Opinião

EDITORIAL VEJA: De olho em 2026, Lula aposta no exagero populista para resgatar popularidade perdida

Quando era um campeão de popularidade, o presidente Lula desfilava como o “pai dos pobres”, embalado pelo sucesso de programas sociais, e também como a “mãe dos ricos”, devido à profícua relação de parceria com os maiores empresários brasileiros, que tinham contratos bilionários com a administração federal e recebiam ajuda do governo para conquistar mercados no exterior. O Brasil, como dizia o slogan oficial, era um país de todos. Antes desse tempo de bonança, no entanto, houve um período em que o petista apostou pesado na estratégia da divisão. Foi em seu primeiro mandato, quando o escândalo do mensalão eclodiu, ameaçando a sua permanência no cargo. Para sair das cordas, o “Lulinha paz e amor” da campanha de 2002 aceitou o conselho do marqueteiro João Santana e passou a alegar que a oposição, que representaria a elite, estava usando o esquema de suborno parlamentar como pretexto para derrubar o governo do PT, que seria o primeiro projeto genuinamente popular a chegar ao poder no país. Nascia, assim, a tese do “nós contra eles”, que agora volta ao centro do debate como boia de salvação para uma gestão sem rumo, impopular e frágil politicamente.

O recurso à velha muleta retórica foi uma reação principalmente à derrubada do decreto que ampliava o imposto sobre operações financeiras (IOF), editado para aumentar a arrecadação e ajudar o governo a atenuar o rombo nas contas públicas. Com o voto de quase 400 dos 513 deputados, a Câmara rejeitou a iniciativa, sob a alegação de que a sociedade não aguenta mais elevação da carga tributária. Foi uma derrota acachapante para Lula, que, paradoxalmente, se serviu dela para encontrar um discurso de apelo popular, com o qual pretende melhorar a sua imagem na base do eleitorado. Em reação ao revés no Congresso, o presidente e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, passaram a repetir que o pacote de medidas relacionadas ao IOF tinha como objetivo promover justiça tributária e social, ao fazer com que os mais ricos paguem mais impostos para que os mais pobres desembolsem menos. Ou para que a turma do “andar de cima” contribua mais para que a grande massa do “andar de baixo” carregue um fardo um pouco menos pesado. Segundo os governistas, essa redistribuição só não está ocorrendo porque o Congresso, sobretudo o Centrão, prefere se alinhar ao pessoal da “cobertura”.

Diante do cerco aos parlamentares, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), resolveu reagir. Em um vídeo divulgado numa rede social, ele reclamou de que, não bastasse a polarização política, agora se tenta implantar a polarização social. “Quem alimenta o ‘nós contra eles’ acaba governando contra todos”, declarou. O deputado também disse que alertou o Palácio do Planalto sobre a resistência do plenário ao decreto do IOF: “Capitão que vê barco ir em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice”. Não foi o suficiente para desmobilizar a ofensiva governista. Com indisfarçável satisfação, petistas espalharam que Motta foi festejado como herói num jantar com representantes da elite paulistana no início da semana. Já o presidente Lula tachou de “absurda” a decisão do comandante da Câmara de pautar a questão do IOF em meio às negociações com o governo. Por determinação do presidente, a Advocacia-Geral da União recorreu ao Supremo Tribunal Federal pedindo a declaração de inconstitucionalidade da derrubada do decreto. A batalha ultrapassa — e muito — as fronteiras da seara jurídica.

