A cúpula da CPI da Covid definiu que o relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL) deverá ser apresentado até o próximo dia 23 e votado pelo colegiado no dia 28 ou 29 de setembro. O martelo foi batido durante reunião virtual realizada neste deomingo.
Os senadores não chegaram a um consenso sobre o possível depoimento de Karina Kufa, advogada do presidente Jair Bolsonaro. A ida dela divide os parlamentares: Enquanto o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), defende que ela seja ouvida, o presidente, Omar Aziz (PSD-AM), ainda tem dúvidas sobre a vinculação dela com os fatos investigados pelo colegiado.
A oitiva de Kufa estava cotada para ocorrer esta semana, mas acabou sendo substituída pela de Danilo Trento, diretor da Precisa Medicamentos, que será ouvido na quinta-feira. Como O GLOBO revelou, Trento enviou um “passo a passo” a um lobista com instruções de como o Ministério da Saúde deveria proceder em uma licitação para aquisição de testes de Covid-19. Posteriormente, a Precisa intermediou a assinatura de um contrato de R$ 1,6 bilhão entre a pasta e o laboratório indiano Bharat Biotech, que produz a vacina Covaxin. O negócio acabou sendo cancelado por suspeitas de corrupção.
O nome de Karina entrou no radar da CPI após virem à tona mensagens apreendidas no celular do lobista Marconny Farias, que tratou de licitação de testes de Covid no Ministério da Saúde junto com Ricardo Santana, ex-secretário executivo da Anvisa. Marconny foi apresentado a Santana em um evento na casa de Karina Kufa, que, por sua vez, nega qualquer envolvimento em supostas irregularidades.
— Omar tem dúvidas se devemos ouvir Karina Kufa. Eu tenho convicção. Ainda não resolvemos isso. Vamos deixar para resolver isso mais para frente. Quanto à data para votação do relatório, o planejamento inicial era entregar uma semana antes, mas surgiram novos personagens relacionados ao lobby, que utilizaram artifícios para não comparecer aos depoimentos. Esses fatos foram determinantes para a CPI ganhar mais uma semana — disse Randolfe Rodrigues ao GLOBO.
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