Brasil

Exigência de visto para americanos volta a valer nesta semana; projeto que suspenderia regra segue fora do radar na Câmara

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O projeto de decreto legislativo (PDL) que pretende suspender os efeitos de um ato do governo Lula, exigindo visto para cidadãos dos EUA, Austrália e Canadá, não foi pautado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Com isso, a obrigatoriedade da autorização para cidadãos desses países deve voltar na quinta (10).

O g1 ouviu líderes e deputados envolvidos na discussão da proposta que afirmaram que, por ora, o assunto está “fora do radar” da Casa.

Regra desde 2019

A dispensa de visto para visita de australianos, canadenses e americanos foi garantida por meio de um decreto do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2019.

Em 2023, o presidente Lula editou um novo ato, que revogou a decisão de Bolsonaro. O decreto exigiria o visto a partir de 1° de outubro de 2023. Essa data foi postergada três vezes: para 10 de janeiro de 2024, 10 de abril de 2024 e 10 de abril de 2025.

Em março, o Senado aprovou um projeto para suspender o decreto de Lula e acabar com a exigência de visto, mas essa proposta ainda não foi pautada pela Câmara.

“Não está no radar não. Estávamos com foco na anistia [dos envolvidos no 8 de janeiro]. Zero discussão sobre isso até agora”, afirmou o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).

O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), autor de um outro PDL com mesmo objetivo, disse que acha difícil a aprovação nesta semana. “Espero que vote [o PDL], mas estou achando difícil”.

O deputado Felipe Carreras (PSB-PE), autor de um requerimento que pretende agilizar o projeto de Van Hattem, também não acredita na votação da proposta.

“Não tem discussão sobre isso. Está fora do radar por ora. É péssimo isso [a retomada da exigência de visto]”.

Governistas, favoráveis à exigência do visto, argumentam que derrubar a exigência em meio às tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, seria uma ato de “vassalagem”.

O governo argumenta que a decisão de Lula segue a lógica da reciprocidade diplomática: ou seja, os viajantes de países que exigem vistos dos brasileiros também devem ser obrigados a obter o documento para entrar no Brasil.

Senado

O Senado aprovou em 19 de março uma proposta para suspender os efeitos do decreto do governo Lula.

O texto, de autoria do senador Carlos Portinho (PL-RJ), foi relatado por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

No plenário, a proposta foi alvo de críticas por parte de senadores ligados ao governo por entenderem que a reciprocidade é importante para trazer à mesa de negociação os países que cobram visto do Brasil.

Por outro lado, o relator ponderou que o fim da exigência de visto para entrada no Brasil possibilitou um aumento no número de turistas visitando o país.

G1

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Política

Câmara tem ao menos 64 propostas para mudar funcionamento do Judiciário

Foto: Leonardo Sá/Agência Senado

Ao menos 64 PECs (Propostas de Emenda à Constituição) que visam alterar o funcionamento do Poder Judiciário estão com tramitação travadas na Câmara dos Deputados, segundo levantamento da CNN.

A análise incluiu todas as propostas em tramitação que tratam de mudanças na estrutura, funcionamento, composição e controle externo do Poder Judiciário, assim como de órgãos diretamente relacionados, como o Ministério Público e os Tribunais de Contas.

As PECs que têm o STF como foco são as mais recorrentes: pelo menos 15 projetos propõem mudanças nos critérios de escolha, nomeação, mandatos ou funcionamento dos ministros da Corte. Apesar disso, nenhuma das propostas são robustas ou apresentam alterações significativas no sistema de Justiça.

A proposta mais antiga é do ex-deputado João Campos (PSDB-GO), apresentada em 2005. Ela altera a forma de escolha dos ministros do STF, transferindo essa responsabilidade do presidente da República para o Congresso Nacional.

A proposta também estabelece uma “quarentena” de quatro anos para impedir a indicação de pessoas que tenham exercido mandato eletivo, cargo de ministro de Estado ou presidência de partido político, com o objetivo de reduzir a influência político-partidária nas nomeações.

