Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) identificaram seis fármacos com potencial de inativar o coronavírus, que causa a Covid-19. Em um futuro próximo, essas substâncias naturais e sintéticas poderão ser aliadas das vacinas no combate a essa infecção respiratória aguda.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), fármaco é a principal substância da formulação de um medicamento, responsável pelo efeito terapêutico. Fármaco também é um composto químico obtido por extração, purificação, síntese ou semissíntese.
“Em apenas 24 meses, reunimos 20 moléculas naturais, isoladas de plantas, e outras 35 sintéticas, preparadas nos laboratórios da UFPB. Dessas, 11% podem ser inibidores enzimáticos do vírus”, explica o Prof. José Maria Barbosa Filho, professor e pesquisador do Departamento de Ciências Farmacêuticas da UFPB e coordenador do projeto de pesquisa.
Os fármacos foram testados no Laboratório de Triagem Fenotípica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), um dos parceiros no estudo e referência mundial nesse tipo de triagem. A técnica utilizada foi a de triagem fenotípica que, por meio de um sistema robotizado, testa se determinada substância tem efeito ou não sobre células infectadas propositadamente por um patógeno [organismo que pode produzir doença].
“Depois de 48 horas, anticorpos com moléculas fluorescentes e corantes de DNA foram adicionados às amostras para permitir a visualização do vírus e das células em diferentes cores. Um microscópio automatizado varreu toda a placa, tirando fotos de cada poço a cada 40 minutos. As imagens permitiram quantificar a presença do vírus nas células das amostras. Gráficos estatísticos mostraram a performance de cada amostra. A droga ideal é aquela que consegue destruir o vírus sem afetar as células. Seis apresentaram potencial”, explica Lucio Freitas-Junior, coordenador do laboratório Phenotypic Screening Platform, do ICB-USP.
As seis substâncias identificadas pelo estudo da UFPB apresentaram citotoxicidade, que é a capacidade de inibir a proliferação ou danos e lesões do novo coronavírus às células.
Esse tipo de estudo é importante porque visa identificar células e mecanismos responsáveis pela gravidade da doença. Isso futuramente pode ser utilizado no desenvolvimento de medicamentos mais específicos no combate à Covid-19”, afirma Tatjana Keesen.
Blog do BG PB com informações da UFPB
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