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Mulher pega covid pela 3ª vez no litoral de SP: “A médica não acreditou”

Foto: Arquivo pessoal

Não era só uma gripe. Também não foi um resfriado na segunda vez e nem na terceira. Nas últimas três vezes em que precisou procurar um hospital porque tinha febre e dores no corpo, a cozinheira Rebeka Araújo Pereira, 36, recebeu o mesmo diagnóstico: covid-19.

O resultado triplo não surpreendeu apenas Rebeka, mas também a médica: “Como não estava com os outros exames, ela achou que era mentira”, contou Rebeka.

A cozinheira, no entanto, guardou todos os exames do tipo RT-PCR —o mais preciso— e mostrou ao UOL. Os testes positivos datam de:

5 de dezembro de 2020,

6 de abril de 2021, e

5 de julho de 2021.

Uma semana sem paladar

Rebeka conta que tomava todas as precauções, saindo de casa só para ir ao supermercado e trabalhar. Mesmo com máscara e higienizando as mãos frequentemente, acabou contaminada e sentiu os sintomas em 25 de novembro. “Já era noite quando fiquei com muita febre. Foram três dias com dores no corpo”, conta.

No dia seguinte, procurou um hospital de campanha na cidade de São Vicente, no litoral paulista, onde mora. “Fiz o exame PCR, mas a médica disse que demorava 15 dias pra ficar pronto, então me mandou pra casa de quarentena”, lembra. Quando o isolamento acabou, ela não foi buscar o exame, e voltou a trabalhar. Três meses depois, voltou a sentir uma dor de cabeça persistente.

“Fui trabalhar mesmo assim, mas queimei a carne e uma colega precisou me avisar: ‘tá queimando!’. Como não havia tomado café naquele dia, foi só nessa hora que percebi que não estava sentindo nem cheiro e nem gosto.”.

Sistema imunológico mais fraco?

De acordo com o infectologista Noaldo Lucena, da Fundação de Medicina Tropical de Manaus,”é uma pessoa que deveria ter sido vacinada o mais rápido possível, porque talvez seu sistema imunológico tenha alguma deficiência que a torna mais sensível ao coronavírus”.

“Cada sistema imunológico é único. Mesmo os de gêmeos univitelinos são diferentes”, afirma. “Algumas pessoas são naturalmente resistentes a algumas doenças, como aquelas que não contraem HIV. Já outras são mais frágeis do que a média geral.”

O médico, que se infectou duas vezes por covid, diz que não basta ter anticorpos após a infecção. “Eles precisam ser eficientes: são os anticorpos neutralizantes, que devem existir em quantidade suficiente para combater o vírus”, explica. “Isso também é individual.”

Segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de julho, o primeiro caso de reinfecção por covid-19 foi identificado em dezembro do ano passado, quando um morador do Rio Grande do Norte foi contaminado novamente na Paraíba. Desde então, “foram registrados 37 casos de reinfecção no país em 12 unidades federadas.”

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UOL

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