
O secretário de Tecnologia do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), José Cassimiro, rebateu as declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais sobre documentos que apontam uma suposta invasão ao sistema eleitoral brasileiro, em 2018, com origem na Paraíba e Rio Grande do Norte.
José Cassimiro, afirmou que não houve invasão, classificando o gesto como “mais um ataque a instituição Justiça Eleitoral feito de forma desmedida” pelo chefe do Executivo nacional.
Segundo José Cassimiro, as informações vazadas surgiram com base em documentos oficiais enviados pelo Tribunal Regional da Paraíba ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que remeteu o caso à Polícia Federal.
Ele explicou que o ataque hacker de 2018 foi um dos muitos que acontecem diariamente, em diversos órgãos públicos e privados, e que ele não é de exclusividade da Justiça Eleitoral.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), emitiu nota em que destaca a publicidade dos fatos à época e as investigações realizadas após relatos sobre escaneamentos de rede.
Confira a nota na íntegra:
Em referência ao inquérito da Polícia Federal que apura ataque ao seu sistema interno, ocorrido em 2018, o Tribunal Superior Eleitoral esclarece que:
O episódio de 2018 foi divulgado à época em veículos de comunicação diversos. Embora objeto de inquérito sigiloso, não se trata de informação nova.
O acesso indevido, objeto de investigação, não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018. Isso porque o código-fonte dos programas utilizados passa por sucessivas verificações e testes, aptos a identificar qualquer alteração ou manipulação. Nada de
anormal ocorreu.
Cabe acrescentar que o código-fonte é acessível, a todo o tempo, aos partidos políticos, à OAB, à Polícia Federal e a outras entidades que participam do processo. Uma vez assinado digitalmente e lacrado, não existe a possibilidade de adulteração. O programa simplesmente não roda se vier a ser modificado.
Cabe reiterar que as urnas eletrônicas jamais entram em rede. Por não serem conectadas à internet, não são passíveis de acesso remoto, o que impede qualquer tipo de interferência externa no processo de votação e de apuração. Por essa razão, é possível afirmar, com margem de certeza, que a invasão investigada não teve qualquer impacto sobre o resultado das eleições.
O próprio TSE encaminhou à Polícia Federal as informações necessárias à apuração dos fatos e prestou as informações disponíveis. A investigação corre de forma sigilosa e nunca se comunicou ao TSE qualquer elemento indicativo de fraude.
De 2018 para cá, o cenário mundial de cybersegurança se alterou, sendo que novos cuidados e camadas de proteção foram introduzidos para aumentar a segurança de todos os sistemas informatizados.
Por fim, e mais importante que tudo, o TSE informa que os sistemas usados nas Eleições de 2018 estão disponíveis na sala-cofre para os interessados, que podem analisar tanto o código-fonte quanto os sistemas lacrados e constatar que tudo transcorreu com precisão e lisura.
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