Os primeiros 40 segundos da “entrevista” com o candidato a presidente Lula (PT) ao Jornal Nacional, representaram a maior passada de pano do jornalismo brasileiro.
Após falar sobre os esquemas de corrupção no governo do petista, investigado na Operação Lava Jato, o apresentador William Bonner disse “O senhor não deve nada na justiça.” Veja:
Uma fala completamente equivocada de um jornalista que praticou a desinformação em rede nacional. Bonner esqueceu as 26 ações movidas contra o ex-presidente. Há ainda, pelo menos, 3 investigações suspensas pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski. Elas tramitam na Justiça Federal de Brasília.
A decisão envolve apurações sobre doações da construtora Odebrecht ao Instituto Lula, a compra de um terreno para a sede da entidade, a aquisição de um apartamento em São Bernardo do Campo (SP) e o caso dos caças suecos. As investigações começaram na extinta operação Lava Jato de Curitiba (PR).
Com a suspensão, o ministro impede que os casos sejam retomados depois da decisão do Supremo que considerou Curitiba incompetente para processar e julgar os casos envolvendo o ex-presidente Lula.
A ordem de Lewandowski faz com que as investigações contra o petista comecem do zero. Ela vale até que o plenário do Supremo decida em definitivo se encerra ou não as apurações contra o ex-presidente. Eis a íntegra da decisão do ministro (289 KB). O plenário do STF pode, ainda, vir a decidir sobre a questão em algum momento.
Lula foi preso em abril de 2018 por causa da operação Lava Jato. Mesmo na cadeia, ele foi registrado pelo PT como candidato a presidente. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), porém, barrou a candidatura com base na lei da ficha limpa
No fim, o petista que concorreu à Presidência foi o ex-ministro Fernando Haddad. Ele foi derrotado por Jair Bolsonaro no 2º turno.
Lula ficou 580 dias na cadeia, em Curitiba, até o STF (Supremo Tribunal Federal) mudar seu entendimento e determinar que o cumprimento de pena começa depois de trânsito em julgado do processo. O petista havia sido encarcerado depois de condenado em 2ª Instância.
O ex-presidente deixou a cadeia em 8 de novembro de 2019. Em abril de 2021, o plenário do Supremo anulou as condenações da Lava Jato contra o petista e o tornou elegível novamente. Meses depois, o STF declarou Sergio Moro, juiz que havia condenado Lula, parcial.
Lula acumulou vitórias na Justiça ao ter pendências da Lava Jato e seus desdobramentos liquidados.
O petista, no entanto, foi absolvido após o julgamento do mérito em só 3 –todos por falta de provas– dos 11 processos mais conhecidos: por suposta obstrução de Justiça envolvendo o silêncio de Nestor Cerveró, por organização criminosa no caso do “Quadrilhão do PT” e na operação Zelotes, que denunciou o petista por corrupção passiva pela suposta aprovação de Medida Provisória em troca de contrapartidas ao PT
As duas únicas condenações de Lula, nos casos conhecidos como “triplex do Guarujá” e “sítio em Atibaia”, foram anuladas por uma questão técnica. O ministro Edson Fachin, do STF, entendeu que deveriam tramitar em Brasília, e não em Curitiba, e mandou recomeçar do zero. Quando as ações foram reiniciadas, já estavam prescritas
A sequência de vitórias garantiu que o petista poderia ter condições jurídicas de disputar as eleições –algo que não foi possível em 2018, quando foi preso depois de ser condenado em 2ª Instância pelo TRF-4 no caso do triplex.
Poder360
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