Foto: Elza Fiuza
A indicação do economista Marcio Pochmann para a presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não foi bem recebida por economistas do mercado financeiro.
Embora muitos ressaltem que a chefia do IBGE seja um cargo com pouca ou nenhuma influência para mudar os rumos da política econômica, pesa o fato de Pochmann chegar como uma espécie de “cota política” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na equipe econômica do governo, chefiada pelas pastas de Fernando Haddad, da Fazenda, e de Simone Tebet, do Planejamento.
Alguns contestam também a qualificação de Pochmann ao cargo, já que ele não teria experiência nas áreas de estatística, o principal pilar das atividades do IBGE. Há, porém, os que endossam seu histórico como economista.
“É um perigo para as estatísticas”, disse o economista e ex-presidente do IBGE Edmar Bacha em entrevista à âncora da CNN Raquel Landim.
“Houve um ataque à ciência, à cultura no Brasil no governo Bolsonaro. Agora o país vai colocar como centro do sistema alguém que fez uma desastrosa administração no Ipea. É um enorme risco para a credibilidade do sistema estatístico nacional”, disse Bacha, que foi também um dos idealizadores do Plano Real.
Pochmann é um quadro tradicional do Partido dos Trabalhadores e preside atualmente o Instituto Lula. Foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nos primeiros governos de Lula, e é professor do curso de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp).
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