Na Justiça, a AGU alega que o presidente tem a prerrogativa de mudar tributos regulatórios, como o IOF, e que o Legislativo, ao anular a medida, teria violado o princípio constitucional da separação dos poderes. Já os congressistas rebatem afirmando que a mudança proposta não teve caráter meramente regulatório, mas o objetivo mal disfarçado de aumentar a arrecadação. Por isso, caberia aos parlamentares avaliar a questão. O caso será relatado pelo ministro Alexandre de Moraes. “Estamos propondo um reajuste tributário para beneficiar os mais pobres. O dado concreto é que os interesses de poucos prevaleceram na Câmara e no Senado, o que é um absurdo”, disse Lula, que nunca aceitou o fato de ter perdido para deputados e senadores o controle de 50 bilhões de reais em emendas parlamentares. Na prática, o caso do IOF é um novo round na disputa de poder entre Executivo e Legislativo. “Sou agradecido ao Congresso, mas, se eu não recorrer à Suprema Corte, não consigo governar. Cada macaco no seu galho: eles legislam, eu governo”, acrescentou o presidente

Mesmo contrariado, Lula tem motivos de sobra para agradecer aos parlamentares, que nos dois primeiros anos de seu mandato aprovaram o novo marco fiscal, a reforma tributária e uma série de medidas de criação ou ampliação de impostos. Com problemas de popularidade e empatado com os principais nomes da direita nas pesquisas sobre a próxima corrida presidencial, o petista também depende da boa vontade de deputados e senadores para tirar do papel ações com potencial eleitoral, como a ampliação da isenção de imposto de renda para quem ganha até 5 000 reais. Em resposta ao recurso da AGU no Supremo, líderes de partido, contrariados com o que consideram desrespeito à vontade soberana do Parlamento, espalharam a versão de que o governo terá dificuldade para aprovar essa agenda, considerada fundamental para impulsionar a eventual candidatura à reeleição de Lula. O presidente duvida dessa possibilidade porque nenhum parlamentar, perto de uma eleição, teria coragem de negar um benefício aos mais necessitados. “Quando a gente coloca que a pessoa que ganha mais de 1 milhão de reais tem que pagar um pouco mais, é uma rebelião. Dá para fazer tudo isso sem dar um tiro, sem fazer greve geral, para que este país um dia tenha uma política fiscal justa”, discursou Lula no lançamento do Plano Safra.

Disciplinado, Haddad reforçou o coro. O ministro vive um momento curioso no governo. Depois de ser fritado de forma ininterrupta pelo presidente, pelo chefe da Casa Civil, Rui Costa, e pela ex-presidente do PT e atual ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, Haddad se tornou o herói da vez no campo governista por ter iniciado a pregação em defesa da justiça tributária em bate-boca com oposicionistas na Câmara. Desde então, ele só recebe elogios dos colegas. Um de seus mantras prediletos é lembrar que o governo propôs taxar 140 000 cidadãos de alta renda para permitir que 25 milhões de pessoas não paguem nada ou paguem menos. “Pode gritar, pode falar, vai chegar o momento de debater, mas nós temos que fazer justiça no Brasil”, declarou o ministro, sob o olhar do presidente, no lançamento do Plano Safra. A insistência de Haddad nessa tecla não deixa de ser o reconhecimento de que seu plano original foi abandonado. Desde que assumiu o cargo, ele tentou fazer um ajuste fiscal de forma gradual, combinado propostas de aumento de arrecadação, como a tributação de fundos exclusivos, com a tentativa de adotar medidas destinadas a segurar a expansão dos gastos públicos. É uma situação insustentável.

Como se sabe, muito pouco foi feito na área da contenção de despesas porque Lula, Rui Costa e Gleisi Hoffmann resistiram — e resistem — a isso. Se as mudanças no IOF forem ressuscitadas pelo STF ou por uma negociação política, o governo ganhará a batalha, mas não a guerra, porque não está fazendo nada de consistente para desarmar a bomba fiscal, que pode explodir já em 2027, deixando o próximo presidente eleito sem condições de bancar até o custeio da máquina pública. A conta de benefícios assistenciais, por exemplo, cresceu de forma significativa nos últimos anos. Apenas no mês passado, o presidente anunciou a criação de quatro novos programas sociais. Está em fase de estudos uma linha de crédito para os interessados em construir “uma garagem” ou “um banheiro novo”, e outra para permitir que “os coitados que ficam entregando comida neste país, numas ‘motinhas’ vagabundas”, comprem veículos novos. Além disso, será ampliada a distribuição de vale-gás para famílias de baixa renda e implementada uma nova tarifa social para a energia elétrica. O governo calcula que somente essa última medida deve beneficiar 60 milhões de pessoas.

