Brasil

PGR omitiu falas de Mauro Cid que contrastam com denúncia contra Bolsonaro

Foto: reprodução

A denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Jair Bolsonaro (PL) usa a colaboração de Mauro Cid como importante mecanismo de confirmação da trama golpista, mas, ao mesmo tempo em que exalta pontos que incriminam o ex-presidente, deixa de fora falas do ex-auxiliar que contrastam com a acusação.

A análise dos três últimos depoimentos dados por Cid —que chefiou a Ajudância de Ordens de Bolsonaro— em novembro e dezembro de 2024 mostra várias afirmações do tenente-coronel que não foram cotejados, nem a título de contraditório, na peça assinada pelo procurador-geral, Paulo Gonet.

Desde que firmou delação, em setembro de 2023, Cid promoveu alguns episódios de vaivém em suas declarações.

Em áudios que enviou a um interlocutor e que vazaram, chegou a dizer que estava sendo pressionado a relatar episódios que nunca ocorreram. Por outro lado, mudou em novembro a versão que vinha dando após ser confrontado por elementos de investigação e se ver ameaçado de perder a delação e ser preso.

A denúncia é elaborada com base nas investigações da Polícia Federal e chega a avançar em relação a algumas das conclusões policiais. Ela é composta também de vários elementos de provas, como quebras de sigilo e outros depoimentos.

Plano “Punhal Verde Amarelo”

Um dos pontos principais da denúncia é a existência do plano “Punhal Verde Amarelo”, que trazia um cronograma de virada de mesa institucional que incluiria a morte do ministro Alexandre de Moraes e da chapa presidencial eleita, Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB).

A PGR diz na denúncia que Bolsonaro sabia do plano e o autorizou. Usa para isso, uma troca de mensagens entre Cid e o general Mário Fernandes, possível autor do documento. O general fala de uma conversa com Bolsonaro, que teria dito que “qualquer ação” poderia ocorrer até 31 de dezembro.

A denúncia não inclui a versão de Cid, que nos depoimentos afirma não saber se Bolsonaro sequer tomou conhecimento do documento.

“Eu não tenho ciência se o presidente sabia ou não do plano que foi tratado, do Punhal Verde Amarelo, e se o general Mário levou esse plano para ele ter ciência ou não”, disse Cid em depoimento dado à PF em dezembro e ignorado na denúncia.

Monitoramento de Alexandre de Moraes

A PGR destaca a delação de Cid no ponto em que ele confirma que Moraes foi monitorado duas vezes, uma a pedido de militares que fariam parte do grupo operacional do Punhal Verde Amarelo, e outra a pedido do próprio ex-presidente.

“Mauro Cid confirmou, ainda”, escreveu Paulo Gonet, que “quem solicitou o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes ‘foi o ex-presidente Jair Bolsonaro’”.

A denúncia deixa de fora, porém, que na versão de Cid Bolsonaro pediu o monitoramento não no contexto da operação de assassinato, mas porque estaria irritado por ter recebido a informação de que o ministro, seu desafeto, estaria se encontrando com o seu vice, Hamilton Mourão.

Operação

Outro ponto em que a denúncia colide com as falas de Cid, sem que essas sejam mencionadas, se refere ao dia 15 de dezembro de 2022, dia em que a operação de assassinato de autoridades teria sido colocada em prática e abortada.

A PGR destaca mensagens entre um dos militares e Cid, que estava fora de Brasília.

“Após a operação ser abortada, Rafale Martins de Oliveira enviou mensagem, às 21h05, via aplicativo WhatsApp, para Mauro César Barbosa Cid, afirmando ‘Opa’. Cid respondeu, às 21h16, com ‘vou mudar de posição’.”

De acordo com a denúncia, evidenciou-se que ele [Cid] recebia informações atualizadas sobre o andamento das ações. Em sua delação, porém, o tenente-coronel assegura que estava em local de difícil sinal de telefonia celular e que não se comunicou com os militares.

Reunião de militares em Brasília

Outro ponto importante da trama golpista diz respeito a uma reunião de militares em Brasília no dia 28 de novembro de 2022, no contexto da elaboração de uma carta interna com o intuito de pressionar o comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, a aderir ao golpe.

