Três pacientes paraplégicos conseguiram andar, pedalar e nadar graças a um implante que estimula eletricamente a medula espinhal, anunciaram pesquisadores europeus em um estudo publicado na segunda-feira (7) na revista “Nature Medicine”.
Controlado por um tablet com “touchscreen”, o dispositivo foi colocado nos pacientes por neurocirurgiões. Feito de 15 eletrodos que permitem a estimulação elétrica de várias partes da medula espinhal, o aparelho é resultado de 10 anos de estudo.
Os pacientes operados puderam dar seus primeiros passos na esteira de um laboratório quase que imediatamente após a cirurgia, embora o movimento não seja comparável a uma caminhada normal. “Não se deve imaginar um milagre imediato”, explicou Courtine em entrevista coletiva.
O cientista esclareceu que, diferente de grupos anteriores – que aplicavam um campo elétrico bastante amplo, que ativava primariamente o dorso da medula espinhal –, o grupo dele colocou os eletrodos de forma mais lateral na medula. A intenção era acessar uma espécie de cabo que entra na medula espinhal.
“[É] uma tecnologia muito mais precisa, que nos permitiu visar indivíduos com a forma mais grave de lesão medular – lesão medular clinicamente completa, sem sensação, sem movimento. E, no entanto, com essa tecnologia, eles conseguiram dar passos independentes ao ar livre, fora do laboratório”, completou o pesquisador.
Os eletrodos também são mais longos e maiores do que os usados anteriormente – o que permite que mais músculos sejam acessados, explicou a outra autora sênior do estudo, Jocelyne Bloch.
Outro avanço importante foi que, graças a um software que usa inteligência artificial, os impulsos elétricos são muito mais precisos e se correspondem melhor com cada movimento, em vez de ser um fluxo indiscriminado de corrente.
G1
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