Brasil

Esperança do Brasil em receber R$ 3 bilhões de Cuba esbarra em falta de dinheiro e histórico de calote

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Foto: Ricardo Stuckert/PR

O governo brasileiro nutre esperanças de reaver os US$ 600 milhões (cerca de R$ 3 bilhões, na cotação atual) que emprestou a Cuba durante as gestões passadas do PT para a construção do Porto de Mariel, em Havana.

Fontes ouvidas pela CNN garantem que isso não vai acontecer: Cuba não tem dinheiro nem tradição de pagar empréstimos.

Antes de financiar as obras, no segundo mandato de Lula (PT) e no primeiro de Dilma Rousseff (PT), os brasileiros poderiam ter perguntado aos argentinos.

Histórico de calotes

Cuba contraiu, em 1974, dívidas com a Argentina para comprar milhares de tratores, caminhões e automóveis. Até hoje não pagou. O montante da época, de US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 6,5 bilhões), hoje equivale a US$ 15 bilhões (cerca de R$ 75 bilhões).

A Venezuela, outro país hoje quebrado, emprestou valores desconhecidos para Cuba. “No caso do Brasil, se manteve uma certa institucionalidade, um registro da dívida”, observa o jornalista cubano independente Bóris González Arenas, de Havana.

“No caso da Venezuela, não se tem a menor ideia do montante de dinheiro transferido. Os dois países, Argentina e Venezuela, vivem hoje na total miséria.”

CNN Brasil

 

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Paraíba

No Dia dos Animais, baleia é encontrada morta, na Grande JP

Uma baleia foi encontrada morta na noite de ontem na praia de Intermares, em Cabedelo. A carcaça em alto grau de decomposição continuava na praia na manhã desta sexta-feira (04.)

A hipótese da bióloga Amanda Bispo, veterinária do projeto Viva o Peixe Boi Marinho, da Fundação Mamíferos Aquáticos, para explicar o aparecimento é de que a baleia tenha morrido mais distante na costa e que as correntes marítimas a tenham levado à praia.

“Não dá ter certeza da causa da morte ou a quanto tempo isso aconteceu, mas sabemos que foi algo não muito recente. É difícil falar sobre a espécie, por causa do alto grau de decomposição, mas acreditamos que seja uma jubarte”, explicou ela.

Apesar de não ser possível precisar a causa da morte, é mais comum que as baleias morram atropeladas por embarcações ou por causa da poluição do mar.

A prefeitura de Cabedelo encaminhou uma escavadeira para que a carcaça seja enterrada na praia. Antes disso, serão coletadas amostras do corpo para pesquisar a causa da morte do animal.

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Inusitado

(VÍDEO) ‘CAMARO VERSUS 30 MIL’ Eleitores fazem aposta inusitada sobre resultado de eleições na Paraíba

Nas eleições já é comum e até esperado que eleitores apostem em qual candidato fica em primeiro lugar na disputa.

Desta vez uma dupla decidiu fazer um duelo inusitado nas eleições municipais de Esperança, no interior da Paraíba.

“Braço Grosso”, como é conhecido um deles, apostou o próprio carro, um modelo Chevrolet Camaro, acreditando na vitória do candidato de situação Thiago Moraes (PP).

No entanto, Franklyn, otimista na vitória do candidato de oposição Arnaldo Monteiro (MDB), apostou R$ 30 mil.

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Paraíba

Cinco pessoas da mesma família são envenenadas com bolo, em João Pessoa

Cinco pessoas da mesma família passaram mal na noite desta quinta-feira (3) após comer um bolo entregue por um conhecido de uma delas. As vítimas moram no bairro Ilha do Bispo e João Pessoa e teriam sido envenenadas.

Entre as vítimas estão uma criança e um idoso. Momentos após ingerirem o alimento, todos começaram a sentir tontura e mal-estar.

O Samu foi acionado e socorreu as vítimas para o Hospital de Emergência Trauma de João Pessoa.

De acordo com boletim médico emitido pela unidade hospitalar, todos apresentam quadro clínico estável.

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Brasil

Comandante da FAB defende troca do avião presidencial após pane com Lula a bordo

Foto: Isac Nóbrega/PR

Após pane sofrida em viagem nesta semana, o comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), tenente-brigadeiro do ar, Marcelo Damasceno, defendeu a troca do avião presidencial.

“Pessoalmente, eu defendo [a troca]. Esse avião completa agora, em 5 de janeiro, 20 anos. Eu era comandante do esquadrão quando recebi o avião. O avião é muito seguro, mas, além disso, ele tem uma autonomia que nos atende em parte. Acho que um país como o nosso, uma potência mundial, entre as 10 economias do mundo, deve ter um avião maior. Que tenha mais autonomia, que tenha mais espaço para levar o mandatário do país.”