A PGR não incluiu na denúncia a versão de Cid, segundo a qual no encontro não se discutiu nenhuma medida específica no sentido de golpe, mas se resumiu a um “bate-papo de bar” de militares que estavam inconformados com a derrota eleitoral.

“Naquele momento ninguém botou um plano de ação, é esse ponto que eu quero deixar claro, ninguém chegou com um plano e botou um plano na mesa e falou assim, ‘não, nós vamos prender o Lula, nós vamos matar, nós vamos espionar’”, disse Cid em depoimento à PF em 19 de novembro.

Dois dias depois, diante de Moraes e sob pressão de ser preso e ter a delação cancelada, mudou a versão sobre uma reunião anterior, na casa do general Walter Braga Netto, afirmando que ali se discutiu alguma ação para promoção de caos social que justificasse a ruptura.

Ele reafirmou, porém, que não acompanhou toda a reunião e que não sabe dizer o que foi planejado exatamente.

Tanto a investigação da PF como a denúncia contra o general Estevam Theófilo, chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército (Coter), são baseadas, em especial, na delação premiada de Cid.

Em mensagens, ele deu a entender que Theófilo aceitaria colocar as tropas nas ruas em prol de Bolsonaro caso ele assinasse uma medida de exceção.

A denúncia não considerou, porém, o que Cid disse em seus últimos depoimentos. Nessas ocasiões, o tenente-coronel afirmou acreditar que Theófilo seguiria as ordens do Alto Comando do Exército e que não passaria por cima da autoridade do comandante da Força.

“Se o presidente desse a ordem… Mas o problema é, eu não sei se ele passaria por cima do general Freire Gomes. Isso não posso confirmar. As conversas que eu tive com ele, até com o Cleverson, que era o assessor dele, era que ele não iria passar por cima do general Freire Gomes”, disse Cid.

Por fim, a PGR destacou mensagens de Cid que sugerem que alguma coisa poderia acontecer ainda após a posse de Lula, mas ignorou as afirmações do tenente-coronel em sua delação dizendo que as mensagens não tinham o sentido interpretado pela PF e que Bolsonaro não planejou os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Folhapress

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Brasil

Advogado de Bolsonaro entra com representação na OAB contra o STF

Foto: Saulo Cruz

Paulo Cunha Bueno, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disse ter protocolado, nesta quinta-feira (20), uma ação no Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Segundo o advogado, isso se tornou necessário para garantir as prerrogativas de direito para defender Bolsonaro na denúncia de golpe de Estado, que será analisada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima semana.

Para ele, todas as defesas dos 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) estão sem acesso “à totalidade dos elementos obtidos na fase de investigação, franqueando-nos só e somente aqueles que previamente a Polícia Federal e a PGR selecionaram”.

Segundo Bueno, falta acesso a “elementos importantíssimos”, como “mídias dos dispositivos eletrônicos apreendidos (inclusive telefones celulares)”.

Dessa forma, teria se “tornando impossível o exercício da defesa, que, na espécie, já não se pode chamar de ampla, mas mínima, diante desse estado de coisas”.

No STF, os pedidos da defesa de Bolsonaro nesse sentido têm sido negados. Os advogados pediram a extensão do prazo de resposta , além do impedimento dos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino.

Dessa forma, o chamado “núcleo 1” da denúncia, que inclui Bolsonaro e ex-ministros do seu governo, está com o julgamento mantido na Primeira Turma nos dias 25 e 26 de março.

CNN

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Brasil

VÍDEO: Funcionária da Petrobras reclama de trabalho presencial: “Estresse”

O Sindipetro-RJ (Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro) divulgou nesta 4ª feira (19.mar.2025) um vídeo em que uma funcionária da Petrobras identificada como Luciana Frontin diz estar preocupada com a exigência de retorno ao trabalho presencial. Ela afirma que a mudança tem causado “estresse” e “sintomas físicos” que ela nunca havia sentido antes em 17 anos na estatal.

