Brasil

Bolsonaro, presidente do PL e ex-ministros depõem à PF de forma simultânea nesta quinta

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Foto: Aloisio Mauricio/Fotoarena/Agência O Globo

A Polícia Federal vai ouvir simultaneamente, nesta quinta-feira (22), o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus ex-ministros Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Walter Braga Netto (Defesa), além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é investigado por associação criminosa para a tentativa de um suposto golpe de Estado. Os depoimentos estão marcados para 14h30, na sede da PF, em Brasília.

A estratégia de marcar os depoimentos para o mesmo horário já foi usada outras vezes pela PF em casos que envolvem o ex-presidente. Nos bastidores, a informação é que dessa forma alguém sempre entra em contradição, por dificultar o acesso ao que foi dito por outros investigados.

A Polícia Federal já tem informações sobre uma reunião que aconteceu no Palácio do Planalto, na qual os alvos das investigações estariam tratando sobre uma minuta que estabeleceria um estado de sítio no país.

As informações foram obtidas por meio da delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, coronel Mauro Cid, e confirmadas pelos investigadores por meio de dados dos dispositivos móveis dos investigados.

Agora, a PF quer esclarecer detalhes da participação de cada um nas ações de planejamento para uma suposta tentativa de golpe.

R7

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MPPB

CASO ANA SOPHIA: Após pedido de pai, Ministério Público diz que vai analisar reabertura do inquérito

Imagem: Reprodução

O Ministério Público da Paraíba (MPPB), confirmou na tarde desta sexta-feira (4), que o pai da menina Ana Sophia, que sumiu no distrito de Roma, em Bananeiras, no Brejo paraibano, pediu reabertura das investigações.

O MPPB informou também que vai analisar o caso e avaliar se há fatos relevantes no novo pedido que possam justificar a reabertura das investigações. O inquérito havia sido arquivado porque o único investigado, Tiago Fontes, morreu, o que impossibilita a punição, e também por falta de provas suficientes para dar início a uma ação penal.

De acordo com informações o processo seguirá em sigilo até a conclusão da análise que será realizada, conforme o Ministério Público. Somente após essa avaliação é que a possibilidade de suspensão do segredo de Justiça será discutida. Caso o órgão emita um parecer favorável à reabertura do caso, caberá à Justiça decidir se o inquérito será ou não reaberto.

Segundo a Polícia Civil considera o inquérito encerrado. As investigações da corporação apontaram que Ana Sophia foi morta em um crime premeditado, com motivação sexual, mas o inquérito segue sob sigilo e o corpo da menina nunca foi encontrado. O único suspeito do caso está morto.

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Brasil

Ministros do STF temem que o imbróglio do IOF impulsione projetos contra o Judiciário

Foto:  Divulgação/STF

A derrubada de um decreto presidencial pelo Congresso Nacional alertou ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) para o risco de o Judiciário se tornar o próximo alvo do Legislativo.

Uma ala do Supremo enxerga na revogação, pelo Congresso, do decreto do governo Lula (PT) que aumentava alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) um prenúncio de novas investidas do Legislativo sobre os demais Poderes. A possibilidade de o STF se tornar alvo é avaliada como real por ministros.

Nesta sexta-feira (4), o ministro Alexandre de Moraes determinou a suspensão dos decretos do IOF. A medida suspende tanto as normas editadas pelo presidente Lula quanto os decretos legislativos aprovados na Câmara e no Senado. Moraes também designou a realização de uma audiência de conciliação.

Também nesta quarta, Lula adotou tom mais conciliatório e disse ser “muito agradecido” pela relação com o Congresso.

“Até agora, eles aprovaram 90% das coisas que mandamos. No governo de ninguém se aprovou tanta coisa. Sou grato ao Congresso. Quando tem uma divergência é bom. Porque a gente senta na mesa, vai conversar, e resolve, em uma mesa de negociação”, disse.

“Não quero nervosismo porque só tenho um ano e meio de mandato e tem gente que pensa que o governo já acabou. Tem gente que já está pensando em eleição. Eles não sabem o que eu estou pensando. Se preparem, se tudo tiver como eu estou pensando, esse país vai ter pela primeira vez um presidente eleito quatro vezes”.

