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Nova pesquisa do Datafolha em São Paulo indica que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) se mantém numericamente à frente na disputa eleitoral, tecnicamente empatado com Guilherme Boulos, do PSOL. O candidato à reeleição tem 27% das intenções de voto, contra 26% do deputado federal. O ex-coach Pablo Marçal (PRTB), protagonista do debate do último domingo ao ser agredido com uma cadeirada por José Luiz Datena (PSDB), tem 19% e aparece abaixo da dupla. A margem de erro é estimada em três pontos percentuais para mais ou menos.
Os resultados divulgados nesta quinta-feira sugerem que a cadeirada desferida pelo tucano não derrubou, mas também não ajudou Marçal a recuperar o fôlego na perseguição a Nunes e Boulos. O ex-coach tinha exatamente o mesmo percentual de menções há uma semana, assim como Nunes, que já aparecia àquele momento com 27%. Boulos variou um ponto para cima frente aos 25% da sondagem anterior.
O levantamento contratado pela TV Globo junto ao jornal “Folha de S.Paulo” foi realizado de terça a quinta-feira, uma diferença de dois dias para a pesquisa divulgada ontem pela Quaest. Assim, todos os entrevistados pelo Datafolha puderam responder já tendo visto a cena da agressão de Datena a Marçal, e a maioria teve também a oportunidade de assistir ao debate seguinte, realizado na manhã de terça-feira.
O tucano, que vinha desidratando desde o início oficial da campanha, estacionou nos mesmos 6% de intenções de voto que detinha há uma semana. Está tecnicamente empatado com Tabata Amaral (PSB), que se manteve em 8%. A empresária Marina Helena (Novo) tem 3%.
São 6% dos eleitores os que declaram a intenção de votar em branco ou nulo (eram 7% da pesquisa anterior), e outros 3% se declaram indecisos — um ponto a menos que os 4% registrados há uma semana. Os candidatos Bebeto Haddad (DC), João Pimenta (PCO), Ricardo Senese (UP) e Altino Prazeres (PSTU) não pontuaram.
Marçal tentou capitalizar com o ataque sofrido no debate da TV Cultura. Ensaiou uma comparação com os atentados a Jair Bolsonaro (PL) e Donald Trump, publicou vídeo a bordo de uma apressada ambulância a caminho do hospital, mas depois modulou o discurso. Disse que poderia ter desviado do ataque de Datena, que não iria “se vitimizar” e que o tucano integra um “consórcio de comunistas” pouco afeito à democracia.
Seu principal concorrente no eleitorado de direita, Nunes conta com o empenho do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em sua campanha e usa seu latifúndio no horário eleitoral para manter uma base sólida no eleitorado mais humilde.
A disputa pelo eleitorado bolsonarista segue acirrada, com o atual prefeito hoje empatado com Marçal nesse segmento. Nunes variou de 39% para 40% entre aqueles que votaram no ex-presidente em 2022, enquanto o ex-coach oscilou de 42% para 41% em uma semana.
A pesquisa também dá sinais de que o candidato à reeleição tem se beneficiado dos ataques feitos pelo pastor Silas Malafaia ao ex-coach desde o Sete de Setembro, quando Marçal foi impedido de subir no carro de som do líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Nunes variou numericamente de 29% para 32% das intenções de voto nesse segmento, e viu o candidato do PRTB variar na direção oposta, de 31% para 26% em uma semana.
Boulos, por sua vez, tem se atracado com Nunes com o intuito de não apenas tomar do atual prefeito parte do eleitorado que historicamente é mais próximo do presidente Lula (PT), seu apoiador, mas também para possivelmente ir a um segundo turno contra Marçal, contra quem tem mais chances de sair vencedor.
No pelotão que monitora os líderes à distância, Tabata aposta em sua desenvoltura nos debates para voltar a se movimentar na montanha-russa das pesquisas. Já Datena passou a especular com a imagem de pessoa de fora da política e que defende a honra de sua família. Em sabatina do GLOBO, Valor e CBN, admitiu “ser difícil” avançar para o segundo turno.
O Datafolha entrevistou 1.204 eleitores de 16 anos ou mais para o levantamento, que está registrado na Justiça Eleitoral sob o número SP-03842/2024.
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