O comandante disse ainda que o tamanho e a posição geográfica do Brasil fazem com que haja a necessidade de aviões que possam cruzar o mundo com maior autonomia. O avião com o problema continua no México e deve ter o motor trocado para então voltar ao Brasil, acrescentou.

O atual avião presidencial não tem um sistema que expila combustível no ar. Por isso, teve que ficar voando em órbita.

CNN Brasil

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Trânsito

Trânsito em João Pessoa terá pontos de bloqueios no dia das Eleições; veja locais

A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de João Pessoa (Semob-JP) definiu a operação especial de trânsito para o próximo domingo (6), dia das eleições.

De acordo com o órgão, serão seis pontos de interdição em locais estratégicos:

  • Fórum Eleitoral, no bairro de Tambiá
  • Tribunal Regional Eleitoral, no Centro
  • Casa Pequeno Davi, Roger
  • Instituto Federal de Educação da Paraíba (IFPB), em Jaguaribe
  • Colégio Olívio Ribeiro, nos Bancários
  • Colégio Oscar de Castro, em Cruz das Armas

Além dos bloqueios, intervenções podem ser aplicadas nos colégios Oscar de Castro, José Lins do Rego, AZ e Alice Carneiro, Leonel Brizola, Meta e Master.

Em todos os pontos, haverá interdições ou implantação de sentido único de circulação de tráfego que serão acompanhados e orientados por agentes de mobilidade, já a partir das 6h.

Nos trechos interditados será autorizada apenas a circulação de veículos para moradores locais, viaturas caracterizadas, pessoas com deficiência que irão votar e servidores a serviço do pleito eleitoral. Para dúvidas, a Semob coloca à disposição do cidadão o número 98760-2164, entre 6h e 00h.

A orientação é que os eleitores procurem votar em horários alternativos, evitando os períodos de grande movimentação, que geralmente ocorrem entre 8h e 9h da manhã e entre 16h e 17h.

Confira abaixo os pontos de interdição:

Fórum Eleitoral – A partir das 6h, haverá o isolamento total da Rua Prof. Batista Leite. Na Rua Dep. Odon Bezerra haverá isolamento das vagas de estacionamento localizadas entre a Fundação de Atendimento Comunitário (FAC) e a Secretaria Municipal de Turismo (Setur), direcionando o uso para veículos do TRE.

TRE – A partir das 6h, haverá a interdição da Avenida Princesa Isabel com a Avenida Monsenhor Walfredo Leal. Na Avenida Pedro I, a faixa da esquerda estará isolada e a da direita, livre para circulação.

IFPB – A partir das 6h, será bloqueada a Avenida 1º de Maio, no trecho entre as ruas Generino Maciel e Carmelo Rufo.

Colégio Papa Paulo VI – A partir das 6h, será bloqueado o trecho da Avenida José Tavares localizado entre as avenidas Cruz das Armas, Centenário e Benjamim Lira.

Colégio Olívio Ribeiro Campos – A partir das 6h, será implantada mão única de circulação na Rua Esmeraldo Gomes Vieira.

Casa Pequeno Davi – A partir das 6h, será bloqueado o trecho em frente a instituição na Rua João Ramalho no Roger.

Transporte público – Nesta semana, a Semob-JP já havia divulgado a operação do transporte público na Capital para o dia do pleito, que contará com todas as linhas de ônibus em circulação e gratuidade da tarifa para passageiros, entre 6h e 20h, portando Passe Legal e Título de Eleitor, seguindo decreto de nº 10.772, publicado no Diário Oficial no último dia 1º de outubro, que teve como base recomendação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ao todo, cerca de 80 agentes de mobilidade estarão distribuídos pela cidade ao longo do dia para viabilizar desvios e intervir em eventuais incidentes.

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Saúde

Casos de dengue aumentam mais de 100% na Paraíba em 2024

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgou, nesta quinta-feira (3), o Boletim Epidemiológico das Arboviroses nº 10/2024, apresentando um balanço dos casos na Paraíba. Até o momento, foram contabilizados 15.000 casos, sendo 13.370 de dengue (89,13%), 1.542 de chikungunya (10,29%) e 86 de zika (0,57%). Os dados abrangem o período até a 39ª Semana Epidemiológica, encerrada em 28 de setembro de 2024.

