
O apoio da classe empresarial ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está diminuindo “a olhos vistos”, disse o economista e ex-diretor do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Edmar Bacha.
Em entrevista ao jornal O Globo, publicada neste sábado (7), ele afirma que as ações do presidente já resultam em uma grave ameaça à democracia. Se persistirem, saída será pressionar o Congresso para abrir um processo de impeachment.
Segundo Bacha, o manifesto em favor do atual sistema eleitoral, do qual é signatário, já reúne mais de 17 mil assinaturas. Entre elas estão estão empresários como Luiza Trajano (Magazine Luiza), Guilherme Leal (Natura) e Arminio Fraga (ex-Banco Central).
A adesão da elite econômica ao manifesto é fundamental porque responde às “bravatas” do presidente, disse o atual diretor do Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças.
“Ele chegou a um ponto que realmente virou uma ameaça à democracia brasileira. Está desafiando as instituições democráticas, não somente o Judiciário, mas o sistema eleitoral”, afirmou. Bacha classificou o desafio às instituições democráticas como “inaceitável”.
“Havia a crença de que a Faria Lima [centro financeiro] não iria fazer nada. Enquanto a Bolsa estiver subindo e a economia estiver crescendo, os empresários vão ficar satisfeitos”, pontuou. “Mas nós sabemos distinguir os nossos interesses empresariais do que é fundamental, que é o Brasil, o valor da democracia, o valor supremo. Temos lei, regras, respeito à Humanidade”. A expectativa, segundo ele, é que a pressão da elite econômica surta algum efeito. Se isso não acontecer, o jeito será pressionar o Congresso para votar o impeachment.
Blog do BG com Poder 360
Comente aqui