A última movimentação do projeto ocorreu em 2023, com a apresentação do parecer favorável do relator Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ).

As propostas mais recentes são de 2023 e 2024, marcando uma ofensiva do Congresso com uma série de matérias que limitam os poderes do Supremo em meio a uma crise política entre os Poderes.

Em outubro de 2024, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara aprovou uma PEC que permite ao Congresso derrubar decisões do STF caso entenda que a Corte ultrapassou os limites da função jurisdicional.

A comissão também aprovou outra proposta que restringe decisões monocráticas do Judiciário, ou seja, aquelas proferidas por um único magistrado.

“É isso que nós, parlamentares, temos que fazer: criar leis que enquadrem o Supremo, que façam com que ele trabalhe como um colegiado e não como 11 ministros isolados, como se tivéssemos 11 Supremos Tribunais Federais”, afirma o senador Oriovisto Guimarães, autor da proposta. Os dois textos aguardam análise de comissão especial antes de irem a plenário.

Outros dois projetos que avançaram na CCJ ampliam as hipóteses de crime de responsabilidade de ministros do STF, que poderiam fazer com que eles respondessem a processos de impeachment.

A leitura feita pelos ministros é a de que o avanço das propostas representa uma retaliação ao STF após a decisão que suspendeu a execução das emendas parlamentares por falta de transparência e de rastreabilidade. Segundo alguns magistrados, as decisões não são compatíveis com a democracia.

Dentre as propostas levantadas pela CNN, outro eixo comum é o fim ou a limitação do foro por prerrogativa de função, com pelo menos seis PECs tratando do tema.

Também são frequentes as propostas que alteram regras de ingresso e disciplina de juízes e membros do Ministério Público, além de mudanças na composição e nas competências de conselhos como o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).

Nos últimos 20 anos, somente 2020 e 2006 não contaram com propostas para alterar o funcionamento do Judiciário brasileiro. No entanto, até então, não houve grandes alterações sobre competências e organização estrutural, mantendo o sistema de justiça no mesmo formato.

Reforma do Judiciário

A última reforma da Justiça ocorreu com a Emenda Constitucional 45, publicada em 31 de dezembro de 2004, após 13 anos de tramitação no Congresso Nacional.

Na última atualização, novas diretrizes foram implementadas para o ingresso e a promoção na magistratura, redefiniram-se as competências da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal, além da criação do CNJ como órgão de controle e planejamento do Judiciário.

Na avaliação Lígia Azevedo Ribeiro Sacardo, especialista em direito civil e advogada no escritório Rayes e Fagundes, a reforma do Judiciário é um tema relevante e necessário na atualidade. Segundo ela, o sistema precisa encontrar alternativas para reduzir o volume de processos, desafogar os tribunais superiores e da aumentar o tempo de tramitação dos processos.

A advogada ainda cita que pontos de melhoria devem ser sobre a valorização da solução consensual de conflitos, o fortalecimento da primeira instância, a ampliação da digitalização e o aprimoramento dos critérios de acesso aos tribunais superiores.

“Qualquer proposta de reforma, no entanto, deve preservar a independência do Poder Judiciário, a segurança jurídica e os direitos fundamentais”, pondera Lígia Sacardo à CNN.

O tema sobre a reforma do Judiciário volta ao debate público após a instalação de uma comissão na OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de São Paulo), que pretende elaborar propostas de anteprojetos para ajustes no sistema de Justiça.

CNN Brasil

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Brasil

Tarifaço de Trump derruba venda de 5 dos 10 itens do Brasil mais exportados aos EUA

Foto: Jose Luis Magana/AP Photo

Na próxima quarta-feira (9), termina a pausa de 90 dias no programa de tarifas recíprocas imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Com poucos acordos comerciais no radar, há uma chance real de que as taxas sobre produtos importados voltem a atingir mais de 180 países.

Um levantamento feito pela Câmara Americana de Comércio (Amcham) mostra que o tarifaço piorou os números de exportação de alguns dos principais itens brasileiros vendidos aos EUA.