Atualmente tramitam no Congresso propostas que permitiriam derrubar decisões dos tribunais, incluindo o próprio STF e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), além do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Um projeto de decreto legislativo apresentado em 2024, por exemplo, prevê conferir ao Congresso Nacional a prerrogativa de sustar, parcial ou totalmente, atos “exarados por outros Poderes e órgãos independentes do poder público”. A proposta acabou arquivada.

Apesar disso, magistrados identificam na sua origem um ânimo para a invasão de suas atribuições.

Um ministro do STF diz que os parlamentares ainda “não atravessaram o Rubicão”. A metáfora, que se consagrou como referência a uma decisão sem volta, alude à guerra que teve início quando Júlio César atravessou o rio desse nome.

Ainda assim, por essa mesma avaliação, a derrubada de um decreto do Executivo mostra que esse passo em relação ao Supremo ainda pode acontecer.

Outro ministro reconhece que congressistas podem se sentir mais confortáveis para propor projetos que esvaziem a competência do Judiciário caso o STF mantenha a derrubada do decreto do IOF.

A AGU (Advocacia-Geral da União) encaminhou uma ação à corte nesta terça-feira (1º) com pedido de declaração de constitucionalidade do decreto presidencial que alterou as alíquotas. A iniciativa provocou mais um capítulo de tensão entre os Poderes.

A decisão de ir ao Supremo foi antecipada pela Folha na segunda (30). Na mesma ação, a AGU também requer, em caráter liminar, o reconhecimento da inconstitucionalidade do decreto legislativo que suspendeu os efeitos do ato do Executivo.

Moraes chamou a mesa de conciliação sobre o tema, e a expectativa do governo Lula é a de que uma decisão ocorra até o dia 22 de julho, quando deverá ser apresentado o relatório bimestral de avaliação das receitas e despesas que serve como base da equipe econômica para o cumprimento da meta fiscal.

Frustrada a perspectiva de arrecadação com aumento de impostos sobre operações financeiras, o governo terá que promover novos cortes, inclusive sobre emendas parlamentares. Integrantes do governo e do Congresso apontam o dia 22 de julho como data-limite para essa decisão, ainda que liminar (provisória) —o que permitiria a abertura de uma rodada de negociações.

O encontro chamado por Moraes tem o objetivo de buscar uma saída negociada para a crise.

Folhapress

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Brasil

Cabo Gilberto critica decisão do STF sobre IOF e diz que ação é como “rasgar a Constituição”

O deputado federal Cabo Gilberto (PL) criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes de suspender os efeitos da decisão do Congresso Nacional de derrubar o decreto presidencial que aumentava o IOF.

Ele ainda afirmou que a medida do STF representa uma violação à Constituição Federal.

“Eu sou contra as decisões de alguns ministros que rasgam literalmente a Constituição, a exemplo de mais essa decisão agora do senhor ministro do STF. O artigo 49 da Constituição é muito claro com relação a isso”

Segundo Cabo Gilberto, o aumento do IOF foi feito com o objetivo de arrecadação inconstitucional de imposto, já que a ação seria extrafiscal, o que não poderia ser utilizado com o objetivo direto de arrecadar recursos.

O deputado também questionou o STF em outras decisões, como a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal.

“A Suprema Corte está totalmente contrária às suas funções originárias, criadas pelo legislador de 1988. E, infelizmente, o Congresso Nacional desmoralizado não cumpre o seu papel constitucional”, afirmou.

Ele ainda destacou que o Congresso votou de forma quase unânime pela derrubada do decreto do IOF, tanto na Câmara quanto no Senado, e que a decisão do Supremo seria uma interferência errada entre os Poderes.

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Brasil

Casas de apostas online passam YouTube e WhatsApp e são o segundo maior destino da internet do Brasil

Foto: bluecinema/Getty Images

As casas de apostas desbancaram plataformas digitais populares no Brasil, como YouTube e WhatsApp, e assumiram o posto de segundo maior destino na internet brasileira. Ficam atrás apenas do Google, segundo dados da SimilarWeb, que acompanha o tráfego da internet em todo mundo.