No vídeo publicado no Instagram, Frontin lê uma carta à Diretoria Executiva da Petrobras. Ela critica o aumento no número de dias de trabalho presencial para 3 por semana (atualmente são 2) e afirma que só a ideia de voltar já estaria afetando sua saúde e produtividade. Ela defende a manutenção do modelo híbrido e pede que qualquer alteração seja negociada com os trabalhadores.

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Paraíba

(VÍDEO) PAREDÃO, CERVEJA E FOGOS: Carreta com transformador chega com festa em João Pessoa

A carreta gigante com o transformador enfim passou por João Pessoa. Foi durante a madrugada desta quinta-feira (20), e reuniu vários espectadores na entrada da cidade.

Na manhã desta quinta, ela está estacionada em Santa Rita e por volta de 22h deverá continuar trajeto para Nova Palmeira.

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Paraíba

Sancionada medida provisória que cria passe livre para alunos da Paraíba

Foto: Divulgação/Secom-JP

O governador da Paraíba, João Azevêdo, sancionou a medida provisória que institui o programa Passe Livre Estudantil, destinado para alunos da rede estadual de ensino. A medida foi publicada na edição desta quinta-feira (20) do Diário Oficial.

A gratuidade no transporte público coletivo urbano é para estudantes do 9º ano do ensino fundamental, ensino médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA), nas cidades de João Pessoa, Bayeux, Cabedelo, Campina Grande e Santa Rita.

O passe livre será pessoal e intransferível, limitado a 44 passagens mensais, vinculadas ao calendário escolar. Para alunos com deficiência, o direito também se estende a um acompanhante, com gratuidade para até 88 passagens mensais.

Além disso, o uso do Passe Livre será monitorado pela frequência escolar dos estudantes, exigindo pelo menos 90% de comparecimento às aulas para a manutenção do benefício.

 

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Paraíba

Ministro da Justiça desembarca na Paraíba nesta sexta-feira

Na imagem, o ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP) Ricardo Lewandowski. Foto: Rafa Neddermeyer / Agência Brasil

Ministro da Justiça e Segurança Pública do Governo Federal, Ricardo Lewandowski, desembarca na Paraíba, nesta sexta-feira (21), para cumprir agenda em João Pessoa. A senadora Daniella Ribeiro, o governador João Azevêdo (PSB) e a atriz e ativista pelo fim da violência contra a mulher, Luiza Brunet.

As autoridades e convidados devem participar da inauguração da primeira Sala Lilás do Brasil, que será dentro do Instituto de Polícia Científica (IPC), no bairro do Cristo. A sala vai atender mulheres vítimas de violência doméstica que chegam ao instituto para fazer exame de corpo de delito.

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Covid-19

Máscaras são incapazes de conter a transmissão da covid-19, conclui estudo da USP

Foto: Reprodução/Pexels

Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) concluíram que o uso de máscaras é ineficiente para conter a transmissão da covid-19. O estudo, publicado em 12 de março deste ano, analisou 24 países europeus entre 2020 e 2021.

Os pesquisadores Daniel V. Tausk, do Departamento de Matemática, e Beny Spira, do Departamento de Microbiologia, chegaram à conclusão depois de investigar a relação entre o uso de máscaras em nível populacional e o excesso de mortalidade pela doença.

Enquanto Itália, Espanha e Portugal impuseram leis rigorosas de uso de máscaras já na primavera de 2020, Noruega e Holanda intervieram apenas no inverno de 2020-2021. Um terceiro grupo de países, formado por Dinamarca e Suécia, apresentou níveis baixos de utilização de máscaras durante todo o período analisado. O estudo mostra que os noruegueses, os holandeses, os dinamarqueses e os suecos tiveram mais sucesso que os italianos, os espanhóis e os portugueses.

Foto: Divulgação/BMC Public Health

Além disso, o estudo sugere que o uso prolongado de máscara pode ter causado efeitos adversos nos infectados, como a reinalação de partículas virais. Isso significa que a doença pode ter persistido por mais tempo entre os infectados e ter se alastrado para mais pessoas.

