Ciro Nogueira (PP-PI), cacique do Centrão e ministro-chefe da Casa Civil, abriu a primeira reunião ministerial pós 7 de setembro com o discurso de apaziguar os ânimos. A posição dele contrariou a pastora Damares Alves (PP-PR), ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
A ministra falou na sequência do “amortecedor” do Planalto. E foi pelo caminho oposto.
Pregou que Jair Bolsonaro tinha de manter o tom, e continuar radicalizando para manter os apoiadores acesos.
Um crime brutal foi registrado na manhã deste domingo (29), na cidade de Itaporanga, no Sertão da Paraíba. Um ajudante de vidraceiro, identificado como Elson Félix, de 35 anos, assassinou a companheira, de 28 anos, e atirou contra a filha do casal, uma bebê de 1 ano e 5 meses, que permanece internada em estado grave.
O feminicídio aconteceu por volta das 10h, na residência da família, localizada no conjunto Chagas Soares. Segundo informações da Polícia Civil, Elson foi até o local e efetuou os disparos. A mulher morreu ainda no local, enquanto a criança foi socorrida com urgência para o hospital.
O delegado Ilamilto Simplício, responsável pelas investigações, informou que Elson havia sido solto na última quinta-feira (27), após decisão da Justiça. Ele estava preso justamente por agredir a mesma mulher que assassinou neste domingo. Ainda segundo o delegado, o suspeito integra uma facção criminosa que atua na região do Vale do Piancó.
Após cometer os crimes, Elson fugiu e é considerado foragido. A Polícia Militar realiza buscas em áreas de mata da zona rural do município. O caso está sendo investigado como feminicídio e tentativa de homicídio.
Uma jovem de 19 anos foi presa após confessar à Polícia Civil de Pernambuco que mandou matar o próprio pai para ficar com a herança estimada em R$ 2 milhões. O crime ocorreu na noite de 20 de junho, na cidade do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. A vítima, Ayres Botrel, de 60 anos, era caminhoneiro e foi assassinado a tiros enquanto dormia em casa, na praia de Enseada dos Corais.
Amanda Chagas Botrel, filha do caminhoneiro, foi presa seis dias depois do crime, na quinta-feira (26), após cair em contradição durante os depoimentos.De acordo com a polícia, ela inicialmente afirmou que homens armados invadiram a casa, a mandaram ficar calada e executaram o pai. Mas as imagens de câmeras de segurança mostraram que apenas o carro dela entrou e saiu da residência naquela noite, sem sinal de outras pessoas na rua.
Diante da contradição, Amanda acabou confessando que planejou o assassinato. Segundo a delegada Myrthor Freitas, ela teria levado os criminosos até o local e facilitado a entrada deles.
A polícia suspeita que o crime tenha sido motivado por questões financeiras. Ayres Botrel era dono de um caminhão, imóveis e outros bens que podem somar até R$ 2 milhões. Amanda já possuía um duplex em seu nome.
Após a prisão, a jovem passou por audiência de custódia e foi encaminhada para a Colônia Penal Feminina, no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife. Ela responde por homicídio qualificado.
A delegada afirmou que Amanda mantinha boa relação com os pais e morava com eles. Segundo o depoimento da mãe, a filha “tinha tudo do bom e do melhor”, estava na faculdade e não passava necessidade. Mesmo assim, segundo a investigação, decidiu encomendar a morte do pai para acelerar a herança.
Outro ponto que levantou suspeitas foi o tempo que Amanda demorou para pedir ajuda. Ela só ligou para a mãe cerca de 15 a 20 minutos depois dos tiros. A ligação foi registrada em um restaurante onde a mãe trabalhava, e a polícia cruzou o horário com as imagens das câmeras da rua.
O delegado Rodrigo Belo, da 14ª Delegacia de Homicídios, afirmou que Amanda mostrou frieza ao confessar o crime e não reagiu ao saber da prisão, nem mesmo ao ver a mãe chorando. Segundo ele, a jovem demonstrava carinho pelo pai em público, mas o crime foi premeditado
A Polícia Civil segue investigando o caso para identificar quem foram os executores do assassinato e se há mais envolvidos. Até o momento, Amanda é considerada a autora intelectual do crime.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) encontrou os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), na manhã deste domingo (29) no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, antes do ato convocado na Avenida Paulista.
