O governador João Azevêdo transfere responsabilidade social do executivo para a classe produtiva da Paraíba através de projeto de Lei, com entrelinhas capciosas, que onera a carga tributária do empresariado que a duras penas tem contribuído para o equilíbrio fiscal da Paraíba.
O que João Azevêdo tem feito é uma verdadeira “judiação” com aqueles que se desdobram para fomentar emprego e renda à população e, através de seus lucros, elevar o Estado para condições competitivas e de destaque na região Nordeste.
O reconhecimento do governador para o esforço dos empresários é promover um arrocho ainda maior na contribuição fiscal.
Em 4 de agosto desse ano, o projeto de Lei nº 3.050/2021, de autoria do poder executivo estadual, foi enviado à Assembleia Legislativa da Paraíba, propondo isenção do Imposto sobre Transmissão “Causa Mortins” e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCD) nas doações de imóveis residenciais destinados à mordia quando vinculados a um programa de habitação popular. A justificativa é plausível: “O Projeto de Lei citado tem como finalidade proporcionar uma lei de grande alcance social”, diz a comunicação oficial.
O que não está transparente é para quem vai quitar essa despesa. Nas entrelinhas do projeto, especificamente no Art. 7ª atribui alteração na Lei nº 10.758.
A lei citada foi regulamentada em 2016 e dispõe sobre a obrigatoriedade do FEEF (Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal), uma espécie de fundo de caixa para ajudar a sanar os rombos nas contas do Estado. O abastecimento desse fundo passou a ser a devolução, por parte das empresas, de parte do ICMS que estão liberadas de pagar, em razão de contrato firmado com o fisco estadual para atração e manutenção de negócios para a Paraíba.
O FEEF foi instituído em 2016 e teria caráter temporário com duração de 2 anos prorrogável por mais 2. Nesse caso, deveria ter validade até 2021, mas através dessa manobra sutil de João Azevêdo de “proporcionar” isenção do ITCD para habitação popular, vai estender o FEEF para até 2032, ou seja, empurrar para mais de 10 anos uma conta que vai recair sobre as costas dos empresários paraibanos. Uma verdadeira “judiação” pra quem sustenta as contas do estado.
De acordo com boletim divulgado em junho pela Secretaria da Fazendo da Paraíba, a arrecadação própria (ICMS, IPVA e ITCD) apresentou expansão de 30,12% em junho/2021 sobre o mesmo mês do ano anterior. Em valores absolutos, houve recolhimento de R$ 622,6 milhões. O montante deixa o caixa do Estado superavitário.
O que justificaria a extensão do FEEF para até 2032? Estaria João Azevedo disposto a bancar o papel do novo Robin Hood? Assim é um verdadeiro incentivo à falência da classe produtiva.
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