
O esquema de desvio de recursos públicos federais para construção de mais de 50 açudes e barragens, na Paraíba, identificado pelo Ministério Publico Federal e Controladoria Geral da União, não só revelou um superfaturamento de mais de R$ 8 milhões. Neste momento, a população das cidades beneficiadas pela obras corre riscos.
Isso porque para sangrar os cofres públicos, os acusados de integrar a organização criminosa usavam materiais em desacordo com o especificado para obra, em dimensões e qualidade do serviço; houve recebimento de serviços sem a comprovação da execução; foram identificadas falhas construtivas e uso de material de baixa qualidade.
Segundo investigação, nos municípios de Emas-PB, Pedra Branca-PB, Gado Bravo-PB, Ingá-PB e Riachão do Bacamarte-PB quando foi analisada a documentação disponibilizada pelas prefeituras, constatou-se que a Prefeitura não dispõe de documentos que comprovem o atendimento das exigências previstas na Lei nº 12.334/2010 (Política Nacional de Segurança de Barragens).
Quando da inspeção física da Barragem Riacho do Boi, no município do Emas/PB, foram constatadas diversas falhas construtivas que podem vir a comprometer a segurança da barragem: falhas de compactação e proteção do material utilizado, sistema de calhas drenantes mal executado, falhas na proteção (guias de meio-fio) no coroamento e maciço com presença de vegetação, indicando a utilização de solos com matéria orgânica para a execução do talude, exemplificou o documento do MPF.
Os recursos usados foram de convênios do Ministério do Desenvolvimento Regional com as prefeituras.
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