Tarcísio publicou uma foto ao lado dos aliados políticos nas redes sociais. No registro, também aparecem o filho mais novo do ex-presidente, o vereador Jair Renan Bolsonaro (PL-SC), e o líder da oposição na Câmara, deputado Zucco (PL-RS).
Jair Bolsonaro desembarcou em São Paulo no sábado (28) e ficou hospedado na ala residencial do Palácio dos Bandeirantes.
A sede do governo paulista tornou-se um ponto de encontro do ex-presidente com correligionários e local de hospedagem em suas passagens pela capital.
A manifestação bolsonarista, marcada para este domingo, deve reunir também o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).
A pauta do ato, desta vez, não é a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, mas sim “justiça já”.
Os manifestantes questionarão a conduta do STF (Supremo Tribunal Federal) durante o julgamento da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) que apura uma tentativa de golpe de Estado no país.
Segundo organizadores, uma outra pauta a ser levantada é a prisão de Gilson Machado, ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, e as recentes polêmicas do governo federal envolvendo o aumento no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e as fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Após o evento, a previsão é que Bolsonaro retorne para Brasília.
O mais recente Boletim InfoGripe, divulgado pela Fiocruz, aponta que a incidência de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) continua em níveis de alerta, risco ou alto risco em boa parte do país. Em 12 das 27 unidades da Federação, a tendência é de crescimento, com destaque para o avanço de casos em crianças pequenas associados ao VSR (vírus sincicial respiratório).
A análise corresponde à semana epidemiológica 25, entre os dias 15 e 21 de junho, e indica que o cenário ainda exige atenção da população, principalmente diante da elevação das internações por influenza A e VSR.
Vírus circulantes e dados nacionais
Entre os casos positivos de SRAG nas últimas quatro semanas, 45,6% foram provocados pelo VSR, seguido por influenza A (37,5%), rinovírus (19,2%), Sars-CoV-2 (1,6%) e influenza B (0,9%). No acumulado de 2025, o Brasil já registrou 110.412 casos notificados de SRAG, sendo 51,5% positivos para algum vírus respiratório.
Dentre os casos positivos no ano:
26,3% foram causados por influenza A;
1,1% por influenza B;
45,4% por vírus sincicial respiratório (VSR);
22% por rinovírus;
8,6% por Covid-19 (Sars-CoV-2).
Estados com tendência de crescimento na SRAG
De acordo com o boletim, 12 estados apresentaram tendência de alta na incidência de SRAG:
Alagoas, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pará, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Sergipe.
Por outro lado, Tocantins foi o único estado a registrar queda significativa nos casos e atingir um nível baixo e seguro de incidência.
Hospitalizações por VSR em crianças
O VSR continua sendo o principal responsável pelas internações de crianças pequenas, com aumento de casos nas regiões:
Sul: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; Nordeste: Alagoas, Bahia, Piauí, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe; Norte: Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima; Centro-Oeste: Mato Grosso.
Já em estados do Sudeste, como Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, e em parte do Centro-Oeste, como Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso do Sul, os dados apontam interrupção do crescimento ou início de queda nas hospitalizações por VSR. O mesmo ocorre em alguns estados do Norte (Acre, Amapá e Tocantins) e do Nordeste (Ceará, Maranhão e Pernambuco).
Apesar disso, a Fiocruz alerta que a incidência ainda permanece alta na maior parte dessas regiões, exigindo vigilância constante e adoção de medidas preventivas por parte da população e das autoridades de saúde.
A última semana do mês de junho ficou marcada por derrotas políticas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda assim, o Congresso teve uma boa notícia ao ver R$ 1,5 bilhão em emendas parlamentares sendo empenhadas.
Segundo dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), somente na terça-feira (24) o Executivo reservou mais de R$ 831 milhões para o pagamento das indicações de senadores e deputados ao Orçamento. Este foi o maior salto no montante reservado para emendas parlamentares ao longo de 2025.
Até o momento, ainda de acordo com o Siop, o governo já empenhou mais de R$ 2,328 bilhões para o pagamento de emendas. O montante efetivamente pago é, no entanto, menor: cerca de R$ 465 milhões.
A maior parte dos valores reservados pelo governo é de emendas individuais — impositivas e indicadas por um único parlamentar —. Porém, nenhuma emenda de comissões, que desde o ano passado vem sendo alvo de críticas e reclamações por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), foram empenhadas.