O resumo do estudo sobre as máscaras e a covid-19

  • Nenhuma correlação foi encontrada entre o uso de máscaras e a morbidade da covid-19, ou seja, as máscaras não demonstraram reduzir os casos da doença;
  • Houve correlação positiva entre o uso de máscaras e o excesso de mortalidade ajustado por idade. Os países com maior adesão ao uso de máscaras apresentaram taxas mais altas de excesso de mortes;
  • O estudo levanta hipóteses sobre o impacto das máscaras na saúde, incluindo a possibilidade de que o uso prolongado possa ter causado efeitos adversos, como a reinalação de partículas virais;
  • Os resultados são consistentes com revisões sistemáticas anteriores, que apontaram a falta de evidências sobre a eficácia das máscaras na prevenção da transmissão viral em nível populacional; e
  • Como estudo observacional retrospectivo, não é possível estabelecer causalidade direta entre o uso de máscaras e o aumento da mortalidade, apenas identificar uma correlação que merece mais investigação.

Revista Oeste

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Concurso

Paraíba terá concurso com duas mil vagas para professores

Secretário Wilson Filho em entrevista ao Programa Hora H; Foto: João Pedro Gomes

A Paraíba terá um dos maiores concursos públicos do Brasil para contratação de professores neste ano. O anúncio foi feito pelo secretário da educação do estado, Wilson Filho (Republicanos), nesta quarta-feira (19).

De acordo com o secretário, os salários serão de e R$ 6,1 mil , acima do piso do magistério. Serão duas mil vagas em 13 matrizes curriculares diferentes.

A banca definida pelo Governo do Estado foi o Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistência Nacional (Idecan). O edital e os detalhes aprofundados, como o calendário do certamente, serão detalhados pelo governador João Azevêdo (PSB).

“O governador irá nos apresentar toda a programação do concurso, inclusive a provável data do edital e da realização das provas. Será para esse ano, será um salário interessante, o salário do professor girará em torno de 6 mil e 100 reais, acima do piso nacional do magistério. Então o concurso público será um passo importante. Desde o começo nós estamos trabalhando eram para que 2025 seja efetivo efetivamente o ano da educação”, afirmou Wilson.

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Polêmica

Help rebate Prefeitura de CG e comprova dívidas de R$ 33 mi da gestão com hospital

O Hospital Help rebateu, na noite desta quarta-feira (19), a nota enviada pela Secretaria de Saúde de Campina Grande, em que a gestão Bruno Cunha Lima (União) aponta erro na informação divulgada pelo diretor da unidade de saúde, Dalton Gadelha, de que a prefeitura tem uma dívida de R$ 33 milhões com o hospital.

“A Fundação Pedro Américo não reconhece verdade em nenhuma das palavras do Secretário de Saúde de Campina Grande e mantém todos os fatos narrados pelo presidente da Fundação Pedro Américo Dalton Gadelha, escolhido pela mídia nacional como uma das 100 maiores personalidades da área da saúde no Brasil”, diz o texto do Help.

No comunicado enviado à imprensa, o hospital apresentou notas e detalhes dos débitos.

Veja na íntegra:

A Fundação Pedro Américo, entidade filantrópica, estabelecida na cidade de Campina Grande-PB, mas com atendimento em todo Estado da Paraíba, vem a público esclarecer os seguintes fatos:

Por ter o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social na Área de Saúde (CEBAS), atende, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) em suas diversas unidades, há quase duas décadas.

Em razão dessa característica, a entidade tem direito de receber recursos públicos de vários órgãos e ministérios, como toda e qualquer instituição filantrópica, a exemplo do Hospital da FAP, do Hospital Napoleão Laureano e do Hospital Português.

Nos últimos anos, foi contemplada com recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS), solicitados pela própria Secretaria de Saúde, especificamente para o Hospital de Ensino e Laboratórios de Pesquisa (HELP), com vistas ao custeio das atividades necessárias ao atendimento de pacientes do SUS e daqueles atendidos por filantropia.

 Após a informação concedida em recente entrevista pelo presidente da Fundação Pedro Américo Dalton Gadelha sobre a dívida que a Secretaria de Saúde de Campina Grande-PB tem com o HELP, decorrente da falta de repasse de recursos carimbados, o Secretário de Saúde se manifestou e, de forma surpreendente, negou o débito.