O peso das bets sobre a saúde mental dos jogadores e o grau de endividamento deles já são expostos por diversos estudos. Os dados compilados pela coluna mostram, porém, que essas empresas passaram a exercer força considerável na internet do país, justamente quando elas estão diante de dois possíveis momentos cruciais.

De um lado, os aplicativos delas estão prestes a inundar a loja do Google, que derrubou um veto interno. Para analistas, estar no celular de clientes vai fidelizar ainda mais um público já cativo. De outro, elas podem sofrer uma restrição na capacidade de veicular publicidade, até agora crucial para torná-las conhecidas e impulsionar o acesso a suas plataformas, caso avance um projeto de lei discutido na Câmara dos Deputados.

Os números do levantamento consideram apenas os sites das bets legalizadas no país. São 193, segundo o CGI (Comitê Gestor da Internet). A audiência digital do segmento, no entanto, é bem maior, mas a fatia das empresas ilegais não entrou na conta.

“Até pelos investimentos de marketing feitos hoje pela indústria, faz total sentido a quantidade de tráfego que geramos. Isso só concatena com a ideia de que é algo que o brasileiro buscava e vai continuar buscando. Tínhamos uma demanda extremamente reprimida, porque os jogos e as apostas foram banidos no Brasil de forma legal desde 1948. Eu tenho certeza que hoje o tráfego só está em segundo porque trata somente das bets reguladas. Ainda temos uma fatia significativa de mercado ilegal no Brasil, porque as ações de combate ao ilegal ainda são morosas”, diz Leonardo Benites, diretor de comunicação da ANJL (Associação Nacional dos Jogos e Loterias).

A guinada digital das bets começou em janeiro deste ano, quando passaram a operar de forma regulamentada no país. Apesar de terem sido legalizadas em 2018, as casas de apostas de quota fixa foram obrigadas a partir de 2025 a seguir uma série de regras, como obter uma licença junto à Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, pagar R$ 30 milhões e seguir uma série de regras relacionada à movimentação do dinheiro de apostadores e à identificação desses jogadores. Outra obrigação é a de operar na internet sob o novo domínio “bet.br” (uma variação do “.com.br” direcionada às casas de apostas).

A análise da explosão de tráfego foi facilitada porque a SimilarWeb passou a reunir os acessos aos sites legalizados em torno do “bet.br”. Geralmente, a plataforma exibe as visitas a só um site. A plataforma informou que a conduta incomum foi tomada “para garantir uma visão mais precisa do mercado”. Acrescenta, porém, que “essa configuração já está sendo revisada”.

Já no primeiro mês da regulamentação, em janeiro deste ano, as bets atingiram média diária de 55 milhões de acessos. Mas esse número subiu com o tempo até atingir 68 milhões por dia em maio (último dado disponível). No quinto mês do ano, as casas de apostas somaram 2,7 bilhões de visitas, à frente de YouTube (1,3 bilhão), Globo (765 milhões), WhatsApp (759 milhões), TikTok (740 milhões), e atrás do Google (4,9 bilhões). O Brasil responde por 99,92% do tráfego ao “bet.br”, que já é também o 14º mais visitado no mundo.

Dados mostram que visitas sofrem pouca variação ao longo dos dias. Nas datas de partidas decisivas, mais visitantes recorrem às bets, como os 73,8 milhões que acessaram os sites das casas de apostas no dia da final da Champions League, entre PSG e Inter de Milão. O recorde de acessos foi estabelecido em 7 de maio, dia da semifinal da Champions, entre PSG e Arsenal, e de três brasileiros na Copa Libertadores (Bahia x Nacional-URU; Central Córdoba x Flamengo; Cerro Porteño x Palmeiras). Foram 76,7 milhões de visitas.

Os dados agregados permitem ainda uma análise da estratégia das bets, feita, a pedido da coluna, pelo consultor em marketing digital William Porto. Para informações fechadas em maio:

  • o tráfego direto respondeu pela maioria das visitas: 67,8%
  • as redes sociais contribuíram pouco: 8,24%, sendo o YouTube a plataforma principal, com 57,4% do total;

os acessos vindos de buscas online são a segunda maior fonte de audiência: 14,26%; com o adendo que a estratégia de SEO (Otimização de Motores de Busca) se apoia nas marcas das próprias empresas, considerando as palavras-chave pesquisadas para chegar aos sites.