Cinco dos 10 produtos brasileiros mais vendidos aos americanos registraram queda nas vendas em maio. Veja abaixo:

Variação do volume exportado

Dados correspondem aos 10 produtos brasileiros mais vendidos aos EUA

Segundo a Amcham, as tarifas aplicadas pelos EUA são apenas um dos fatores que explicam a queda nas exportações. Parte dos produtos sofre também com particularidades de mercado.

Os óleos brutos de petróleo, por exemplo, tiveram menor demanda por parte das refinarias americanas.

No caso da celulose, houve uma concorrência mais intensa com o Canadá que, segundo a Amcham, tem um “acesso diferenciado” aos mercados dos EUA por conta do USMCA (acordo de livre comércio entre EUA, Canadá e México).

A boa notícia é que a redução de parte dos produtos aconteceu em meio a um avanço no número geral de exportações brasileiras aos EUA.

Segundo o levantamento, a venda geral dos nossos produtos para lá totalizou US$ 3,6 bilhões (R$ 19,6 bilhões) em maio, um crescimento de 11,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. O valor é recorde para o período e mostra uma pauta de exportação mais diversificada.

Brasil ainda tenta acordo

Embora o Brasil não tenha sido um dos mais impactados pelas tarifas, com alíquota de 10%, especialistas destacam que o país continua sujeito às tarifas sobre aço e alumínio, em vigor desde o início de junho.

Antes fixadas em 25%, as tarifas foram elevadas para 50% por meio de um decreto assinado por Trump. Tanto o aço quanto o alumínio são produtos estratégicos para as exportações brasileiras, e o Brasil é um dos principais fornecedores de aço para os EUA.

g1

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Paraíba

Radialista Clilson Júnior e esposa sofrem acidente de carro no Brejo Paraibano

O radialista Clilson  Júnior e a sua esposa Marly sofreram um grave acidente automobilístico na madrugada deste domingo (6) . O casal  retornava de Areia onde foram prestigiar o encerramento do festival “Caminhos do frio” .

Por volta de uma hora da madrugada o carro bateu numa barreira e capotou 8 vezes. O casal foi socorrido pelo SAMU para o hospital de Trauma onde estão sendo atendidos. Marly, a esposa do radialista, está na UTI aguardando um neurologista enquanto que  Clilson Júnior está fazendo exames de imagem – e aguarda resultados. O casal deve ser transferido para João Pessoa.

BG com Portal Paraíba

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Brasil

Discurso de ‘nós contra eles’ é ruim e não fará o país crescer, diz ex-presidente do BC

Foto: Danilo Verpa/Folhapress

Na primeira entrevista após completar o período de quarentena, o ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto afirma que qualquer decisão sobre as contas públicas no país atualmente cai na polarização política entre ricos e pobres.

“O discurso de ‘nós contra eles’ é ruim para todo mundo. Não é o que vai fazer o país crescer de forma estrutural. Precisamos unir todo mundo, o empresário, o empregado, o governo”, disse à Folha um dia antes de assumir o cargo de vice-chairman e chefe global de políticas públicas do Nubank, em 1º de julho.

Campos Neto reagiu a críticas do ministro Fernando Haddad (Fazenda) de que teria deixado uma herança de alta de juros para o sucessor no BC, Gabriel Galípolo. “É triste quando a narrativa é mais importante do que a busca de uma solução estrutural.”

Ele nega que vá contribuir para uma eventual candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Mesmo fugindo das especulações, Campos Neto diz que enxerga um movimento à direita na América Latina. “As ideologias de esquerda têm uma obsessão com igualdade e não com a diminuição da pobreza.”

Folha de S.Paulo

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Economia

À beira do colapso: especialistas alertam para crise econômica no país

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na última semana, a Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado Federal, divulgou o Relatório de Acompanhamento Fiscal. O documento concluiu que a insistência do governo federal em retirar despesas do limite fiscal, associada ao uso de compensações e créditos tributários para mascarar o desequilíbrio orçamentário, leva o Brasil ao esgotamento da política fiscal à beira da crise.

