Brasil

Maior que o salário mínimo, custo médio de cada preso no Brasil chega a R$ 1.819 por mês

Custo médio do preso no Brasil é de R$ 1.819,7Foto: EDU GARCIA/R7

Um preso custa em torno de R$ 1.819 por mês aos cofres públicos, segundo levantamentos da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais) referentes a janeiro e fevereiro de 2023 em 16 estados brasileiros. O valor é 37% maior do que o atual salário mínimo nacional, que é de R$ 1.320.

Segundo a secretaria, que disponibiliza os dados estatísticos do Sistema Penitenciário Brasileiro, as despesas totais do estado com funcionários, alimentação, transporte, manutenção das instalações e outros serviços para os presídios em janeiro foram de R$ 860,4 milhões. Já em fevereiro, este valor subiu para R$ 953,1 milhões.

Ou seja, no primeiro mês do ano, cada um dos 497.080 presos geraram um custo médio de R$ 1.730,97 aos estados. No mês seguinte, a população prisional cresceu para 499.443, e os gastos para cada um subiram para R$ 1.908,43. Desta forma, a média de gastos de cada preso ficou em R$ 1.819,70 por mês.

Especialistas entrevistados pelo R7 apontam como causas para as despesas desse porte fatores como a ineficiência do Estado em políticas como educação e emprego, além da necessidade de investimentos para evitar que as más condições dos presídios beneficiem facções no recrutamento de novos membros.

Quais os gastos de cada estado?

Os dados foram fornecidos por 16 estados. Embora o custo médio nacional esteja em torno de R$ 1.819,7, três estados chamaram a atenção por registrarem mais que o dobro do salário mínimo atual. Mato Grosso do Sul, Piauí e Maranhão tiveram os maiores gastos médios: R$ 3.199,54, R$ 3.138,30 e R$ 2.745,60, respectivamente.

Já Paraná, Rondônia, Alagoas e Roraima estão entre os estados que menos desembolsaram para custear os presos. O estado paranaense gastou R$ 517,93, Rondônia R$ 1.541,24, Alagoas R$ 1.639,53 e Roraima R$ 1.731,19.

Os dados mostram haver uma diferença significativa de 517,76% entre Mato Grosso do Sul, o estado com maior custo médio, e Paraná, unidade federativa com menores despesas.

Veja abaixo os gastos de todos os estados considerados nos levantamentos.

Gastos com salários de funcionários e necessidades básicas

Segundo o levantamento, dos R$ 860,4 milhões gastos em janeiro, R$ 702,5 milhões foram com despesas de pessoal, o que engloba salários de funcionários, pagamentos de empregados terceirizados, material de expediente e estagiários.

O restante – R$ 157.834.129,54 – está dividido em gastos com necessidades básicas. Deste  montante, 54,48% dos recursos foram para alimentação; 21,23% com água, luz, telefone, lixo e esgoto; 10,16% com manutenção predial; e 5,22% com aluguéis. Veja abaixo o detalhamento:

O cenário é semelhante ao encontrado em fevereiro.

O que dizem os especialistas em segurança pública?

O professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Rafael Alcadipani, que é associado do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, avalia que esses gastos são resultados da “ineficiência do estado”.

“Nessas despesas estão embutidos os valores das políticas educacionais que não funcionaram com essas pessoas durante a infância e de políticas de emprego que também não deram certo. Então, primeiramente precisamos ter consciência de que nestes custos estão várias coisas que o estado brasileiro não teve competência para fazer e acabou desbocando nessa situação: um sistema prisional cheio, caro e sem projetos eficientes para ressocialização desses presos”, analisa.

Segundo o Senappen, atualmente, a população prisional no Brasil é de 832.295, sendo 648.692 cumprindo pena em celas físicas. No entanto, o total de vagas ofertas é de 477.056, o que leva a um déficit carcerário de 171.636 vagas. Essa superlotação afeta a qualidade do sistema e o atendimento de direitos básicos.

Para Leandro Piquet, professor de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP), embora os custos para manutenção dos presos pareçam altos para os cofres públicos, estes valores também não poderiam ser muito menores.

“Garantir a segurança e controlar o crime custa caro. Muitas pessoas pensam que é só jogar o criminoso na cadeia e acabou, mas não. O sistema tem que dar condições para abrigar o preso sem que ele tenha seus direitos violados. Isso não quer dizer que esse detento não deva ser punido ou cumprir sua pena pelo crime que cometeu, mas a questão é que as grandes facções criminosas se beneficiam dessas condições degradantes que os presos estão inseridos para recrutar autores de pequenos delitos, que poderiam ter se capacitado ou ressocializado no sistema”, diz.

