Sem alcançar um cessar-fogo imediato, a Rússia e a Ucrânia concluíram nesta segunda-feira (28), às 13h15 do Brasil (18h15 em Minsk), a primeira rodada de negociações na região de Gomel, na fronteira da Bielorrússia com a Ucrânia. Segundo uma autoridade ucraniana, os representantes dos dois lados planejam realizar uma segunda rodada “nos próximos dias”, após consultas em seus respectivos países.
As negociações começaram quase ao mesmo tempo em que a Rússia lançava um ataque contra a segundo maior cidade da Ucrânia, Karkhiv. Foguetes russos mataram dezenas de pessoas e deixaram centenas de feridos na cidade, que fica no Leste da Ucrânia, a 65 km da fronteira com a Rússia.
No quinto dia de combates e um avanço russo mais lento do que muitos esperavam, as tropas russas utilizaram armamentos mais pesados em Karkhiv, no lugar de armas teleguiadas, atingindo inclusive áreas residenciais. O conselheiro do Ministério do Interior ucraniano, Anton Herashchenko, disse que Kharkiv foi “atacada pesadamente”, deixando “dezenas de mortos e centenas de feridos”.
Em um comunicado, a Ucrânia disse que seu objetivo para as negociações era um “cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas”. Sua delegação incluiu vários funcionários de alto escalão, mas não o próprio presidente, Volodymyr Zelensky. A delegação foi liderada pelo ministro da Defesa, Oleksiy Reznikov, que viajou acompanhado pelo alto conselheiro da Presidência, Mikhailo Podoliak.
Antes do primeiro dia de negociações, o presidente ucraniano declarou ter pouca esperança de que a reunião pusesse fim ao conflito, que, segundo o seu governo, já matou mais de 350 civis desde o início da invasão. Mas, acrescentou, eles deveriam tentar usar essa chance, mesmo que pequena, para que ninguém pudesse culpar a Ucrânia por não tentar impedir a guerra.
O Kremlin se recusou a comentar sobre seu objetivo nas negociações, mas o negociador russo Vladimir Medinsky disse que a Rússia pretende chegar a um acordo que seja do interesse de ambos os lados.
O Globo
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