Conforme o relatório, essa prática compromete a capacidade da gestão de absorver despesas não programadas e fragiliza a credibilidade do arcabouço fiscal. Para a professora de economia do Insper Juliana Inhasz Kessler “o país utiliza artifícios contábeis para conseguir ficar dentro das metas que o próprio governo estabeleceu”.

“Mas isso escancara de forma muito nítida a fragilidade do próprio Orçamento e da capacidade do governo de cumprir o que propõe”, analisou.

O relatório projeta um déficit primário de R$ 83,1 bilhões em 2025, valor que ainda respeita a meta estipulada pelo novo arcabouço fiscal, de até R$ 97 bilhões negativos. Porém, o estudo chama atenção para quase R$ 55 bilhões em precatórios que ficaram fora das contas oficiais.

Segundo Juliana, ao excluir precatórios e utilizar a margem da meta como referência, o governo cria uma “narrativa de que estamos dentro do arcabouço, quando, na prática, estamos fora”. Ela alerta que essa estratégia mascara a real situação fiscal e cria uma armadilha futura.

Já o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, afirma que o cenário descrito pela IFI “não é novidade” e reflete um problema fiscal crônico que se arrasta no Brasil há décadas, agravado nos últimos anos independentemente do governo de plantão.

Estimativas para a dívida em relação ao PIB

As projeções para a dívida pública também são motivo de preocupação. O estudo estima que a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) deve encerrar 2025 em 77,6% do PIB, ultrapassar 100% em 2030 e alcançar 124,9% em 2035 no cenário base.

Numa projeção pessimista, pode chegar a 170,3% do PIB em 2035. Juliana destaca que o ritmo de crescimento é insustentável. “Estamos falando de um salto de cerca de 30 pontos porcentuais em poucos anos, o que é muita coisa para um país que quer crescer de forma sustentável”, disse.

Agostini complementa que o país caminha para esse nível de endividamento e crise em ritmo acelerado e sem contrapartidas de reformas ou cortes de despesas obrigatórias. “O governo tenta fechar as contas sempre pelo lado da arrecadação e nunca pela redução do gasto”, afirmou o economista.

Tentativas do governo para contornar crise

Entre as tentativas de ajuste da crise, o governo apostou no aumento do IOF, mas enfrentou resistência no Congresso e no mercado, o que levou à revisão da medida e ao envio da MP 1.303/2025, que propõe maior tributação sobre investimentos financeiros. Para Agostini, além da resistência política, o governo agora entra em “área arenosa” ao judicializar o tema, o que pode gerar efeitos colaterais indesejados em futuras negociações econômicas e fiscais. “Estamos deteriorando ainda mais o ambiente político e institucional”, alerta.

O relatório da IFI enfatiza que o espaço para aumento da carga tributária está praticamente esgotado, já que o país alcançou 34,24% do PIB em impostos em 2024. A solução, segundo o órgão, passa por reformas estruturais para conter a dívida e recuperar a capacidade de investimento público. Para Juliana, isso exige mais que “receitas picadinhas que não garantem continuidade”. Ela defende uma agenda que envolva “flexibilização do orçamento, aumento sustentável de receita e, principalmente, redução de despesas obrigatórias”.

No curto prazo, a meta fiscal de 2025 poderá ser formalmente cumprida, mas apenas no limite da margem de tolerância prevista no arcabouço, diz o relatório. Juliana alerta que, para cumprir as metas no futuro, o governo pode ser forçado a interromper serviços e cortar gastos discricionários, com impacto direto na qualidade dos serviços prestados à população. “Isso é um problema sério, porque compromete o funcionamento da máquina pública”, afirma.

Agostini reforça que o cenário desenhado pela IFI eleva o risco percebido pelo mercado, o que se traduz em maiores prêmios exigidos nos títulos públicos e juros mais altos. “O mercado cobra o preço: menos investimentos produtivos, mais recursos alocados no curto prazo e um câmbio e juros em patamares piores do que poderiam estar”, explica.

