Brasil

O contrapasso entre Haddad, Tebet e o Orçamento de 2024

O contrapasso entre Haddad, Tebet e o Orçamento de 2024

Os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) vivem um contrapasso no Orçamento de 2024.

Enquanto Haddad defende que não haverá déficit no próximo ano, Simone é menos otimista e não descarta a possibilidade.

O chefe da Fazenda quer enviar junto com o projeto de lei orçamentária anual (PLOA) do ano que vem um conjunto de projetos incorporando decisões recentes tomadas pela Justiça  e cortes de gastos tributários para adequar a peça ao déficit zero.

Já Tebet trabalha com a estimativa de saldo negativo nas contas públicas em até R$ 30 bilhões para 2024.

“Já saímos, esse ano, de 2% negativos para 1% negativo. E passar de déficit de 1% para 0% [em 2024]), vai ser possível. Na pior das hipóteses, nós não fechamos o número, mas estaremos dentro da banda, que é 0,25% e vai dar menos R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões”, comentou Tebet.

A declaração foi dada em entrevista ao canal de notícias GloboNews, na manhã desta quarta-feira (12).

O Antagonista

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Brasil

Haddad fala de covid e PIB, comete equívocos e usa dados fora do contexto

Fatos Primeiro: vídeo fora de contexto diz que Haddad estudou economia por  apenas dois meses

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cometeu nesta 4ª feira (17.mai.2023) algumas imprecisões ao criticar o governo de Jair Bolsonaro (PL). Em sua fala, disse que o ex-chefe do Executivo foi “responsável por 11% das mortes por covid” no mundo, tendo 2,7% da população mundial.

Afirmou, ainda, que o país foi “pior na economia” sob Bolsonaro. “Eu acredito que um país que tem 2,7% da população mundial e tem um presidente responsável por 11% das mortes por covid, não devia estar nem falando de limitação com ninguém, porque não tem moral para isso”, declarou durante audiência na Câmara.

“De Economia é pior. Pior crescimento, pior tudo. Pelo amor de Deus, gente. Olha os resultados da educação. Eu sou professor há quase 30 anos da Universidade de São Paulo com muito orgulho. Tenho 3 diplomas por essa universidade: direito, economia e filosofia. Tenho muito orgulho do meu currículo e, sinceramente, os correligionários do ex-presidente deveriam se limitar ao debate que está aqui e não falar de limitação por quem quer que seja“, acrescentou.

Covid

O problema da comparação com a população mundial é que muitos países não têm estatísticas confiáveis de mortalidade de covid. Isso significa que, na verdade, há muito mais do que os 7 milhões de mortes reportadas no mundo. Uma estimativa da OMS até o final de 2021 dizia que 14,9 milhões teriam morrido. Esse número, é claro, aumentou em 2022 e 2023.

Nesse caso, o percentual de mortes do Brasil naquele momento teria sido de 4%, e não de 10%. Mas é impossível ter certeza sobre quantas foram as mortes no mundo. É por isso que especialistas evitam fazer comparações como as de Haddad.

Se levadas ao pé da letra as estatísticas dos países que não reportam direito os dados de covid, toda a África, com 1,2 bilhão de habitantes, com 259 mil mortes, representaria um terço das mortes brasileiras. Há também falta de confiança nos dados de Índia e China. Ambos os países têm população estimada em 1,462 bilhão de habitantes. A China tem apenas 121 mil mortes registradas. A Índia, 532 mil.

Isso não significa que os países tiveram uma política bem sucedida de combate ao vírus. Mas significa que tiveram políticas de coleta e comunicação de dados deficientes. Com isso, o número de mortes no mundo inteiro é subdimensionado e a participação de países que reportam melhor os dados, como o Brasil, acaba parecendo maior.

Crescimento do Brasil

Já o crescimento do Brasil em 2020, 2021 e 2022 (com 2 anos de pandemia e 1 de guerra na Europa) acumulado foi de 4,48%, maior do que países como Alemanha (0,58%), França (1,03%) e México (-0,6%).

O Brasil conseguiu recuperar o PIB pré-pandemia. Em 2021, ainda durante a crise sanitária, fechou o nível de atividade econômica 0,6% acima de 2019.

Assim, integra a lista de 27 países que recuperaram o patamar do PIB anterior à pandemia. Ficou em 26º no ranking de melhor resultado, acima do Canadá, por exemplo.

Quando se leva em consideração o G20, o Brasil e outros 10 países do grupo das 20 maiores economias do mundo recuperaram o nível de atividade econômica.

Poder360

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Economia

Haddad: referência para a despesa será o crescimento da receita passada

Haddad: referência para a despesa será o crescimento da receita passada

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), confirmou há pouco, em coletiva sobre o novo arcabouço fiscal, que o projeto do governo prevê que o crescimento da despesa terá como referência a receita de julho do ano anterior.

“[Sobre] Essa diferença entre o incremento da receita e da despesa, eu vi nas redes sociais gente dizendo que pode inflar receitas, isso não vai acontecer porque a receita que vai ser observada é a que fecha em julho do ano anterior, da remessa do orçamento para o Congresso Nacional. Vamos estar ancorados do ponto de vista da previsbilidade“, afirmou o petista.

“Traçamos uma trajetória consistente de resultado primário em que necessariamente a despesa vai correr atrás da receita, e portanto vai ampliar o espaço para dar sustentabilidade para as contas públicas”, acrescentou Haddad.

Economistas, no entanto, dizem que ainda assim despesas permanentes podem ser criadas com base em receitas que são voláteis.

Como mostramos, o documento fala no “compromisso de trajetória de primário até 2026, com meta e banda de variação tolerável”. Além disso, prevê que “o atual teto de gastos passa a ter banda com crescimento real da despesa primária entre 0,6% a 2,5% a.a. (mecanismo anticíclico), com FUNDEB e piso da enfermagem excluídos dos limites (regras constitucionais já existentes)”. O resumo destaca, ainda, que o “crescimento anual dentro da faixa de crescimento da despesa” estará “limitado a 70% da variação da receita primária dos últimos 12 meses”.

O antagonista

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