O embate entre “nós e eles” ou “ricos e pobres” pode até ter impacto eleitoral, mas não resolverá um dos principais gargalos do país. Um pouco mais de justiça tributária, se houver, também não atenuará a gravidade do quadro. Ainda há um problema adicional: em meio à polarização política, quase ninguém está interessado em debater mudanças estruturais, o que inclui a oposição. Apesar de terem ministérios no governo Lula, União Brasil e PP trabalham por uma candidatura rival à do petista em 2026 e divulgaram um vídeo para tentar neutralizar a campanha governista. Na peça, os partidos falam que o “povo” não aguenta mais o peso de uma gestão com quase quarenta ministérios e que o governo aumenta as despesas não para beneficiar os mais pobres, mas para proveito da “companheirada”. “Agora, querem passar a conta para gente de novo, dizendo que estão do nosso lado. A violência é um peso. O preço dos alimentos, um peso. E agora querem nos taxar ainda mais”, diz o locutor. De certa forma, a reação oposicionista é um reconhecimento da preocupação com a possibilidade de a muleta retórica da esquerda pegar tração na opinião pública. Presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles afirmou ao programa Ponto de Vista, de VEJA.com, que o novo discurso do governo tem ressonância na sociedade: “A população espera que o governo atue no serviço social e tire dos mais ricos e dê para os mais pobres. Outra história é se o governo Lula está sendo capaz de fazer isso. Claramente, ou não está fazendo ou não está sendo capaz de comunicar à população que está fazendo”.

Desde a sua fundação, o PT advoga ser o representante das camadas mais pobres, que sempre votaram no partido. No terceiro mandato de Lula, o presidente registrou perda de apoio nesse segmento do eleitorado. Alguns especialistas dizem que um sentimento de gratidão por programas sociais implantados em gestões passadas, como o Bolsa Família, já não rende mais votos nas urnas, porque são considerados conquistas consolidadas. Outros lembram que o aumento do custo de vida, especialmente do preço dos alimentos, e a inação do governo em temas sensíveis, caso da segurança pública, arranharam a imagem de Lula entre apoiadores históricos. Haveria ainda um problema conceitual da parte do presidente, que teria uma visão ultrapassada sobre o considerável contingente de pequenos empreendedores que não querem a proteção paternalista do Estado, mas oportunidades para tocar seus negócios. Ser “pai dos pobres”, se já foi suficiente um dia, já não basta mais. O figurino pode até dar um pouco de fôlego a Lula, mas dificilmente será a redenção de um governo que não disse a que veio nem aonde quer chegar.

Veja

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Polícia

Polícia Federal investiga tiro em prédio de juíza eleitoral de Cabedelo



					Exclusivo: Polícia Federal investiga tiro em prédio de juíza eleitoral de Cabedelo
(Foto: Reprodução)

A Polícia Federal está investigando um tiro disparado contra o edifício onde mora a juíza da 57ª Zona Eleitoral de Cabedelo, Thana Carneiro Rodrigues.

O caso inicialmente foi instaurado pela Polícia Civil, mas passou para o radar da PF após a magistrada ter relatado o episódio ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O TRE determinou a abertura da investigação.

O inquérito, sob sigilo, tem o objetivo de apurar se o tiro tem relação com o exercício da atividade da magistrada.

Recentemente, ela publicou uma sentença cassando os mandatos do prefeito, da vice e de um vereador do município.

A cassação teve por base a investigação ‘En Passant’, da Polícia Federal e do Gaeco, que apurou uma possível interferência de grupos ligados ao tráfico no processo eleitoral do ano passado. Os investigados recorreram da decisão.