Emendas empenhadas: são aquelas que o governo reserva para poderem ser executadas. Nem sempre o valor liberado refere-se ao total solicitado na emenda.
Emendas liquidadas: aquelas que já foram autorizadas a serem executadas.
Emendas pagas: tudo o que foi pago na execução do pretendido pela emenda.
Ao todo, os parlamentares registraram 8.854 emendas. Desse total, 1.353 foram empenhadas, 555 liquidadas e 343 pagas. Do total pago, apenas três eram emendas de bancadas, totalizando R$ 2,2 milhões. O restante pago, R$ 463 milhões foram emendas individuais.
No fim da noite de terça (24), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que a Casa votaria no dia seguinte uma proposta para derrubar decretos do governo Lula que elevaram as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A decisão, que pegou o Planalto de surpresa, desencadeou uma série de reuniões e articulações do governo para tentar barrar a análise do projeto. Nada surtiu efeito.
E, ao longo desta quarta, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), também decidiu incluir a proposta na agenda de votações da Casa.
Derrota histórica escancara insatisfação
O resultado foi uma derrota histórica para o governo Lula no Congresso. Em um intervalo pequeno, as duas Casas aprovaram a derrubada de três decretos editados para aumentar o IOF.
Na Câmara, a derrota foi consolidada com 383 votos a favor da derrubada dos decretos e apenas 98 contrários. Do total de votos, 242 vieram de partidos com ministérios no governo. Do lado do Senado, a articulação política do Planalto evitou o registro nominal de votos e a derrubada dos decretos foi aprovada de forma simbólica.
Parlamentares têm reclamado que há um atraso do governo na liberação de emendas em 2025. A insatisfação, que abrange tanto senadores quanto deputados, foi um dos fatores apontados pelos congressistas para a noite de derrotas do Planalto.
Para este ano, o Congresso aprovou mais de R$ 50 bilhões em emendas parlamentares – recursos direcionados por deputados e senadores para suas bases eleitorais. A maior parte é de emendas individuais (R$ 24,7 bilhões).
Diante das críticas, o governo tem justificado que houve mudanças no rito de liberação e pagamento de emendas, atendendo a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
A Secretaria de Relações Institucionais (SRI) argumenta que o atraso na aprovação do Orçamento de 2025, apenas no fim de março, também contribuiu para a demora.
Uma aposta feita em João Pessoa está entre as 13 que acertaram as cinco dezenas sorteadas no concurso 6760 da Quina de São João, realizado neste sábado (29). Cada ganhador vai embolsar R$ 19.249.775,58, parte de um prêmio histórico que ultrapassou os R$ 250 milhões.
Além da capital paraibana, apostas vencedoras foram registradas em Belo Horizonte (MG), Dourados (MS), Glória do Goitá (PE), Recife (PE) e São Paulo (SP).
Outras sete apostas ganhadoras foram feitas por meio de bolões nas cidades de Cariacica (ES), Goiânia (GO), Uberaba (MG), Nova Mutum (MT), Porto Alegre (RS), Botucatu (SP) e Penápolis (SP).
Na Quina de São João, o prêmio não acumula. Caso ninguém acerte as cinco dezenas, o valor é automaticamente dividido entre os acertadores de quatro, três ou até dois números, conforme as regras da modalidade.
Veja quantas apostas foram premiadas no concurso 6760:
5 acertos: 13 apostas ganhadoras — R$ 19.249.775,58 para cada uma
4 acertos: 3.825 apostas — R$ 6.229,64
3 acertos: 268.918 apostas — R$ 84,38
2 acertos: 6.311.241 apostas — R$ 3,59
O próximo sorteio da Quina está marcado para segunda-feira (30).
O que é a Quina de São João
A Quina de São João é um sorteio especial realizado uma vez por ano, próximo ao dia 24 de junho, data em que se celebra o Dia de São João. Diferente dos concursos regulares, ela oferece prêmios muito mais altos e não acumula.
O Senado dos Estados Unidos aprovou, na noite de sábado (28), horário local, o projeto de corte de impostos de Trump apelidado de “One Big Beautiful Bill” (Um Grande e Belo Projeto de Lei), em uma votação crucial, por 51 a 49, após uma longa discussão entre os líderes republicanos.
