
O turismo foi um dos setores mais afetados mundialmente pela pandemia. Em relação ao Brasil, especificamente, o fechamento de fronteiras, imposição de isolamento social, cumprimento de medidas sanitárias, números elevados de mortes e casos de covid-19 no país e aumento do dólar são os principais fatores atribuídos aos prejuízos do setor. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o turismo já acumula perda de R$ 413,1 bilhões desde o início da crise sanitária. Entretanto, entidades da área têm projetado, cada vez mais, uma recuperação e aumento nas demandas.
Dados divulgados na última quinta- feira (16.) pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), com base em informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), registram pelo quinto mês consecutivo um aumento nos voos domésticos — ou seja, realizados dentro do Brasil. Em setembro, a malha aérea doméstica registrou uma média diária de 1.793 partidas, o que equivale a 74,6% da oferta de voos que as companhias aéreas nacionais operavam antes do impacto da pandemia, em março de 2020.
O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, considera que os dados demonstram apenas o início de uma forte retomada do segmento no país: “Estamos com a expectativa de que os próximos meses sejam ainda melhores em todos os segmentos turísticos, principalmente com o avanço da vacinação. Não tenho dúvidas de que o turismo doméstico voltará com muito mais força e precisaremos de uma malha aérea forte que atenda a demanda dos nossos turistas”, disse.
O presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, também atribuiu o crescimento do setor ao avanço da vacinação pelo país e ao não recrudescimento da pandemia. Entretanto, Sanovicz ressaltou que determinados fatores podem “inibir” a recuperação das companhias aéreas: “Temos também de enfrentar o Custo Brasil, que pode inibir uma recuperação mais consistente da aviação”, afirmou o presidente. O ‘Custo Brasil’ ao qual Sanoviz se refere trata-se de um conjunto de dificuldades econômicas e/ou estruturais que prejudicam o crescimento do país e influenciam de forma negativa o ambiente de negócios. Como o aumento do combustível e a alta da inflação.
Na última quarta- feira (15), durante videoconferência realizada pelo Ministério da Saúde, o secretário nacional de Desenvolvimento e Competitividade do Turismo, William França, apresentou os impactos da pandemia no turismo brasileiro e as ações realizadas para a retomada do setor.
O secretário destacou a necessidade de protocolos de biossegurança e a tendência do turismo de proximidade e do turismo de natureza.
De acordo com o Ministério da Saúde, na ocasião também foi ressaltada a liberação do crédito de R$ 5 bilhões, via Fundo Geral do Turismo (Fungetur), para socorrer o setor durante a pandemia. Segundo França, a ideia foi garantir a manutenção das empresas e empregos do setor.
Os destinos da Região Nordeste são os mais procurados
Os destinos mais procurados pelos brasileiros têm sido na região do Nordeste, com destaque para Recife (PE), Maceió (AL), Natal (RN), Porto Seguro (BA) e Porto de Galinhas (PE). A empresa de viagens CVC afirma que, com a vacina, os brasileiros se sentem mais seguros para retomarem os planos de viagem.
A empresa destaca que, apesar do impulsionamento causado pelo turismo doméstico, destinos internacionais também começam a ganhar força à medida que fronteiras são reabertas, e as vendas chegam a aumentar em até 6 vezes.
Com informações SBT News
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