Do montante recebido pelo Fundo Municipal de Saúde (FMS), na época da notícia de fato instaurada perante os Ministérios Públicos Estadual e Federal, que tramitam nos aludidos órgãos sob nº 001.2025.001942 e 1.24.001.000015/2025-37, respectivamente, remanescia ainda R$ 33.181.000,00 (trinta e três milhões cento e oitenta e um mil reais) devidamente carimbados em favor do HELP e não repassados.

Estranha-se a negativa, pois, na própria notícia de fato instaurada perante o Ministério Público, de fácil acesso a qualquer pessoa, a assessoria jurídica do eminente secretário, por meio do Ofício nº 040/2025/SMS/PMCG, de 21 de fevereiro de 2025, assume expressamente o débito e justifica o não pagamento em suposta falta de apresentação de planos de trabalho e outros procedimentos burocráticos.

Apesar disso, em recente resposta no âmbito do processo existente no MP, o HELP apresenta farta documentação que demonstra a apresentação de todos os planos de trabalho e demais documentos solicitados pela prefeitura, de modo a não restar qualquer desculpa ao ente municipal.

Tanto é verdade que dos R$ 33.181.000,00 (trinta e três milhões cento e oitenta e um mil reais) cobrados, após a instauração do caso no órgão ministerial, a Secretaria de Saúde fez repasse de R$ 1.000.000,00 no dia 14 de fevereiro de 2025 e, após a entrevista concedida no dia 18 de março e de grande repercussão na mídia, quitou R$ 1.373.228,48 no dia 19 de março:

As evidências da contradição que caracteriza as palavras do gestor de saúde local são irrefutáveis, tudo dentro das notícias de fato já mencionadas. São ofícios por ele mesmo assinados com solicitação expressa à Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados em relação aos valores cobrados, com destinação específica para o HELP; os pagamentos feitos ao fundo municipal nos exatos valores solicitados; os contratos assinados; e os planos de trabalho aceitos também por ele mesmo.

A título exemplificativo, segue abaixo e também anexo à presente nota, o Ofício nº 102/2024/PMCG/SMS-GS em que o Secretário de Saúde pede ao presidente da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados:

Em virtude disso, ratifica que deixa a situação nas mãos do Ministério Público para que a desídia do órgão municipal não gere mais prejuízos aos usuários do SUS que precisam dos serviços do nosso hospital, das outras entidades filantrópicas e das demais unidades públicas.

Depois disso, salvo os valores de R$ 1.000.000,00 e R$ 1.373.228,48, nada mais foi pago e pode ser facilmente rastreado em pesquisa nas movimentações das contas bancárias do fundo municipal.

Preferimos crer que a manifestação contraditória do secretário reflete muito mais uma falta de conhecimento, de comunicação com seus próprios servidores e uma total desorganização da pasta que comanda do que propriamente a má fé que, de forma aparente, também não se descarta.

É que como o gestor do Fundo Municipal de Saúde de Campina Grande afirma dever R$ 700.000,00 sem apresentar qualquer comprovação idônea e, após grande repercussão na mídia da entrevista concedida à rádio Correio FM pelo presidente do HELP, de forma apressada, paga R$ 1.373.228,48??!

O valor a que fez referência o Secretário de Saúde refere-se a repasse de outros recursos anteriores ao protocolo da notícia de fato, quantia que não é objeto da dívida em discussão e que se trata de recursos efetivamente devidos ao hospital por serviços prestados à população carente de Campina Grande, logo uma obrigação do gestor local.

O montante referido pelo secretário, embora vultoso, não chega à metade do custo do hospital que é de R$ 7.000.000,00 mensais para atender cerca de 90% (noventa por cento) de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), consoante média totalizada dos últimos 12 (doze) meses.

Essa desídia, no final, não gera prejuízo somente ao fluxo de caixa do hospital, mas verdadeiramente aos pacientes do SUS que terminarão sem um atendimento da qualidade existente no HELP, pois, se o ente municipal mantiver este comportamento de descompromisso, infelizmente os serviços já abertos terão sua oferta paralisada.