Agora, o partido de Trump precisa satisfazer os inúmeros opositores que ainda exigem mudanças no projeto. Com o resultado, os republicanos deram um passo importante na noite de sábado, embora o futuro da medida de cortes de impostos e gastos ainda esteja em questão, visto que outros obstáculos permanecem.
O projeto de lei de 940 páginas visa reduzir os impostos federais e injetar mais dinheiro nas principais prioridades de Trump em imigração, fronteiras, corte de impostos e questões militares, começou após horas de atraso.
A proposta estenderia os cortes de impostos de 2017, que foram a principal conquista legislativa de Trump durante seu primeiro mandato como presidente. Analistas apartidários estimam que uma versão do projeto adicionaria trilhões à dívida pública americana de US$ 36,2 trilhões.
Em publicação na rede social Truth Social, Trump disse que a votação foi uma “grande vitória”, e cumprimento os senadores que votaram a favor da medida.
O cronograma da medida é curto. Trump exigiu a assinatura do projeto de lei no dia 4 de julho, mas a medida ainda precisa retornar à Câmara após a aprovação do Senado.
A votação permite que o Senado comece a debater o projeto de lei de Trump, preparando uma votação final para sua aprovação naquela casa já na segunda-feira.
Os trabalhos do governo junto a setores como aviação, energia elétrica e combustíveis vem sendo afetado pela crise fiscal em curso.
Com o congelamento de gastos de R$ 31,3 bilhões anunciado no final de maio, agências reguladoras federais tiveram verba contingenciada e, consequentemente, programas e atividades paralisadas.
Aviação
Em nota publicada na noite de sexta-feira (27), a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) disse ter sido afetada “significativamente”, com um contingenciamento da ordem de R$ 30 bilhões – praticamente um quarto do que havia sido autorizado para o exercício de 2025.
O montante de R$ 120,7 milhões liberado no orçamento para a Anac já estava abaixo dos R$ 172 milhões solicitados pela agência ao longo da elaboração do PLOA (Projeto de Lei Orçamentária).
Dentre os órgãos reguladores, o orçamento per capta da Anac é um dos menores e, com o contingeciamento, chega ao nível mais baixo dos últimso 12 anos, segundo a nota.
Dentre os impactos listados pela Anac constam:
Suspensão do agendamento de exames teóricos para obtenção de licenças e habilitações;
Paralisação de processos de certificação de novas empresas e tecnologias aeronáuticas;
Potencial redução de até 60% da supervisão e inspeção da conformidade de requisitos mínimos de segurança de operações aéreas, aeronaves, aeroclubes, oficinas de manutenção,
operadores aéreos e aeroportuários;
Interrupção de contrato com a FGV (Fundação Getulio Vargas) e paralisação de bancas de provas;
Revisão dos procedimentos relativos à realização de exames de proficiência, etapa obrigatória para concessão de licenças e habilitações de pilotos, comissários de voo e mecânicos de manutenção aeronáutica;
Interrupção de novas certificações
Energia elétrica
Na quinta-feira (26), o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Sandoval Feitosa, disse que o regulador passa pelo pior corte orçamentário de sua história.
“Esse é o pior corte orçamentário que a Aneel já experimentou na história. É um quadro crítico de funcionamento da agência que pode impactar o cidadão e o desenvolvimento econômico do país”, afirmou a jornalistas.
Feitosa explicou que o contingenciamento levou o orçamento da Aneel a R$ 117 milhões, ante os R$ 155 milhões previstos para 2025. A agência havia solicitado R$ 240 milhões.
Combustível
A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil) informou no começo da semana que terá de suspender o Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis no mês de julho, diante dos cortes orçamentários.
Além de suspender o Programa, a agência reduzirá o volume amostral no contrato do Levantamento Semanal de Preços de Combustíveis, a partir da pesquisa referente ao período de 16 a 21 de junho.
Ademais, irá adotar medidas para reduzir despesas com diárias e passagens aéreas e recursos destinados à fiscalização, além de informar que reuniões de diretoria, audiências públicas, workshops, seminários e similares serão realizados de forma remota.
A Polícia Federal encontrou um montante de dinheiro em espécie na casa de um dos alvos da Operação Overclean, cuja quarta fase foi deflagrada nesta sexta-feira. As cifras estavam guardadas em maços de R$ 100 e R$ 50 em uma gaveta na residência do ex-prefeito Marcel Carneiro de Carvalho (PT), de Paratinga (BA).