O relatório da IFI conclui que os gargalos são econômicos, mas as soluções dependem da política. Juliana e Agostini concordam que sem reformas estruturais, o Brasil continuará preso em um ciclo de déficits crescentes e dívida insustentável. “Sem aumento de receita com contrapartida ou revisão das despesas, essa política fiscal expansionista atual só agrava o quadro”, resume Agostini.

Revista Oeste

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Brasil

INSS fora da meta é “bomba fiscal” para arcabouço, dizem economistas

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A exclusão do ressarcimento a aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) da meta de resultado primário, autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na quinta-feira (3), reacende o debate sobre a solidez do arcabouço fiscal.

Ao recorrer a um crédito extraordinário fora das regras do orçamento, o governo Lula mais uma vez joga contra suas próprias regras e abre espaço para questionamentos sobre a previsibilidade da política fiscal e os riscos de enfraquecimento do controle sobre as contas públicas. É o que explicam economistas ouvidos pela CNN.

“Não dá para a cada contingência a gente ter de fazer um gasto por fora. [A tolerância da meta de primário] era para ser para essas situações. Problema é que o governo já mira nesse intervalo inferior da meta. Ela perde sua função. Tudo isso agrava essa percepção de risco fiscal”, afirma Zeina Latif, sócia-diretora da Gibraltar Consulting.

Um gestor de fundos da Faria Lima ouvido pela reportagem classificou o episódio como mais uma de várias “bombas fiscais” que tiram a credibilidade do arcabouço proposto pelo próprio Executivo e aprovado no primeiro ano de mandato.

O novo marco fiscal do governo Lula buscou estabelecer um limite para o crescimento das despesas públicas equivalente a 70% da variação da receita do ano anterior.

Dentro dessa banda, o gasto previsto no orçamento é reajustado pela inflação do ano anterior mais uma pequena variação, limitada a um piso de 0,6% — em momentos de contração da economia — e um teto 2,5% — quando há aceleração.

A regra foi bem recebida num primeiro momento, apesar de economistas apontarem inconsistências, como gastos crescendo mais rápido do que o limite, o que os levaria a pressionar o espaço livre do orçamento. É o caso de Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC (Banco Central) e presidente do conselho de administração da Jive Mauá.

Figueiredo já via o marco fiscal “desmoralizado”, agora, com o movimento do INSS, sua avaliação é de que o governo e o STF “estão tornando o arcabouço fiscal uma piada, não serve para mais nada”.

“Se tudo que o governo entende que é fora do que é ordinário ele põe fora, pra que que serve o arcabouço? Para nada”, pontua o ex-BC.

Nesta quinta-feira (3), o ministro do STF Dias Toffoli aprovou o plano apresentado pelo governo federal para ressarcir os aposentados do INSS vítimas dos descontos associativos irregulares.

Já Beto Saadia, diretor de investimentos da Nomos, aponta o perigo do precedente criado pelo caso do INSS.

“Você criar um precedente para outras indenizações judiciais ficarem fora do arcabouço fiscal no futuro, acho que aqui é onde mora o grande problema. A gente pode ter esse precedente perigoso para o futuro e aí, na verdade, o arcabouço fiscal fica ainda mais fragilizado”, conclui.

Para o especialista em contas públicas Murilo Viana, “o fato do governo ter que procurar o Supremo para lidar com isso, para lidar com todo o efeito sobre as regras fiscais, é sintomático. O governo claramente está tendo uma dificuldade muito grande de cumprir o arcabouço fiscal”.

O economista ressalta que a regra fiscal prevê caminhos para o governo manejar as contas públicas quando enfrenta dificuldades, como os bloqueios e contingenciamentos orçamentários.

CNN

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Brasil

Barroso, Motta e Alcolumbre vão de FAB para Festival de Parintins

Os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, além do ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), utilizaram aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) para participar do Festival de Parintins, realizado no Amazonas, no último final de semana.

