Uma mulher de 28 anos que participava de um protesto pacífico contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), neste sábado (2) no Recife, foi atropelada por um carro ao sair da manifestação. O motorista do veículo fugiu do local sem prestar socorro à vítima.
O atropelamento aconteceu por volta das 12h30, na Avenida Martins de Barros, próximo à Ponte Maurício de Nassau, no bairro de Santo Antônio. A vítima foi uma advogada que integra a Comissão de Advocacia Popular da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE) e preferiu não ser identificada.
Ela foi atropelada e arrastada por metros na via, por um carro Jeep Renegade de cor preta e placa QYJ2E95, que furou um bloqueio feito por manifestantes. Uma servidora pública que presenciou o atropelamento contou que o motorista do veículo acelerou, em vez de frear, apesar dos gritos de quem estava presente no local.
A advogada foi atropelada enquanto caminhava, junto com outros manifestantes, para uma ocupação onde seria realizado um ato após o protesto. A vereadora do Recife Dani Portela (PSOL) contou o que viu no local do atropelamento.
“Ela estava sangrando bastante. […] Ele [o motorista] furou a barreira, atropelou ela, que ficou em cima do capô, e derrubou ela. Depois que ela caiu, ele botou o carro por cima dela. Aparentemente proposital. […] Ela estava com dificuldade de mexer tornozelo e quadril e sangrando muito. […] A gente não acredita que seja um acidente”, afirmou a vereadora.
A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) enviou equipe ao local do atropelamento. A mulher atropelada foi socorrida por equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel (Samu) para o Real Hospital Português, unidade de saúde particular localizada no bairro do Paissandu, na área central do Recife.
O presidente da Comissão de Advocacia Popular da OAB-PE, Renan Castro, acompanhou a paciente no hospital, e disse que ela tinha quadro clínico estável na tarde do sábado (2), mas precisava passar por uma cirurgia no tornozelo esquerdo, devido a uma fratura grave.
Ele também disse que a advogada teve uma fratura na cabeça e levou quatro pontos. “Uma notícia que preocupou muito a gente é que os médicos ainda não sabem a extensão dos danos provocados pelo traumatismo craniano”, afirmou horas após o atropelamento.
G1
Comente aqui