A Polícia Federal calculou que os valores confiscados chegam a R$ 3,2 milhões. O político foi alvo de um mandado de busca e apreensão e teve o sigilo telefônico quebrado.
Em nota, a defesa de Carvalho afirmou que a medida cautelar foi “recebida com absoluta tranquilidade e atendida de forma espontânea, sem qualquer resistência ou oposição”.
“Ressaltamos que o Sr. Marcel Carneiro permanece à disposição das autoridades competentes para prestar todos os esclarecimentos que se fizerem necessários, confiando no pleno funcionamento das instituições e na observância rigorosa das garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa”, diz o comunicado, destacando que ele tem uma carreira na iniciativa privada.
Prefeitos afastados
A ação mirou em Carvalho e nos prefeitos Humberto Raimundo de Oliveira (PT), de Ibipitanga (BA); e Alan Machado França (PSB), de Boquira (BA). Eles foram afastados do cargo. Um assessor parlamentar do deputado federal Félix Mendonça (PDT-BA) também foi alvo de mandados de busca e apreensão.
O parlamentar não foi alvo de nenhum mandado, mas teve o sigilo telefônico quebrado por autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo as investigações, o secretário parlamentar Marcelo Chaves Gomes é suspeito de atuar como operador financeiro do esquema. Ele também foi afastado das suas funções públicas.
Ao GLOBO, o deputado federal afirmou que foi “pego de surpresa” com a operação e que não cometeu nenhuma irregularidade.
— Coloquei emenda na intenção de ser votado, nunca teve indicação de empresa. Nada de irregular. Se você me perguntar agora se foi para a Infraestrutura, Saúde, Educação, eu não sei. Não tem nenhuma vinculação que não seja retorno político — explicou ele.
“O deputado ressalta que as emendas para custeio ou investimentos nos municípios são solicitadas por prefeitos, ou lideranças, sendo esperado que os recursos sejam aplicados de forma lícita, com a obtenção de ganho exclusivamente político”, acrescenta nota enviada pela assessoria do parlamentar.
Os agentes cumprem 16 mandados de busca e a apreensão nas cidades de Salvador, Camaçari, Boquira, Ibipitanga e Paratinga, todas na Bahia. As ações foram expedidas pelo ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo.
Segundo a PF, o núcleo investigado é suspeito de atuar na liberação de emendas indicadas entre os anos de 2021 e 2024 mediante o pagamento de propina. Nesse período, o parlamentar enviou quatro emendas que somam 4,6 milhões às cidades de Ibipitanga e Boquira.
Os alvos devem responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos e lavagem de dinheiro.
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, pediu ao presidente da Corte, Luiz Roberto Barroso, que avalie com quem ficará a relatoria da ação do PSOL contra a derrubada do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) – se com o próprio decano da Corte ou com o ministro Alexandre de Moraes.
O Congresso derrubou na quarta-feira, 25, o decreto presidencial que aumentava o IOF. Os primeiros ajustes nas alíquotas do tributo foram anunciados em maio, mas o governo Lula, a Câmara dos Deputados e o Senado não chegaram a um acordo em uma discussão que se estende por mais de um mês.
Gilmar diz que parece haver “coincidência parcial de objetos” entre a ação do PSOL e outro processo que o PL moveu, no início do mês, pela derrubada do decreto do IOF. Esta segunda ação está sob relatoria de Moraes.
“Caso se compreenda inexistir, na espécie, coincidência parcial de objetos, há, no mínimo, segundo penso, risco de prolação de decisões contraditórias”, alertou Gilmar ao pedir que Barroso avalie se é necessária a redistribuição da ação. O despacho foi assinado após a ação do PSOL ser distribuída para o gabinete do decano.
Segundo Gilmar, há a possibilidade de, em uma ação, se entender que os decretos do governo federal são válidos, enquanto na outra ação, se entenda pela constitucionalidade da derrubada.
“Em outras palavras, revela-se indispensável, para deslinde da presente controvérsia, examinar o próprio conteúdo dos Decretos 12.466/2025, 12.467/2025 e 12.499/2025, delineando se o presidente da República exerceu seu poder dentro dos limites regulamentares ou da delegação legislativa, para, na sequência, analisar se o procedimento suspensivo do Parlamento encontra amparo no texto constitucional”, explicou.
Comente aqui