Tilt – UOL

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MPPB

CASO ISEA: Morte de bebê e gestante pós-parto vira investigação criminal

Família
Isea, em Campina Grande (Foto: Divulgação)

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) recebeu, nesta semana, o relatório da sindicância realizada pela Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande sobre a morte de um bebê e, posteriormente, da mãe, após complicações em um parto realizado no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), em março deste ano.

O documento recomenda a instauração de procedimento disciplinar contra agentes públicos envolvidos no caso, o afastamento cautelar de dois profissionais de saúde e o envio das conclusões às autoridades responsáveis pelas esferas administrativa e criminal.

Apesar de não emitir um juízo conclusivo sobre a existência de erro profissional, o relatório reconhece a necessidade de provas técnico-periciais mais aprofundadas, que estão sendo produzidas por outras instâncias investigativas. O conteúdo foi encaminhado à Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde de Campina Grande, que acompanha o caso.

De acordo com a promotora Adriana Amorim, o procedimento segue em sigilo e, por esse motivo, não podem ser divulgados detalhes adicionais sobre a apuração conduzida pelo Ministério Público.

Relembre o caso

A investigação teve início em março, quando uma gestante deu entrada no Isea para dar à luz e, segundo relato do pai da criança, recebeu uma superdosagem de medicamento para indução do parto. O bebê morreu durante o procedimento e, devido a complicações, a mãe perdeu o útero e precisou ser transferida para outra unidade hospitalar de Campina Grande, onde faleceu dias depois.

Na época, mesmo sem ter sido formalmente provocado por familiares, o Ministério Público instaurou uma notícia de fato para apurar uma possível negligência médica e violência obstétrica. Dentre as diligências determinadas, estavam a solicitação de sindicâncias junto à Secretaria Municipal de Saúde, ao Conselho Regional de Medicina (CRM) e ao Conselho Regional de Enfermagem (Coren).

Além do MPPB, o caso também é investigado, de forma paralela, pela Polícia Civil, CRM, Coren e pelo Comitê Estadual de Prevenção e Investigação de Óbitos Maternos, Fetais e Infantis. A Polícia Civil aguarda os resultados de laudos periciais, incluindo exame toxicológico e análise técnica do útero da gestante, para concluir o inquérito.

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Política

Decisão de Moraes sobre IOF está em ‘sintonia’ com a Câmara, diz Hugo Motta

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, declarou nesta sexta-feira (4) que a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) está em “sintonia” com o desejo da maioria do plenário da Casa.

“A decisão do ministro Alexandre de Moraes evita o aumento do IOF em sintonia com o desejo da maioria do plenário da Câmara dos Deputados e da sociedade”, escreveu Hugo Motta em publicação na plataforma X, antigo Twitter.

“Continuamos abertos ao diálogo institucional, com respeito e serenidade, sempre em busca do equilíbrio das contas públicas e do crescimento sustentável da economia”, completou.

Decisão sobre o IOF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu, nesta sexta-feira (4), os efeitos dos decretos sobre Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), tanto do governo quanto do Congresso, e marcou uma audiência de conciliação entre os Poderes.

Na decisão, Alexandre de Moraes determinou que a presidência da República e o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, forneçam informações sobre as decisões no prazo de cinco dias.

“O mandamento constitucional previsto no artigo 2º é real e concreto, tendo por objetivo pautar as relações dos Poderes Executivo e Legislativo no binômio independência e harmonia, sendo, portanto, necessário na presente hipótese a designação de audiência de conciliação, a ser realizada, após a juntadas das informações, no dia 15 de julho de 2025, às 15h, na sala de audiências do Supremo Tribunal Federal”, escreveu o ministro na decisão.

Para a audiência de conciliação, deverão ser intimadas as presidências da República, do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, a Procuradoria-Geral da República, a Advocacia-Geral da União e as partes.

“Após a realização da audiência de conciliação, será analisada a necessidade de manutenção da medida liminar concedida”, acrescentou o ministro.

