O dólar está em nova disparada nesta quarta-feira (18), com o mercado monitorando a tramitação do pacote de corte de gastos do governo no Congresso Nacional. A Câmara dos Deputados aprovou a primeira parte do projeto na terça, e as outras duas deverão ser analisadas no plenário nesta sessão.
O dia ainda guarda a última decisão de política monetária do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) do ano, prevista para às 15h (horário de Brasília).
Às 14h16, a moeda norte-americana subia 1,43%, cotada a R$ 6,184, um dia depois de renovar a máxima histórica nominal a R$ 6,095. Na máxima da sessão, chegou a R$ 6,195. Já a Bolsa desabava 2,05%, aos 122.146 pontos.
Em dia de forte estresse no mercado financeiro devido às incertezas sobre as contas públicas, a Câmara aprovou, na noite de terça, o texto-base de um dos projetos do pacote de contenção de gastos do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A proposta não contempla alguns dos pontos centrais do pacote, como o limite ao ganho real do salário mínimo e as mudanças no BPC (Benefício de Prestação Continuada), mas prevê outros dispositivos relevantes, como a possibilidade de bloquear até 15% das emendas parlamentares para cumprir os limites do arcabouço fiscal.
O resultado da votação é a primeira sinalização concreta de que as medidas têm condições de avançar no Congresso Nacional. Mas, entre os agentes do mercado, ainda há preocupações de que o pacote possa não ser votado até o fim do ano ou que as propostas sejam desidratadas. Os parlamentares entram em recesso já nesta sexta-feira (20).
Além do PLP, ainda está pendente de aprovação o projeto de lei ordinária que contempla o limite ao ganho real do salário mínimo, as mudanças no BPC (pago a idosos e pessoas de baixa renda) e a alteração na regra de cálculo dos repasses ao FCDF (Fundo Constitucional do Distrito Federal), entre outras medidas.
Folha de S.Paulo
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