“Além disso, os funcionários precisam ser bem remunerados para que não sejam corrompidos por essas mesmas facções e permitam que os grandes criminosos fujam ou tenham regalias dentro da prisão”, explica.

Os educadores acreditam que os governos de cada estado precisam repensar as formas de punição e encarceramento para autores de pequenos delitos. “Para estes casos, o sistema prisional deveria ser a última opção e não a primeira, como acontece hoje. Com as penas justas, esses detentos têm uma chance de sair do mundo do crime e de voltarem à sociedade. Desta forma, a população prisional diminuiria e os gastos por preso também. Precisamos capacitar e dar condições para que essas pessoas saiam das prisões sem querer voltar e que voltem a contribuir com a sociedade geral”, avalia Alcadipani.

R7

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STF

Moraes manda soltar Mauro Cid e mantém acordo de delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

Foto: Reprodução

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, concedeu nesta sexta-feira (3) liberdade provisória ao tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na decisão, Moraes também mantém integralmente a delação premiada de Mauro Cid, pois “foram reafirmadas a regularidade, legalidade, adequação dos benefícios pactuados e dos resultados da colaboração à exigência legal e a voluntariedade da manifestação de vontade” do delator.

Mauro Cid estava preso desde o dia 22 de março, por descumprir medidas cautelares e por obstrução da Justiça. Ele voltou à prisão depois do vazamento de áudios, revelados pela revista “Veja”, em que afirma ter sido pressionado pela Polícia Federal durante depoimentos.

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Brasil

Governo federal adia Enem dos Concursos em todo o país

(Foto: Divulgação/MEC)

O Governo federal confirmou nesta sexta-feira (3) que o CNPU (Concurso Nacional Público Unificado), cujas provas seriam realizadas neste domingo (5), vai ser adiado em todo o país.

A decisão foi tomada devido às chuvas e enchentes que atingem o Rio Grande do Sul desde o início desta semana.

O estado de calamidade pública foi decretado nesta quinta-feira (2), e 37 pessoas morreram, 74 estão desaparecidas e outras 23 mil estão desabrigadas no estado.

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Turismo

PESQUISA: Booking destaca João Pessoa como um dos quatro destinos para apreciar a tranquilidade

Em um mundo cada vez mais acelerado, a busca por tranquilidade e silêncio tem se tornado uma tendência entre os viajantes. Segundo um levantamento realizado pela Booking.com, mais da metade (59%) dos turistas brasileiros deseja viajar este ano para dar uma pausa e, ainda, 53% pretendem reservar um tempo para a mente. A pesquisa da plataforma destacou a capital paraibana, João Pessoa, como um dos quatro destinos mais procurados pelos viajantes para aproveitarem momentos de tranquilidade.

A pesquisa foi realizada de maneira independente com 32.300 entrevistados em 32 países e territórios, incluindo o Brasil. Os critérios para participação incluíam ter mais de 18 anos, ter viajado a lazer pelo menos uma vez nos últimos 12 meses e ter planos de viagem em 2024. Além disso, deveriam ser responsáveis pela decisão ou estarem envolvidos no processo de tomada de decisão da viagem. A pesquisa foi feita on-line, em janeiro e fevereiro de 2024.

Ferdinando Lucena, presidente da Empresa Paraibana de Turismo (PBTur), ressaltou que a capital da Paraíba tem se destacado como um dos destinos turísticos mais atraentes do Brasil, graças à sua hospitalidade e tranquilidade. “A cidade tem atraído muitas pessoas que escolhem não apenas visitar, mas também fazer dela seu lar. A capital oferece aos seus habitantes e visitantes a oportunidade de apreciar os pequenos prazeres da vida, como caminhar na areia e mergulhar em um mar de tons esverdeados. A hospitalidade do nosso povo é conhecida em todo o país, tornando a estadia dos visitantes ainda mais agradável. Além disso, a cidade é abençoada com paisagens ricas e deslumbrantes”, comentou.

A secretária de Turismo e Desenvolvimento Econômico, Rosália Lucas, atestou a beleza e a tranquilidade da Paraíba. “Nossa capital é um santuário de paz e serenidade, onde a vida é vivida em um ritmo mais calmo e cada momento é valorizado. É gratificante saber que os turistas estão buscando cada vez mais a nossa região para suas viagens”, pontuou.

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Protestos

PROTESTO: Servidores da UFPB e IFPB protestam contra ministro da Educação em João Pessoa e cobram reajuste salarial

Foto: Albemar Santos/Rede Mais

Os professores da Universidade e Instituto Federal da Paraíba protestaram nesta manhã de sexta-feira (3) em evento que recebe o ministro da Educação, Camilo Santana. A solenidade acontece na cidade de João Pessoa, no Teatro Pedra do Reino. Os funcionários levaram faixas, bandeiras e megafones para reivindicar maiores investimentos no ensino superior.

