
O senador Sergio Moro se tornou alvo da mais perigosa organização criminosa do país. É a Polícia Federal que o diz. O ministro da Justiça também disse. A política brasileira se mobilizou em manifestações de solidariedade ao ex-juiz, com uma única exceção: os petistas. A mágoa do PT com o ex-juiz da Lava Jato é maior até do que a estratégia política.
Num momento como este, em que um adversário ocupa o principal lugar de vítima da nação, reza a cartilha dos bons modos, antes de tudo, que se deve prestar alguma solidariedade, ainda que não seja autêntica. O senador Jaques Wagner foi perfeito ao intervir durante o discurso em que Moro se manifestou pela primeira vez sobre o assunto no Senado. O ex-governador da Bahia destacou, inclusive, que o colega não politizara a questão naquele momento. O pior para o PT, agora, seria que esse caso fosse politizado, e é exatamente o que fez o presidente Lula (foto), entre outros petistas, como Gleisi Hoffmann e Paulo Pimenta.
Graças aos ataques de Lula, Moro, que parece estar aprendendo a fazer política, tirou da cartola o apoio do PT a uma ação que tentava derrubar no Supremo Tribunal Federal (STF) a proibição imposta pelo Ministério da Justiça do ex-juiz a visitas íntimas a lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho em presídios federais. Isso em meio à desconfiança nacional de que o PT tem alguma ligação com o PCC — desconfiança alimentava por uma série de indícios, que não param de surgir. Ainda que as suspeitas indiquem apenas que os criminosos têm alguma simpatia pelas políticas do partido, isso já seria ruim demais para os petistas, que não conseguiram segurar o ímpeto de partir para o ataque a Moro.
Comente aqui