O boletim destaca que o número de casos de dengue registrou um aumento superior a 100% em comparação com o mesmo período em 2023, contendo uma maior incidência nas 1ª, 10ª e 11ª regiões de saúde. Já para os casos prováveis de chikungunya, houve um aumento de 25% e, em contrapartida, os casos de zika apresentaram uma redução de 18%, também em relação ao ano anterior.

Entre os municípios mais afetados, estão Campina Grande, com 401 casos (13,43%), e João Pessoa, com 301 casos (7,56%). Outras cidades que as autoridades estão monitorando de perto incluem Poço Dantas, com 162 casos (56,06%); Barra de Santa Rosa, com 46 casos (51,69%); e Bonito de Santa Fé, com 21 casos (47,73%).

Até a 39ª Semana Epidemiológica de 2024, que foi de 22/09 a 28/09, foram notificados 171 casos de dengue com sinais de alarme. No que diz respeito aos óbitos suspeitos, há um total de 10 registrados em Cabedelo (1), Camalaú (1), Campina Grande (2), Catolé do Rocha (1), Conde (1), João Pessoa (1), Lucena (1), Massaranduba (1) e São João do Rio do Peixe (1).

Dois óbitos permanecem em investigação nos municípios de Riachão e São Vicente do Seridó. Além disso, foram descartados 36 óbitos em Aparecida, Araçagi, Bayeux, Cabaceiras, Cabedelo, Caldas Brandão, Campina Grande, Dona Inês, Fagundes, Jacaraú, João Pessoa, Logradouro, Mamanguape, Monteiro, Pilar, Pirpirituba, Pocinhos, Pombal, Santa Rita, São José do Sabugi, São Sebastião de Lagoa de Roça, Soledade e Vieirópolis.

De acordo com a técnica do Núcleo de Arboviroses da SES, Carla Jaciara, o aumento nos casos de dengue demanda ações imediatas de prevenção e controle. “Mais de 89% dos casos correspondem à dengue, que pode ser contraída até quatro vezes devido à existência de quatro sorotipos: dengue 1, 2, 3 e 4”, ressalta.

A Saúde da Paraíba alerta sobre a importância da participação ativa da comunidade na prevenção das arboviroses, promovendo a limpeza regular dos lares e a eliminação de potenciais criadouros do Aedes aegypti. “Os cuidados se mantêm praticamente da mesma forma, e a população precisa ter atenção com a prevenção e manejo. O não acúmulo de água é fundamental para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti”, completa Carla Jaciara.

Para fortalecer o controle, a SES realiza, por meio do Núcleo de Doenças e Agravos Transmissíveis, do Núcleo de Entomologia e da Sala de Situação, uma série de reuniões e visitas técnicas, além do monitoramento e assessoramento junto aos municípios e às Gerências Regionais de Saúde. O Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) está em andamento e visa avaliar a presença do mosquito em diversos municípios.

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Eleições 2024

Moraes autoriza investigados do 8 de janeiro a votarem no próximo domingo

O atributo alt desta imagem está vazio. O nome do arquivo é ad96103bd88d6a7315988b56f10aae7b.jpg O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou o recolhimento domiciliar dos investigados e réus por incitação nos atos extremistas do 8 de janeiro para que elas possam votar nos dois turnos das eleições municipais, que ocorrem nos próximos dias 6 e 27. O ministro analisou um pedido feito pela Defensoria Pública da União. Os investigados poderão votar entre 9h e 11h.  Até o momento, o STF já condenou 227 pessoas e absolveu duas pessoas pelo 8 de Janeiro. O Brasil tem mais de 155 milhões de eleitores aptos a votar nas eleições deste ano. O pleito municipal ocorre em 6 de outubro e o segundo turno no dia 27 do mesmo mês. Serão eleitos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores de 5.569 municípios. R7

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Polícia

PF já confiscou R$ 16,7 milhões em bens e dinheiro vivo de grupos políticos por compra de votos

PF apreende quase R$ 2 milhões da compra de votos no Rio de Janeiro | Foto: Polícia Federal

A três dias das eleições municipais, a Polícia Federal fez um primeiro balanço das operações eleitorais em 2024: a corporação já apreendeu R$ 16,7 milhões em bens, sendo R$ 11 milhões em espécie. A PF conduz 2,2 mil inquéritos sobre crimes eleitorais e contra o Estado Democrático de Direito e já abriu 40 operações policiais neste ano para combater crimes ligados ao pleito.

Nesse próximo fim de semana de eleições, as superintendências regionais da PF em todo o País vão empregar seis mil policiais em ações que buscam coibir compra de votos, aliciamento de eleitores e outros crimes eleitorais.

A corporação vai usar drones para monitorar áreas críticas de cometimento de crimes de boca de urna e compra de votos.