Nos arredores do Teatro Pedra do Reino, a segurança para a solenidade do ministro, que irá lançar de forma oficial o programa governamental “Pé-de-Meia”, isolou as entradas para o local, deixando apenas uma opção. Os protestantes estão sendo barrados de entrar no teatro com as faixas, bandeiras e outros adereços, somente entram individualmente.

De acordo com Hélio Graça, coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica da Paraíba (Sintef-PB), o protesto junta três entidades voltadas à educação e técnico-administrativo. Todos buscam aumento no percentual salarial, atualização do plano de carreiras e recomposição orçamentária.

De acordo com informações apuradas pelo Portal MaisPB, o ministro Camilo Santana decidiu que, após o evento que será realizado no teatro, irá se reunir com uma comissão de professores que protestam no local. A expectativa é ouvir as demandas da categoria e trabalhar para uma solução viável.

“Eu creio que isso foi uma importante sinalização que o Ministério da Educação deu para a gente. Ele mesmo demonstrou interesse em receber os integrantes do comando de greve estadual das três entidades”, disse o coordenador-geral do Sintef-PB, Hélio Graça.

“A gente veio dialogar com a ‘estudantada’ da rede estadual, do instituto federal. A gente entende que o Pé-de-Meia é um importante programa que o Governo está lançando, mas ao mesmo tempo a gente entende que é de suma importância que os servidores sejam valorizados e sejam enxergados com o mesmo carinho que os estudantes do nosso país”, completou.

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Polícia

Cícero Lucena minimiza ligação de detento para sua filha: ‘Se ligar, ela atende”

Foto: Reprodução.

O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, comentou sobre a sua filha, a secretária de Saúde, Janine Lucena, ter recebido a ligação de um detento dentro de um presídio.

“Se ela ligar, ela lhe atende, como ela vai saber quem é?!”, disse Cícero.

Janine é alvo de investigação da Polícia Federal, que apura a existência de servidores da Prefeitura de João Pessoa, ligados com o crime organizado.

A Operação Mandare cumpriu 18 mandados judiciais, sendo sete de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão nas Secretarias de Saúde, Direitos Humanos e Cidadania e na Autarquia de Limpeza Urbana de João Pessoa. Também foram realizados bloqueios em contas bancárias. Cerca de 44 policiais federais e 40 policiais militares participam das diligências.

Blog do BG PB 

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Polícia

PF faz buscas em secretarias da PMJP e investiga indicação de cargos por detento

 

Foto: Reprodução

A operação da Polícia Federal que tem por objetivo desarticular um grupo criminoso que atua em João Pessoa e região metropolitana, cumpre mandados na prefeitura de João Pessoa.

Entre os alvos estão secretarias de Saúde, Direitos Humanos e Cidadania e na Empresa de Limpeza Urbana de João Pessoa.

A investigação teve início após se observar a intensa movimentação financeira do grupo investigado, uma vez que se valeria de pessoas interpostas para operacionalizar valores referentes às atividades criminosas, especialmente o tráfico de drogas.

No decorrer da investigação, com o seu aprofundamento, foi observado que um preso do sistema penitenciário estadual, o qual tem posição de liderança em organização criminosa, articulou a obtenção de vantagens em órgão público, notadamente cargos, em contrapartida a apoio que dá a agentes públicos para adentrarem em comunidades controladas ou que sofrem forte influência do crime.

Estão sendo cumpridos 18 mandados judiciais, sendo 7 de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão, além do bloqueio em contas bancárias.

Jornal da Paraíba 

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Polícia

Agentes públicos estariam atuando em esquema de tráfico de drogas na Grande João Pessoa, diz Polícia Federal

Concurso Polícia Federal: pedido de novo edital será encaminhado ainda em  abrilFoto: PF

A Polícia Federal, em conjunto com a Polícia Militar, deflagrou na manhã desta sexta-feira (3), a Operação Mandare, com o objetivo desarticular e aprofundar a coleta de elementos de prova acerca de um grupo criminoso que atua em João Pessoa e região metropolitana da Paraíba.

A investigação teve início após se observar à intensa movimentação financeira do grupo investigado. Os suspeitos operavam os valores referentes às atividades criminosas, especialmente ao tráfico de drogas.

No decorrer da investigação, foi observado que um preso do sistema penitenciário estadual, líder de uma organização criminosa, articulou a obtenção de vantagens em cargos de órgão público, com o apoio de agentes públicos, para adentrarem em comunidades controladas ou que sofrem forte influência do crime.

Durante a ação, foram cumpridos 18 mandados judiciais, sendo 7 de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão, além do bloqueio em contas bancárias. Cerca de 44 policiais federais e 40 policiais militares participam das diligências.