O uso de aviões da FAB é regulamentado pelo decreto Nº 10.267, que permite a utilização pelos presidentes do Senado, Câmara e STF, além de ministros de Estado e comandantes militares. Também é possível que o Ministério da Defesa autorize o uso das aeronaves por outras autoridades, desde que a viagem se justifique por motivos de segurança, emergência médica ou compromissos a serviço.

As regras, no entanto, permitem que as autoridades utilizem os voos da FAB para compromissos pessoais, que nem sempre constam nas agendas oficiais. Foi o caso da ida ao festival.

De acordo com registros da FAB, Sabino, Motta, Alcolumbre, o corregedor-geral do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Mauro Campbell, e outras 5 pessoas dividiram um avião para o deslocamento de Brasília (DF) a Parintins (AM), na 6ª feira (27.jun.2025). Na volta, no domingo (29.jun), levou 20 pessoas. Eis a íntegra do registro do voo (PDF – 326 kB).

Em Parintins, os ministros e presidentes foram recebidos pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM) e pelo prefeito Mateus Assayag (PSD).

Já Barroso partiu de Brasília na 5ª feira (26.jun) e fez uma parada em Rio Branco, no Acre, antes de seguir para Parintins. Após o festival, o ministro seguiu para São Paulo.
JUSTIFICATIVAS

O Ministério do Turismo disse que os voos foram solicitados pelo Senado e pela Câmara dos Deputados.

As Casas afirmaram que o evento contribui significativamente para a economia local, com um impacto estimado em R$ 180 milhões e um incentivo ao turismo e à valorização da cultura amazônica.

Embora o Senado e a Câmara não tenham informado compromissos oficiais em Parintins, a assessoria do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse que o uso de aviões da FAB segue as recomendações de segurança e atende à previsão legal para deslocamentos de chefes de Poder.

O ministro Barroso informou que aproveitou a viagem para realizar uma reunião com o presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, Jomar Fernandes, e para prestigiar uma importante festa popular. O ministro também esteve em Parintins a convite do governador Wilson Lima (União Brasil).

Poder360

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Polícia

Motorista é preso após exigir dinheiro para devolver celular esquecido de passageira

Policiais Civis prenderam em flagrante, no fim da tarde dessa sexta-feira (4), o motorista de aplicativo André Pereira Vieira, de 46 anos, no bairro Galo Branco, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, enquanto aguardava o pagamento de resgate exigido para devolver um telefone celular ao proprietário.

André foi identificado pelos agentes da Delegacia de Niterói como autor de extorsão praticada contra uma passageira que havia esquecido o telefone celular no carro dele durante uma viagem pelo aplicativo Uber.

Na última quinta-feira (3), a vítima solicitou uma viagem no bairro Santa Rosa com destino a Icaraí, sendo atendida por André. Ao fim da corrida, logo após desembarcar, ela percebeu que havia esquecido seu aparelho no carro e começou a ligar para o telefone através do celular da filha, sem obter resposta.

Por conta disso, a vítima bloqueou remotamente o aparelho e ativou o status de telefone perdido, cadastrando o telefone da filha para contato.

Na manhã dessa sexta, começaram a receber chamadas de um telefone desconhecido, onde o interlocutor afirmava ter achado o telefone da vítima e exigia a quantia de R$ 1500 para devolver, baixando o valor para R$ 1000 após breve negociação.

Quando a vítima se preparava para entregar a quantia, foi orientada por um parente a comparecer em uma delegacia para relatar o fato, quando então se dirigiu à 76ª DP.

Os policiais iniciaram levantamentos, conseguindo identificar o motorista, descobrindo ainda que o número de telefone utilizado para praticar a extorsão mantinha vínculo com familiares dele.

Os agentes então se dirigiram para o local marcado para a entrega do dinheiro, na frente de um conhecido supermercado, em São Gonçalo. No local, os policiais reconheceram e abordaram André.