A PF revela preocupação com o “aumento da difusão de fake news e desinformação sobre o processo eleitoral, o uso indevido de inteligência artificial e deepfakes em propagandas, a violência política, especialmente a violência de gênero, e a participação do crime organizado no apoio a candidatos”.

Nesta quinta, 3, a PF abriu uma série de operações, em diferentes regiões do País, com foco em crimes eleitorais. Elas investigam desde a direta de votos até esquema de cooptação de eleitores para mudança de domicílio eleitoral e a ameaças a candidatos, por parte de pessoas ligadas a uma facção do tráfico de drogas, com suposta inércia de policiais militares.

Uma das maiores apreensões feitas pela PF em meio ao período eleitoral deste ano ocorreu nesta quarta, 2, no Rio de Janeiro. A corporação prendeu na Baixada fluminense um homem com R$ 1,9 milhão em espécie que seria usado para corrupção eleitoral. Ele foi abordado em um estacionamento localizado no centro de Duque de Caxias.

Em outra ação, os investigadores prenderam o candidato a prefeito de Coari dr. Raione Cabral (Mobiliza) em flagrante quando ele fazia chover dinheiro vivo para a população durante comício na cidade de 70 mil habitantes a 363 quilômetros de Manaus. Dr, Raione, advogado, será investigado por supostos crimes de corrupção eleitoral e caixa dois, com penas que podem chegar a nove anos de prisão.

Blog Fausto Macedo – Estadão Conteúdo

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Brasil

Período eleitoral de 2024 é o trimestre mais violento dos últimos cinco anos na política, diz estudo

Foto: reprodução

O terceiro trimestre de 2024, que inclui a reta final das pré-campanhas e a maior parte do período eleitoral das disputas municipais, registrou 323 casos de violência contra figuras da política brasileira. É o trimestre mais violento dos últimos cinco anos, segundo levantamento do Observatório de Violência Política e Eleitoral da Unirio.

O estudo, cuja série histórica começou em 2019, revela uma escalada no número de casos em eleições municipais e indica como desafio urgente para a democracia do País, segundo analistas ouvidos pelo Estadão, o resgate da civilidade e do espírito republicano na disputa eleitoral.

Os números de julho, agosto e setembro superam os últimos três meses de 2020 — que incluem o período eleitoral daquele ano —, quando os pesquisadores catalogaram 236 casos. Neste ano, foram 242 considerando as mesmas categorias de pesquisa: violência física e psicológica. Os outros 81 casos foram tipificados como violência de natureza semiótica (como desqualificação e objetificação), econômica (roubo ou vandalismo) e sexual (assédio, importunação e ameaça de estupro), novas categorias no estudo. Com os dados deste último trimestre, 2024 chega à marca de 510 casos de violência política em todo o País.

“O aumento da violência na época de eleição era um dado esperado, mas acabamos batendo recordes que assinalam o agravamento deste cenário”, explica Miguel Carnevale, pesquisador do Observatório. “O ponto de partida para a resolução é retomar o debate cívico e fortalecer a presença institucional. Tivemos avanços, como leis para combater violência de gênero, criação de monitoramentos e trabalhos de combate à violência. Sem centralizar o debate sobre a questão no ambiente político, o problema tende a se cristalizar”.

Enquanto episódios que vão de soco a cadeirada aconteciam em frente às câmeras na corrida pela Prefeitura de São Paulo, casos no interior faziam o Estado chegar à soma de 58 ocorrências de violência política nos últimos três meses, incluindo 21 agressões físicas e três homicídios: foram mortos um vereador em Sandovalina, um ex-vereador em São Vicente e um candidato a vereador em Santo André. Logo atrás de São Paulo, o estado do Rio de Janeiro foi o que mais registrou casos, com 42. Depois, Ceará, com 23; Bahia, com 22; e Paraíba, com 21.

Maior número de ocorrências é de ameaças

O tipo de violência com maior número de ocorrências no levantamento é ameaça. Foram 80 de julho a setembro. “A gente se sente constrangido, humilhado, e (esse tipo de situação) gera muito medo, muito medo mesmo”, diz o candidato a prefeito Alysson da Saúde (PT), de Campo Florido (MG), que tenta a reeleição. Ele relatou à Polícia Federal e à Justiça Eleitoral em agosto duas ameaças que sua chapa recebeu por WhatsApp durante o período eleitoral. Números não identificados exigiam o afastamento dele e de seu candidato a vice, Thales de Santi, da política. “Sai fora da política, depois não vai chorar o leite derramado”, dizia uma delas. A PF colhe depoimentos a respeito das ameaças.

