra as importações brasileiras pode até impor alguma negociação econômica, mas não funciona para a agressão política.

O Brasil é uma potência menor, com pouca capacidade de projetar poder ou retaliar. E depende dos dois lados do mundo: EUA e China, que hoje se enfrentam.

Lula (PT) nunca escondeu sua preferência pela China, pelas autocracias do Sul Global e antiamericanas. Mas é preocupante pensar que ele imagina que o Brasil é capaz de enfrentar uma guerra comercial com os Estados Unidos em defesa da democracia e soberania.

A China se preparou para a volta de Trump e, resistindo aos arroubos já conhecidos, acabou provocando o recuo do norte-americano. O custo para a economia chinesa será menor crescimento, o que afeta o mundo todo.

O custo para a economia brasileira nesta briga, que escala para níveis perigosos, será um problema só nosso — ainda sem previsões de como ele vai se dar.

O que se impõe hoje é a paciência estratégica e a inteligência diplomática para enfrentar agressões como essa de Trump.

Até agora, não há sinal de trégua ou recuo. Ao contrário. Vai ficando impossível encontrar uma resposta razoável para a dúvida mais elementar: quem vai mediar esse conflito?

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Economia

Pesquisa: governo Lula é desaprovado por 62,4% em SP; aprovação é de 34,5%

Foto:  Marcelo Camargo

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é desaprovado por 62,4% dos eleitores de São Paulo, de acordo com um levantamento do Instituto Paraná Pesquisas divulgado nesta quinta-feira (10). 

Por outro lado, a gestão do petista é aprovada por 34,5% das pessoas. Outros 3,1% não souberam responder ou não opinaram. 

Foram ouvidos 1.680 eleitores paulistas entre os dias 4 e 8 de julho. A margem de erro é de 2,4 pontos percentuais, para mais ou para menos, com grau de confiança de 95%

CNN

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Paraíba

Incêndio em caminhão-tanque interdita trânsito na BR-101 de Recife para João Pessoa

(Reprodução/vídeo compartilhado pela PRF)

Um incêndio em um caminhão-tanque está interrompendo o trânsito na BR-101, na altura de Igarassu (PE). De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Pernambuco, o veículo estaria carregando uma substância inflamável e tombou na rodovia, causando as chamas.

O trânsito no sentido Recife-João Pessoa está totalmente interditado. Equipes do Corpo de Bombeiros estão no local realizando o trabalho de contenção das chamas.

Até o momento da publicação desta matéria, a PRF não havia divulgado previsão de liberação do trânsito na via. Portanto, os motoristas que estiverem dirigindo da capital pernambucana para a Paraíba devem buscar rotas alternativas.

BG com Portal Correio

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Economia

Governo Lula adota medida que eleva preço dos colchões em 35%

Foto: dixmattress

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) implementou em 3 de julho de 2025 uma medida antidumping que resultou em um aumento estimado de até 35% no preço dos colchões no Brasil, segundo projeções da Abicol (Associação Brasileira da Indústria de Colchões).

A Resolução GECEX nº 754/2025, impôs sobretaxas às importações de poliol poliéter da China e dos Estados Unidos.

O governo diz que a decisão foi tomada após identificar a prática de dumping e prejuízo à indústria nacional. O insumo representa até 55% da composição da espuma.

Conforme dados da Abicol (Associação Brasileira da Indústria de Colchões), as sobretaxas antidumping –que vão de US$ 680,13 a US$ 1.469,16 por tonelada– elevaram imediatamente em 25% a 40% o preço do poliol importado da China e dos EUA.

A entidade estima que entre 50% a 60% do poliol consumido no Brasil é importado, o que ampliou o impacto da medida ao longo da cadeia produtiva.

Como reflexo, o custo da espuma subiu, em média, de 15% a 25%, conforme a fórmula adotada por cada fabricante. Esses aumentos, afirma a associação, já se refletem no preço final dos colchões, com aumento estimado de até 35% em alguns casos.

O único produtor nacional do insumo é a Dow –uma multinacional de capital norte-americano. Ou seja, é uma empresa estrangeira que atua no Brasil e está sendo protegida de concorrência internacional.

A Dow é apontada como articuladora da resolução junto ao governo. Ocorre que a empresa não atende a toda a demanda interna.

Sua participação no mercado brasileiro não passa de 50%, de acordo com estimativas da Abicol e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Isso reforça a dependência das indústrias brasileiras de colchões das importações para suprir o restante da demanda.

A Abicol diz que essa sobretaxa pode provocar:

  • desabastecimento;
  • fechamento de fábricas;
  • transferência de produção para outros países do Mercosul.

A associação acionou a Justiça contra a decisão.

O governo afirma que a medida seguiu normas internacionais e que abriu processo para avaliar o interesse público. Segundo o ministério comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), Abicol e Asinec (Associação das Indústrias de Espuma e Colchões) participaram do processo.

Disse, no entanto, que a medida pode ser revista: “Além da avaliação de interesse público a ser conduzida, o acordo antidumping prevê algumas espécies de revisão, que podem ser realizadas a pedido ou de ofício. Eventuais decisões sobre suspensão ou aplicação em montante diferente do recomendado poderão ser tomadas ao final desses processos, com base em critérios técnicos e dentro dos marcos legais estabelecidos”.

Poder 360

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Brasil

Barroso liga para Lula após tarifaço de Trump e combina estratégia de reação

Foto: Wilton Junior/Estadão

A decisão do presidente dos Estados Unidos Donald Trump de aplicar uma taxação adicional de 50% a produtos brasileiros sob pretexto de que o Supremo Tribunal Federal brasileiro está ultrapassando seus limites não vai demover a corte de julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ao Estadão, ministros do tribunal disseram em caráter reservado que não se impressionariam se os ataques dos EUA ao Brasil se intensificassem à medida que se aproxima o julgamento de Bolsonaro, previsto para acontecer entre o fim de agosto e o início de setembro. Segundo ministros do Supremo, esse tipo de pressão não impedirá o julgamento de ser realizado.

Há expectativa de que o ex-presidente venha a ser condenado por suposta tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro já está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Nesta quarta-feira, 9, o presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso, conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a crise internacional aberta a partir do tarifaço de Donald Trump imposto ao Brasil. Ficou combinado que os integrantes do tribunal não se manifestariam sobre o caso. A tarefa caberia ao Itamaraty.

Ainda assim, pouco depois do anúncio do governo dos Estados Unidos, o ministro do STF Flávio Dino postou em sua conta pessoal no Instagram uma mensagem dizendo estar honrado de pertencer ao tribunal, sem citar a pressão dos EUA. “Uma honra integrar o Supremo Tribunal Federal, que exerce com seriedade a função de proteger a soberania nacional, a democracia, os direitos e as liberdades, tudo nos termos da Constituição do Brasil e das nossas leis”, declarou.

Antes de Trump adotar as medidas fiscais contra o Brasil, sua gestão já tinha dado sinais de que estava disposta a aplicar sanções em relação ao STF. Em maio, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou que o país iria restringir a entrada de “funcionários estrangeiros e pessoas cúmplices na censura de americanos”, em recado ao ministro Alexandre de Moraes.

Estadão

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