BG com Portal Correio

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Política

Pessoas preferem trair parceiro do que partido político, diz pesquisa

Foto: Reprodução

Ao se falar de uma pessoal infiel no âmbito dos relacionamentos, há uma crença de que ela teria a incapacidade de ser leal a combinados como uma característica geral em todas as áreas de sua vida — mas não é bem assim.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ashley Madison, a maioria das pessoas mantém a infidelidade apenas entre quatro paredes. Entre os homens, por exemplo, 87% preferem trair a parceira do que os ideais políticos.

O levantamento feito com os usuários da plataforma de encontros extraconjugais se baseou em uma lista com mais de 20 categorias, e questionou se os entrevistados eram mais propensos a trair a parceria ou o item citado. No caso da política, a porcentagem geral foi de 80%, sendo 87% dos homens e 86% das mulheres que preferem trair o(a) amado ao partido político.

Além disso, para 85% é mais fácil ter um affair do que mudar seu pedido regular de café e 97% por cento dos entrevistados preferem trair seu parceiro do que preencher uma declaração de imposto de renda errada.

O que poderia explicar essa “preferência” por trair o parceiro do que ser infiel a outras particularidades da vida? O psicólogo e terapeuta sexual André Almeida ressalta que a fidelidade é um valor e sua importância varia de pessoa para pessoa, de acordo com cultura, criação, noções de ética e moral, entre outros fatores.

Metrópoles

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Saúde

Sobe para quatro o número de mortes por dengue em 2024, na Paraíba

Dengue
Mosquito da dengue (Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou a quarta morte por dengue em 2024. A vítima trata-se de um homem de 69 anos, morador de Cabedelo, no litoral da Paraíba. De acordo com exames médicos, foi atestado a doença no corpo do homem.

Além das mortes por dengue, a Paraíba registrou dois óbitos por chikungunya neste ano.

O primeiro óbito por dengue foi confirmado no dia 14 de fevereiro, na Paraíba. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, a vítima é um jovem de 24 anos, morador da cidade de Camalaú, no cariri do estado.

Já a segunda morte em decorrência da dengue foi registrado no dia 26 de fevereiro. De acordo com a pasta, a paciente, de 42 anos, morava no Conde, Litoral Sul paraibano. Ela tinha comorbidades como diabetes, hipertensão e doença hematológica.

A Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba (SES-PB) confirmou, no dia 29 de fevereiro, a terceira morte por dengue, no estado, desde o começo de 2024. A vítima é um homem de 60 anos e o óbito ocorreu em Campina Grande.

BG com Portal Correio

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Política

Câmara dos Deputados deve debater PEC das Drogas em audiência pública na próxima semana

Imagem

Foto: Wilton Junior/Estadão

A proposta de emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse e o porte de qualquer quantidade de drogas no País será discutida pela Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados durante audiência pública na próxima quarta-feira, 8. A medida foi aprovada pelo Senado em dois turnos no dia 16 de abril. Na primeira votação, foram 53 a favor e nove contra; na segunda, 52 a nove.

Agora, em análise na Câmara, a audiência pública foi convocada para debater a medida que estabelece que caberá ao juiz definir se a pessoa flagrada com droga vai responder por tráfico ou será enquadrada somente como usuário. A partir da distinção, PEC também determina que serão previstas penas diferentes: mais rigorosas para quem vende e mais branda para o usuário, incluindo tratamento para os dependentes químicos e penas alternativas à prisão.

A medida, de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), é uma resposta do Congresso ao julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que discute a descriminalização do porte de maconha para o uso pessoal. Na Suprema Corte, o placar é de cinco votos a três para fixar uma quantidade da droga e diferenciar usuário de investigados por tráfico. Atualmente, a análise do caso foi suspensa por um pedido de vista do ministro Dias Toffoli.

Próximos passos

Com aprovação do Senado, agora, a PEC das Drogas deve ser apreciada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O avanço do texto necessita do aval da maioria simples do colegiado. Após essa etapa, ela será encaminhada para uma comissão temporária que vai discutir os impactos da emenda constitucional. Depois, o texto segue para votação no plenário da Casa revisora. No caso dos deputados, é preciso obter a aprovação de 308 dos 513 parlamentares, também em dois turnos.

Se houver modificação substancial (não apenas de redação), a proposta deve voltar, obrigatoriamente, para a Casa onde começou a tramitar. Neste caso, o Senado.

Em caso de PEC, quando aprovada no Congresso, ela é promulgada sem a consulta prévia do presidente da República, ao contrário de quando uma lei é criada pelos parlamentares e precisa ser sancionada pelo chefe do Executivo para entrar em vigor.

Estadão Conteúdo

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