Com ele foi encontrado o telefone celular da vítima. Os agentes ainda conseguiram achar o veículo usado pelo motorista, estacionado em uma rua lateral.

Conduzido à delegacia, André foi autuado em flagrante pelo crime de extorsão, e a pena pode chegar a 10 anos de reclusão. O carro dele ficou apreendido e o telefone celular foi devido para a vítima.

Ele será encaminhado ao sistema prisional onde ficará preso e à disposição da justiça.

R7

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Futebol

PSG vence Bayern de Munique e vai à semifinal do Mundial de Clubes

Foto: Justin Setterfield – FIFA/FIFA via Getty Images

O PSG venceu o Bayern de Munique por 2 a 0 na tarde deste sábado (5), em jogo válido pelas quartas de final da Copa do Mundo de Clubes.

Désiré Doué e Ousmane Dembelé marcaram os gols franceses no Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, já na etapa complementar. Os alemães chegaram a balançar as redes com Upamecano e Harry Kane, mas a arbitragem assinalou impedimento. Os bávaros ainda viram Musiala sofrer lesão grave no tornozelo.

A equipe parisiense ainda teve dois jogadores expulsos, o zagueiro Pacho e o lateral Lucas Hernández, que desfalcarão o time na próxima fase.

Com o resultado, o PSG avançou à semifinal do Mundial de Clubes. A partida será disputada na quarta-feira (9), às 16h (de Brasília), em Nova Jersey. Agora, o clube de Paris aguarda o vencedor de Real Madrid e Borussia Dortmund para conhecer o adversário.

CNN Brasil

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Política

VÍDEO: Bolsonaro mantém repouso médico e participa por vídeo de evento do PL

Afastado de compromissos públicos por recomendação médica, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou neste sábado (5) por vídeo de um evento do PL Mulher em Guarulhos, comandado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Sua participação durou cerca de dois minutos e meio, em uma breve fala à plateia, que chamava-o de “mito”. Bolsonaro parabenizou mulheres que participam da política não por cotas, mas para mudar “o destino do país” e disse que logo será questão do passado o que ele classificou como “esse momento de angústia”.

“Vocês [mulheres da plateia] são bem-vindas, tem uma boa comandante que é a dona Michelle, sou prova disso, ela me comanda muito bem, e está fazendo trabalho excepcional por todo Brasil”, disse.

“Vamos ocupar aquilo que é nosso com o passar o tempo. E tenho certeza que esse momento de angústia que vivemos brevemente aí será questão do passado”, completou.

A ex-primeira-dama, que pediu nesta semana a aliados que não chamassem ele para compromissos neste mês de julho, para que descansasse, mandou ele se medicar antes de desligar a chamada de vídeo no evento. Também disse, antes de ele aparecer em tela, que se tivesse com soluço, não poderia aparecer.

“Tinha falado com meu marido que não era para ele conversar, evitar falar, por conta do soluço, mas ele está agoniado lá em casa, querendo entrar… Mas só vai entrar se não tiver com soluço, verifica aí”, disse Michelle.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cancelou todas as agendas públicas e ficará em “repouso absoluto” durante o mês de julho. A decisão ocorre no momento em que, segundo aliados, ele mantinha uma busca por manter consigo o capital político em meio à crescente pressão para indicar um sucessor do seu espólio eleitoral.

A interrupção das agendas foi comunicada nesta terça-feira (1º) após consulta médica de urgência. Bolsonaro, 70, apresenta crises constantes de soluços e vômitos, que o impedem inclusive de falar, segundo o ex-presidente.

Nota assinada pelos médicos Claudio Birolini e Leandro Echenique afirmou que o objetivo é “garantir a completa recuperação de sua saúde após a cirurgia extensa e internação prolongada, episódio de pneumonia e crises recorrentes de soluços”.

“Durante esse período, ele ficará afastado de suas atividades habituais, incluindo agendas públicas e atividade político-partidária, retornando tão logo esteja plenamente restabelecido.”

Folhapress

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