O IAEmp (Indicador Antecedente de Emprego), da FGV, foi a 90,1 pontos em agosto. É o maior nível desde o início da pandemia. O índice indica projeção positiva de geração de emprego para os próximos meses.
A alta acontece em um momento em que o Brasil avança na vacinação e vê a média móvel de casos e mortes diminuir. Com a pandemia em queda e a aceleração da imunização, há diminuição da necessidade de medidas restritivas. Consequentemente, o ambiente fica mais favorável para a criação de novos postos de trabalho.
O economista responsável pela pesquisa da FGV, Rodolpho Tobler, diz que o índice do mês de agosto é uma expectativa positiva de que os próximos resultados possam trazer uma recuperação da população ocupada.
“A expectativa é para a recuperação de emprego. Provavelmente ainda ficaremos abaixo do nível de população ocupada. Um número menor de população empregada do que tinha antes da pandemia, mas temos a expectativa favorável de que os próximos resultados sejam melhores, e nós tenhamos de fato uma recuperação de emprego“, afirma.
O economista explica, no entanto, que essa recuperação deve ser gradual. Ele diz que houve quedas muitos grande e depois altas maiores, e agora elas devem ser mais estáveis. Tobler afirma que “a partir de agora a base vai ficando cada vez mais alta, então é difícil continuar no mesmo ritmo“.
“A recuperação do mercado de trabalho como um todo a gente vai ver em 2002, porque ainda temos uma grande população que não esta trabalhando, então o mercado de trabalho ainda tem um grande caminho de recuperação”, afirma. Tobler diz que o desafio, a partir de então, será manter o ritmo de recuperação.
O professor de Economia da UnB (Universidade de Brasília) Carlos Alberto Ramos compartilha da mesma visão. “O desafio vai ser crescer a partir do ano que vem“, diz. Segundo Ramos, a incerteza é um dos fatores que pode impactar negativamente a retomada mais forte da geração de empregos.
“Quem vai contratar se não sabe qual vai ser a legislação trabalhista? Quem vai investir se não sabe quais são as regras do jogo?“, indaga o professor.
CLIMA POLÍTICO TAMBÉM PODE ATRAPALHAR
O economista da FGV e o professor da UnB são taxativos quando e indagados sobre o clima político do país. Ambos dizem que há grande impacto.
“O ambiente político não está ajudando nada. […]Está sendo péssimo para a retomada do crescimento e emprego“, afirma o professor da Unb.
“Empresários precisam ter certezas na hora da tomada de decisões“, diz o economista da FGV. De acordo com ele, quanto mais a incerteza, maior risco para a retomada.
“Se essa incerteza, instabilidade politica permanecer, isso pode trazer uma cautela maior para parte dos empresários, e consequentemente uma cautela maior na hora de contratar“, diz.
Poder 360
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