No prédio, localizado em Cabedelo, o disparo atingiu o apartamento de um promotor.

“Esses fatos foram relatados pela própria juíza, em relação ao que ocorreu no dia em que foram alvejadas situações de residências onde ela tem um apartamento. Houve uma preocupação do aparato federal, evidentemente, porque trata-se de uma juíza eleitoral. E diante disso tivemos o contato com a Superintendência da Polícia Federal para que ela pudesse, através de um expediente caminhado por nós, tomar todas as providências necessárias e cabíveis. Ou seja, a investigação, a estruturação de uma linha de trabalho para saber até que ponto isso tem algum tipo de envolvimento com a atividade que ela desenvolveu enquanto juíza eleitoral”, afirmou o presidente do TRE, desembargador Oswaldo Trigueiro.



					Exclusivo: Polícia Federal investiga tiro em prédio de juíza eleitoral de Cabedelo

“De fato, tem uma decisão recente na localidade. Evidentemente, claro, pode não ter nenhuma correlação, mas essa relação, se existir, está sendo apurada. E saindo das hostes do controle chega ao Ministério Público para as providências cabíveis”, complementou o desembargador.

Após o incidente a segurança da magistrada foi reforçada. Pelo que apurou o Blog, uma perícia foi realizada no local para coletar vestígios deixados pelo tiro.

O Blog procurou a Superintendência da Polícia Federal na Paraíba, mas a PF informou que não irá se manifestar sobre o assunto. Outras hipóteses investigativas, como a possibilidade de uma bala perdida, também não estão descartadas.

Jornal da PB

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Polícia

Suspeito de ser um dos executores da chacina na Praia do Sol é preso

Foto: Polícia Civil/Divulgação

Um homem investigado pelo assassinato de quatro pessoas na Praia do Sol, em João Pessoa, foi preso na tarde desta quinta-feira (17) pela Polícia Civil da Paraíba, no bairro Comerical Norte, em Bayeux. A chacina aconteceu durante uma festa na  madrugada do dia 06 de julho.

De acordo com as investigações, o suspeito preso, de 20 anos de idade, é um dos executores dos assassinatos. Durante interrogatório, ele confessou o crime e deu detalhes de como tudo aconteceu. No momento da prisão, os policiais apreenderam porções de maconha, cocaína, crack e uma moto com registro de roubo.

Além de admitir sua participação no crime, o investigado confirmou ser autor também de uma tentativa de homicídio em Bayeux, contra dois jovens que foram sequestrados e torturados por integrantes de uma facção criminosa.

Outros dois suspeitos por envolvimento na chacina foram presos

Nesta última quarta-feira (16), a Polícia Civil prendeu dois homens investigados também por participação na chacina da Praia do Sol. Duas armas de fogo foram apreendidas e estão sendo analisadas pelo Instituto de Polícia Científica da PCPB.

Com as provas apuradas pela investigação e a confissão, em detalhes, do homem preso hoje, a Polícia considera o caso elucidado. Após a conclusão dos procedimentos, o Inquérito Policial será encaminhado ao Poder Judiciário. Os outros envolvidos na chacina já estão identificados e continuam sendo investigados.

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MPPB

MPPB constata irregularidades em instituições de idosos em Bayeux

O Ministério Público da Paraíba e demais órgãos integrantes do Comitê Interinstitucional de Fiscalização das Instituições de Longa Permanência para Pessoas Idosas realizaram, nesta quarta-feira (16/07), inspeção em três instituições no município de Bayeux.

A fiscalização, acompanhada pela 3ª promotora de Justiça de Bayeux, Ana Guarabira de Lima Cabral, teve como objetivo verificar as condições de abrigamento das pessoas e atende a procedimentos instaurados pela Promotoria de Justiça daquele município.

De acordo com a promotora Ana Guarabira, foram encontradas instalações inadequadas com umidade e mofo nas paredes; excesso de leitos por cômodo; insuficiência de número de banheiros e ausência de espaço recreativo.