IOF: governo x Congresso

O decreto fazia parte de medidas elaboradas pelo Ministério da Fazenda para reforçar as receitas do governo e atender às metas do arcabouço fiscal. No fim de maio, o presidente Lula editou decreto que aumentava o IOF para operações de crédito, de seguros e de câmbio.

A decisão de pautar a derrubada do decreto do IOF foi anunciada horas antes da votação pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em postagem nas redes sociais. Segundo ele, a maioria da Câmara não concorda com elevação de alíquotas do IOF como saída para cumprir o arcabouço fiscal e tem cobrado o corte de despesas primárias.

Já o governo alegou que a medida é necessária para evitar mais cortes em políticas sociais e maiores contingenciamentos que podem afetar o funcionamento da máquina pública. Além disso, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as regras do decreto corrigiam injustiças tributárias de setores que não pagam imposto sobre a renda.

Entre as medidas propostas no decreto estão o aumento da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) tanto das apostas eletrônicas, as chamadas bets, de 12% para 18%; quanto das fintechs, de 9% para 15%, igualando aos bancos tradicionais. Também há a previsão da taxação das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), títulos que atualmente são isentos de Imposto de Renda.

Antes mesmo da derrubada do decreto, o governo editou, no início de junho, uma medida provisória (MP) com aumento de tributos para bets (empresas de apostas) e para investimentos isentos. A ideia da MP era atender uma pressão do próprio Congresso. A medida provisória também prevê o corte de R$ 4,28 bilhões em gastos obrigatórios neste ano. Em troca, o governo desidratou o decreto do IOF, mas o decreto foi derrubado pelo Congresso da mesma forma.

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Polícia

VÍDEO: Veja momento em que criminosos assaltam Varejão do Preço e fogem com R$100 mil em JP

O supermercado Varejão do Preço, localizado na região do bairro dos Bancários, em João Pessoa, foi assaltado por uma dupla na manhã desta sexta-feira (4). De acordo com a Polícia Militar, os suspeitos levaram aproximadamente R$ 100 mil em dinheiro após render dois funcionários e o dono do estabelecimento.

Em contato com o Portal MaisPB, o tenente Pereira, comandante do 5º Batalhão da PM, afirmou que os assaltantes chegaram ao local em um veículo modelo Fox, de cor prata, e anunciaram o assalto. Eles seguiram diretamente para a sala onde fica localizado o cofre do estabelecimento e obrigaram uma funcionária a entregar o dinheiro.

“Eles foram até a sala onde tem um cofre e fizeram a moça lá tirar o dinheiro e entregar na mão deles. Eles saíram no Fox prata. As viaturas estão tentando rastrear o veículo, que provavelmente é roubado desde a semana passada”, relatou.

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Judiciário

IOF: Moraes suspende atos do governo e do Congresso, e convoca conciliação

Foto: Antônio Augusto

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou, nesta sexta-feira (4), a suspensão dos atos do governo federal e do Congresso Nacional sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e convocou uma audiência de conciliação entre os Poderes para debater o tema.

A audiência de conciliação foi antecipada pela CNN. Pela decisão de Moraes, essa sessão foi marcada para 15 de julho.

“Verifica-se que tanto os decretos presidenciais, por séria e fundada dúvida sobre eventual, desvio de finalidade para sua edição, quanto o decreto legislativo, por incidir em decreto autônomo presidencial, aparentam distanciar-se dos pressupostos constitucionais exigidos para ambos os gêneros normativos”, escreveu o ministro.

Na decisão, Moraes deu um prazo de cinco dias para que o governo esclareça os motivos para ter decidido aumentar o IOF e as razões pelas quais o Congresso derrubou a elevação do tributo.

CNN

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Política

IOF: Governo joga parado, escala auxiliares e atrasa entrada de Lula

Foto: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES

A ordem no Palácio do Planalto passou a ser “jogar parado” para distensionar a relação com o Congresso após o governo acionar o Supremo Tribunal Federal (STF), demonstrando estar disposto a entrar em nova crise institucional com o Legislativo para reverter a derrubada do reajuste do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre agendas internacionais e líderes estão envolvidos nas eleições internas do PT, coube ao segundo escalão do governo pavimentar a retomada das negociações.

