A Braiscompany ficou conhecida não só por prometer alta rentabilidade para os investidores na empresa de criptoativos mas, por fazer a propaganda de uma vida de luxo e riqueza dos próprios consultores (aqueles que captavam mais clientes para a celebração de novos contratos para o casal Antônio Neto e Fabrícia Ais).
Tudo mentira. De acordo com a denúncia registrada no documento do Ministério Público Federal e que o Blog do BG PB teve acesso, a realidade era ainda mais dura e cansativa para os 21 operadores do mercado financeiro/traders contratados pela Braiscompany.
Era muito trabalho e pouco dinheiro, pelos menos para os funcionários.
Pela lógica, o trader que é quem multiplica o capital e proporciona o lucro necessário para pagamento dos rendimentos mensais deveria receber remuneração maior e ser mais prestigiado do que o broker que apenas atrai novos clientes e celebra novos contratos.
No caso da Braiscompany, os valores eram invertidos. Os vendedores eram supervalorizados, enquanto que os operadores eram escanteados.
Para se ter uma ideia, um contrato de remuneração dos traders, segundo o qual tinha que atingir 5% de performance por semana, se ele operasse em mesa com um montante de R$ 100.000,00 reais (cem mil reais) , ele teria que aferir semanalmente para empresa um lucro de R$ 5.000,00 reais para fazer jus ao recebimento de comissão, que neste exemplo totalizaria R$ 1.500,00 reais.
Isso mesmo, quase um salário mínimo era o valor que constava na planilha da Braiscompany para pagamento dos operadores responsáveis por movimentar milhões e milhões de reais de clientes multimilionários. Um pouco injusto, não?
Confira abaixo a planilha
Por fim, os traders eram os operadores do mercado de criptoativos. Caberia a eles operar os criptoativos locados pelos clientes com operações de curto prazo (day trade), médio e longo prazo, conversões entre criptoativos, aquisição de stablecoins etc…, extraindo o lucro necessário para o pagamento de tudo: rentabilidades mensais dos clientes, comissões dos brokers, despesas administrativas, operacionais, tributárias etc… da empresa, e ainda sobrar recursos para os dividendos dos sócios.
De acordo com a denúncia do MPF, eles não tinha a capacidade necessária para realizar todo o serviço:
Em uma analogia com o corpo humano, os traders deveriam ser o coração, responsável por bombear o sangue necessário para o funcionamento de todo o corpo. Mas não eram.
Embora tenha havido operação com criptoativos, elas eram em quantidades irrisórias e absolutamente incapazes de proporcionar o rendimento necessário para o pagamento das rentabilidades prometidas.
Blog do BG PB
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