
A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (28) a sétima fase da Operação Sisamnes, que investiga um suposto esquema de vazamentos e venda de decisões no STJ (Superior Tribunal de Justiça) com a participação de servidores.
Por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal), foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, quatro mandados de monitoramento eletrônico e seis mandados de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais.
De acordo com a PF, o intuito desta ação é investigar os possíveis mandantes e eventuais coautores do homicídio do advogado Roberto Zampieri, em 2023, em Cuiabá. Zampieri foi morto dentro do carro, com dez tiros, em frente ao seu escritório na capital mato-grossense.
Entre os presos na operação desta quarta está Anibal Manoel Laurindo, que já era apontado pela polícia de Mato Grosso como o suspeito de ser mandante do assassinato. Ele tinha interesses em uma disputa de terra que ocorria na Justiça local.
Procurada, a defesa de Anibal disse que ainda está analisando a situação do cliente e se manifestará depois.
Também foram alvos do mandado o coronel reformado do Exército Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, que era suspeito de intermediar o crime, e o pedreiro Antônio Gomes da Silva, suspeito de ser o autor dos disparos. A reportagem não localizou suas defesas.
Durante as investigações, a Polícia Federal descobriu a existência de uma organização criminosa responsável pela prática de crimes como espionagem e homicídios sob encomenda.
A organização criminosa empresarial denominada “Comando C4”, formada por militares (ativos e da reserva) e civis, seria dedicada à prática de crimes graves, especialmente espionagem e homicídios sob encomenda, entre elas o advogado.
No curso da análise documental, a Polícia Federal também identificou registros manuscritos contendo menções a autoridades brasileiras, entre as quais se destacam parlamentares do Congresso Nacional e ministros do STF.
Também são cumpridas medidas cautelares de recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato e saída do país e o recolhimento dos passaportes.
As investigações que chegaram às suspeitas sobre o STJ se iniciaram após o homicídio do advogado. Em mensagens que estavam em seu celular, foram encontradas menções a vendas de decisões em gabinetes de ao menos quatro ministros.
O caso levou ao afastamento de dois desembargadores do Tribunal de Justiça do estado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
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