Na quarta-feira (2), por exemplo, o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, esteve com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Segundo interlocutores, o encontro foi positivo, com disposição de negociação para resolver o impasse. Do lado do Executivo, houve um pedido no sentido de ajudar o Planalto a encontrar uma saída para atingir a meta fiscal sem sacrificar a reeleição em 2026. Do Legislativo, solicitou-se que a esquerda cesse a narrativa “ricos contra pobres” deflagrada pelo PT com partidos da base.

Não coincidentemente, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, foi às redes sociais pedir que cessem os ataques ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Ele foi apontado como o principal responsável pela derrota surpresa, ao pautar o IOF do dia para a noite sem aviso prévio ao Planalto ou aos parlamentares da base. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), também pediu que a ofensiva fosse interrompida.

Quando Lula entra em jogo

Parte dos ministros estava com Lula na sua viagem à Argentina, onde o Brasil reassumiu a presidência do Mercosul. Mais auxiliares devem acompanhar o chefe do Executivo na cúpula do Brics no Rio de Janeiro. Segundo interlocutores, o presidente da República só deve se envolver de fato nas negociações do IOF no meio da próxima semana, considerando que domingo (6/7) será realizada a eleição interna do PT.

Segundo interlocutores, os eventos internacionais ajudarão o governo. Enquanto Lula estava na Argentina e cumprirá agendas do Brics, a cúpula do Congresso está em Portugal para o Fórum Jurídico de Lisboa. É o famoso “Gilmarpalooza”, nome informal dado ao evento capitaneado pelo ministro do STF Gilmar Mendes. Lá está, por exemplo, o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, responsável pela ação do IOF contra o Congresso, protocolada na Suprema Corte.

Metrópoles

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Opinião

EDITORIAL VEJA: De olho em 2026, Lula aposta no exagero populista para resgatar popularidade perdida

Quando era um campeão de popularidade, o presidente Lula desfilava como o “pai dos pobres”, embalado pelo sucesso de programas sociais, e também como a “mãe dos ricos”, devido à profícua relação de parceria com os maiores empresários brasileiros, que tinham contratos bilionários com a administração federal e recebiam ajuda do governo para conquistar mercados no exterior. O Brasil, como dizia o slogan oficial, era um país de todos. Antes desse tempo de bonança, no entanto, houve um período em que o petista apostou pesado na estratégia da divisão. Foi em seu primeiro mandato, quando o escândalo do mensalão eclodiu, ameaçando a sua permanência no cargo. Para sair das cordas, o “Lulinha paz e amor” da campanha de 2002 aceitou o conselho do marqueteiro João Santana e passou a alegar que a oposição, que representaria a elite, estava usando o esquema de suborno parlamentar como pretexto para derrubar o governo do PT, que seria o primeiro projeto genuinamente popular a chegar ao poder no país. Nascia, assim, a tese do “nós contra eles”, que agora volta ao centro do debate como boia de salvação para uma gestão sem rumo, impopular e frágil politicamente.

O recurso à velha muleta retórica foi uma reação principalmente à derrubada do decreto que ampliava o imposto sobre operações financeiras (IOF), editado para aumentar a arrecadação e ajudar o governo a atenuar o rombo nas contas públicas. Com o voto de quase 400 dos 513 deputados, a Câmara rejeitou a iniciativa, sob a alegação de que a sociedade não aguenta mais elevação da carga tributária. Foi uma derrota acachapante para Lula, que, paradoxalmente, se serviu dela para encontrar um discurso de apelo popular, com o qual pretende melhorar a sua imagem na base do eleitorado. Em reação ao revés no Congresso, o presidente e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, passaram a repetir que o pacote de medidas relacionadas ao IOF tinha como objetivo promover justiça tributária e social, ao fazer com que os mais ricos paguem mais impostos para que os mais pobres desembolsem menos. Ou para que a turma do “andar de cima” contribua mais para que a grande massa do “andar de baixo” carregue um fardo um pouco menos pesado. Segundo os governistas, essa redistribuição só não está ocorrendo porque o Congresso, sobretudo o Centrão, prefere se alinhar ao pessoal da “cobertura”.