Também foram constatadas a aplicação de medicações injetáveis sem material para socorro e estabilização do paciente; acessibilidade inadequada aos espaços, bem como nos banheiros; e a insuficiência de cuidadores considerando o grau de dependência do idoso. Segundo a promotora, foi verificada a inobservância da RDC nº 502 da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa) e nenhuma das instituições fiscalizadas possui autorização de funcionamento sanitário emitida pela Agevisa/PB.

Providências

No estabelecimento com a situação mais grave, faltavam higiene básica, instalações adequadas e cuidadores suficientes para os idosos. Além disso, foi encontrada uma funcionária que trabalhava em troca de lugar para morar com a filha, em situação análoga à escravidão.

A Agevisa notificou o local para, em 24 horas, providenciar a remoção de todos os idosos para outra instituição de longa permanência ou retorno ao ambiente familiar.

A promotora informou, ainda, que já tramitam ações civis públicas  (0802709-27.2021.815.0751, 08030046420218150751, 0802879-96.2021.816.0751) solicitando que as irregularidades sejam sanadas ou o fechamento das instituições em caso de continuidade das irregularidades. “Os laudos dos órgãos fiscalizadores que foram conosco na inspeção serão colecionados nos autos dos processos para tomada de providências”, complementou a promotora Ana Guarabira.

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Brasil

VÍDEO: Lula diz que vai taxar big techs dos EUA

 

O presidente Lula (PT) voltou a criticar o presidente dos EUA, Donald Trump, e disse que vai cobrar imposto de “empresas digitais norte-americanas” durante o 60º Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes), em Goiânia.

Lula afirmou que vai taxar e regulamentar as big techs, debate que não tem avançado no governo. “Eu queria dizer para vocês que a gente vai julgar e vai cobrar imposto das empresas americanas digitais. Nós não aceitamos, em nome da liberdade de expressão, você ficar utilizando [as redes] para fazer agressão, para fazer mentira, para prejudicar”, disse.

A afirmação vai contra o que foi conversado no comitê com representantes da indústria nesta semana. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) recebeu empresários da indústria, do agro, dos setores de bens e comércios e representantes de algumas das maiores multinacionais dos Estados Unidos e só falou em diminuir as taxações, não em aumentá-las.

Lula também reclamou que o governo norte-americano não respondeu às propostas do Brasil sobre as tarifas. “Não recebemos nenhuma resposta. A resposta que nós recebemos foi a matéria publicada no jornal, no email dele, no Zap [WhatsApp] dele, no portal dele, porque ele não se dignou nem sequer a mandar uma carta”, como a atitude tomada pelo Itamaraty nesta semana ao enviar uma carta ao governo dos EUA.

Com informações de  UOL

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Brasil

“Não é um gringo que vai dar ordem a este presidente da República”, diz Lula sobre Trump

Foto: Kazuhiro Nogi e Jim Watson/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (17) que, se Donald Trump tentasse fazer no Brasil o que fez no Capitólio, “certamente seria julgado e preso”.

O petista subiu o tom contra o presidente dos Estados Unidos durante participação no 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Goiânia (GO).

“Se o Trump morasse no Brasil e ele tentasse fazer aqui no Brasil o que ele fez no Capitólio, certamente ele também estava julgado e poderia ser preso”, declarou Lula.

O petista se referiu à invasão, em 6 de janeiro de 2021, à sede do Poder Legislativo estadunidense, quando apoiadores de Trump tentaram impedir a confirmação da vitória do democrata Joe Biden sobre o republicano.

Ao se referir ao tarifaço imposto por Trump contra produtos brasileiros, Lula disse que está disposto a negociar e que o presidente dos Estados Unidos não negociou “10%” do que o petista afirma ter negociado ao longo da sua vida política.