A 370 km dali, em Carmo do Rio Branco (MG), o prefeito Filipe Carielo (PSD), que tenta a reeleição, relatou ter sido ameaçado com um facão no mês passado por um funcionário da prefeitura que se dizia insatisfeito por uma transferência de setor. O homem o acuou dentro de um bar, fazendo o candidato se esconder dentro do banheiro. A Polícia Civil de Minas Gerais informou que investiga o caso. “Pessoas sem equilíbrio acabam partindo para a agressão, o que é inadmissível. É importante para a democracia que ela seja livre de violência”, disse Carielo.

Agressões físicas também estão no topo da lista de principais episódios de violência política, com 79 casos identificados. Em setembro, por exemplo, dois vereadores de grupos políticos adversários em São João do Arraial (PI), Cajé Rocha (MDB) e Jurandir Pontes (PT), trocaram socos no plenário da Câmara Municipal após discussão. No mesmo mês, em Sobral (CE), o ex-prefeito Veveu Arruda se envolveu em uma briga com moradores durante ato eleitoral de sua mulher, Izolda Cela (PSB), candidata a prefeita da cidade. Os dois casos foram filmados e viralizaram em redes sociais.

Violência política atinge quase todos os partidos

Atentado, desqualificação e homicídio fecham a lista de tipos de violência política com maior número de ocorrências neste trimestre. A Unirio mostra que a violência política atinge quase todos os partidos. Filiados de 25 das 29 siglas brasileiras estão entre as vítimas no período. Petistas aparecem em 38 ocorrências; MDB e do União Brasil têm 36 cada; PL, com 33; e PSD, com 23, vêm em seguida.

Autoridades reagiram à escalada de casos preocupantes no País. A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, anunciou no último domingo a criação de um Observatório Permanente Contra a Violência Política para averiguar, relatar e estabelecer bases para o combate de casos do tipo.

“A política existe para que os conflitos sejam resolvidos pelo diálogo, dentro das instituições e à luz da lei. A violência é a negação da política e dos princípios da civilidade”, afirma o cientista político Rodrigo Prando, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. “Parte da responsabilidade vem da violência retórica. Em contextos políticos polarizados, temos uma visão de que um adversário não é visto como um adversário, mas sim um inimigo a ser eliminado”.

Estadão Conteúdo

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Brasil

Fundo de campanha duplica recursos para candidaturas e doações individuais diminuem

Salário mínimo
Foto: José Cruz/Agência Brasil
As eleições municipais de 2024 no Brasil revelam um aumento nos gastos de campanha. Apenas o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) disponibilizou R$ 4,96 bilhões aos partidos políticos. O montante é mais do que o dobro do oferecido nas eleições de 2020, cerca de R$ 2 bilhões. A distribuição do FEFC, também conhecido como Fundo Eleitoral ou Fundão, entre os partidos é feita conforme critérios definidos por resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE):
  • 2%: igualmente entre todos os partidos com estatutos registrados no TSE.
  • 35%: entre os partidos com pelo menos um representante na Câmara dos Deputados, proporcionalmente aos votos obtidos na última eleição.
  • 48%: conforme o número de representantes na Câmara dos Deputados, considerando as legendas dos titulares.
  • 15%: conforme o número de representantes no Senado Federal, considerando as legendas dos titulares.
Nas eleições municipais deste ano, os partidos com mais recursos do FEFC são o PL com R$ 886,8 milhões, o PT com R$ 619,8 milhões e União Brasil, PSD e PP, respectivamente, com R$ 536,5 milhões, R$ 420,9 milhões e R$ 417 milhões. A distribuição dos recursos do FEFC entre os candidatos é uma decisão interna das legendas, que devem respeitar apenas os limites de gastos previstos para o cargo (vereador e prefeito) e o tamanho do município, além da cota mínima para candidaturas de mulheres e de negros. Em municípios pequenos, por exemplo, o limite de gastos para candidaturas é de R$ 15,9 mil para vereador e de R$ 159,8 mil para prefeito. Em São Paulo, maior metrópole do País, o limite de gastos para candidaturas a vereador pode alcançar R$ 4,7 milhões, podendo passar de R$ 67 milhões nas candidaturas a prefeito. No Rio de Janeiro, os respectivos limites para candidaturas a vereador e prefeito são de R$ 2 milhões e R$ 29,3 milhões Esses gastos podem aumentar em caso de segundo turno. Doações por PIX ainda não estavam disponíveis nas eleições passadas A legislação eleitoral estabelece como gastos de campanha diversas despesas, incluindo a produção de material publicitário, propaganda, aluguel de locais para eventos e remuneração de serviços prestados a candidatos ou partidos. Blog do BG PB

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