
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, acusou o governo do presidente Jair Bolsonaro de usar a Polícia Federal (PF) para retaliar sua atuação na comissão instalada no Senado Federal para investigar irregularidades no enfrentamento à pandemia. Em entrevista ao Estadão, Renan afirmou que vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) contra o indiciamento. Ele alega que a PF não possui competência necessária para indiciar um senador da República, porque a função compete à corte.
Neste sábado, 3, a Polícia Federal indiciou Calheiros pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva por suposto apoio a projetos de interesse da empreiteira Odebrecht no período em que ele ocupou o cargo de presidente do Senado, entre 2013 e 2015 – uma das três vezes em que esteve na função. Segundo a acusação, o senador teria faturado R$ 1 milhão com as negociatas em benefício da empresa. A PF diz haver “indícios suficientes de autoria e materialidade”.
Para o senador, a PF realiza um movimento de perseguição: “Não tem nenhuma prova, isso está lá sendo investigado há anos. O diretor que teria feito isso me isentou de qualquer acusação. Não tem nada. É uma retaliação pura, na semana em que eu denunciei a utilização da polícia para fazer o cara da Precisa (Medicamentos) calar”, completou.
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