“Eu tenho certeza que o presidente americano jamais negociou 10% do que eu negociei na minha vida, jamais. Se tem uma coisa que eu sei na vida é negociar. Por isso que o Brasil é um defensor do multilateralismo”, afirmou o presidente.

Ainda sobre o tema, Lula disse que o Brasil não aceitou a forma como Donald Trump anunciou a tarifa adicional de 50% contra produtos brasileiros.

“Trump mandou uma carta via o e-mail dele dizendo que, a partir do dia 1º de agosto, se não liberar o Bolsonaro, que vai taxar em 50%. Nós vamos responder da forma mais civilizada possível e da forma que um democrata responde”, declarou.

“Nós não aceitamos que ninguém, ninguém de nenhum país fora do Brasil, se meta nos nossos problemas internos que são dos brasileiros. Não é um gringo que vai dar ordem a este presidente da República”, completou Lula.

O presidente comentou a carta que Trump enviou anunciando tarifaço. “A carta não fala em negociação, a carta é o seguinte: ou dá ou desce. É essa a lógica da carta. ‘Ou libera o Bolsonaro porque o filho dele está aqui me enchendo o saco: Liberta meu pai, liberta meu pai, liberta meu pai’”, disse.

O petista também disse que o Brasil pretende cobrar impostos sobre as big techs norte-americanas que operam no país.

“Esse país só é soberano porque o povo brasileiro tem orgulho desse país. A gente vai julgar e vai cobrar imposto das empresas americanas digitais”, afirmou.

g1

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Política

PESQUISA/SETA: Confira números da corrida ao Governo da Paraíba em 2026

O site Polêmica Paraíba, em parceria exclusiva com o Instituto Seta, divulgou nesta quinta-feira (17) um novo levantamento de intenção de voto para o Governo da Paraíba nas eleições de 2026. A pesquisa faz parte de um projeto inédito de monitoramento mensal do cenário político-eleitoral no estado, que também conta com a colaboração das instituições Consult Pesquisa e Agora Sei Pesquisa.

O estudo foi realizado entre os dias 6 e 9 de julho, ouvindo 2 mil eleitores em 102 municípios paraibanos. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.

Na pergunta espontânea sobre quem os eleitores preferem para governar o estado a partir de 2026, o atual prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), aparece na frente com 31,5% das intenções de voto. Em segundo lugar está o ex-candidato ao governo e ex-deputado federal Pedro Cunha Lima (PSD), com 14,1%.

Em seguida, a disputa fica acirrada entre três nomes: o vice-governador Lucas Ribeiro (10,3%), o senador Efraim Filho (9,5%) e o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (9,3%).

O ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, aparece com 4,1% das intenções. Já os eleitores que afirmaram votar em nenhum dos nomes apresentados ou que pretendem anular o voto somam 10,1%, enquanto 11,2% disseram não saber ou preferiram não responder.

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CMJP

Câmara de João Pessoa retoma os trabalhos legislativos no dia 31 de julho

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A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) inicia oficialmente os trabalhos legislativos do segundo semestre de 2025 no próximo dia 31 de julho. A sessão solene para retomada das atividades vai ocorrer às 9h30, no plenário senador Humberto Lucena.

As atividades legislativas do primeiro semestre foram encerradas após votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias para o exercício financeiro de 2026. Na oportunidade, o presidente da Casa, Dinho Dowsley (PSD), fez um balanço das ações do Legislativo Municipal no primeiro semestre.

Uma Comissão de Recesso composta pelo presidente Dinho, além dos vereadores, Eliza Virgínia (PP), Marcos Henriques (PT), Odon Bezerra (PSB), Durval Ferreira (PL), Damásio Franca (PP), Milanez Neto (MDB) e Fábio Carneiro (Solidariedade) está dando continuidade aos trabalhos da Casa durante o recesso legislativo (20 de junho a 30 de julho). Todos os setores administrativos do Legislativo Municipal continuaram ativos.

