O ex-reitor do Santuário Basílica de Trindade (GO) e investigado por supostos desvios de dinheiro proveniente da doação de fieis, padre Robson de Oliveira Pereira, de 47 anos, admitiu, em áudio, que participava de esquema para burlar contratos e sabia do risco de ser preso pela polícia. “Sou o chefe da quadrilha”, diz ele, em um trecho.
Durante o encontro, uma das pessoas diz ter lido o resultado da possível investigação.
Funcionária da Afipe: Vai prender o senhor.
Em outro momento, padre Robson admite que seria o “chefe da quadrilha” e demonstra medo de ser preso.
Padre Robson: Deixa um delegado meio doido começar a fazer pergunta pesada. Aí, gente, eu vou falar para vocês uma coisa. Isso aí é crime organizado.
Klaus Marques: É crime organizado, e o senhor é o chefe.
Padre Robson: E eu sou o chefe da quadrilha.
Durante a reunião, o padre e a equipe jurídica discutem estratégias para tentar camuflar a ilegalidade a contratos de compras feitas em nome de terceiros pela Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), presidida pelo religioso até ele ser afastado da instituição, após o MPGO deflagrar a Operação Vendilhões, em agosto de 2020.
A gravação, registrada pelo próprio padre Robson durante reunião com advogados, foi divulgada pelo Jornal da Record, na quarta-feira (24). O Ministério Público do Estado de Goiás apreendeu o material, que será periciado com autorização da Justiça.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) ainda analisa novo pedido de prisão preventiva contra o religioso e mais quatro pessoas, por corrupção ativa. A solicitação foi apresentada pela Polícia Federal (PF) na última quarta-feira (17), seis meses depois de a Corte manter suspensa uma investigação criminal contra o padre.
Metrópoles
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