Diante do cerco aos parlamentares, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), resolveu reagir. Em um vídeo divulgado numa rede social, ele reclamou de que, não bastasse a polarização política, agora se tenta implantar a polarização social. “Quem alimenta o ‘nós contra eles’ acaba governando contra todos”, declarou. O deputado também disse que alertou o Palácio do Planalto sobre a resistência do plenário ao decreto do IOF: “Capitão que vê barco ir em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice”. Não foi o suficiente para desmobilizar a ofensiva governista. Com indisfarçável satisfação, petistas espalharam que Motta foi festejado como herói num jantar com representantes da elite paulistana no início da semana. Já o presidente Lula tachou de “absurda” a decisão do comandante da Câmara de pautar a questão do IOF em meio às negociações com o governo. Por determinação do presidente, a Advocacia-Geral da União recorreu ao Supremo Tribunal Federal pedindo a declaração de inconstitucionalidade da derrubada do decreto. A batalha ultrapassa — e muito — as fronteiras da seara jurídica.

Na Justiça, a AGU alega que o presidente tem a prerrogativa de mudar tributos regulatórios, como o IOF, e que o Legislativo, ao anular a medida, teria violado o princípio constitucional da separação dos poderes. Já os congressistas rebatem afirmando que a mudança proposta não teve caráter meramente regulatório, mas o objetivo mal disfarçado de aumentar a arrecadação. Por isso, caberia aos parlamentares avaliar a questão. O caso será relatado pelo ministro Alexandre de Moraes. “Estamos propondo um reajuste tributário para beneficiar os mais pobres. O dado concreto é que os interesses de poucos prevaleceram na Câmara e no Senado, o que é um absurdo”, disse Lula, que nunca aceitou o fato de ter perdido para deputados e senadores o controle de 50 bilhões de reais em emendas parlamentares. Na prática, o caso do IOF é um novo round na disputa de poder entre Executivo e Legislativo. “Sou agradecido ao Congresso, mas, se eu não recorrer à Suprema Corte, não consigo governar. Cada macaco no seu galho: eles legislam, eu governo”, acrescentou o presidente

Mesmo contrariado, Lula tem motivos de sobra para agradecer aos parlamentares, que nos dois primeiros anos de seu mandato aprovaram o novo marco fiscal, a reforma tributária e uma série de medidas de criação ou ampliação de impostos. Com problemas de popularidade e empatado com os principais nomes da direita nas pesquisas sobre a próxima corrida presidencial, o petista também depende da boa vontade de deputados e senadores para tirar do papel ações com potencial eleitoral, como a ampliação da isenção de imposto de renda para quem ganha até 5 000 reais. Em resposta ao recurso da AGU no Supremo, líderes de partido, contrariados com o que consideram desrespeito à vontade soberana do Parlamento, espalharam a versão de que o governo terá dificuldade para aprovar essa agenda, considerada fundamental para impulsionar a eventual candidatura à reeleição de Lula. O presidente duvida dessa possibilidade porque nenhum parlamentar, perto de uma eleição, teria coragem de negar um benefício aos mais necessitados. “Quando a gente coloca que a pessoa que ganha mais de 1 milhão de reais tem que pagar um pouco mais, é uma rebelião. Dá para fazer tudo isso sem dar um tiro, sem fazer greve geral, para que este país um dia tenha uma política fiscal justa”, discursou Lula no lançamento do Plano Safra.

Disciplinado, Haddad reforçou o coro. O ministro vive um momento curioso no governo. Depois de ser fritado de forma ininterrupta pelo presidente, pelo chefe da Casa Civil, Rui Costa, e pela ex-presidente do PT e atual ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, Haddad se tornou o herói da vez no campo governista por ter iniciado a pregação em defesa da justiça tributária em bate-boca com oposicionistas na Câmara. Desde então, ele só recebe elogios dos colegas. Um de seus mantras prediletos é lembrar que o governo propôs taxar 140 000 cidadãos de alta renda para permitir que 25 milhões de pessoas não paguem nada ou paguem menos. “Pode gritar, pode falar, vai chegar o momento de debater, mas nós temos que fazer justiça no Brasil”, declarou o ministro, sob o olhar do presidente, no lançamento do Plano Safra. A insistência de Haddad nessa tecla não deixa de ser o reconhecimento de que seu plano original foi abandonado. Desde que assumiu o cargo, ele tentou fazer um ajuste fiscal de forma gradual, combinado propostas de aumento de arrecadação, como a tributação de fundos exclusivos, com a tentativa de adotar medidas destinadas a segurar a expansão dos gastos públicos. É uma situação insustentável.