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Polícia

Duas pessoas são presas em operação contra fraudes em concursos públicos na Paraíba

A Polícia Civil da Paraíba prendeu, na manhã desta quinta-feira (17), um estudante de Medicina de 23 anos e uma mulher de 27 anos suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em fraudar concursos públicos. As prisões ocorreram em Patos, durante a primeira fase da Operação Before, conduzida pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) com apoio da Unidade de Inteligência (Unintelpol).

De acordo com as investigações, o grupo atuava principalmente no Sertão da Paraíba, com ramificações em Recife (PE). A apuração começou em 2023, após suspeitas de fraude no concurso da Polícia Militar da Paraíba.

Um terceiro envolvido, responsável por transportar respostas e receber valores, foi morto no dia 22 de junho, no bairro São Sebastião, em Patos.

A Polícia segue em busca de outros dois suspeitos foragidos e também tenta identificar pessoas que possam ter obtido cargos públicos por meio da fraude. O grupo movimentava dinheiro de origem ilícita, segundo a Polícia Civil.

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Sem categoria

TARIFAÇO: Se Lula sinalizar pra mim, eu negocio com o Trump, diz Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quinta-feira (17) que, caso o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sinalizasse positivamente e seu passaporte, apreendido pela PF (Polícia Federal), fosse devolvido, ele mesmo poderia negociar as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros.

“Se o Lula sinalizar para mim, eu sei que não é ele que vai dar o passaporte, eu negocio com o Trump. (…) Quem não vai conversar vai pagar um preço alto”, afirmou em coletiva de imprensa.

CNN

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Política

Saiba quantos deputados estaduais a Paraíba pode perder com veto de Lula

Além da perda de dois deputados federais que integram a bancada paraibana na Câmara Federal, o veto do presidente Lula (PT) ao Projeto de Lei que ampliava de 513 para 531 a quantidade de parlamentares também traz outro reflexo à política paraibana: a redução de vagas na Assembleia Legislativa da Paraíba.

Atualmente com 36 cadeiras, a Casa de Epitácio Pessoa passará a contar, caso o veto não seja derrubado, com 30 ocupantes, isso já para a eleição do próximo ano, em 2026.

O presidente da Assembleia, Adriano Galdino (Republicanos), espera que a decisão de Lula seja alterada pelo Congresso Nacional.

“A Paraíba tem que resistir. Na minha orientação, o Congresso tem que derrubar o veto, porque a Paraíba perderá representatividade e consequentemente perderá investimentos através das emendas parlamentares, que somando os dois deputados a menos é uma perda de R$ 200 milhões por ano. E, como consequência, perde representatividade na Assembleia, que passa a ter 30 deputados. Uma perda substancial para a Paraíba. O valor de R$ 200 milhões por ano não é pouca coisa não, é muita coisa”, avaliou Galdino em contato com o Blog.

O que disse Lula ao vetar 

“Ao prever a ampliação do número de parlamentares, a medida acarreta aumento de despesas obrigatórias, sem a completa estimativa de impacto orçamentário, de previsão de fonte orçamentária e de medidas de compensação, onerando não apenas a União, mas também entes federativos”, indica trecho da justificativa do veto, segundo comunicado divulgado pelo Palácio do Planalto.

BG com informações do MaisPB

 

O veto de Lula

 

O presidente Lula (PT) vetou, nesta quarta-feira (16), o aumento no número de deputados federais de 513 para 531, aprovado pelo Legislativo. O projeto de lei é da relatoria do parlamentar paraibano Damião Feliciano (União). Com o veto, a bancada da Paraíba deve perder duas vagas na Casa.

 

A proposta, aprovada pelo Congresso Nacional no último dia 26 de junho, aumenta o número de cadeiras na Câmara dos Deputados com base em dados populacionais mais recentes. As mudanças valerão a partir da próxima legislatura em 2026.

 

A decisão do presidente foi provocada pelos atritos entre o Legislativo e o Executivo, que começaram desde a derrubada do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) aprovada pelos se

nadores e deputados.

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