Isso compromete o pagamento dos mais de 900 colaboradores, incluindo os 240 médicos, que atendem a população com tanto zelo e compromisso à saúde, mas, mesmo diante dessa conduta omissiva, a Fundação Pedro Américo vem mantendo às suas próprias custas a remuneração de cada um deles, como forma de cumprir o seu papel e a sua função social.

Portanto, a Fundação Pedro Américo não reconhece verdade em nenhuma das palavras do Secretário de Saúde de Campina Grande e mantém todos os fatos narrados pelo presidente da Fundação Pedro Américo Dalton Gadelha, escolhido pela mídia nacional como uma das 100 maiores personalidades da área da saúde no Brasil.

Por isso, a notícia de fato pede que a apuração faça a busca pelo recurso, em técnica denominada de follow the moneypara identificar o destino de verbas carimbadas e creditadas há muito tempo pelo Ministério da Saúde nas contas do Fundo Municipal de Saúde que tinha a obrigação de fazer o necessário repasse ao HELP.

Acaso se confirme eventual desvirtuamento, é possível que as autoridades envolvidas respondam por improbidade administrativa e, no âmbito criminal, por crimes contra a Administração Pública.

De outra banda, a Fundação Pedro Américo preza pela transparência em todas as suas ações que tratem de parcerias com o poder público e, especialmente, no recebimento de recursos oriundos de emendas parlamentares.

Prova disso é que, durante seus mais de vinte anos de história, sob a tutela e fiscalização da Promotoria das Fundações em Campina Grande, o referido órgão ministerial nunca reprovou as contas apresentadas pela entidade anualmente, em conformidade com o art. 66 do Código Civil brasileiro.

Por essas razões, o Hospital de Ensino e Fundação Pedro Américo não reconhece verdade em nenhuma das palavras do Secretário de Saúde de Campina Grande e mantém todos os fatos narrados pelo presidente da Fundação Pedro Américo Dalton Gadelha, escolhido pela mídia nacional como uma das 100 maiores personalidades da área da saúde no Brasil.

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Brasil

STF divulga como será o rito de julgamento de Bolsonaro; entenda

Foto: YouTube/Reprodução

O STF divulgou há pouco o roteiro de como será o julgamento de Jair Bolsonaro e outros denunciados pela PGR por envolvimento no plano de golpe de Estado.

A análise da denúncia de Paulo Gonet pelos ministros da Primeira Turma da Corte está marcada para ocorrer entre os dias 25 e 26 de março.

O roteiro divulgado pelo Supremo mostra que não haverá nenhuma medida especial adotada pela Corte no julgamento. O rito seguirá o protocolo de toda análise de denúncia na Corte.

A sessão obedecerá o rito previsto no regimento interno do Supremo Tribunal Federal:

1 – Abertura da sessão pelo presidente
2 – Leitura do relatório pelo relator
3 – Sustentação oral do PGR por 30 minutos
4 – Sustentação oral das defesas (8 réus, 15 minutos para cada – ordem definida pelo presidente)
5 – Voto do relator nas preliminares
6 – Votos dos demais ministros sobre preliminares (ordem: Dino, Fux, Cármen e Zanin presidente)
7 – Voto do relator no mérito da denúncia
8 – Votos dos demais ministros sobre o mérito (ordem: Dino, Fux, Cármen e Zanin presidente)

Radar – Veja

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Mundo

Saúde do papa Francisco melhora, e médicos suspendem ventilação mecânica não invasiva, diz Vaticano

O Papa Francisco celebrando missa em hospital após um mês internado. — Foto: Sala Stampa della Santa Sede

A condição de saúde do papa Francisco segue apresentando melhora, e o pontífice não precisa mais de ventilação mecânica não invasiva, informou o Vaticano nesta quarta-feira (19).

No boletim médico, a Santa Sé também afirma que a necessidade de oxigenação de alto fluxo foi reduzida.

Essa é a primeira informação sobre a saúde do papa desde a segunda-feira. No domingo, o Vaticano divulgou pela primeira vez uma foto de Francisco desde que ele iniciou seu tratamento médico no hospital Policlinico Gemelli de Roma, há mais de um mês, por conta de uma bronquite que evoluiu para um pneumonia nos dois pulmões.

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