Como se sabe, muito pouco foi feito na área da contenção de despesas porque Lula, Rui Costa e Gleisi Hoffmann resistiram — e resistem — a isso. Se as mudanças no IOF forem ressuscitadas pelo STF ou por uma negociação política, o governo ganhará a batalha, mas não a guerra, porque não está fazendo nada de consistente para desarmar a bomba fiscal, que pode explodir já em 2027, deixando o próximo presidente eleito sem condições de bancar até o custeio da máquina pública. A conta de benefícios assistenciais, por exemplo, cresceu de forma significativa nos últimos anos. Apenas no mês passado, o presidente anunciou a criação de quatro novos programas sociais. Está em fase de estudos uma linha de crédito para os interessados em construir “uma garagem” ou “um banheiro novo”, e outra para permitir que “os coitados que ficam entregando comida neste país, numas ‘motinhas’ vagabundas”, comprem veículos novos. Além disso, será ampliada a distribuição de vale-gás para famílias de baixa renda e implementada uma nova tarifa social para a energia elétrica. O governo calcula que somente essa última medida deve beneficiar 60 milhões de pessoas.

O embate entre “nós e eles” ou “ricos e pobres” pode até ter impacto eleitoral, mas não resolverá um dos principais gargalos do país. Um pouco mais de justiça tributária, se houver, também não atenuará a gravidade do quadro. Ainda há um problema adicional: em meio à polarização política, quase ninguém está interessado em debater mudanças estruturais, o que inclui a oposição. Apesar de terem ministérios no governo Lula, União Brasil e PP trabalham por uma candidatura rival à do petista em 2026 e divulgaram um vídeo para tentar neutralizar a campanha governista. Na peça, os partidos falam que o “povo” não aguenta mais o peso de uma gestão com quase quarenta ministérios e que o governo aumenta as despesas não para beneficiar os mais pobres, mas para proveito da “companheirada”. “Agora, querem passar a conta para gente de novo, dizendo que estão do nosso lado. A violência é um peso. O preço dos alimentos, um peso. E agora querem nos taxar ainda mais”, diz o locutor. De certa forma, a reação oposicionista é um reconhecimento da preocupação com a possibilidade de a muleta retórica da esquerda pegar tração na opinião pública. Presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles afirmou ao programa Ponto de Vista, de VEJA.com, que o novo discurso do governo tem ressonância na sociedade: “A população espera que o governo atue no serviço social e tire dos mais ricos e dê para os mais pobres. Outra história é se o governo Lula está sendo capaz de fazer isso. Claramente, ou não está fazendo ou não está sendo capaz de comunicar à população que está fazendo”.

Desde a sua fundação, o PT advoga ser o representante das camadas mais pobres, que sempre votaram no partido. No terceiro mandato de Lula, o presidente registrou perda de apoio nesse segmento do eleitorado. Alguns especialistas dizem que um sentimento de gratidão por programas sociais implantados em gestões passadas, como o Bolsa Família, já não rende mais votos nas urnas, porque são considerados conquistas consolidadas. Outros lembram que o aumento do custo de vida, especialmente do preço dos alimentos, e a inação do governo em temas sensíveis, caso da segurança pública, arranharam a imagem de Lula entre apoiadores históricos. Haveria ainda um problema conceitual da parte do presidente, que teria uma visão ultrapassada sobre o considerável contingente de pequenos empreendedores que não querem a proteção paternalista do Estado, mas oportunidades para tocar seus negócios. Ser “pai dos pobres”, se já foi suficiente um dia, já não basta mais. O figurino pode até dar um pouco de fôlego a Lula, mas dificilmente será a redenção de um governo que não disse a que veio nem aonde quer chegar.

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