
A inflação dos países desenvolvidos e emergentes ainda tem espaço para subir neste ano, atingindo seu pico nos últimos meses de 2021, aponta um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A expectativa, porém, de acordo com o organismo multilateral, é que a situação melhore no ano que vem, com preços voltando aos patamares pré-pandêmicos em meados de 2022.
Essa análise consta no relatório World Economic Outlook, que será apresentado no encontro anual do FMI em Washington, nesta terça-feira, às 10h (horário de Brasília).
Entre os motivos para o aumento de preços global está a retomada do consumo, após a reabertura da economia, além da alta das commodities, como o aço, e da escassez de insumos.
Apesar das estimativas positivas para o próximo ano, o FMI avalia que ainda há o risco de a inflação continuar avançando em 2022.
Alimentos subiram 40% na pandemia em todo o mundo
“O aumento acentuado dos preços da habitação e a prolongada escassez de oferta de insumos nas economias avançadas, mercados emergentes e economias em desenvolvimento, além de continuadas pressões nos preços dos alimentos e desvalorizações cambiais neste último grupo podem manter a inflação elevada por mais tempo”, aponta o relatório.
O FMI destaca ainda que os preços globais dos alimentos subiram cerca de 40% desde o início da pandemia, o que impacta principalmente os países emergentes, onde a participação dos alimentos nas cestas de consumo é alta.
Brasil teve avanços no controle da inflação
A autoridade monetária reconhece que economias emergentes como o Brasil tiveram avanços no controle da inflação a partir do início dos anos 2000, atingindo uma ancoragem similar à das economias mais desenvolvidas. No entanto, ressalta que entre esses países ainda existe muita instabilidade nos preços.
O relatório cita alguns exemplos de políticas públicas adotadas por países em momentos de inflação em alta, como os Estados Unidos, entre 1965 e 1983, o Chile entre 2007 e 2009, e o Brasil entre 2002 e 2005.
No caso brasileiro, o FMI aponta que a experiência comprovou a “necessidade de maior ação de política monetária para contrariar expectativas não ancoradas e estabelecer credibilidade” e como políticas transparentes e de contingenciamento do Estado poderiam complementar as políticas monetárias.
A lição, de acordo com o Fundo, também serve para o momento atual enfrentado pelos países.
Segundo o relatório, estudos mostram que o medo da inflação pode levar a expectativas de inflação mais alta e, consequentemente, a um aumento real dos preços. Por outro lado, políticas públicas consistentes ajudam a manter a inflação sob controle.
Por isso, o FMI ressalta a importância de que os agentes públicos, como os bancos centrais, estejam prontos para agir.
Com informações O Globo
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